TENTEN

Mais um dia, acordo com a porcaria da barulhenta, que insiste em “gritar” que eu tenho de levantar de uma vez. Como se eu quisesse ir para o inferno, digo colégio. Se bem que ontem foi diferente, foi um dia muito especial de uma maneira a qual eu nunca me permiti imaginar, aceitação, companheirismo, e arrisco dizer amizade. Olho para fora e como sempre o sol esta dando sinais, o que deixa claro que se eu não levantar agora, vou me atrasar e acabar dando de cara com os fantasmas mais horripilantes do mundo. Meus parentes.

Chega de preguiça, levanto e vou tomar meu banho, com um pequeno sorriso brincando em meus lábios, como se o dia fosse ser melhor que o anterior, me permito ter apenas uma pequena esperança de que isso seja verdade, arrumo meus cabelos como sempre, mas ao olhar para o espelho eu noto uma coisa diferente. meu olhar, é como se a esperança se juntasse com felicidade, me tomassem e refletissem pelos olhos, não havia mais um vazio enorme, esse foi tomado por um brilho alegre, sei que é rápido demais para estar tão feliz assim, porem não posso mais impedir a mim mesma de sonhar, pelo menos por alguns instantes.

Respiro fundo e corro pelas escadas, pego uma maça na fruteira, e vou quase correndo para a escola, uma ansiedade quase louca me toma, como se as surpresas de hoje fossem mudar a minha vida.

“Respira Tenten, se acalme por que o futuro não lhe pertence”

Em uns dez minutos já estou no colégio, vou direto para o jardim, chego lá e sento na minha arvore. Respiro fundo tentando me acalmar, e bato os pés no chão ansiosa, depois de uns cinco minutos uma cabeleira rosa aponta entre as arvores. A menina de olhos verdes olha para mim e sorri, eu retribuo, mas estou com medo, e se hoje ela não quiser falar comigo?

– Bom dia. – Ela me disse, eu respiro aliviada.

–Bom dia, tudo bem? – Pergunto.

–Bem melhor agora. – Ela me responde. – Principalmente por que estou bem longe daquele Uchiha que se acha o dono do mundo. – ela fala com uma careta e senta ao meu lado. Eu começo a rir, ela me olha um pouco surpresa e ri junto comigo.

Logo uma loira maluca parece com uma cara um pouco emburrada, a Temari não parece num bom dia, considerando que ela quebrou o nariz da uma menina ontem ela não esta em uma boa semana. Mas assim que nos viu, a expressão dela mudou, um sorriso ficou no lugar do bico, e os olhos delas brilharam um pouco.

–Bom dia. –Ela cumprimentou.

–Bom dia, tudo bem?- eu e a Sakura falamos juntas, o que causou um sorriso.

– Tudo ótimo. – Ela respondeu se sentando no meu outro lado.

–Por que você estava brava? – Sakura perguntou.

–Por que meu pai estava brigando comigo, só por que eu quebrei metade da cozinha, e fiz meus irmãos limparem, e eles quebraram o resto. Conclusão: vou ficar sem minha mesada esse mês. – Ela respondeu. Eu olhei para a Sakura espantada que retribuiu meu olhar, logo nós três estávamos rindo. Se eu sonhasse em quebrar a cozinha, a ultima coisa com que me preocuparia seria com minha mesada. Logo avistamos a Ino vindo, junto com a Hinata que estava vermelha dos pés a cabeça. A loira ria muito, que chegava a segurar a barriga. Enquanto tentava andar.

–Yo- Ela disse. Enquanto ria.

–Yo – Nós respondemos. Olhamos para a Hinata, que parecia em estado catatônico.

– O que aconteceu com ela dessa vez? – Temari perguntou, abanando-a.

–O capitão do time de futebol americano veio falar com ela, pedir se ela esta bem, e ele comentou alguma coisa de ela ter visto ele pelado ontem.– Ino respondeu se segurando para não rir. – E daí, a Matsuri, veio com alguma coisa para me jogar, parecia um bolo, e a Hinata estava quase desmaiando, o menino foi ajudá-la, só que a Hinata se desequilibrou e caiu em cima do menino que caiu em cima da Matsuri. Assim o bolo ficou na cara dela, e a Hinata caiu de cara em “partes perigosas” do garoto. Foi um “entrevero”. –Ela explicou, começando a rir novamente, mas dessa vez nós a acompanhamos, imaginando a cena que não deve ter sido, porem a Hinata ainda parecia mortificada.

