A Face Oculta Da Lua escrita por Lady Salieri, Nami Otohime


Capítulo 4
Capítulo 4: A lua nova que se revela (I)


Notas iniciais do capítulo

- E eu com medo de que você pudesse estar diferente! Que bom te encontrar, comandante!
Ela se virou de uma vez e viu um sujeito alto, vestido com uma camiseta azul clara, com uma jaqueta jeans escura por cima e calça preta. Tinha o cabelo prateado, os olhos cor de mel e tinha, aparentemente, a mesma altura do Darien e o mesmo porte. O olhar dele era mais familiar que todo aquele pessoal junto e, ao vê-lo, Lyene engasgou com o próprio ar. Perdeu a sensibilidade das pernas, caindo no banco e sentido uma facada nas costelas:
- Você...! É o cara dos meus sonhos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/173600/chapter/4


Lyene andava com dificuldade por causa da dor. Sentia vários punhais dentro de si, ameaçando-lhe cortar suas entranhas caso se movesse descuidadamente. Encostou-se num poste, de modo a poder respirar melhor. Olhou na direção do apartamento do Darien e viu as meninas correrem em sua direção. Lita acenava:

EI, LYENE, ESPERA A GENTE!

Ficou vendo-as chegarem com os olhos semicerrados. Ainda que não quisesse ver as meninas tão cedo, não tinha forças para emitir qualquer juízo de valor sobre a cena.

– Ouvimos você dizer ao Darien que ia ao fliperama, só que ele fica para outro lado - continuou Lita de forma ingênua, sem entender o que Lyene realmente queria.

– Vamos, eu te ajudo - disse Mina, tomando-lhe o braço.

Lyene se desvencilhou de forma brusca e os punhais dentro dela gritaram. Contorceu o rosto, mas manteve-se firme:

– Ajudar pra quê? Não estou inválida, me dá licença, por favor.

Mina fez uma careta e saiu de perto dela, indo parar atrás das meninas.

Lyene deu alguns passos e sentiu mais pontadas. Apoiou-se no muro.

– Aí, está vendo? Sozinha você nem atravessa a rua, deixa a gente te ajudar - disse Mina.

– Ai, meu Deus... Quem vocês estão achando que eu sou? A Serena? Não é uma coisinha de nada feito esta que vai me derrubar. Mas que coisa! Abram espaço e me deixem passar... Por favor.

E se pôs a caminhar de coluna reta.

A cada punhalada que sentia de dentro pra fora, via em sua mente aquele bando de menininhas ajudando-a, e era o suficiente para fazê-la agüentar passar por aquilo tudo.

Quando chegou ao fliperama, encostou-se no vidro e esperou as garotas entrarem. Estava com a respiração ofegante e suada nas têmporas:

– Droga! Não posso deixar que uma dorzinha dessas faça isso comigo - disse baixinho para si.

Fechou os olhos e quando os abriu se deparou com os olhos do Andrew a lhe fitar. Ele tinha o semblante bem assustado:

– Lyene, você está muito mal, o que aconteceu com você!?

Ela arregalou os olhos e retomou a postura:

– Eu? Quem te disse que eu estou mal?

Andrew ignorou completamente o comentário dela:

– Estava no hospital? Está toda enfaixada.

– Eu?

Ele afastou a gola da camisa dela, mostrando que estava vendo um resto de faixa em seu pescoço:

– Pelo visto, seu tronco parece que está todo enfaixado... Lyene, o que está acontecendo? Estou começando a ficar seriamente preocupado com você!

– Engraçado, nem tinha me dado conta de que me enfaixaram... - disse tocando o próprio pescoço, levantando, em seguida, um pouco a camiseta e vendo parte da barriga enfaixada.

Andrew ficou com uma gota na cabeça, e sabia que ela não responderia à pergunta feita:

– Vamos pra dentro. Vi que você veio com as meninas, te mostro onde elas estão. Eu te ajudo, se importa?

– De você me ajudar, não. Afinal, você está insistindo tanto...

Ele riu:

– Sim, Lyene, eu praticamente estou te suplicando.

Ela sorriu, cínica:

– Então... Não vou deixar você nessa situação miserável...

Apoiou-se nele e foram.

Chegaram até a mesa e, no mesmo momento, ela percebeu a expressão de Lita mudar significativamente, como se o sol nascesse, já alto, no seu rosto:

– Oi, Andrew! – Lita disse exageradamente solícita.

Lyene sentou-se:

– Obrigada.

