HINATA

Chego em casa, e subo as escadas um pouco apresada,e vou para meu quarto tomar banho e me arrumar para o almoço. Ko percebeu que estou mais alegre, ele até me perguntou o motivo, mas temo estar tendo ilusões, então neguei qualquer mudança. Mesmo que a verdade seja que eu estou radiante com a possibilidade de ter alguém que goste mesmo que seja um pouco de mim. Um sorriso toma meu rosto, enquanto seco meus cabelos, deixo-os soltos como sempre, e me olho no espelho, pareço estar radiante, mesmo que um pouco de medo me tome. Respiro fundo, e coloco a carranca Hyuuga, desço as escadas devagar, como um líder deve agir. Eu odeio essas regras.

Vou em direção a sala de jantar e sento no meu lugar. Meu pai me olha de cima abaixo, e como sempre com certo desprezo. Mas não é isso que vai estragar meu dia. Olho para o almoço, e isso embrulha meu estomago, como sempre uma comida “chique”, por que é que eu tenho de comer lesma em dia de semana? Escargot, o comida “maravilhosa”, o que eu não daria por um x-burger, aceito até ramén, suspiro um pouco, e vou para o sacrifício, pego o garfo especial, e os outros instrumentos e o tiro de dentro da casca, e vou comer esse bichinhos nojentos. Ao colocar o primeiro na boca, meu café da manha quase volta, respiro fundo e como esse troço nojento. Depois dessa pequena seção de tortura, acabo meu almoço, se é que uma lesma em uma concha possa ser considerado almoço, olho para meu pai e ele parece satisfeito, e eu aqui passando mal.

“Hoje é o dia, em que Kami-sama resolveu, me castigar?”

Com esse pensamento lembro, do fiasco que passei de manha, e sinto meu rosto esquentar, sinal de que já estou vermelha de vergonha. Cair em cima do Yuri, o capitão do time de futebol americano, o deus grego em pessoa. Depois dessa, só me restou deixar-me ser arrastada pela Ino, que quase morreu de tanto rir, até o jardim. Lembrei das meninas, cada uma é extremamente diferente da outra, mas mesmo assim alguma coisa nos une, não sei o que é, mas mesmo é mais forte que o medo de ser rejeitada mais uma vez.

–No que esta pensando Hinata? – Minha irma pergunta, olho para ela com um sorriso pequeno.

–E-em algumas pessoas que conheci ontem. –Respondo.

–Só espero que sejam pessoas “descentes”- Meu pai diz, o “descente” dele quer dizer, podres de ricos como nós. Prefiro não responder, afinal não sei se as meninas têm ou não dinheiro, e eu não me importo com isso, afinal eu preciso de amigas, e não de mais papel colorido, do qual muitos matam para consegiur.

–P-pai, e-eu posso ir a biblioteca hoje? Eu entrei para um clube de leitura. – eu peço de uma vez, antes que perca a oportunidade, e meu pai me olha um pouco torto. Como se pensasse nas opções.

–Por quê? Temos uma biblioteca em casa. – ele fala.

–B-bem... – Eu tento falar.

“Arruma uma desculpa logo”

Mentir nunca foi meu forte, mas se eu inventar alguma coisa meu pai não vai deixar eu ir, e vou perder a oportunidade de saber se alguém pode ou não gostar de uma pessoa como eu.

–E-eu já disse que ia. – Eu falei abaixando a cabeça, afinal que desculpa é essa? Meu pai me olha desgostoso. E suspira um pouco.

– Já que você já deu sua palavra, pode ir, mas fique claro que eu quero saber com quem você vai fazer isso, e se as pessoas não forem “descentes”eu quero que você se livre desse clube. Estamos Entendidos? – Ele fala, e eu apenas faço que sim com a cabeça. Escondo meu sorriso feliz e vitorioso. Sinto-me um tanto culpada de concordar. Afinal por mais que elas fossem ou não pobres eu não deixaria o clube.

Levanto da mesa, após pedir licença a meu pai, e vou novamente para meu quarto, pego minha bolsa, e desço para a garagem, chamo o Ko, que me espera com um sorriso e com o carro pronto. Entro no carro, e me sinto aliviada, como se estivesse preste a ir para o céu.

–Para aonde Hinata-sama. – Ko me pergunta.

– Para a biblioteca da cidade. – eu respondo, e meu sorriso aumenta, Ko me olha pelo retrovisor e sorri.

–Perdoe-me a intromissão, senhorita Hinata, mas o que há lá de ta especial? – Ele me questiona. Eu olho para ele, e para fora, procurando uma resposta, encontro apenas uma.

– Um sonho. – Digo sorrindo, é o que isso significa para mim, um sonho muito feliz, aonde eu posso ser quem sou, e ter pessoas que me aceitem por isso.

