Marrying With The Devil escrita por Giihrsouza


Capítulo 5
Capítulo 4 - Até Que A Morte Nos Separe


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pronto para leitura finalmente, espero que gostem. Notas no fim
Boa Leitura!



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Capítulo 4 – Até que a morte nos separe.

Edward:

            Meu corpo parecia mais pesado que o usual, como se toda a pressão do mundo estivesse sobre ele. Enquanto isso,minha mente fervilhava, tentando descobrir qual foi a vingança da Swan, seria mesmo só me deixar igual a um defunto sem conseguir forças pra me mexer? Não, não podia ser. Tentei ouvir algo diferente, que denunciasse onde eu estava, pude ouvir o vento, senti um frio estranho no alto da cabeça, o que me fez franzir o rosto de leve.

            -Ele já está lúcido ao que parece. – Era uma voz desconhecida.

            -Graças a Deus.

            A segunda voz porém era a voz da mulher que eu amei desde meu primeiro dia na Terra. Minha mãe estava ali? Espera... Tentei ouvir algo que me comprovasse que eu estava em um hospital, ouvi apenas um gotejar, nada de bips medindo minha freqüência cardíaca. Me esforcei para abrir os olhos impaciente em não saber, e depois de uma força fenomenal eu consegui.

            A brancura em excesso me cegou, mas evitei piscar para me poupar de outro esforço, tombei minha cabeça para o lado e tive uma recompensa, Esme minha mãe estava ali. Seus olhos estavam inchados, ela estava chorando?

            -Mãe? – Minha voz era muito baixa.

            -Oh, Edward! – Ela acariciou minha testa. – Filho o que deu em você? Porque fez isso com você mesmo?

            Comigo mesmo?

            -O que aconteceu?

            -Não se lembra? – Minha mãe me censurou e depois bufou olhando para o alto, parecendo para evitar mais lágrimas. – Edward,você teve um coma alcoólico e um princípio de overdose. Isso deve ter fritado todos seus neurônios para se lembrar claro. Mas o médico disse que felizmente não ouve danos permanentes, talvez você fique fraco por alguns dias, e demore a recordar de algumas coisas...

            Espera, overdose? Coma alcoólico? Com duas doses no máximo de Absolut? Coma? Mas o pior, overdose? Tipo de drogas? Esme continuava a falar, voltei a prestar atenção.

            -... A polícia está esperando melhoras para ter mais esclarecimento, a imprensa marrom já está sondando mais para obter mais material para uma reportagem que provavelmente desmoralizaria a família.

            -Mãe... – A interrompi com a voz um pouco mais alta do que a início. – Eu... Nunca usei drogas, ou bebi muito na boate. Não é possível.

            Minha mãe me olhou e seus olhos lacrimejaram novamente. Ela então pegou algo na bolsa, um pequeno objeto achatado em formato de círculo e o abriu e apontou para mim, era um espelho. Encarei meu rosto pálido demais e quando ela o afastou mais...

            Não evitei o grito de terror.

Bella:

            Foram os mil dólares mais bem gastos da minha vida. Acariciei novamente o pequeno amarradinho que continha um pouco do cabelo acobreado do Cullen, que provavelmente inexistira agora em sua cabeça. Pus ele dentro do envelope novamente junto com um bilhetinho e joguei-o dentro do seu violão totalmente arranhado e com as cordas arrebentadas, claro que por mim.

            Eu não entendia muito de instrumentos musicais, porém o violão dele aspirava uma marca de respeito e de alto teor aquisitivo. Talvez minha ignorância tenha me salvado de um lapso de piedade e me fez ser bem sucedida em minhas vinganças.

            Saí do quarto do Cullen antes que me vissem ali deixando meu rastro de destruição, subi pelas escadas e cheguei ao andar onde eu estava com Alice, ao chegar no quarto, percebi que ela ainda usava as roupas da boate, em suas mãos estava um energético e quando ela me viu foi como se estivesse com combustível total.

