Thalia suspirou desanimadamente ao meu lado olhando com um certo nojo para os meninos que faziam gracinha com comidas e bebidas a nossa frente.

Eu não podia culpa-la, até eu estava sentindo meu estomago embrulhar vendo aqueles meninos fazendo disputa, idiotas, comendo coisas horríveis se perdessem, misturando varias coisas que nunca deveria ser colocadas juntas e depois entornando.

Repugnante.

Depois de ouvirmos o plano de Elena nos separamos para cada um cumprir a sua parte. A minha e da Thalia era bem simples, só tínhamos que ficar de olho para que ninguém atrapalhasse enquanto Elena e Alaric capturavam Stefan. Fazer isso era entediante, mas necessário.

Olhei para a tela do meu celular a onde estava à foto que Thalia havia tirado de mim e Damon. Até que a foto não estava feia. Damon estava com um sorriso de canto sexy, com um braço envolvendo minha cintura prendendo meus braços rentes ao meu corpo e com sua mão livre ele fazia cocegas em mim e esse era o único motivo para eu estar rindo nessa foto.

Eu queria ter apagado essa foto do celular de Damon, mas quando eu fui pegar o aparelho da mão de Thalia ele tinha sido mais rápido e pegou antes de mim. Disse que não apagaria aquela foto de jeito nem um e ele e Thalia ainda disseram que iriam enviar a foto para Percy assim que as coisas se acalmassem.

Nunca, em hipótese alguma, eu devia ter apresentado Damon para Thalia, esses dois juntos eram um inferno, seria como estar nós campos de Asfodelos, se resolvessem pegar no seu pé, dureza com certeza.

Damon havia enviado uma copia da foto para o meu celular com uma mensagem bem sutil. “Assim você poderá me ver sempre que sentir saudades.” Esse era o conteúdo da mensagem. Rolei os olhos, isso era bem a cara dele mesmo.

– Porque temos que ficar aqui mesmo? –perguntou Thalia me fazendo tirar os olhos da tela do meu celular e olhar para ela.

Thalia estava fazendo uma careta olhando para os meninos a nossa frente. Assim que olhei para os meninos entendi o porquê da careta. Um dos meninos estava entornado um copo com uma substancia pegajosa que parecia vomito. Virei o rosto olhando para a fogueira em vez deles, era nojento demais. Guardei o celular em meu bolso novamente.

– Argh, nojento.  – resmungou a filha de Zeus.

– Foi você que falou para pararmos por aqui. – contra disse olhando para o copo na minha mão. Fiz uma careta para ele sem a mínima vontade de comer ou beber qualquer coisa agora e eu também não gostava muito de cerveja nem sei por que peguei um copo.

Thalia também estava com um, mas o dela já estava vazio. Não, ela não bebeu. Ela jogou o conteúdo em um garoto que tentou dar uma cantada pra cima dela bem brega por sinal.

– Achei que eles estivessem fazendo uma coisa mais interessante, tinha bastante gente em volta deles. – argumentou Thalia me fazendo rolar os olhos.

Me apoiei em uma arvore e olhei a minha volta vendo como estava às coisas. Um pouco mais distante de mim vi Damon caminhando em direção a uma pequena fogueira em que tinha uma loira familiar sentada em um banco com um graveto, um pedaço de madeira, na mão assando marshmallow. Rebekah.

– Ação. – murmurei baixinho para Thalia a cutucando de leve na cintura e apontei discretamente para a onde Rebekah e agora Damon estavam quando Thalia olhou para mim.

– Hum, vamos ver se ele tem charme mesmo, ou só os olhos dele que são lindos. – comenta Thalia se colocando do outro lado da arvore e se apoiando nela.

Abafei o riso. Thalia sempre será Thalia não importa a onde estiver ou o que estiver fazendo, mesmo se ela for uma caçadora que jurou sua lealdade a Deusa Ártemis e nunca se envolver com homens.

Damon sentou no banco ao lado de Rebekah. Essa era a parte dele no plano, ele tinha que manter a irmã de Klaus longe de Stefan já que onde Stefan estava, Rebekah estava e ninguém era páreo para uma original então era melhor tirar ela do caminho.

Olhei ao redor e vi Elena encostada em uma arvore olhando atentamente para Damon e Rebekah. Stefan chegou pouco segundos depois e os dois começaram a conversar.

Se eu não soubesse que tudo que Elena estava fazendo não passava de uma atuação eu acharia que ela estava realmente com ciúmes de Damon pelo modo como ela olhava na direção dele e de Rebekah.