– De nada. – Disse ainda ajudando-a a sentar-se e virando para Lita logo em seguida - Oi, Lita, como você está?

– Muito, muito bem, obrigada.

Terminou de acomodar Lyene, ao lado de Ami e de frente para Rei, Lita e Mina.

– Já vou buscar os milk-shakes de vocês. Você também quer, Lyene?

– Acho que eu quero um milk shake de analgésicos e anti-inflamatórios.

– Bom, eu trago alguns comprimidos que tenho, mas não conte nada a ninguém.

– Você me faria esse favor? Obrigada, Andrew, pode contar com a minha discrição.

– Certo, já volto, meninas.

E saiu com a alma de Lita pregada nas costas.

Lyene ficou observando-a. Era uma cena engraçada, mas não pelo contexto em si, senão por sugerir-lhe uma espécie de conexão que lhe resultava nova em certo grau. As meninas a deixavam demasiadamente desconfortável, isso era um fato, entretanto, com relação à Lita, de maneira especial, alguma luz vacilava, ameaçando espalhar-se a partir daí:

– Você tem uma quedinha pelo Andrew, Lita! – Disse sorridente porque aquilo lhe parecia certo.

Antes mesmo que ela terminasse de pronunciar estas palavras, Lita enrubesceu e as meninas caíram na risada.

– Eu? Não, ele só...

– Quedinha? Ela tem uma queda do Everest pelo Andrew! - Disse Mina.

– Hmm... - Lyene assentiu e ficou imaginando os dois, que parecia um casal que fazia sentido.

– Não, gente, calma, eu só...

Mina balançou a mão para ela parar:

– Não tem mais jeito, Lita, não tenta consertar...

– É verdade - disse Lyene, sorrindo com as meninas que estranharam aquele semblante que não se parecia em nada com a visão que tinham dela.

Entretanto, a conversa morreu e todas ficaram em silêncio, balançando os pés, as mãos, olhando para os lados... Lyene tentou quebrar aquele clima, por puro desconforto:

– Vocês me disseram, na casa do Darien, que eram AQUELE grupinho de guerreiras... Mas seria cortês saber o nome de vocês em lugar de chamá-las desse jeito, penso eu, claro...

Rei lançou-lhe um olhar mortífero que Lyene retribuiu com desprezo. Lita interrompeu a guerra-fria entre elas:

– Ah, sim, que cabeça a minha, nem te apresentei as minhas amigas! Esta é Mina, esta é Rei e esta é a Amy.

– Oi... - disse como se vestisse uma roupa de número menor.

– Sabemos muito pouco sobre a senhorita, Lyene, e você pode muito bem ser uma inimiga - disse Rei de forma irônica.

Lyene suspirou. Estava demorando pra escutar uma idiotice, mas o que se poderia esperar das damas de companhia da princesa... Franziu a testa: de onde havia vindo este pensamento? Olhou para as meninas que esperavam uma resposta. O comentário estúpido de Rei já parecia demasiado longe, como se houvesse passado muito tempo, gasto para adquirir esta nova informação de si própria:

– O que você disse mesmo? - Ela perguntou, quase ausente.

– Não desconverse! Assim você dá mais margem para que acreditemos que se trata realmente de uma maligna! – Retrucou Rei, ainda mais furiosa por ela tê-la ignorado.

– Ah, era isso...

Lyene ainda estava dividida entre entender o que havia pensado e compartilhar aquele momento com as meninas. Respirou fundo, de maneira a tentar inspirar seu cinismo. Disse, por fim, redesenhando em seu rosto seu aspecto sarcástico:

– Então: Eu até poderia ser mesmo uma inimiga... Pra falar a verdade está um pouco difícil escolher meu lado... Do lado das boazinhas, uma turma de líder de torcida de uniformes minúsculos, e do lado das más, uma louca de pedra metida a mulher-gato... Não há uma terceira opção? Sou mesmo obrigada a escolher?

Rei bateu as mãos na mesa se levantando:

– Ora, sua...

Ami a conteve:

– Rei, é bem isso que ela quer, se controla... - disse ainda desconfiada sobre quem era ela.- Vamos parar de bate-boca todo mundo, afinal, a questão mais importante é saber como Lyene nos reconheceu.

Lyene ergueu as sobrancelhas como se tivessem lhe perguntado a mais óbvia das questões:

– Como assim, reconheceu?... Não!... Espera! Vão me falar que ninguém nunca reconheceu vocês? - Caiu na risada. – Não diga!

