Marrying With The Devil escrita por Giihrsouza


Capítulo 20
Capítulo 19 - A Flor Da Pele


Notas iniciais do capítulo

DEMOREI MUUUUUUUUUUUUUUITO, ok. Desculpem-me. Mas eis um capítulo fresquinho para vocês!!
boa leitura!!!



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Capítulo 19 – A Flor Da Pele

               

Edward:

                Olhei frustrado o quadro de voos.

                Minha sorte havia finalmente parado de sorrir para o meu lado e todos os voos para Miami estavam atrasados em mais de duas horas. Eu sabia que eu poderia esperar, calmamente... Rezando de preferência para poder chegar ao menos na saída de Bella do tribunal.

                Mas eu não conseguia cogitar ficar parado, sentado e esperar. Eu sentia que para ir encontra-la eu poderia ir a nado até Miami se fosse preciso. Tudo para poder mostrar a Bella que nosso amor era maior e tão insano que eu havia deixado tudo por era, e não havia sido nenhum sacrifício, mas uma libertação inexplicável.

                Olhei a hora e me perguntei se Carlisle já saberia da minha fuga. Caso soubesse, não demoraria muito para que ele me achasse, com certeza duas horas seria mais do que necessário para que ele ligasse dois e dois e achasse quatro.

                O caso era: o que fazer?

                Andei pelo saguão completamente perdido em pensamentos, meus planos iam desde roubar um carro até realmente ir a nado.  Foi ai que bati de frente com um banner que anunciava um passeio de escuna. Olhei para o céu e agradeci internamente pela ideia, enquanto corria em disparada.

                Eu não iria a nado, ou roubaria um carro, eu iria de barco.

[...]

Bella:

                Os cabelos de Renée eram castanhos, mas eram mais claros do que eu esperava. Eles estavam caídos em pequenas ondas pelos seus ombros finos e esguios, seu rosto era liso apesar da idade e seus olhos eram verdes intensos.

                Tentei decorar cada detalhe da mulher que eu sempre sonhei em conhecer. Tentei enxergar além do meu sonho infantil de ter um verdadeiro laço de mãe e filha, mas não consegui. Eu a havia idealizado tanto... Havia sonhado tanto com esse momento, o momento em que eu finalmente a veria, em que eu perguntaria o que houve todos esses anos...

                -Há quanto tempo não se veem? – Chotas perguntou repentinamente.

                Renée estava sentada na cadeira dos réus, Chotas já a interrogava... Quando isso aconteceu? Meus olhos não se desviaram dos olhos verdes maternos nem por um segundo. Ela me olhou novamente, e sustentou meu olhar para responder.

                -Desde que ela tinha dois anos.

                -Pode nos contar o que houve para tamanha separação?

                Renée suspirou e quebrou nossa ligação do olhar fechando suas pálpebras.

                -Quando engravidei de Alice foi completamente inesperado. Charlie e eu éramos duas pessoas muito jovens para cuidar de uma criança... Mas decidimos por manter a gravidez e dá-la a adoção. Quando Alice nasceu, porém, Charlie se apaixonou por ela como um cego se apaixonaria caso visse a luz do sol pela primeira vez. Ele não quis que nos desfizéssemos da criança, então nos casamos por exigência da família dele e nos concentramos em dividir nosso tempo para realizar nossos objetivos e cuidar da pequena Allie.

                “Mas eu sempre quis ser atriz, e como eu não tinha conseguido nada até então, eu tinha ficado encarregada de ficar a maior parte do tempo com Alice. Enquanto ela crescia, crescia minha sede de me libertar desse compromisso... Não que eu não a amasse, eu a amo, muito... Mas... Eu era imatura e o suficientemente egoísta para pensar que poderia ir parar em um filme, fazer carreira e depois assumi-la”

                Renée suspirou.