– Saindo. – falei depois que vi Elena entornar o que tinha no copo em sua mão e sair marchando para longe de Stefan.

– Eu vou atrás deles, não quero ficar mais aqui. – disse Thalia fazendo uma careta.

– Ok, eu vou para outro lugar. Aqui eu não fico. – comentei e Thalia riu junto comigo, mas não demos mais que dois passos a até que alguém se colocou na nossa frente.

– Adorei seu estilo gótico. – disse um cara se postando na frente de Thalia com um sorriso malicioso olhando descaradamente para o corpo da minha amiga. – E seus olhos são lindos. – completou quando fitou os olhos azuis da filha de Zeus chegando mais perto de Thalia.

– Não mate ele. – murmurei para Thalia que sorriu sadicamente para o cara a sua frente que eu acho que estava bêbado demais para não ter percebido esse sorriso da minha amiga já que o cara abriu ainda mais seu sorriso para ela.

– Vou não. – Thalia pega o meu copo e derrama o conteúdo na cabeça do cara, colocou o copo vazio em cima da cabeça dele como um chapéu. – Até mais otário. – Ela deu um soco na cara do garoto fazendo o coitado cair de maduro no chão inconsciente. Totalmente delicada.

Como havíamos cominado Thalia foi atrás de Elena e Stefan e eu fiquei observando Damon e Rebekah bem longe daqueles caras nojentos. Dei meu celular para Thalia caso alguma coisa acontecesse ela ligava para Damon já que estaríamos perto um do outro e assim poderíamos ir ajuda-los caso fosse preciso.

Parecia que Damon estava fazendo bem a sua parte. Ele e Rebekah pareciam estar se entendendo muito bem, ambos com sorriso no rosto.

Bom, só parecia mesmo porque assim que os dois ficaram de pé Rebekah sussurrou alguma coisa para Damon e depois usou a madeira em sua mão a enfiando no abdômen de Damon.

Rapidamente fui em direção a Damon enquanto Rebekah se afastava como se nada tivesse acontecido. Damon se sentou no banco tentando tirar o negocio de seu abdômen.

Olhei na direção que Rebekah seguiu e vi que ela estava indo na direção oposta em que Elena e Stefan foram. Pelo menos ela não esta indo para o mesmo caminho.

– Seu charme parece que não funcionou. –falei chegando perto de Damon. – Não consegue nem tirar isso do seu abdômen.

– Engraçadinha. Tira isso. – falou Damon por entre os dentes e eu sorri de canto tirando o pedaço de madeira do seu abdômen e jogando ele no fogo. – Ela sabia.

– Isso é bem possível, ela tem mais de mil anos, sacaria que algo poderia estar por trás de sua aproximação. – falei me sentando ao lado dele olhando para a mancha de sangue na camisa dele. – Vai ficar bem?

– Esta preocupada comigo? – retrucou com outra pergunta aproximando seu rosto do meu.

– Não pense besteiras. Amigos se preocupam com os amigos independente do sexo. Não sabiam disso não, Salvatore? – contra argumentei afastando ele de perto de mim.

– Você sabia que amigos se interessam por amigos e podem sentir ciúmes uns dos outros? – disse ele com um sorriso torto sexy me fazendo rolar os olhos.

– Deve ser bem isso, já que Elena parecia estar com ciúmes de você e Rebekah. – falei e o sorriso de Damon desapareceu parecendo estar um pouco surpreso e eu gargalhei. – Esqueceu o pequeno detalhe de Stefan.

– Maldade. – resmungou fazendo um bico infantil lindo.

– Amigos também serve para iludir e desiludir os outros. – argumentei sorrindo. – Faz parte do pacote, reclame o quanto quiser, mas não vai mudar nada.

– Não sei por que, mas acho que isso é culpa minha. – comenta Damon apalpando o bolso da sua calça e tirando o celular do bolso e um lenço no qual limpa a sua mão que estava um pouco suja de sangue.

Pela luz que saia da tela do aparelho ou era uma mensagem, ou alguém ligando.

– É o numero do seu celular. – disse Damon franzindo o cenho.

– Eu deixei com a Thalia, ela não tem um. – falei dando de ombros.

– Boa noite princesa dos céus. – falou Damon atendendo ao celular e eu comecei a ter um ataque de risos. Damon rapidamente afastou o aparelho do ouvido. – Ela definitivamente não gostou do meu apelido carinhoso.

– Se prepare para ganhar um também. – comentei ainda rindo. Damon rolou os olhos e colocou o celular em seu ouvido.