            -BELLA, SUA PILANTRA! VOCÊ SOME DESSE JEITO A NOITE TODA, SABE COMO EU FIQUEI PREOCUPADA? – Ela me sacudiu. – Bella! Edward foi encontrado apagado em um dos extremos do campo de golfe cheio de bebidas e drogas, e destruído, até meio  careca, parece que os cabelos dele estavam podres, acredita? Carlisle está furioso, a mãe dele, a toda poderosa saiu da sua convenção em Paris e veio para cá, Charlie está embasbacado! Acredita? Onde estava você para ver tudo isso?

            Sorri para ela maliciosamente. Alice demorou alguns minutos antes de ler minha expressão, talvez devido a noite insone e então se afastou.

            -Você...

            Então eu comecei a rir. Eu ri muito de chorar porque cada detalhe tinha dado certo, cada pedra que ele iria tropeçar... Alice me observava eu podia ver.

            -Bella, isso foi sério demais! Ele está no hospital sofrendo desintoxicação nesse momento. Podia tê-lo matado. – Alice me repreendeu.

            -Mas não matei. – passei por ela retirando o salto alto. – Na verdade eu só dei o suficiente para apagá-lo, não sabia que ele era tão peso leve nessas coisas.

            Deitei na cama exausta e satisfeita por ter algum tempo para restaurar as energias antes da bomba terminar de estourar... Bem pelo menos eu achava. A fachada de irmã mais velha responsável foi embora, e agora Alice estava deitada em sua cama olhando para mim.

            -Me conte, estou morta de curiosidade.

            Eu ri baixinho. E comecei a contar a ela tudo, enquanto me lembrava da noite espetacular.

Do Something – Britney Spears

            A espera por Vic estava sendo irritante, porém procurei me manter lúcida, me contentando com alguns energéticos, e quando enjoava deles, botava uma dose de vodca para dar um aditivo a mais. Edward estava na mão da ruiva do guichê, o ouvi falar sobre isso com seu irmão duplex.

            Ele então finalmente percebeu que sua ruiva estava no bar, Vic fez um sinal disfarçado para mim antes de levá-lo embora depois do papo rápido e eu comecei a agir. Esperei alguns minutos, atravessando o jardim sem pressa olhando as estrelas que pareciam sorrir para mim, ou então se não estivessem, eu sorria para elas. Meu celular vibrou com uma mensagem que não me incomodei de ler, eu já sabia o que era.

            Cheguei no quartinho de Vic e a vi sentada em cima dele, cheguei tirando meus saltos para evitar barulhos e Vic então cedeu espaço para mim.

            -Todo seu. – ela disse baixinho. – Onde está o dinheiro.

            -No lugar combinado.

            Assumi seu posto em cima do abdômen do Cullen, ele estava nas minhas mãos e isso me excitou de uma forma diferente, senti o poder daquela vida fluir através das minhas decisões. Meus devaneios foram interrompidos.

            -Vic, vamos lá. Não judie tanto.

            Edward resmungou com um sorriso safado. Me debrucei sobre ele chegando até seus ouvidos.

            -Quem é Vic, meu noivinho?

            Foi como apertar um interruptor, como se ele tivesse tomado um choque elétrico, Edward imediatamente tentou se libertar, percebendo provavelmente a enrascada que tinha se metido.

            -O que vai fazer comigo? – Ele perguntou em visível pânico.

            Achei rapidamente o que procurava dentro da bolsa transpassada que carregava comigo, um vidrinho com um líquido transparente e um pano.

            -Nada que eu não faria pior. – Respondi destampando o vidrinho e tomando cuidado para não inalar o éter. – Agora, bons sonhos.

            Derramei todo o conteúdo no pano e o apliquei imediatamente no nariz do Cullen, demorou apenas alguns minutinhos e ele respirou o cheiro do inebriante, assim que ele desmaiou, retirei-lhe a venda e as algemas.

            -Entre Ben.

            Um cara de no mínimo vinte e um anos, alto com cabelos negros e olhos igualmente pretos adentrou no quarto e me deu um selinho.

            -Você é impossível, tudo isso mesmo só por ele? – Ele mexeu a cabeça apontando para o Cullen desacordado.

            -Sim. – Sorri. – Agora me ajude.