                -Mas eu não esperava que a indústria cinematográfica tivesse um lado obscuro. Eu fui até um diretor de elenco, ele procurava por uma atriz principal para lança-la, e eu fui atrás desse sonho, deixando a pequena Alice com apenas dois anos aos cuidados de uma criada. Chegando lá, eu fiz o teste, eu li o texto, interpretei-o. Vi que ele me olhava diferente das outras garotas, logo imaginei ser uma boa coisa, a final, eu era bonita o suficiente e talentosa...

                “Fui chamada logo em seguida para acompanha-lo até um escritório, e lá ele me disse que havia gostado de mim. Eu senti imediatamente um frio me correr pela espinha, não entendi o porque eu deveria correr daquele encontro... Era o meu futuro oras! Ignorei meus sentidos e me mantive no jogo, como uma garotinha inocente e empolgada com uma oportunidade...”

                Uma lágrima lhe desceu pelos olhos.

                -Fora horrível, eu tive de escolher... Entre minha dignidade e a minha carreira. Não tive muito tempo para pensar... Quando menos percebi o monstro estava me dominando em cima de uma mesa moribunda... Como se eu fosse qualquer vadia de esquina. – Renée estrangulava para falar.

                -E depois? – Chotas a incentivou.

                -Eu engravidei do monstro. Charlie pensou ser dele, eu me deitei com ele no mesmo dia, mais para tentar esquecer do que para por a responsabilidade sobre ele, eu não sabia que estava grávida, e por isso também acreditei a inicio. Isabella nasceu oito meses depois, prematura devido a um forte stress que sofri entre uma briga com Charlie. Quando eu a vi, eu juro, eu tentei olhar para a criança e sentir-me tão maravilhosa como foi com Alice... Mas havia muito do monstro nela, como os olhos castanhos como chocolate.  Charlie imediatamente suspeitou do jeito evasivo que eu tinha com o bebê e descobriu tudo.

                “Foi a nossa ultima briga, foi tão feia que a pequena Alice se levantou de sua cama e perguntou com lágrimas nos olhos se estávamos bravos com Isabella. Vimos que ela a amava. Ao contrário de nós. Foi ai que Charlie decidiu que cuidaria das duas e, no dia seguinte eu desapareci para sempre... Para fugir da minha vergonha, de mim mesma...”

                Renée abriu os olhos e me olhou. Eu ainda a olhava, só que dessa vez pasma.

                -Tentei ir vê-las sempre no natal, Isabella crescera e ficara tão lindinha... Alice não se separava dela, e eu comecei a me livrar dos meus fantasmas sempre que ia vê-las... Mas Charlie percebera isso e me dissera para encarar as consequências das minhas escolhas, e ameaçou de fazer algum mal à Isabella caso eu voltasse a vê-las novamente.

                “Mesmo ausente, contratei um detetive particular, ele tem todos os registros da investigação e nelas constam os maus tratos que Isabella sofria. A descriminação entre ela e Alice me enojou e eu nunca quis tanto intervir, pegá-la nos meus braços... O mesmo bebê que ousei um dia desgostar, e leva-la comigo. Mas temia demais por sua segurança... Por isso me mantive distante, mas sempre, sempre zelando por ela...”

                Havia muitas reações possíveis para o momento, eu poderia começar a gritar, eu poderia ir e abraça-la, eu poderia socar a mesa, agarrar-me a mesa como se fosse para me manter ali...

                Mas nenhuma delas foi a minha.

                Eu não desviava ou piscava meus olhos, eu me sentia presa em uma rede de torpor, completamente imobilizada para esboçar qualquer coisa além de olhos arregalados em ver a explicação para tudo o que jamais entendi. Charlie me odiara desde o primeiro dia, e isso nunca mudou, não como Renée... 

                Percebi que um projetor entrava na sala e Chotas sorria, ele apontou para a tela branca voltada para todos verem, ali começara um vídeo filmado através de uma janela aberta, incrivelmente havia áudio...

