Marrying With The Devil escrita por Giihrsouza


Capítulo 16
Capítulo 15 - Insanidade


Notas iniciais do capítulo

Trabalhei o mais rápido que pude nesse capítulo, mas ele é bem delicado e eu sei que vai valer a pena assim que vocês começarem a lê-lo por isso... BOA LEITURA!!!



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Capítulo 15 – Insanidade.

Edward:

                Peguei o buquê de rosas no balcão, Sam recebeu o dinheiro e o pôs no caixa.

                -Você deve mesmo amar essa mulher.  – Ele comentou.

                Me limitei a sorrir e voltar para meu Aston Martin, eu estava ansioso para recomeçar a pedir desculpas. Meu plano B parecia bem simples, eu iria ser o cara perfeito para a Swan, eu iria fazer o príncipe encantado ter inveja de mim, de tão perfeito! Eu iria comprar rosas, iria comprar doces, leva-la para passear, e dizer o quanto eu sentia por ter errado com ela.

                Virando a esquina da rua da nossa casa vi a limusine da realeza britânica manobrar e ir embora, então Bella teve visitas de Alice? Ou seria Emmett atrás de mim? Mais provável Alice, se minha família viesse atrás de mim não usariam uma limusine, mas uma ambulância e enfermeiros munidos de camisas de força. Afastei o pensamento e me concentrei em dirigir em segurança até em casa.

                Assim que estacionei na garagem eu fui para a casa, Bella estava sentada no sofá, os olhos presos na mesa, como se ela visse alguma coisa errada na fissura da madeira... Mas eu sabia que ela não olhava a madeira, ela olhava muito além daquilo.

                Cocei a garganta para chamar sua atenção e ela sobressaltou, assustada. Me apressei em sorrir e começar o meu plano.

                Coragem, Edward!!!

                -Oi, - Ótimo, agora o restante... – eu fui dar uma volta e... Refletir tudo que você me disse, sabe? E eu pensei que poderíamos recomeçar, sabe? Do zero. Podemos tentar novamente e eu prometo ser perfeito para você.

                Me aproximei diminuindo nossa distância, me sentando na poltrona a frente dela e finalmente mostrando o buquê especial que eu havia montado para ela de rosas amarelas, vermelhas e brancas.

                -E então? Topa?

                Eu esperava por muitas reações, gritos principalmente. Mas nada comparado ao que veio a seguir.

                Bella se levantou e pegou o buquê da minha mão, o levou ao rosto por um segundo e logo depois agarrou a sua ponta e em um movimento rápido, o usou de bastão, batendo as rosas com tudo no meu rosto.

                Só deu tempo de fechar os olhos e abaixar o rosto um pouco para evitar ficar cego, de resto, os espinhos rasgaram minha bochecha direita com tudo, eu sentia o sangue correr quente pelo meu rosto.

                -NÃO FODE COM MINHA VIDA, CULLEN! – Bella disse largando o buquê destruído na minha frente.

[...]

                Acordei no dia seguinte sinceramente destruído. Meus planos para conseguir reconquistar a Swan simplesmente estavam todos fadados a falhar repetidamente.

                Vesti uma bermuda e uma camisa branca da Hering comumente usada por baixo da camisa social e fui para a cozinha preparar o café da manhã. Bella já estava lá com um sanduíche de pasta de amendoim na boca sorrindo como se nada tivesse acontecido, porém eu conhecia aquele sorriso. Eu já o havia visto em outra vida...

                Era um sorriso de ironia. Que ela usava na época do Resort.

                -Oi, Eddy. – Bella me cumprimentou. – Quer café? Eu que fiz. Não se preocupe. Eu pesquisei no Google antes de tentar qualquer coisa e está delicioso.

                Usar uma cafeteira realmente não era tão difícil e Bella estava bebendo uma xícara fumegante com vontade. Me sentei ainda desconfiado, mas decidi-me que era melhor não piorar as coisas ainda mais com desconfianças.

                Peguei a xícara a minha frente preparada por Bella e tomei um longo gole. Comecei a tossir logo em seguida, cuspindo todo café.