            Ben então me deu instruções e eu executei tudo, só nas partes das agulhas que deixei por conta dele, não queria estourar nenhuma veia, queria ele bêbado e drogado o suficiente para encobrir qualquer traço de que eu poderia ser a mandante disso tudo. Ben então me deu o vidro de um gel esverdeado com cheiro desagradável.

            -Tem certeza que vai funcionar?

            -Excesso de vitamina A vai deixar o cabelo dele pra morrer, provavelmente terão de raspá-lo completamente. – Ben me explicou.

            Espalhei o gel, com gosto pelo couro cabeludo do Cullen, dando um aspecto parecido como se ele tivesse se molhado. Peguei então a vodka que tinha na sacola que Ben trouxe e joguei um bocado nele, dando aquele aspecto de bebum de rua.

            -Acabei. – Ele disse dando um tapinha no rosto do Cullen. – Esse daí vai de mal a pior depois que acordar.

            -É o que eu mais quero.

            -Mas o que ele te fez para você odiá-lo tanto?

            -Nasceu.

[...]

            Carregar um cara de pouco mais de oitenta quilos estava além da minha capacidade física, então ai que entrou principalmente o Benjamin, o Ben. Foi incrivelmente fácil convencê-lo apenas um jogo de cintura, alguns amasso... E uma promessa que eu tinha certeza que não ficaria para cumprir.

            Depositamos o futuro defunto de baixo de uma árvore com uma garrafa de vodka vazia, Ben ainda providenciou uma fatia que ele mesmo mordeu de um bolo doido, ou seja, tinha maconha dentro... Para explicar a origem da quantidade que foi injetada... Conferi tudo novamente, passei a mão nos cabelos do Cullen e vi que o gel já fazia efeito, uma vez que eu tinha entre meus dedos um tufo considerável das madeixas cor de cobre.

            Guardei-o com o auxílio de uma fita transparente, os fios lisos demais me fizeram ter que dar algumas voltas a mais, mas ali estava meu troféu. Me virei para Ben depois de guardar o cabelo de Edward e o ataquei.

            Benjamin me segurou a tempo e quase caímos, meus lábios estava encaixados enquanto brigávamos por espaço um na boca do outro. Senti suas mãos apertarem abaixo do meu quadril e interrompi o beijo mordendo-lhe o lábio.

            -Eu te procuro.

            -Acho bom mesmo, gostosa.

            Dei mais um selinho nele e saí flutuando dali, com certeza eu iria ser bem sucedida.

            Não fiquei esperando Alice reagir, ela ainda estava parada embasbacada com meus comparsas arranjados e deve ter ficado ainda mais surpresa pelo ponto onde cheguei. Fechei os olhos ainda satisfeita, e quando pensei que iria dormir, punhos socaram a porta do quarto.

            -Isabella, Alice!

            Charlie agora? Ainda não estava cedo para irmos embora? Vi que Alice já estava na porta abrindo-a e por isso só me dei o trabalho de sentar.

            -Oi papai.

            -Alice, cadê a sua irmã?

            -Está aqui.

            Charlie entrou e caminhou até mim.

            -Você – ele apontou para mim. – olhe para mim e me diga que nada do que aconteceu a Edward tem dedo seu.

            -E o que aconteceu a ele, pai? – Perguntei bocejando. – Por favor, eu já to sendo forçada a casar com esse cara e agora tenho que saber da vida dele enquanto ainda estou tecnicamente solteira?

            -Me diga onde estava ontem à noite. – Ele não se importou em me dar ouvidos.

            -Junto com Alice a noite toda, dancei, bebi um pouco e fiquei com um cara. Voltamos agorinha mesmo, e eu quero dormir.

            Ele olhou para Alice que confirmou toda história, sacudindo a cabeça num sim exagerado.

            -Céus, Carlisle está devastado em ver Edward daquele jeito. Se sente embaraçado. Acho que também ficaria se fosse com um filho meu. – Ele olhou para Alice parecendo tentar imaginar a situação, seu rosto se distorceu e ele sacudiu a cabeça como que para afastar esse pensamento.

            -Então eu to livre? Não preciso me casar com um bêbado e drogado?