                Uma menininha de cabelos cor mogno apareceu, ela não tinha mais do que oito anos, ela carregava um cartão azul. O ar fugiu-me ao perceber que eu era a menininha e que estava com um cartão, que pela data, era do dia das mães... Eu me lembrava desse dia que estava sendo narrado na tela.

                Segurei contra o peito o cartão, mesmo sendo para o dia das mães, eu o pintei de azul, mesmo quando todos pintavam de vermelho ou rosa. Todos iriam dar a suas respectivas mães... Eu tentaria dá-lo ao meu pai.

                Entrei no seu escritório hesitante, ele estava atrás de uma mesa do meu tamanho. Eu o havia visto receber um cartão de Alice e fora isso mais do que tudo que me impulsionara a tomar essa atitude... Talvez eu devesse ter caprichado mais, para que ele olhasse para ele só um pouco mais...

                -Papai – Chamei-o.

                -O que quer, Isabella? – Ele perguntou sem retirar os olhos do jornal que ele lia.

                -Eu... Te fiz uma coisa. A professora disse que era para as mães, mas eu... Não tenho mãe e decidi pintar de azul e... Fazê-lo para você.

                Charlie passou a página do jornal.

                -Papai! – chamei-o exaltada. – Você não me escutou?

                Ele abaixou, impaciente o jornal.

                -Me dê logo a droga do cartão e vá embora! Não vê que não tenho tempo para isso? Preciso ganhar dinheiro e a menos que você faça algo de realmente útil, como um barco, eu não posso perder tempo com isso.

                Charlie pegou o cartão da minha mão e jogou-o na mesa.

                E eu saí chorando.

                Não havia um barulho na plateia, o choro da criança ficava cada vez mais longe ecoava por todas as paredes do tribunal. Criei coragem e olhei para os jurados.

                -Vocês ouviram o relato de uma mãe que foi praticamente abusada sexualmente para conseguir um roteiro, uma mãe arrependida e principalmente impedida de exercer plenamente seu papel sob ameaças de comprometer o bem estar dessa criança. – Ele apontou para mim. – Agora, Charlie cumpriu com a palavra dele? Meus caríssimos, esse vídeo é a prova irrefutável de que tenha permanecido longe, Charlie não cumpriu sua palavra. Algum de vocês faria isso a uma criança de oito anos? Ouso dizer, Isabella é um milagre. Quantas dessas crianças não viraria um delinquente? Um drogado?

                Chotas deixou a fala dar efeito, o rosto dos jurados registrava cada uma de suas palavras.

                -No entanto, a acusamos de agir contra um pai que segundo meu colega era amoroso, só que era ocupado e por isso Isabella sentia ciúmes da sua irmã mais nova...  Isso parece algo tão fútil quanto foi relatado? Eu digo que não. Isabella nunca teve um pai, quem dirá amoroso. Foi desprovida de ambos amores. E ainda sim, é acusada de, em um momento extremo, de ter cometido o quase assassinato por maldade.

                “Isabella não planejou tentar matar seu pai. Ela sofreu um lapso nervoso, que a manteve hospitalizada por algum tempo, há registros psiquiátricos que podem comprovar isso, e qualquer exame pode ser feito e será comprovado que sim, lapsos paternos de tal gravidade, deixam suas cicatrizes. Mas como eu disse, Isabella é um milagre. Ela está aqui, senhora  e senhores, ela é casada e ama seu marido, ela está aqui, enfrentando a tudo isso, com apenas uma certeza de que caso parassem para entende-la e não julgá-la, esse julgamento não seria necessário, poderíamos ter economizado um bocado de dinheiro público.”

                E como num passe de mágica, tudo mudou, mesmo tudo estando em seus devidos lugares.

                E de repente eu tive certeza de que iria ganhar.

[...]

Edward:

                As marés pareciam estar ao meu favor, o Alfa Marítimo cortava as ondas e eu podia sentir respingos do sal salpicarem meu rosto.