Vendo que as garotas permaneciam da mesma maneira, ela se recompôs:

– Falando sério, realmente sério... – olhou-as falsamente grave, sendo sarcástica. – Eu reconheci vocês olhando para seus rostos, já que querem saber.

Ami tirou um minicomputador da bolsa:

– Isso é impossível, ninguém nunca nos reconheceu...

– E...? - Respondeu como se não quisesse saber a resposta.

Chegou mais para perto de Ami para olhar o que ela fazia no computador, quando seu cordão pendeu do seu pescoço.

– Onde arrumou isso? - Disse Rei.

Ami se encolheu e ela voltou a se sentar.

Escondeu o cordão com a mão:

– Se você também disser que quer ele pra algum evento importante, nós vamos brigar aqui agora!

– Quê isso, agora, garota? Enlouqueceu de vez, foi? – Retrucou Rei, furiosa.

Lyene se afundou no banco:

– Não! É que por isso aquela desgraçada me atormenta, até o Darien viu... – disse amuada.

– Você está afim do Darien? - Perguntou Rei, provocando.

Lyene começou a rir:

– De novo isto!... Por quê? Você está com ciúmes?

Rei ficou vermelha. Lita sorriu:

– Não diz isso a ela, porque ela já o namorou...

– Lita! - Gritou Rei - Você não tem permissão para contar da minha vida pra essa... Essa aí!

Lyene assentiu concordando com Rei e Lita ficou com uma gota na cabeça.

Andrew chegou com uma bandeja lotada de milk-shakes:

– Desculpa a demora extrema, amigas - disse dando uma piscadela.

Passou, em seguida, uns comprimidos a Lyene, e um copo com água.

Lita derretia-se.

– Obrigada, querido! - Disse Lyene

– Espero que você melhore logo, Lyene.

– Eu também, eu também...

– Muito bom, então. Deixe-me ir.

– Tchau, Andrew - disse Lita ainda com o sol do meio dia estampado no rosto.

– Tchau, Lita, e voltem sempre, meninas.

– Andrew, como está o movimento? – Perguntou-lhe Lyene, olhando para Lita.

– Vocês eram a última mesa que eu tinha para atender, por fim...

– Ah, então senta aqui com a gente, traz lá qualquer coisa pra você beber. Não é todo dia que você pode se rodear de garotas assim, não é?

Todas ficaram vermelhas, menos Lyene que sorria descaradamente. Andrew sorriu:

– É uma boa idéia, Lyene, já volto.

E se foi. Lyene ficou olhando-o sair, até que ele tomasse uma distância segura, em seguida voltou-se para Lita:

– Lita, por que não diz pra ele que você gosta dele? Andrew é o melhor partido do universo, eu acho.

Ela engasgou. Mina bateu nas suas costas.

– Tudo bem, tudo bem, esquece que eu perguntei... Mina, Andrew já vem, passa aqui para o meu lado. – Lyene escorregou para mais perto de Ami, entusiasmada com o acontecimento.

Mina sorriu e Lita ficou vermelha. Ia pedir para Mina não fazer isso, mas bastou o Andrew sentar-se ao seu lado que toda a realidade à sua volta começou a espocar em pontinhos coloridos e se desfazer...

– Oi, Andrew!

Ele, sempre sorridente:

– Oi, Lita! Já não nos cumprimentamos hoje?

– Não sei...

Não sabia nem quem era se lhe perguntassem...

– E como vocês estão, meninas? Na minha faculdade é época de prova e estamos muito nervosos com isso. Vocês também estão em período semelhante na escola?

– Ainda, não – disse Ami - , o que torna mais importante estudar muito para quando chegar as provas de forma que não fiquemos pressionadas por questões de tempo.

– É verdade! Mas eu sei que você é a aluna mais inteligente da secundária em toda a cidade. Não creio que precise tanto estudar.

Ami acenou negativamente, algo corada:

– Não! Na verdade é o contrário! Eu preciso estudar mais do que todo mundo, afinal, todos esperam muito mais de mim que das pessoas em geral.

Andrew ergueu as sobrancelhas em surpresa. Não havia visto as coisas por esse ângulo. Olhou para a Lita que encarava-o, ao seu lado:

– E você, Lita? Também precisa estudar muito para que cumprir com as expectativas das demais pessoas?

– É...

Lyene escondeu o riso colocando as mãos em frente à sua boca. Lita nem estava escutando o assunto da conversa.

Neste momento a porta do Crown se abriu e Serena e Darien surgiram. Ele já avistou logo Lyene e mostrou à Serena onde todas estavam. Ela seguiu-o como uma sombra, visivelmente contrariada por estar fazendo-o.