            -O acordo ainda está de pé. – Charlie afirmou convicto - Só vamos dar o encontro por encerrado. Edward não sairá do hospital até amanhã e eu estou com receio desse acesso a drogas aqui, vou levá-las de volta a Miami e verão que vem o casamento será feito.

            -Mas pai... – Tentei argumentar.

            -Mas nada, você irá se casar com Edward Cullen, nem que seja a ultima coisa que eu faça em vida!

Edward:

            Vesti meu boné com um grande LA bordado em dourado que se destacava no azul marinho, e finalizei meu figurino para deixar o hospital. Felizmente a desintoxicação tinha sido um sucesso e eu estava sem seqüelas cerebrais ou quaisquer menção que voltaria a usar drogas novamente. Mal sabiam o por que.

            O ódio me consumia.

            Parecia uma chama que ardia no fundo dos meus olhos, que agora pareciam frios demais, assustadores. Um cinza ameaçador. A porta se abriu bruscamente, não precisei ser um gênio para adivinhar quem era, antes mesmo do meu pescoço ser fortemente abraçado e o boné girar arranhando minha cabeça com o cafuné ao melhor modo monstrengo de Emmett.

            -Adivinha só? Vamos para casa.

            É, uma atitude sensata, assim evitavam de que ocorresse um homicídio dentro daquele Resort. A pena de morte aplicada na Flórida parecia extremamente agradável depois de ter levado a Swan para arder no mais profundo inferno.

            -Mas sabe uma coisa que não captei? Você nunca foi de experimentar nada sabe? Porque logo na boate? Tentando chutar o balde pra ser um cara mal partido...– Emmett ia falando – Velho se foi isso, não deu nada certo. O pai da Swan até parece ta querendo se livrar dela. Deve ser tão extremo o nível de pentelhisse que nem a família mais quer!

            Olhei para Emmett e este recuou um passo.

            -Será que você não ouviu quando falei com a mamãe o que me aconteceu?

            -Que foi armação da Bella?

            -Exato.

            -Mas como, cara?

            Passei a mão na cabeça esperando agarrar meus cabelos, mas só tinha o boné ali, doeu no meu âmago isso, abaixei a mão cerrada.

            -Fui pra encontrar com a Vic, a ruiva do guichê, ela me prendeu na cama e me vendou, achei que ia ser um lance afrodisíaco, e então quando vi não era mais a ruiva, era Bella quem estava em cima de mim! E...

            -Cara, nem trepar você consegue mais por causa dessa Bella? Que frustrante ficar brox...

            -Me escute, porra!

            Quando vi eu estava agarrado ao colarinho da camisa de Emmett com vontade de socá-lo. Forcei meus músculos a relaxarem a tensão e respirei fundo.

            -Perguntei o que ela iria fazer comigo, e ela respondeu ‘nada que eu não fizesse pior’, e era verdade. Ela poderia ter me matado de overdose.

            Emmett ainda me encarava cético, cruzou seus braços e com o indicador coçou o topo da cabeça, como aquelas crianças de desenho animado.

            -Mas bro, pensa. Como ela iria te carregar mais de cem metros? Você pode ser um peso leve, mas ela consegue ser um peso pluma!

            -Ela tinha comparsas, talvez Victoria a tenha ajudado. – Sacudi a cabeça vendo que realmente parecia loucura, mas Bella era o contrário do comum. Talvez tenha dado um bom trato na Victoria depois, Swan poderia muito bem ter feito como Emmett chama, uma chupeta, na ruiva.

            -Então supondo que isso foi mesmo armação da Bella, o que vai fazer sobre isso? Não vai deixar barato, não é?

            -Não, definitivamente não.

            Duas batidas delicadas na porta fizeram eu e Emmett interrompermos nosso papo, minha mãe estava ali sorrindo e caminhou até mim.

            -Posso falar com seu irmão a sós um instante, Emmett?

            Depois do meu irmão nos dar licença, minha mãe fez com que eu me sentasse na cama ao seu lado e tentou cobrir minhas mãos dentro das suas, que apesar de serem bem menores que as minhas, eram reconfortantes, tal como apenas as mãos de uma mãe poderiam ser.

