[...]

Acordei assustada com alguém falando, olhei para os lados assustada, eu estava em meu quarto e Demi estava falando enquanto dormia, respirei pesadamente e desci as escadas para beber algo.

- Justin?

- Ah oi, eu já estava de saída, vocês dormiram assistindo o filme, então coloquei vocês no quarto, e agora to indo pra casa. Tchau baby.

- Ah é, não, claro e. É – Que legal me atrapalhei toda pra falar, o fazendo rir pelo nariz, ele caminhou em passos curtos até mim e me deu um beijo na testa.

- Boa noite minha princesa, volte a dormir, já é tarde. Até amanhã. – Acenou com a mão e saiu pela porta da frente, me deixando ali feito uma boba, processando tudo o que me falou.

Respirei fundo e corri em direção à cozinha sentei na pia e tomei demoradamente um copo d’ água. Subi preguiçosamente até meu quarto e me deitei demorando uma eternidade para dormir.

“- Pietra, podemos nos casar agora se você quiser podemos fazer tudo juntos, você me ama, eu te amo e é isso o que realmente importa pra mim, isso não importa pra você? – Justin falou soltando minha mão.

- Eu, eu não sei se posso Justin, você já me deixou duas vezes, duas vezes Justin, e isso ainda dói aqui dentro. – Apontei para meu peito – Quem me garante que você não fará isso novamente.

- Eu tive meus motivos Pietra.

- Motivos, você sempre fala isso Justin, quer saber, eu não quero viver nesse erro pra sempre.

- Eu sou um erro? – Falou-me aproximando de mim

- Sim, você é o meu erro. – Falei já não me guentando, o que eu realmente queria nesse exato momento era beijá-lo, beija-ló até não ter mais fôlego. E foi isso que fizemos mais uma vez, estávamos lá, grudados um no outro por mais que eu tentasse mentir, eu o amava, eu o deseja-vá e só queria ele aqui comigo para sempre mesmo que isso seja errado. Escutei dois disparos e Justin ficar parado com os olhos aberto, me separei dele e quando vi minha mão que se encontrava em seu peito estava coberta de sangue, olhei para ele já chorando, então ele caiu no chão coberto de sangue, me joguei ao seu lado chorando gritando desesperadamente por seu nome, e ele não me respondia, ele fora pra sempre. A dor que sentirá no momento ninguém nunca poderia curar, senti um buraco enorme se abrir no meu peito, olhei para frente e vi Chaz com a arma e o sorriso malicioso no rosto. Olhei para ele novamente, ele estava todo branco e havia muito mais sangue no chão, muito sangue, me desesperei ao ver Chaz se aproximando de mim, sai correndo entrei em uma floresta escura, estava  frio e eu me sentindo culpada por não ter dito o quanto eu o amava e o quanto queria ele para sempre, espelhos se levantaram a minha frente, me aproximei do espelho e lá atrás estava ele me encarando, sua blusa ainda tinha sangue, eu apavorada fui até ele para ver se estava bem:

- Porque você não me salvou. – Sussurrou enquanto afagava meus cabelos. – Você deveria ter me salvado... Você não me ama? Você não me salvou, eu não existo mais e a culpa é sua, sua, sua.

- Pietra... PIETRA!

- Me desculpa, eu deveria ter te salvado e... Demi?

- Você tava chorando se debatendo, teve um pesadelo?

- É foi só um pesadelo, um horrível pesadelo.

- Cruzes eu hein, você ta suando, vai La lavar o rosto. – Demi me empurrou.

- To indo to indo – Reclamei.

Levantei-me rapidamente e fiz um caminho longo até meu banheiro. Chegando ao cômodo abri a torneira deixando á água gélida escorrer por minhas mãos, lavei meu rosto e logo após o sequei juntamente com minha mão. Encarei meu reflexo no espelho com certo receio, eu estava feia, ridícula para ser exata, estava gorda, pálida, eu já não era como antes.

Voltei para o quarto e sem falar nada me deitei fechando pesadamente meus olhos.

- Pietra? Tudo bem? – Demi murmurou me cutucando.

- Sim está tudo ótimo. – Falei simples.

- Ok, vou fingir que acredito, só vou fazer isso porque eu estou morrendo de sono. – Falou fazendo careta.

- Boa noite Demetria. – Falei e tampei meu rosto com a coberta. Ela suspirou e fez o mesmo.

[...]

“Todo ser - humano é normal, cada um é normal do seu próprio jeito, uns são normais falando coisas fúteis em horas erradas, outros são normal sendo quietos de mais, ou algo do tipo, mas você e eu sabemos que estamos aqui hoje por um único motivo, o qual um dia descobrimos. Ame quem você é, não existe nada de errado com você. Existe algo de errado sim com quem diz que não existe a perfeição, pois sim, você é perfeito do seu jeito!”

[...]

- BOM DIA BELA ADORMECIDA. – Gritou Demi pulando e dançando na cama.

- Me deixaeu dormir DEMETRIANÓGOMOS! – Gritei seu apelido que eu havia colocado, o qual a deixava muito irritada.