– Olá, meninas, oi Andrew! - Cumprimentou Darien.

– Tudo bem, Darien? Oi, Serena. Vou providenciar umas cadeiras para vocês se sentarem aqui – levantou-se. - Vão querer alguma coisa?

Lyene suspirou entediada. Maldita mania essa de servente do Andrew.

– Uma soda, eu, e você, Serena?

– Eu vou querer uma fatia de torta de maçã, um pedaço de bolo de chocolate, e um pedaço de rocambole de doce de leite!

Todos estavam com uma gota na cabeça.

– Pela primeira vez na vida, fiquei sem palavras diante de um fato - disse Lyene entre assustada e risonha.

– Mas eu vou pagar - disse Serena de cara amarrada - EU VOU PAGAR!

– Tudo bem, tudo bem... – Lyene respondeu, rindo.

Serena cruzou os braços e permaneceu de cara amarrada.

Andrew terminou de anotar tudo, pediu licença ao Darien e saiu. Serena se sentou no lugar vago deixado por Andrew e Darien encostou-se à mesa, ao seu lado...

– Pessoal - disse Darien - precisamos conversar sobre estes estranhos acontecimentos, afinal, de onde vem essa Kitty?

Lyene disse:

– Bom, a gente sabe que aquela mulher quer o meu cordão – disse mostrando-o –. Diz que vai contribuir em um evento muito importante, mas não disse quando, nem onde, nem como. Acho que é sobre isso que meus sonhos querem me avisar.

Darien mexeu a cabeça:

– Pode ser mesmo... Podemos ver o seu cordão?

Lyene tirou-o e o entregou a ele. Era um cristal de uma transparência luminosa, como nenhum outro já visto. Dentro dele estava inscrito seu nome, misteriosamente.

– Onde o achou?

– Meu pai achou-o antes de eu nascer, meio que enterrado, nos arredores de casa, daí ele colocou o cristal em um cordão e deu-o à minha mãe que me deu o nome inscrito nele. Ela sempre disse que tinha a impressão de que ele existia pra mim, não sei por que...

Rei pegou-o:

– Tem um poder muito forte... Mas não é nenhuma energia maligna, muito pelo contrário, é de algo conhecido, reminiscente...

Devolveu-o. Serena se interpôs e Lyene quase que bateu o cotovelo no rosto dela.

– Não acredito em você!!! - ela apontou Lyene - Aposto que você é uma das malignas e está armando uma armadilha para nos pegar!!!

Lyene levantou as sobrancelhas. Quanto mais conhecia Serena, mas ela se tornava “superestimável” em praticamente tudo:

– Nossa, agora que você percebeu isso? É verdade, sou uma maligna, e falo mais: enfeiticei todos à minha volta para que gostassem de mim, menos você. Você é tão insignificante que nem valia a pena.

Lyene levantou-se e ela e Serena ficaram trocando raios que saíam de seus olhos, até que Lyene ouviu uma risada demasiadamente familiar:

– E eu com medo de que você pudesse estar diferente! Que bom te encontrar, comandante!

Ela se virou de uma vez e viu um sujeito alto, vestido com uma camiseta azul clara, com uma jaqueta jeans escura por cima e calça preta. Tinha o cabelo prateado, os olhos cor de mel e tinha, aparentemente, a mesma altura do Darien e o mesmo porte. O olhar dele era mais familiar que todo aquele pessoal junto e, ao vê-lo, Lyene engasgou com o próprio ar. Perdeu a sensibilidade das pernas, caindo no banco e sentido uma facada nas costelas:

– Você...! É o cara dos meus sonhos!

Ele passou por Mina e sentou-se ao lado de Lyene, quase derrubando aquela no chão que levantou-se e pôs-se de pé ao lado do Darien, indignada por tamanha falta de cavalheirismo. Takeo pegou a mão de Lyene:

– Não precisava dizer isso assim tão abertamente, comandante... Fico feliz com a declaração, até tentado a aceitar, mas tem a Mihara, você sabe...

Lyene cerrou as vistas e puxou a mão:

– Cai fora, idiota. Disse que tinha sonhado com você, mas meus supostos sonhos se assemelham mais a pesadelos!

Takeo sorriu, brincalhão:

– Pode pisar no seu melhor amigo, eu deixo, afinal só sirvo pra isso mesmo...

Lyene olhava-o e olhava-o... Melhor amigo, as palavras soavam harmoniosas, mas não tinham nexo, absolutamente:

– Quê? Olha, não é por nada, não, mas você está me confundindo, a gente nunca se viu, pelo menos eu acho...