            -Seu pai continua firme na idéia do casamento. – Ela disse diretamente e sem rodeios.

            -Só queria saber o que eu fiz para ele me odiar tanto.

            -Ele não te odeia Ed...

            -Ah, não? – Eu a interrompi bruscamente. – Mãe, olhe para mim, essa garota foi capaz de me drogar para me ferrar, entende isso? Entende a insanidade com a qual vou ter que viver até que a morte me faça o favor de nos separar?

            -Edward...

            -Não, mamãe! – Me levantei olhando-a. – Não! Nada de ‘Edward’ e todo aquele papo de novo que é para o bem da empresa! Olha, eu estou para terminar meu curso de engenharia naval, já consigo fazer projetos... Posso atropelar muito fácil a empresinha dos Swan, a final nenhuma das herdeiras dá à mínima! Alice provavelmente irá cursar alguma coisa relacionada a futilidade da moda ou psicologia porque ela tem mesmo que ensinar a arte de domar um trambolho como a irmã. E Bella é chave de cadeia! Não entendem? Charlie se sente aliviado em poder fazer um acordo onde ele sai ganhando muito mais em se livrar daquilo!

            -Não é bem assim, Edward. – minha mãe me disse firme. – Estudamos antes a família deles, e está enganado sobre Bella.

            -Ah, estou?

            -Você verá, ela é melhor do que parece...

[...]

            Claro que ela era melhor do que parecia. Minha gota de sanidade foi embora assim que cheguei no Resort para organizar minhas coisas, foi como ter uma faca atravessando meu coração, meus olhos arderam olhando meu lindo Takamine eletroacústico destruído. Mais de cinco mil dólares ali...

            Peguei-o e quando o ergui do descanso algo sacudiu dentro dele, pela dolorosa ausência de cordas pude por minha mão no buraco e investigar, um envelope. Abri-o

“Bu! Que susto heim, Edzinho? Aprenda a não brincar com fogo, quem sabe assim evita se queimar. Fica a dica.”

            E junto ao bilhete, encontrei um pequeno pedaço do meu cabelo parecia fétido e doentio... Joguei tudo no chão e corri escada a baixo, eu não via além da malha vermelha de ódio, tudo parecia mais rápido e ágil, terminei os lances de escada, eu estava na recepção ardendo e decepcionado de não encontrar se quer a Swan saindo.

            -Para onde foram as Swan? – Perguntei a recepcionista.

            Meu tom era puro ódio e reparei que a mulher atrás do balcão se encolheu um pouco, e sua voz não era instável ao me responder.

            -Saíram ontem.

            E então eu enlouqueci.

Um verão depois

Bella:

            Me virei para a assembléia que assistira ao meu casamento com Edward, todos estavam esperando com uma expectativa nos olhos.

            -Pode beijar a noiva. – O padre disse sorrindo.

            Olhei para Edward que me encarava, o ódio estava ali, atrás daquele azul acinzentado assombrado, um sorriso mecânico se formou nos seus lábios, senti sua mão puxar com força minha cintura contra seu peito.

            -Nossa. – Provoquei-o assim que me choquei contra ele. – Assim você me mata, maridão.

            -Não sabe o quão prazeroso seria fazer isso, esposinha.

Ele inclinou-se até meus lábios e os tocou com os seus, se mantendo desse jeito. Não fechamos os olhos, não confiávamos um no outro para tanto, nos encarávamos enquanto a Igreja aplaudia ovacionando em aplausos e assobios. Sentimos as luzes dos flashes das câmeras brincarem com nossos olhos e finalmente nos separamos.

Edward:

            Eu me sentia com febre ao sair do ar condicionado da limusine e chegar ao Palace Miami, o hotel mais caro e badalado, assim que passei pela porta tirei a gravata e o blazer e me dirigi diretamente ao pequeno bar que tinha no quarto.

            Tomei duas doses rápidas do wisky que ali tinha e me virei bem a tempo de ver Bella passar pelo portal da porta toda atrapalhada com o longo véu e o vestido.

            -Você deveria me ajudar nisso, não é a tradição? – Ela apontou para si própria.

            -Ah, você quer o tradicional?