                Conseguir um barco foi a parte mais fácil, eu fui até a sede da empresa do meu pai que ficava próximo à marina que era também próxima ao aeroporto, e lá tinha um barco parado para amostra. Bastou passar o discurso que eu era um Cullen e queria o barco a pedido do meu pai.

                Eu não tinha tempo para consciência pesada agora para me preocupar se o garoto com espinhas iria perder o emprego ou não depois de eu tê-lo enganado.

                O vento favorável me fez abrir também a vela que estava estufada ao máximo, o motor também marcava alta velocidade, e eu podia sentir que avançava mais rapidamente a cada onda que impulsionava o barco mais a frente.

                Quarenta minutos depois eu olhei para o mar a minha frente e lá estava Miami Beach.

                Bella, estou chegando!

Bella:

                Quarenta minutos haviam se passado e nada.

                Olhei frustrada para as quatro paredes da pequena sala que me cercavam novamente, esperar por um veredicto dentro de uma salinha tornava tudo mais claustrofóbico do que já era.

                Peguei o telefone novamente e tentei ligar para Edward. Caso ele não atendesse eu iria pegar o avião direto para Maryland só para chutá-lo no meio do saco. Isso claro se eu vencesse...

                Suspirei e iniciei a chamada.

                No quinto toque Edward atendeu, completamente esbaforido.

                “Meu amor! Como você ta?”

                -Como eu estou? Estou um caco de tanto que estão sacaneando meus nervos. Agora me responde você, porque demorou tanto a me atender? Está saindo com as universitárias e decidiu que vai terminar comigo?

                Edward riu.

                “Você é absurda. Eu já disse que te amo além da sanidade, não disse?”

                -Não parece! Você não me atendeu. – Choraminguei.

                “Eu fiz melhor, Bella.”

                Não sabia o que entender por essa frase, por isso a ignorei e desabafei.

                -Edward você não tem noção do quanto eu sinto sua falta aqui... Sabe teve um monte de testemunhas contra mim, mas muita mesmo. Até seu pai e ai...

                “Espera, meu pai testemunhou contra você?” – Edward pareceu descrente.

                -Sim. Ainda teve a cara lavada de falar que não sabia porque você tinha se casado comigo...

                “Filho da mãe! Vou me entender com ele, já estou chegando ai...” – Edward estava falando em uma avalanche de palavras.

                -Espera, espera. Como assim “chegando ai”?

                “Eu disse que por você eu era insano... Eu peguei o avião de volta, Bella. Eu estou em Miami nesse momento, corri para pegar um táxi. Acho que o filho da mãe vai me arrancar o rim para pagar a corrida até ai, mas não ligo. Ele dirige rápido então eu estarei ai em cinco minutos.”

                Pisquei sem conseguir falar nada. Meus olhos ficaram marejados.

                -Eu te amo. – Foi só o que consegui dizer.

                Edward riu.

                “Eu te amo pra cacete também. E eu nunca sairia com universitárias, nem mesmo que elas fossem tão gostosas quanto a Pamela Anderson. Só existe você, Bella.”

                -Chegue rápido para mim.

                “Pode deixar. Beijos.”

               

[...]

Edward:

                Assim que o táxi estacionou uma esquina de distância do tribunal –a quantidade de vans e repórteres tornava impossível que o carro se aproximasse mais sem matar alguém. – eu o paguei com bons cinquenta dólares e disparei para o mar de pessoas, ainda pensando em como faria para alcançar Bella.

                -Licença senhora... – Pedi a uma moça de cabelos presos em um coque, trajando uma saia social preta colada e blusa branca de botões.

                -Não vê que estou trabalhando? – Ela perguntou amarga.

                -Só queria saber como faço para entrar no tribunal.

                Ela riu, debochando de mim.

                -Impossível para meros mortais, meu caro. Porque acha que eu ainda estou aqui no meio da rua e não lá dentro? E mesmo se eu soubesse eu não te contaria.