– Você esta bem Hinata-chan? – Sakura perguntou. Depois do ataque de riso.

–A-a-acho Q-que s-sim. – Ela respondeu voltando a cor normal.

Depois de tudo isso até eu estaria nesse estado, no fim até ela deu risada junto com a gente, mas ai o maldito sinal bateu. Despertando-me para uma realidade um tanto cruel, eu teria de ir para minha sala e agüentar aqueles idiotas novamente. Aqueles olharem e os sussurros, sem falar que hoje tenho aula com o professor novo novamente. Todas nos levantamos em um silencio pesado pegamos nossos materiais no chão, e vamos em direção as nossas salas.

– A-a, g-gente p-pode se encontrar aqui no recreio? – Hinata perguntou, com a cabeça baixa, a Ino abraçou-a.

–Claro que sim. –Ela respondeu. Olhando para nós, esperançosa. Todas nós concordamos com a cabeça, e o sorriso foi quase coletivo. E isso me deu forças para conseguir agüentar o inferno que foi as três primeiras aulas. Com todo mundo se afastando de mim, sussurrando coisas maldosas e venenosas.

“Eu não me importo, eu não posso me importa, eles não sabem de nada.”

O único que não se mexia do lugar, ou que não falava nada, era o Hyuuga, esse menino sempre me deixa com a pulga atrás da orelha. Às vezes ele age como se eu não fosse mais do que uma formiga, que eu fosse insignificante, outras vezes, como no primeiro dia de aula, ele me dá sorrisos, ou me olha estranho, como se estivesse intrigado comigo. Mas eu não tenho medo dele, na verdade o acho um metido, ignorante, lindo, arrogante, gostos... Opa, pêra ae, por que é que esse ser cabeludo, clone da Samara esta ocupando meus pensamentos?

“Lindo e gostoso?”

Tenho de parar de andar coma prima dele, afinal ela é que é a pervertida, na verdade a coitada só sofre “acidentes comprometedores”. Seguro um pequeno riso, e o Hyuuga me olha intrigado, eu olho feio para ele e ele me sorri, não disse? Esse menino é maluco. Até mais que a Temari. Depois da tortura, digo aula chatérrimas, vamos para o recreio. Eu vou direto para o jardim, as meninas já estão lá, eu olho para elas e sou recepciona com um sorriso. Que simplesmente aperta meu coração, e eu tenho que segurar as lagrimas, pela primeira vez na vida não sou recepciona com falsidade, hipocrisia e maldade. Retribuo o sorriso, e sento, ganhando um abraço da doce Hinata. Que sorri meigamente para mim.

–Meninas, você vão mesmo, na biblioteca hoje? – Sakura perguntou.

–Fazer o que lá?- Ino perguntou. Eu revirei os olhos.

–O clube de leitura da diretora maluca. –Temari respondeu.

–Eu vou. – Respondi, quanto menos tempo ficasse em casa melhor é.

– Eu também. – Hinata respondeu, o sorriso havia morrido.

– Eu também vou- Ino e Temari falaram ao mesmo tempo.

– A diretora esta aprontando alguma. – Sakura falou.

–Sei disso. – Nós quatro respondemos juntas a rosada, que nos olhou surpresa. – Mas tenho meus motivos. – Falamos juntas novamente.

Olhamos uma para as outras e voltamos a rir. Depois desse momento, todas começamos a conversar banalidades, coisas sem nexo e rimos mais um pouco do “tombo em conjunto” da Hinata. Combinamos de nos encontrar na biblioteca as duas horas, o sinal bateu e voltamos para a classe agüentar mais algumas torturas emocionais.

O sinal final bate, arrumo minhas coisas e vou para casa, chego subo as escadas e vou para meu quarto, e me arrumo rapidamente e já saio novamente, a biblioteca não é tão longe, mas eu não almoço em casa, então tenho ainda de ir no restaurante da cidade. Comer sozinha é melhor do que agüentar as caras mal lavadas dos meus tios, que me embrulham o estomago. Olho para o céu em busca de respostas, e alguma paz, não encontro nada. Respiro fundo e continuo caminhando calmamente com as mãos nos bolsos. Chego ao restaurante e vou para minha mesa de sempre, sento lá e olho para as pessoas que estão no estabelecimento. As olho sem realmente ver, afinal meus pensamentos então longe, no que a diretora doida esta aprontando e o que esse ano me reserva. Medo e esperança me tomam, mas mesmo assim eu vou encarar as surpresas que me reservam. Afinal, as coisas não podem ser tão ruins não é mesmo?