            Caminhei até ela e a peguei no colo rapidamente e ao virar para dentro do quarto do hotel, seus pés bateram fortemente no portal da porta soltando seus saltos. Ela sibilou e tentou se soltar, mas eu a prendi contra mim.

            Assim que chegamos no quarto a joguei na cama, a cara de incredulidade da Swan me fez rir, ela estava em choque? Resolvi atentar mais um pouco e pus-me em cima dela nivelando meu peso.

            -O que pensa que está fazendo? – Ela perguntou com a voz meio trêmula.

            -Oras, o tradicional, baby.

            Sua boca se abriu em um O, senti contra meu peito seu coração bater desritmado e suas bochechas coraram violentamente, ai eu não agüentei e caí na gargalhada.

            -Não, espera, não achou mesmo que eu iria tentar alguma coisa com você? Achou?

            Eu podia ver em seu rosto que sim, e então eu me deixei ser empurrado ainda que fosse com sua violência fisicamente inofensiva a mim e sair para ir ao banheiro atrapalhada com o vestidão branco.

            -Posso te ajudar a tirá-lo, já que pareceu gostar tanto da idéia. – Provoquei.

            Obtive uma porta socada com mais força do que o habitual como resposta e suspirei diante disso. Passaram-se pouco mais de um ano, eu agora tinha vinte e um anos e Bella dezoito, era ridiculamente cedo para o século XXI um casamento com essa idade, fora que os motivos para ele eram piores ainda do que a idade.

            Muito aconteceu, demorei a conseguir controlar o ódio que agora nasceu em mim pela Swan e voltar as aulas particulares de desenho naval que eu vinha fazendo desde os quinze junto com o colégio, meu pai tinha pressa em me usar na empresa por causa da concorrência em cima e concluiu que eu deveria fazer uma faculdade mais tardiamente, quando fosse enfim assumir as rédeas do negócio.

            Conforme meu cabelo voltou ao normal, eu cresci interiormente de uma forma que duvidei que um dia eu fosse precisar. Eu iria me vingar de um jeito ainda pior e ensiná-la que a ira dela para comigo não se equiparava em nada com a minha para com ela.

            Porém deixei isso adormecer em mim, e aproveitei o ano com minha família. Minha mãe voltou a Europa e logo todos fomos para lá em família comemorar as festividades de final de ano em Paris. Foi então que Emmett conheceu Rosalie, que parecia ter sido moldada nos pensamentos gananciosos do meu pai. Rose é nada mais e nada menos do que da Inglaterra e descendente direto dos nobres da família Hale, ou seja, ela respirava dinheiro e realeza, algo que Carlsile com certeza deve ter ficado inebriado.

            Mas Emmett não pareceu se importar com isso, não economizou em nada com Rose, sempre indo ao Maxim, um dos, se não o maior restaurante de toda a França, buquês, passeios... Até que finalmente ataram namoro e desde então estão juntos. O que é considerado um milagre para um porra louca que nem o Emmett. Acho que ele estava mesmo apaixonado.

            Infelizmente eu não tive a mesma sorte, freqüentei alguns dos lugares que prometiam alguma coisa, mas nada parecia que iria mudar a idéia do meu pai quanto ao casamento, a final, acho que ele só mudaria se eu casasse com a Rainha.

            E agora eu estava aqui, deitado com as mãos na cabeça olhando o teto, sem saber como iria continuar com essa farsa de casamento, onde o ódio era a base mais bem estruturada que tínhamos um pelo outro. Tirei o que restava do terno e fiquei apenas com a boxer que usava e me sentei na cama puxando o edredom para mim

            -Pode arredar o burrinho da chuva se pensa que ficará com a cama. – Bella protestou.

            Ela estava com um camisão com o símbolo da boca com a língua para fora característico dos Roling Stones e um short largo, seu cabelo estava preso no alto da cabeça e os fios soltos a faziam parecer como se tivesse um sol na cabeça.

            -É uma cama king. – Apontei para o lado vago. – E você não vai ocupar nem um terço disso tudo aqui com esse traseiro magro.

            Bella se sentou ao meu lado e me encarou.

            -Eu chuto a noite.