                Revirei os olhos e me afastei da mulher antipática, tentando abrir caminho em meio a multidão para chegar à escadaria de acesso ao tribunal. Dez minutos depois de agonizar no meio de um monte de espaços que desafiavam a física de tão estreitos, eu cheguei a uma grade.

                -Me deixa passar. – Gritei para um segurança que estava próximo.

                -Ta bom. – Ele falou ironicamente.

                Será que o bom senso de todos havia evaporado?

                -Se não me deixar entrar eu vou invadir. – Ameacei.

                -E ai você morre. – Ele mostrou a arma na lapela presa a sua cintura. – Ordens são ordens, garoto. Permaneça sem fazer estardalhaço.

                -CARLISLE CULLEN ESTÁ SAINDO! – Ouvi alguém gritar.

                E imediatamente meu diafragma se prendeu contra a grade metálica, forçada por um mar de repórteres e seus microfones enquanto gritavam perguntas ao mesmo tempo, tornando praticamente impossível de se compreender.

                -PAI! – Gritei contra a massa. –PAI!!!!!

                Mas Carlisle ainda olhava fixamente para frente e era escoltado, praticamente ignorando todos os repórteres.

                Olhei para todos os lados aturdido. Como chamar atenção? Olhei para meu sapato sujo e peguei um pé e depois de mirar por breves segundos, eu o lancei.

                -QUEM FOI O INDIGENTE QUE FEZ ISSO?

                O mar de vozes imediatamente cessou, procurando o culpado pelo sapato na cabeça de um dos maiores empresários da cidade. Era minha deixa.

                -FUI EU! – Me entreguei.

                -Edward? – Carlisle perguntou olhando para mim, tirando o óculos para se certificar que estava vendo certo.

                -Sim, pai. Eu voltei.

                -Como? Edward, como você pode ser tão irresponsável ao ponto de voltar...

                -Irresponsabilidade seria deixar minha esposa sem amparo no momento em que ela mais precisa. Ainda mais quando o sogrinho dá na telha para testemunhar contra ela.

                Carlisle se aproximou de mim, autoritário.

                -Você não pode me julgar. Fiz para seu bem.

                -Meu bem? E por isso você me obriga a casar com uma pessoa que no inicio eu odiava e depois fica inventando que eu a escolhi? O destino foi bom comigo, papai. Eu acabei me casando com a mulher da minha vida e talvez eu devesse te agradecer. Mas sinceramente ainda não sei.  Porque eu descubro que você me manda para milhas de distância só para me apunhalar pelas costas.

                -Eu não te apunhalei...

                -PREJUDICAR ISABELLA É ME PREJUDICAR, SERÁ QUE NÃO VÊ ISSO? EU A AMO! – Eu gritei com ele, me segurando na grade, a única que separava-me dele.  

                O meu grito despertou a ambos sobre a plateia que nos assistia, ansiosos para mais história em suas respectivas revistas e colunas. Sem me importar com eles, pulei a grade e ao contrário do que o segurança falou, não tomei um tiro se quer. Peguei meu tênis e já ia dar as costas para Carlisle e sua prepotência sobre o que era certo ou não para mim quando senti sua mão agarrar meu braço.

                -Ainda temos que conversar.

                -Vamos ter que adiar, eu tenho um encontro a comparecer. E estou atrasado.

                Dito isto, soltei meu braço e me dirigi para o tribunal, assim que terminei de subir as escadas, os repórteres novamente explodiram em perguntas desconexas, ignorei a todos e fui ao encontro de Bella.

Bella:

                Apertei a mão de Edward mais uma vez, me certificando de que não estava sonhando ou delirando com sua presença outra vez. Ele correspondeu afagando as costas da minha mão. Suspirei aliviada.

                -Acha que vamos conseguir? – Perguntei, receosa.

                -Pelo que você me contou, sim, eu acho. – Ele sorriu, mas o sorriso torto não chegara a seus olhos.

