Paradas próximo do portão de entrada da escola encontravam-se duas meninas.  Ainda havia muitas crianças chegando para o primeiro dia de aula, porém elas permaneciam ali.

Uma das meninas, que aparentava ser a mais velha, cruzou os seus braços, observando a mais nova.  Ela possuía cabelos lisos e um tanto quanto longos, no tom esverdeado.

A mais nova, no entanto, possuía cabelos curtos e rosados.  Ela exibia uma expressão triste e levemente cabisbaixa.

“Corinth... mana... e-eu n-não posso ficar mesmo na sua turma?”  Disse a mais nova, olhando quase que como implorasse por isso, mas a mais velha, Corinth, negava com a cabeça.

“Não, Lucca... não pode.  Larga de ser boba, vai?  Na hora do recreio vamos nos ver de novo!”  Disse Corinth, olhando-a.  Lucca, no entanto suspirava, enquanto que observava aquela multidão de crianças e fez uma expressão de choro: não suportava a idéia de não conhecer ninguém e estar por si só entre eles, sem a sua irmã no período de aula.

Começando a chorar, Lucca abraçou a irmã, não a soltando de jeito algum.  Meio que pega de surpresa, no entanto, Corinth sentiu vontade de protestar, mas conhecia bem a sua irmã.  Suspirou e começou a acariciar a cabeça dela.

“Lu... vai, não fica assim.  Eu já disse, na hora do recreio eu vou estar com você... e a hora vai passar rápido.”  Disse Corinth, ainda sentindo-se triste por sua irmã, mas esta não parava de chorar e continuava firmemente abraçada com ela.  A mãe de Alinne, observando a situação, aproximou-se delas, preocupada com a jovem Lucca.

“Oi, o que houve?  Por que está chorando, hmm?”  Perguntou a professora, agachando-se perto de Lucca e acariciando gentilmente sua cabeça.  Corinth suspirou, percebendo que Lucca permanecia a chorar.

“Esta é minha irmã, professora...”  Começou a dizer Corinth e a professora virou-se para a menina.

“Ela está com medo de ficar sozinha e queria muito ficar na mesma sala que eu.”  Concluiu Corinth e a professora sorriu para Lucca, continuando a acariciar a cabeça da menina.

“Hmm... vocês são...?”  Perguntou a professora, enquanto abria sua pasta com a listagem dos alunos e suas respectivas turmas e Corinth a olhou, ainda incomodada com o choro de Lucca.

“Corinth e Lucca Montgomery, professora...”  Respondeu Corinth e a professora começou a procurar pelos nomes das duas, até que encontrou os nomes em duas turmas diferentes e suspirou.

“Hmm... Lucca está na 2ª série, na sala 201B e você, Corinth.... aqui, está na 3ª série.  Sua sala é a 302A...”  Disse a professora, acariciando a cabeça de Lucca, que permanecia a chorar.

“Lucca, meu amor... não há a necessidade de ficar triste.”  Disse a professora, pousando gentilmente as suas mãos nos ombros da menina.  Assustada, esta abriu seus olhos, extremamente vermelhos e com o rostinho todo banhado pelas lágrimas, Lucca a observou, contendo um pouco o seu choro.

“... Assim... olha, eu sei que você gosta muito de sua irmã e, ela também gosta muito de você, mas logo, logo, vocês vão ficar juntas e vão brincar... assim como eu tenho certeza que você vai arranjar novos amiguinhos, com quem conversar e brincar.”  Disse a professora, porém Lucca negava com a cabeça, entristecida.

“Eu não quero!  Eu quero ficar com minha irmã!  Ela é a única que é minha amiga!  Todo mundo me provoca!”  Disse desconsoladamente, a menina.  A professora suspirou, preocupada.

“Hmm... olha, se quiser, eu deixo você sentar bem perto da minha mesa e prometo que não vou provocar e deixar qualquer um fazer isso.  Que tal a idéia?”  Perguntou a professora, sorrindo para a menina.

Lucca secava algumas das lágrimas que ainda insistiam em cair e olhava para a professora: ela tinha um belo e sereno sorriso em seu rosto que a fez, aos poucos, sentir-se mais confortável, porém ficou cabisbaixa por algum tempo.  No entanto, ela acabou por concordar com a cabeça e a professora sorriu para ela, acariciando a cabeça dela novamente.

“Venha então comigo!”  Disse a professora calmamente, levando as duas meninas em cada uma de suas mãos.  Lucca, agora mais calma, olhou para a escola e os demais alunos que ainda chegavam, porém tremeu com medo: era tanta gente!  Voltando-se para a professora, tentou forçar um sorriso, enquanto que Corinth animou-se um pouco, mal esperando para que a aula começasse e conhecer os seus novos amigos de turma.