                -Está salgado! – Eu reclamei tossindo enquanto tentava tirar todo líquido amargo e salgado de mim.

                -Ops, desculpe. Acho que errei o açúcar e o sal. – Não havia arrependimento em sua voz.

[...]

                Eu estava sentado em um banco de areia na praia sentindo a brisa da maresia, ver se alguma coisa vinha a minha cabeça, alguma coisa que não me fizesse desistir. Mas tudo estava voltando à mesma ideia. Desistir.

                Bella estava andando pela praia, sacudindo o cabelo enquanto o vento passava por eles. Ela estava linda com seu short e uma camisa de botões xadrez.  Mal percebi quando ela se aproximou de mim e começou a correr, enfiando os pés na areia e consequentemente levando areia aos meus olhos.

                Me levantei imediatamente, cego tateando alguma coisa para limpar meus olhos. Achei minha cerveja.

                -Foi mal, Cullen! – Bella disse ao longe, a voz beirando ao riso histérico.

[...]

                Pelo visto o tempo de “vamos acabar com os nervos do Ed” voltaram. Esgotado, me deitei no sofá e, somando a noite mal dormida pelo stress e mais tudo que vinha acontecendo, simplesmente, apaguei.

                O sonho que tive foi perturbador. Eram apenas vozes me acusando de estar insano, de ter simplesmente perdido quem eu era e que agora eu era nada.

                Talvez elas estivessem certas, eu realmente havia enlouquecido. E tudo isso porque eu odiei uma mulher ao ponto de perder a sanidade para logo depois amá-la mais do que a minha própria vida, é, isso não fazia sentido algum.

                Meu momento filosófico foi interrompido pelo meu nariz coçando. Eu estava com o corpo pesado, relaxado demais para querer erguer o braço e ir fazê-lo parar, me limitei em fazer caretas para ver se passava. E não passou. Desisti. Levei a mão com tudo para o rosto e senti imediatamente o arrependimento arder, junto com meus olhos e segundos depois reconheci o cheiro do meu creme de barbear.

                Ergui a camisa que eu usava para limpar o rosto enquanto corria para o banheiro para lavar os meus olhos. Assim que ouvi a torneira abriu enfiei a cabeça embaixo da água.

                O riso de Bella ecoava e se aproximava até que eu a vi de canto de olho recostada no vão da porta.

                -Porque está fazendo isso comigo?

                -Ninguém me ferra e sai ileso, Cullen. – Ela disse simplesmente, sorrindo. – Não quis que eu viesse morar com você de novo? Aceite o preço.

Bella:    

                Dias se seguiram e todos eles eu aprontei contra o Cullen.

                Foram humilhações desde jogar toda sua roupa na rua, por pó de mico nas suas cuecas e até mesmo fazê-lo ter crises alérgicas uma atrás da outra.

                E nenhuma delas o fazia reagir.

                Edward não parecia vivo, ele simplesmente tomava tudo e não falava nada, era como se ele simplesmente estivesse cansado, como se estivesse desistindo de tudo, se deixando ser levado pela maré.

                E eu não queria isso. Eu queria um desafio, chutar cachorro morto não contava em nada e para ninguém.

                Eu estava degustando um vinho delicioso na companhia da minha sombra e refletindo sobre isso. Meu coração estava oficialmente protegido novamente, na verdade eu mal o sentia em mim, talvez eu o tenha jogado fora. Que se dane, eu estou bem melhor sem ele. O julgamento vinha aí e eu também não estava com medo, eu conseguiria me safar, contrataria um advogado daqueles picas e iria dar na cara de Charlie. Tomara que ele morra na cirurgia.

                Tomara que Alice não me obrigue a ir ao enterro.

                Hoje seria o dia para Edward, pelo menos planejei isso. Passei o dia todo sem fazer uma sacanagem se quer, ele se quer pareceu perceber, e foi com seu carro para falar com Emmett. Ele parecia mesmo precisar de um conselho, tão desesperado que ia pedir ao irmão armário duplex.