- Não me chama de Demetrianógomos Pietralogólogo. – Mostrei o dedo do meio para ela que riu se jogando em cima de mim e me mostrando três papeis. – Seu namorado comprou três entradas para o circo. – Falou voltando a dançar em cima da cama.

- O Justin não é meu namorado Demetrianógomos.

- È sim Pietralogólogo. Não é Justin? – Ouvi uma risada rouca de fundo, ergui minha cabaça para cima encarando o ser mais lindo me olhando delicadamente.

- Bom dia. – Ele falou sorrindo e jogando sua franja para o lado, o que me causou arrepios.

- Oi Bieber. – Sorri disfarçadamente.

- Então vamos ao circo.

- Claro que horas?

- 20h30m. – Sorriu

- Ta chega de troca de olhares amorosos que eu estou aqui falou? – Demi falou se jogando em cima de mim.

- Caralho Demetria. – Reclamei

- Vamos comer, eu to com fome. – Demi reclamou

- Eu nem to com fome. – Menti.

- È claro que não, está desde ás 17h00m sem comer.

- É sério Demetria.

- Vem Pietra e não reclama. – Justin me puxou e eu desci emburrada em seus braços. Sentei-me no sofá e tomei o café da manhã com eles. Ficamos conversando por um tempo até que eu não agüentei mais e menti.

- Preciso ir ao banheiro já volto.

Subi aos prantos para meu quarto e trancei a porta e me joguei de quatro ao chão caminhando até o vaso sanitário e nem fiz muito esforço para colocar todo meu café para fora. Passei minha mão na boca e me levantei dando descarga e lavando meu rosto, escovei meus dentes penteei meu cabelo e sai do banheiro esbarrando com Justin que me olhava preocupado.

- O que você tava fazendo lá? – Falou pegando meus pulsos e os encarando.

- Eu não vou te contar o que eu faço no banheiro garoto. – Falei puxando meus pulsos de volta.

- Desculpa, eu só pensei que você...

- Que eu tivesse me cortado de novo, você não confia em mim.

- Desculpa, vem aqui.

- Me solta. – Falei e desci para a sala. Segurei forte as lágrimas que a qualquer momento poderiam descer estupidamente pelo meu rosto. Demi estava sentada assistindo desenhos animados e comendo alguma coisa, quando me viu saindo pela porta se curvou para me encarar. Saí rapidamente sem um rumo certo. Eu praticamente corria em direção á um refúgio, achei um lugar que aparentemente estava fazia, mas que não era o lugar certo para se estar, não me importei muito, apenas me sentei na areia meio molhada da praia e comecei a chorar, as árvores atrás de mim me escondiam, o que era a única coisa no momento que me reconfortava. Olhei para o céu coberto por nuvens escuras e sussurrei entre lágrimas as palavras que estavam entaladas há muito tempo.

- Mamãe, cadê você agora? Eu preciso tanto de você... Você não iria os deixar fazer isso comigo não é? Ou iria? – Senti as lágrimas descerem mais uma vez, só que agora com mais freqüência. Abracei meus joelhos e fiquei ali, tentando achar um método diferente de aliviar a dor.

- Ele está em um lugar melhor agora. – Eu reconheceria essa voz de longe, a mais de mil metros de distância. Bieber. O causador de todos os meus problemas, mas ao mesmo tempo, poderia ser a solução deles.

- Como me achou? – Falei fria.

- Estamos em uma cidade pequena, onde não se tem muitos lugares para se esconder, e como se eu não te conhecesse para saber onde você se meteria. – Falou sorrindo.

- Você só pensa que me conhece, porque na verdade você não sabe nada sobre mim Bieber. – Falei ironicamente.

- Você que acha Pietra. – Falou-me e encarou o mar como se estivesse interessado em algo nele. – Sabe esse tempo todo que passamos um longe do outro eu percebi uma coisa.

- Que você é mais feliz sem a problemática aqui? – Falei o encarando, ele me olhou feio e eu revirei os olhos.

- Para com isso Pietra, ta vendo? È disso que eu falo você não dá chances, você nem me deixa argumentar. – Ele passou as mãos nos cabelos nervosamente. Eu apenas mordi meus lábios fechando meus olhos esperando pra ele desaparecer magicamente dali. O silêncio reinou entre nós, no momento esse silêncio estava sendo bem confortante para mim, e aparentemente não muito para ele. Encarei-o por alguns segundos e logo voltei a fitar meus pés. – Você não acha isso tudo errado de mais?

- O que? – Perguntei confusa.

- Quando você voltou para o Brasil naquelas férias, me deixando aqui sozinho, sem nem ao menos me explicar o porque saiu daquele jeito, eu me senti um completo idiota, sabe, você não deveria ter feito aquilo, e eu não deveria ter te deixado ir, foi meu maior erro te deixar, agora eu vivo aqui sofrendo e pegando o preço por ter deixado a garota que eu amo ir embora. Você me completa garota, será que é só você que não nota isso? Eu não consigo e não quero mais viver sem você. Por favor, volta pra mim?