Desta vez ele ficou sério:

– Comandante, para de brincadeira, sou eu...

– Eu, quem? Isso não faz o menor sentido – Ela interrompeu-o

– Você não se lembra de mim, mesmo?

Lyene acenou negativamente:

– Se há alguma coisa para lembrar, porque você também pode ser um inimigo que está tentando me manipular.

Takeo tirou um cordão escondido por debaixo da blusa, mostrando-o a ela. O cordão era quase identico ao seu, mas com um brilho mais opaco e com o nome "Takeo" inscrito nele:

– Isso não te remete a nada?

Lyene arregalou os olhos prendendo o ar por um momento:

– Você também...

Ele olhou em volta reconhecendo os demais. Abriu um çargo sorriso:

– Nossa! Agora que me dei conta! Que lindo! Estão todos juntos! Ahh, me dá um abraço coletivo! - Foi se jogando para cima de Rei e Lyene, que quase gritou de dor.

Todos permaneceram imóveis com muitas gotas na frente do rosto. Ele sentou-se, entendiado:

– Vocês também não se lembram de mim.

Todos acenaram negativamente.

– Isso é realmente um problema... Mas se lembram da Lua etc. etc. etc...

Milênio etc. etc. etc...

Todos acenaram positivamente.

– Que bonitinho, vocês acenando todos iguaizinhos...

Eles voltaram a ficar com muitas gotas na cabeça. Darien pigarreou, voltando ao normal:

– Então tudo isso que você está dizendo... Está pressupondo que Lyene também seja de lá.

Takeo ergueu uma sobrancelha:

– É muito mais do que pressupondo, alteza.

– Confirmamos, então... - disse Darien.

– E vocês não se lembram de nada?

– Não - todos.

– Nada, nada... Nada?

– Não... - novamente todos.

Ele se virou para Lyene:

– Levou mesmo a promessa a sério, não, senhorita encrenca... Mas você por acaso se auto-atacou? - Disse de cenho franzido, ligando certos pontos - Por que eu estou perguntando se a resposta é sim... Por Deus, Lyene!

Lyene moveu os olhos para os dois lados. Ainda estava difícil processar tudo aquilo com as sensações que cruzavam seu peito, pela visão do cordão dele.

– Ah, você tem o sorriso igual ao de alguém que partiu meu coração... - Lita era toda suspiros.

Todos voltaram-se para ela.

– Começou - disse Rei.

Lyene aproveitou a deixa e levantou-se de uma vez, fazendo com que Takeo se levantasse e sentasse de frente para Lita:

– Que casal lindo... Marquem um almoço. Tchau.

– Quê?!? - Takeo e Lita disseram ao mesmo tempo.

E saiu. Andou sentindo as pontadas, porém, talvez pela raiva que sentia, e pelos remédios que começavam a fazer efeito, estavam mais suportáveis.

Takeo se levantou de uma vez e foi atrás dela:

EI, CHEFE, ASSIM NÃO VALE... E A JÚPITER NÃO ME ATRAI, se pelo menos fosse a Vênus... Ou a Marte... Não, a Marte já me deu muito problema... A Venus mesmo.

Ele a alcançou.

– Volta lá, ora - ela disse sem olhar pra ele - você parece que os conhece bem mais que eu...

– Empatamos, princesa, conheço-as tanto quanto a senhorita...

– Para de me chamar de princesa, que coisa horrível, parece cantada barata.

– É porque és uma mulher bela...

Lyene fez uma careta.

– Outro louco... Mas me fala,louco varrido, a lua que você disse, e o miênio de prata são a mesma coisa?

– Sim, senhorita.

– Então você quer dizer que literalmente na lua havia um lugar chamado Milênio de Prata?

– Sim, senhorita.

– Que absurdo... E como seria esse lugar?

– Lugar bonito, areias brancas, água cristalina, palácio de cristal...

Lyene se voltou pra ele, assustada por sua descrição tão mal feita, porém que despertava as imagens mais nítidas em sua mente. Ao virar-se pisou num buraco e caiu. Suas costelas se esfacelaram e ela pôde sentir cada centímetro explodindo:

– Ai, que ódio!


(continua...)



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, achei melhor dividir o cap, porque pessoal costuma desanimar com textos muito grandes, assim que acho que está razoável. Reviews? *_*
E desculpem os erros de digitação neste cap que são muitos ¬¬. Conforme vou relendo, vou vendo e corrigindo =S