                Foi necessário apenas algumas ligações, tudo estava armado. Edward sairia da casa dos pais em direção a nossa, e no meio do caminho, ele tomaria a lição que merecia. Infelizmente eu estava presa dentro de casa, porque eu pagaria tudo para poder ver a cara dele no momento... Mas mandei um recadinho para ele saber quem tinha sido a responsável, com todo meu ódio.

                Eram oito e meia... Daqui a pouco era a hora do show.

[...]

                Era meia noite quando a porta se abriu. Eu deixei a taça de lado para ir aproveitar o show. Edward tinha a camisa branca toda rasgada e ensanguentada, seu rosto estava cortado no lábio e na sobrancelha além de estar meio inchado. Eu podia ver princípios de hematomas em seus braços e pouco abaixo do seu peito, duvidava que todo seu corpo não estivesse no mesmo estado lastimável, mas ainda sim...

                Ele continuava letárgico, como se fosse normal apanhar para quase morrer na rua. Edward simplesmente sorriu para mim e disse um “boa noite”, e passou por mim indo em direção ao seu quarto, quando mais parecia que ele precisava era de um quarto de hospital.

                -Você não está com ódio? – Perguntei sem conseguir me conter?

                -Sobre? – Edward perguntou se virando um pouco.

                -Como assim sobre? Eu venho te sacaneando, te humilhando praticamente, esses dias todos! E hoje eu mandei te surrarem na rua.

                -Eu sei, recebi seu recado.

                -Então porque você está agindo assim?

                -Assim como? – Por mais incrível que pareça, ele parecia mesmo surpreso com minha pergunta.

                -Como assim “assim como”? Porra, você não ta com raiva nem nada?

                Edward se virou completamente, ficando de frente para mim, a testa vincada, como se ele estivesse se esforçando para me entender.

                -Bella, o que você quer que eu faça?

                -QUERO QUE VOCÊ REAJA, PORRA! NÃO QUERO CHUTAR CACHORRO MORTO, EU QUERO QUE VOCÊ REAJA AGORA, COM TUDO QUE VOCÊ TEM!

                Edward sorriu torto por uma fração de segundos, e em outro ele avançou sobre mim, erguendo um pouco as mãos, me antecipei e tentei soca-lo com tudo que eu tinha, meus socos pararam em seu peito e ele prendeu minhas mãos no alto da minha cabeça. Antes que eu pudesse acertá-lo na virilha novamente, ele encaixou sua perna entre as minhas, me prendendo.

                -Você quer que eu reaja? – Ele perguntou com a voz rouca. – Bom, eu é quem quero que você veja que não irá te levar a nada essa sua atitude infantil novamente. E sabe o por que, Bella? Porque eu vejo através de você. Eu vejo o quanto de dor você está inflingindo para si mesma. Mas não é sua culpa. Você não consegue entender que quando alguém erra com você, nem sempre é definitivo. E por isso você põe essa bomba relógio que mais te destrói do que a quem você quer destruir.

                De repente seu tom mudou.

                -Fui a casa do meu irmão porque ele tinha um advogado da Inglaterra que queria que eu conhecesse, ele prometeu ser o melhor da Europa e já ter cuidado de casos bem piores do que o seu. E adivinha? O filho da mãe nunca perdeu. Soube o que Alice falou com você, e você não vai precisar mais dela. Porque com esse advogado novo, nós vamos conseguir. Eu prometo.

                Minha garganta se apertou.

                -Porque faz isso enquanto eu te odeio tanto?

                Edward levou sua boca até o baixo da minha orelha, sua respiração fez cada pelo do meu corpo se eriçar.

                -Porque eu te amo. É tão difícil você ver isso? Eu te amo, Bella. E eu vou sempre te amar.

Dare To Believe – Boyce Avenue

Edward:

                Senti Bella fraquejar, sua força de repente drenada. E nos seus olhos a mensagem, todas as suas muralhas nunca me incluíram fora, eu ainda estava lá dentro e por isso ela tentava me expulsar. Bella não me odiava, mas ela queria.

                Peguei seu rosto, soltando suas mãos.

                -Vai dar tudo certo. – Eu disse. – Eu te protejo.