– Calma ai, foi só um apelido carinhoso, raiozinho. – e mais uma vez Damon afasta o celular da orelha. – Ok, não precisa gritar. Pode até desligar o celular se quiser todos já estão te ouvindo gritar mesmo, nem precisa do celular mais.

– Fala serio vocês dois. – peguei o celular da mão de Damon.

– ... lidos ridículos, suga-suga. – ouvi Thalia dizer do outro lado da linha.

– Suga-suga? – repetindo segurando a vontade de rir. Damon fez uma careta ao meu lado.

– Ah, é você Annie. – disse Thalia com a voz mais calma.

– Você e Damon em um telefone não tem futuro. –comentei divertida.

– Ele que fica colocando esses apelidos ridículos em mim. – contra argumentou.

– Veja bem, suga-suga? – eu não me contive mais e ri. Esse apelido era tão ridículo que, pelo menos para mim, era engraçado. Se por alguma ventura esse apelido pegasse seria muito engraçado.

– Eu escutei direito? Por algum acaso ela me chamou de suga-suga? –perguntou Damon ao meu lado um pouco incrédulo com seu apelido. Assenti ainda sorrindo e Damon balançou a cabeça negativamente contrariado.

– Foi à primeira coisa que veio na minha cabeça agora. – resmungou Thalia. – Depois encontro um melhor que esse.

– Tudo bem, mas aconteceu alguma coisa? – perguntei olhando ao redor só para checar.

– Eles já o pegaram e o colocaram no carro. – disse Thalia desanimada. – Que coisa, essa cidade é mais desanimada que qualquer lugar que eu já tenha ido. Não tem nem um pouco de ação por aqui. Muito chato.

Sorri com o comentário dela, ela tem seus motivos para estar assim. Como uma caçadora ela sempre vai atrás dos monstros e deve enfrentar diversos tipos de desafios e perigos. Tudo que estava acontecendo até agora poderia muito bem ser um tipo de férias para ela.

– Não fala isso. Alguma coisa pode acontecer só porque você falou isso. – falei e senti Damon encostar sua cabeça em meu ombro.

– Essa conversa de vocês duas esta me dando sono. –comenta ele fechando os olhos fazendo eu rolar os olhos e pensar em como Damon as vezes, quase sempre, parece uma criança.

– Palavras tem poder, sabe muito bem... – Não terminei de falar, pois ouvi barulhos estranhos do outro lado da linha.

– O-ouw. – ouvi somente isso do outro lado da linha antes de escutar o vento bater contra o aparelho. Thalia parecia estar correndo. – Melhor virem logo para cá, o carro esta pegando fogo. – entendi com um pouco de dificuldade o que ela estava dizendo.

Eu nem tive tempo de reagir quando sinto Damon me pegar rapidamente no colo e correr em velocidade vampiresca para algum lugar que eu não sabia. Eu somente escondi o meu rosto em seu peito evitando o vento forte da corrida.

Pensei em como as palavras realmente têm poder e é instantaneamente também. Só foi a Thalia falar que alguma coisa já aconteceu.

Não senti mais o vento batendo contra mim e logo meus pés estavam no chão. Olhei para frente e vi o carro de Alaric em chamas, isso me fez arregalar os olhos em choque. Thalia e Ric tentavam abrir a porta do carro a onde Elena e Stefan estavam. Damon logo foi para lá e arrancou a porta traseira do carro jogando ela para o lado.

Vi uma lata jogada no chão perto do carro e um caminho de chamas que ia em direção ao carro. Isso com certeza não foi acidental.

– Rápido, vai explodir. – gritei indo ao encontro deles.

Damon tirou Stefan do carro e logo depois Elena. Ric e Thalia apoiavam Stefan tentando correr para longe do carro. Alcancei Alaric e Thalia e tomei o lugar dela apoiando Stefan em mim e corremos para mais longe do carro e foi quando ouvi o barulho da explosão.

Stefan se apoiou na grade enquanto nós três viramos para olhar o que restara do carro de Ric completamente em chamas.

– Lá se foi meu carro. – resmunga Alaric sentando no chão.

– Mas o que raios aconteceu aqui? – perguntou Damon. Elena estava ao seu lado olhando para os destroços em chamas do carro de Ric.

Olhei para Thalia com uma sobrancelha arqueada e ela só deu de ombros murmurando alguma coisa que eu não entendi direito e nem me dei ao trabalho de tentar desvendar.

– Bela festa, vocês deram aqui, hein? – comenta alguém chegando perto da gente. Rebekah vinha caminhando em nossa direção com um sorriso de canto. Algumas pessoas também se aproximavam curiosas com o que tinha acontecido.

O plano foi por agua a baixo, ou fogo acima.