Love, Simply Love. escrita por Jajabarnes


Capítulo 10
Por que LOGO ELA?!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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POV. Susana.

            Acordei com mão pesada e grosseira me balançando.

            - Para uma rainha você é muito fraca. – resmungou o soldado que me acordara.

            Ainda meio zonza abri os olhos lentamente e fiz questão de não olhar para o grotesco homem que falara. Olhei em volta. Vi o chão de pedra onde eu estava deitada, as barras de ferro da prisão, as paredes sujas também de pedra que se erguiam a minha volta com a cabeça latejando de dor. O soldado se retirou fechando as grades enquanto eu me levantava lentamente. Tive que fazer isso sem a ajuda das mãos, já que as duas encontravam-se amarradas pelos pulsos. As cordas estavam apertadas e podia senti-las machucando minha pele.

            - O Rei já está a caminho. Quer fazer as honras para a nova hospede. – ironizou um soldado fazendo os outros rirem, mas fiz questão de ignorar isso e permanecer de costas para eles.

            Esse rei... Bom, pelo menos Lucia estava a salvo e eu começo a me perguntar se Pedro e Edmundo ainda estão aqui... É bem provável que não... Mas e se esse rei fez alguma coisa a eles e mandou esses soldados atrás de mim e de Lucia para terminar o serviço?! Minha mente começava a ficar confusa, em pânico, mas tais pensamentos foram interrompidos com o som de passos.

            - Majestade. – aposto como eles fizeram reverencias a esse reizinho.

            - Estão dispensados. – sua voz. Senti meu coração bater gelado e não pude impedir um ofegar seguido pela respiração acelerada que tentei controlar. Não... Aquela voz... Não, não podia ser ele! Meu coração não suportaria... – Rainha Susana, suponho. – Sim, era ele! Meu coração doeu em meu peito. Lágrimas arderam em meus olhos. A raiva subiu azeda por minha garganta dando desdém a minha voz.

            - É um prazer conhece-lo, Rei Caspian. – virei lentamente. Meu coração vibrou quando olhei em seu rosto novamente, mesmo por trás das lágrimas. Havia algo diferente nele, um misto de surpresa, seriedade e incredulidade.

            - Não pode ser... – sussurrou, mas no fundo de seus olhos perplexos eu pude ver um fraco brilho de felicidade. Uma lagrima fria escorreu por minha face, mais causada pela forte pontada que senti na cabeça latejante. Enxuguei-a com a mão direita, mas a esquerda foi junta já que estavam amarradas. Ele se aproximou de mim pegando meus pulsos delicadamente em suas mãos, desatou o nó apertado e desenrolou a corda jogando-a para longe. Meus pulsos estavam feridos, como eu já imaginava, havia grossas listras vermelhas em minha pele, onde as cordas estavam. O sangue já havia estancado, mas secara no pulso, dando a impressão de que o ferimento era muito maior. Ele olhou meus pulsos e trincou os dentes. – Rainha Susana – disse ele usando o tom superficial e seco, que eu desconhecia, ainda com o queixo trincado. – Venha, vou mandar algumas empregadas cuidarem de seus machucados. – Se dirigiu ao portão, eu permaneci parada, ele percebeu, parou e falou por cima do ombro. – Vamos.

            Suspirei e o segui, contra a vontade. Eu já estava mais do que convencida que era ele mesmo, mas não o jovem atencioso que conheci no bosque. A secura com a qual ele se dirigia a mim estava irritando, deixando-me magoada.

            O Rei Caspian me levou quase que forçado à um quarto de seu castelo cinzento, onde disse para eu esperar as empregadas.

            - Por aqui, então, uma prisioneira é alojada em um quarto de hospedes... – observei zombeteira. Ele me ignorou. Deixou-me sozinha no quarto dizendo ir chamar as empregadas, fechando a porta ao sair. Sentei na beira da cama e todos os sentimentos de que vim me contendo desde as masmorras escaparam de minha contenção fazendo-me cair em um choro.

            Eu sentia dor. Dor em meus pulsos, em minha cabeça, em alguns arranhões espalhados pelo corpo, e, principalmente, no peito. Uma dor interna que parecia querer explodir.