Depois de uns vinte minutos chego em frente à biblioteca, um prédio um tanto grande e majestoso, parece mais uma extensão da escola, me arrepio um pouco. Ainda não esta no horário combinado, mas mesmo assim, vejo a Tenten sentada nas escadas encostada não corrimão, com a mão nos bolsos da jaqueta e olhando para o céu. Desço do carro.

–Boa sorte Hinata-sama. – Ko me deseja, eu olho para ele, e aceno afirmativamente com a cabeça. – A hora que ir para casa me ligue. – Eu aceno novamente. E vou em direção em que esta a Tenten.

–O-oi. – eu comprimento, ela me olha e sorri um pouco.

–Oi, esta meio adiantada não? – ela me pergunta.

– Você também esta. – respondo com um sorriso, e sento ao lado dela em um degrau na escadaria. Ela sorri e acena com a cabeça.

–O que você acha que a Tsunade esta aprontando? – Ela me pergunta.

–N-não sei, mas acho que não é uma coisa que nossos pais aprovem. – respondo.

– Então por que você aceitou? – Ela me questiona com a sobrancelha arqueada.

–Porque eu já sou a escória do meu clã, imagine se meu pai recebe um bilhete do colégio... – respondi com a cabeça baixa. – E também, por que isso pode fazer com que eu não fique tão sozinha... – Suspiro um pouco e olho para ela. – Você entende? – pergunto.

–Mais do que você imagina. – Ela me responde e logo depois chega a Ino.

–Boa tarde, meninas. – Ela diz, e se senta ao meu lado.

–Boa tarde. – Nós respondemos.

–E ai Hinata, já se recuperou?- Ela pergunta para mim, e eu avermelho novamente. Ela ri em alto e bom som, Tenten a acompanha. – Já vi que não. – Ela diz enquanto ri.

–Já estão atormentando a coitada? – Temari chega por trás de nós, sentando atrás de mim. Com um sorriso no rosto.

–Quem mais atormentaríamos, senão a Hina? Afinal quem aqui alem dela já viu o Yuri sem roupa? – Ino falou sorrindo, olhando para a Temari.

– Eu já vi. –Ela respondeu, com um sorriso malicioso, e começou a se abanar.

–Por que eu não tenho essa sorte? – Ino perguntou em um resmungo fazendo biquinho e cruzando os braços, e logo todas nos começamos a rir.

–Yo. – Sakura chega nos cumprimentando.

–Yo. – Respondemos todas, até parecemos um coral. Mas eu noto que a Sakura parece um pouco triste.

–O que aconteceu Sakura-chan? – pergunto.

–O “eu sou senhor do mundo” mais conhecido como Uchiha Sasuke, disse para meus pais o que realmente aconteceu com minha camiseta. Daí foi meu almoço foi feito em total silencio, com meus pais me olhando como se eu fosse uma fraca inútil. E minha irma falando com o olhar que eu era uma vergonha por ser assim– Ela contou cabisbaixa.

–Eles não sabem como estão errados. – Tenten falou. E todas nós olhamos para ela.

–Como assim? – Sakura perguntou, ela parecia surpresa.

–Se você fosse fraca, não agüentaria tudo isso calada. – Ela falou dando de ombros, como se fosse uma conclusão óbvia. Todas sorriram, parece que cada uma se encaixa nessa definição.

–Alguém sabe que horas a vovó maluca vai chegar? - Temari pergunta. Quebrando o clima de reflexão.

–“Vovó maluca?”- escutamos uma voz se pronunciar atrás de nós, e todas ficamos estáticas, viro a cabeça lentamente, dando de cara, com a Tsunade, com os braços cruzados, um olhar maligno e com a veia da testa saltando.

–Err... – Temari fala se encolhendo um pouco. Na verdade todas nós estamos um pouco encolhidas, Tsunade estava assustadora.

“ É nesses momentos que a gente deixa toda a sua educação de lado e pensa: FERROU GERAL.”

– Quem é essa tal de “vovó maluca”? – Tsunade perguntou.

–Err... Bem... Sabe como é né... – Temari tentava falar, com um sorriso forçado.

–Não, não sei. – Tsunade fala. – Mas acho melhor vocês entrarem logo antes que eu descubra. – ela termina, e nós cinco corremos para dentro da biblioteca.

Aqui dentro é quase gigantesco, chega a ser engraçado que uma cidade pequena tenha uma biblioteca tão grande, ainda mais considerando que a maioria das famílias, tinha coleções de livros em casa. Mas enfim, isso é um dos nossos patrimônios.

–Escolham um livro- Tsunade fala, ela parece mais calma.- Alguma coisa a qual vocês gostariam de fazer. - Ela termina com um olhar estranho e eu a olho intrigada. Mas mesmo assim vou atrás de um livro. Pergunto-me. O que será que a diretora maluca esta aprontando?