                Desejei imediatamente não ter lhe falado nada sobre seu pai no julgamento. A final que direito eu tinha? O pai dele se preocupava com ele, e claro que ele me via como todo mundo mais via: uma garota problema. Que pai em sã consciência não tentaria salvar o filho disso?

                -Está errada. – Edward disse repentinamente, como se lesse minha mente.

                -Você não pode saber.

                -Posso. Porque sei que está se auto difamando fazendo essa cara. E não, você não é tudo de ruim que essas pessoas falaram.

                -Mas há uma diferença, Edward. Você me ama além da sanidade.  Isso quer dizer que ama o lado que muitos odeiam... Que muitos desprezam.

                -Você viveu tempo demais sob uma armadura que repelia as pessoas. E ninguém te julga por ter feito agora. A raiva das pessoas é uma consequência dessa armadura, e que só passará com o tempo. Mas você verá, tudo vai ficar bem. Somente eu te amando não basta?

                -Basta. – Respondi sorrindo.

                Era fácil demais me perder naquelas orbes azuis, quase cinza a luz do sol que banhava seu rosto através da claraboia no alto do teto. Através delas eu via sua alma, e via o quanto o episódio o tinha abalado, mas eu também via algo além do triunfo, que deixava seus olhos macios e gentis. Ele estava mais do que realizado de ter conseguido chegar até mim.

                Era fácil me perder naquelas orbes. E por isso, não percebi que o juiz já anunciava a sentença decidida pelo júri.

                -...Visíveis descasos foram cometidos ao longo da criação dessa menina, cicatrizes que vão além da razão as vezes tomam posse dela. A justiça, porém, não tolera aqueles que a comprometem, pois a justiça zela por algo acima de todas as questões justificáveis que é a segurança geral da população. Por isso, atos explosivos como tentar assassinar alguém não podem ser visto como um caso isolado...

                -Edward, estão me condenando! – Falei tardiamente, juntando as palavras. – Eu vou ser presa!

                Edward não respondeu nada, ficamos a ouvir o juiz terminar de ler o documento.

                -... Sensíveis aos descasos e não alheios às consequências deste, condenamos Isabella Marie Swan Cullen a um mês de serviços comunitários e a absolvemos do pedido de voz de prisão pedido pela acusação, e acolhemos o pedido da defesa de ressarcimento por danos morais no valor de cinco milhões de dólares.

                O martelo foi batido e eu senti meu coração falhar.

                -Eu ganhei? – Perguntei ainda perdida.

                Edward sorria e me abraçava.

                -Acabou, anjo. Acabou. Vencemos!


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Notas finais do capítulo

Final tranquilinho esse nao??
Bom gente, quero agradecer antes de mais nada a todos que comentaram no capítulo anterior tanto por estarem besta por eu ter parado o capítulo daquele jeito, quanto por me desejarem uma boa prova.
Não tem sido fácil e vou admitir para você que o desânimo e a dificuldade de virar finalmente universitária estão me afetando muito ultimamente. Por isso mesmo no tempo livre eu não conseguia escrever. Frustrante demais. Me desculpem.
Mas como eu sempre digo, eu penso na Fic sempre e sempre, meus cadernos são cheios de anotações, minha mente tem um espaço dedicado somente a MWTD. E por isso, por cima de TUDO, tudo mesmo que venho passando, eis um cap novo para vocês.
Devo informar que a fic está no final, outro motivo pelo qual venho economizando nas palavras, porque poxa... Ta acabando!! Nem acredito, juro.
Nos próximos caps esperem mais humor e descontração e é claro um pouco de tensão para apimentar as coisas. Mas por favor, não me abandonem!!!
Espero que tenham gostado desse cap. Comentem e não deixem de falar suas opiniões. Deixo até me xingarem. É sério. kkkkkkkkk
Um beijo e sério, vou sentir saudades de vocês comentando... aaaaaaaaaah que droga.
Deus abençoe a todos.