                -PARE DE MENTIR PARA MIM!! – Bella gritou, lágrimas escorreram de seus olhos. – PARE DE ME ILUDIR.

                Suas mãos voltaram a me bater e eu as segurei, Bella começou a se debater, gritando e chorando.

                -Eu te amo, Bella. – Eu disse novamente

                E sem conseguir resistir a atração que eu tinha por aquela mulher, eu simplesmente me deixei levar, mesmo sabendo que doeria no dia seguinte caso ela voltasse a querer me odiar mais do que tudo, como um viciado eu moldei meus lábios nos dela.

                O beijo não foi correspondido a inicio. Mas eu não desisti. Fiz seus lábios receberem os meus, e se entreabrirem, para eu poder sugar o sabor da sua boca, toma-lo para mim.

                A resposta de Bella veio a seguir. Ela mordeu meu lábio inferior, mas não dolorosamente, ela o mordiscou e o sugou, exigindo um beijo mais aprofundado. Soltei suas mãos que foram imediatamente para meu couro cabeludo e arranharam a base da minha nuca, como ela faz para de dar prazer.

                E deu. Eu senti um rugido escapar da minha garganta enquanto eu a beijava, segurando suas pernas e a erguendo do chão, eliminando cada partícula que ousasse nos separar um do outro.

                Eu já sentia meu corpo se aquecer, já antecipando o momento. Como ultimo ato racional, peguei Bella no meu colo e a levei para o quarto, sem quebrar o nosso beijo.

Bella:

                Eu o odiava. Mais do que tudo. Mais do que chuva fria, mais do que a maresia acabando com meu cabelo, mais do que Jannet. Eu o odiava.

                Mas esse ódio me traiu de todas as formas possíveis. Seria mesmo possível que na História houvesse algo como eu e ele? Em que o ódio fosse tão forte, a ponto de virar amor verdadeiro?  Eu não sabia responder, e não sabia mais como pensar, como raciocinar.

                Eu estava entregue a ele de todas as formas imagináveis, Edward estourava os botões da minha camisa enquanto eu consegui rasgar o que restava da sua, éramos sedentos um pelo outro, como dois drogados que estavam em reabilitação e que de repente, experimentam a melhor as drogas novamente.

                Tentei afastá-lo, com a ultima parte consciente que existia em mim, minhas mãos foram para seus cabelos, destinada a puxá-los, arrancá-los da sua cabeça. Mas tudo que aconteceu foram carícias, e Edward grunhindo, rouco, no meu ouvido, me fazendo perder toda a capacidade de raciocínio.

                No segundo seguinte, estávamos ambos despidos e nos olhando nos olhos, e eu via nos dele a insanidade de amar alguém como ele me amava.

                Ergui meu corpo, beijando cada machucado que ele trazia no rosto, sentindo até um pouco o gosto metálico do sangue, mas não me importei. Eu o beijei, sentindo lágrimas no meu rosto, eu o beijei em sinal de desculpas que eu não conseguia pronunciar. Acabado o seu rosto, passei para seu pescoço e logo depois eu estava por cima dele, beijando-o, cariciando-o...

                Amando-o.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Estou ansiosa para ver a reação de vocês nesse capítulo tão controverso.
Primeiramente quero agradecer do fundo da minha alma a todos que comentaram no último capítulo, sério vocês são muito massa e me desculpem por passar aqui ni Nyah sempre correndo e nunca conseguir respondê-los como vocês merecem. A lissa_assiral realmente me surpreendeu com o dela, obrigada mesmo por você ser tão perceptiva. Mas saibam que eu leio a todos e são vocês que me impulsionam a continuar nessa empreitada.
Gostaram da música? É da minha banda favorita. A letra não tem nada muito a ver com o momento não. Mas o acompanhamento do piano e como ela fica forte depois eu acho que combinou tão bem...
O próximo capítulo eu não prometo ser tão breve, eu não entro de férias nesse Dezembro por causa dos meus vestibulares em Janeiro. Mas todo o meu tempo vago com inspiração virá a ser dedicado 100% para aqui ok? Não me deixem. #medinho.
Amo vocês. Até a próxima. Deus abençoe a todos.