            -Posso me defender de você até dormindo.

            -Não foi o que pareceu verão passado.

            Bastou isso e eu senti o gosto amargo da ira pingar na minha língua, Bella percebeu que toda minha calma e implicância tinham se esvaído e soltou uma longa risada. Depois de fingir limpar uma lágrima inexistente do olho, ela teatralmente puxou o edredom muito grande para si e deitou-se virada de costas para mim.

            Não me fiz de rogado e puxei o edredom para mim com um pouco de força exagerada e senti imediatamente um chute da Swan me atingir nas costas.

            -Achei que era só dormindo. – Comentei com a raiva pingando em cada palavra.

            -E quando julgo necessário também.

            Puxei mais o edredom e ela também, por alguns instantes ele ficou esticado apesar de eu ter uma porção considerável a minha frente e apostaria que ela também tinha, a disputa parecia que iria prosseguir e eu não iria desistir.

            Porém o dia cheio pesou e eu fui sentindo o edredom ceder, mas não apenas da minha parte, e tão de repente quanto a disputa começou, ela terminou e então eu mergulhei no mundo dos sonhos.

Bella:

            O ano passou rápido demais para o meu gosto, porém eu aproveitei cada minuto dele com minha irmã da melhor forma possível, e ambas nunca tocávamos no assunto sobre o futuro, ainda que este fosse o dia seguinte, o que importava era o ali e o agora. Nunca tinha pensado nos benefícios de viver desse jeito e vi que realmente valiam a pena.

            Fomos a Orlando escondidas, Alice e eu nos divertimos tanto quanto eu imaginei que iríamos se fossemos ali sozinhas, conheci a Disney World verdadeiramente com ela tirando fotos e me aturando nos momentos ataques infantis. Não senti vergonha alguma em bancar a criançona na fila onde predominavam mesmo eram os pentelhos.

            Eu só queria viver feliz verdadeiramente. E vivi.

            Era como uma despedida, ao voltarmos Charlie nem se quer tinha notado nossa ausência, saíamos impunes da maior parte das viagens que fizemos ao redor de Miami, conheci praias diferentes e talvez se ainda fosse verão eu tivesse conseguido sair do tom pálido permanente na minha pele.

            Tudo pareceu tão distante, quanto em outra vida. Agora eu estava casada e nada poderia mudar isso novamente. Alisei a lâmina afiada da faca que tinha pego na cozinha na hora que acordei e me sentei no abdômen do Cullen enquanto o esperava despertar, ele tinha um sono mais leve agora, sua boca estava fechada e suas pálpebras tremiam mais.

            E então ele abriu os olhos e não hesitei.

            -ESTÁ LOUCA? – Edward berrou assustado.

            A faca atravessara seu travesseiro com centímetros de distância do seu rosto.

            -Não, isso é só um aviso. – Eu me levantei. – Se me tocar de novo não errarei o alvo, que fique claro isso.

            Deixei-o completamente esbaforido para trás e peguei minha bolsa na poltrona que tinha no quarto, eu tinha um café da manhã marcado na cafeteria próxima a orla com minha irmã e não pretendia me atrasar mais nem um minuto. Vesti meus Ray-Ban e saí com um sorriso de satisfação, eu comecei bem o dia.


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Notas finais do capítulo

Aaii cambaada! Vocês sabem deixar uma autora muito feliz! Sério!
Vocês comentaram bem e cara isso me deu muito gás para continuar, é o remédio para qualquer bloqueio, acreditem.
Bom, o capítulo não foi da forma como muitos esperavam, né? Não teve tanta comédia, mas acho que para a Fic ele foi aquele intermédio essencial, pois o ódio tem que nascer em algum lugar, concordam?
Então, espero que tenham gostado e de agora em diante, é a vida de casados e promete cambada!!! Esse capítulo foi devidamente betado pela Mandy_Haruno minha eterna irmã e beta, e graças a ela que ele ta aí lindo e xuxu beleza.
Obrigado a todos que comentaram, vocês são fodas, sério.
Beijos galera, até o próximo!
Comentem e comentem muito para me dar energia e ânimo!
Giihrsouza