            Eu sentia medo. Medo do que poderia me acontecer, medo do que poderia acontecer à meus irmãos, à Narnia... Do que estava por vir.

            Eu sentia raiva. Revolta sem um motivo único. Podia ser por não querer acreditar que aquele no bosque era o Rei inimigo de meu povo, que enganara meus irmãos trazendo-os para uma falsa tentativa de entrar em um acordo. Claro, é mais que óbvio que ele os atraiu aqui para nada, apenas para despistar...

            Mas ao mesmo tempo, havia um sentimento terno que trava uma luta catastrófica com a raiva, ambos que eu sentia por ele...

            As empregadas chegaram, me ajudando a limpar os ferimentos, a tomar um banho e vestir roupas limpas.

            POV. Prunaprismia.

            Cruzei com Lorde Sopespian por um dos corredores do castelo e logo soube que os soldados haviam retornado. Sim, eu sabia sobre o plano de Caspian, consegui, depois de muito insistir, arrancar algumas pistas de Lorde Revillian. A Rainha narniana já devia estar no castelo.

            - Lorde Sopespian. – cumprimentei-o.

            - Milady... – curvou-se ligeiramente.

            - Creio que sua missão foi um sucesso. – disse. Ele pareceu surpreso por eu saber do plano.

            - Mais ou menos.

            - O que aconteceu?

            - Só conseguimos uma das Rainhas, a outra conseguiu escapar. – disse ele.

            - E onde ela está?

            - Bom, eu a deixei nas masmorras, mas alguns soldados me informaram que o Rei a tirou de lá, mandou as empregadas prepararem um quarto para ela. Estranho, não acha?

            - Muito... Muito estranho... – confirmei. – Obrigada, Lorde Sopespian. – e logo saí. Catei algumas informações com as empregadas. Eu já estava acostumada com isso, se eu quisesse saber de alguma coisa, tinha que correr atrás.

            O que sei é que a Rainha Susana estava hospedada em um dos vários quartos de hospedes. Caspian se entocara em seu quarto e era para lá que eu estava indo agora. Ao chegar perto ouvi o som de algo sendo jogado violentamente causando um barulho de vidro quebrando. Preocupada, bati apressadamente na porta.

            - Caspian, o que está havendo aí? – perguntei mais preocupada. Não obtive resposta. Abri lentamente e encontrei um quarto revirado. – Oh, céus, o que aconteceu aqui? – perguntei fechando a porta atrás de mim. Caspian estava sentado na cama com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça nas mãos.

            - Isso não pode estar acontecendo... – ele murmurou. – Não pode ser ela...

            - Caspian – aproximei-me cautelosamente. – a Rainha Narniana...

            - É, é ela! – cortou-me irritado. – Por quê? Por que LOGO ELA?!

            - Você está assim por que a ama... Não é? – arrisquei.

            - Do que adianta se terei que mata-la?!

            - Isso depende de você, Caspian, você vai cumprir a profecia?

            - Tenho que fazer isso para cumprir a promessa... Mas...

            - Você a ama. – completei sentando ao lado dele. – Por que não tenta falar com ela, Caspian? Com certeza ela também não sabia quem você é. – sugeri e saí do quarto deixando-a a pensar.

            Continuei andando pelos corredores com um aperto no peito. Doía ver Caspian daquele jeito... Sofrendo...

            Sim, eu tinha que fazer alguma coisa. Qualquer coisa que estivesse ao meu alcance.

            POV. Susana.

            Minha mente está um caos, sinto-me presa à ela, perdida em meio a confusão. De um lado o que sinto por ele e agora essa surpresa... Sinto-me sufocada.

            Preciso de ar.

            Desisti de tentar dormir e saí daquele quarto. Como estava no meio da noite, provavelmente o castelo estava deserto. Andei sem rumo e quando dei por mim havia chegado aos estábulos. Ouvi um relincho e sorri, aproximando-me do cavalo negro. Ele ficou quietinho enquanto eu afagava distraidamente seu focinho, sorrindo e olhando em seus olhos.

            - Sabia que poderia encontra-la aqui. – Sua voz fez-me estremecer.


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Notas finais do capítulo

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