Mom s Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 10
Terça, 17 de setembro, à noite.


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a minha leitora que me fez a primeira recomendação, valeu mesmo!



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Eu quis fugir assim que voltamos para casa, pois, a vergonha de ver o irmão, a cunhada, que por um acaso também esta grávida, e a irmãzinha de Matt me encarando e dando risinhos era demais.

-E aí deu certo? – Um cara idêntico a Matt, só que mais velho, perguntou.

Eu olhei para Matt e esperei que ele entendesse meu olhar “se você falar um aí eu te mato” e entrei pegando Anna no colo.

-Vamos dormir, linda? –Perguntei, tirando-a do fuzuê.

-Eu quero saber o final da história! – Falou emburrada.

-Eu fiz papel de boba numa brincadeira sem graça. – Disse magoada.

E a levei para cima e a pus na cama.

-Você ficou chateada? – Ela me perguntou sonolenta.

-Nada que faça você se preocupar, meu anjo. – Falei dando um beijo em sua testa.

Andei até o meu quarto, que já estava bem mais arrumado, graças mim.

Matt estava lá, deitado na cama e assistindo um jogo de futebol, ele apenas desviou o olhar pra mim por um milésimo de segundo e depois voltou a assistir a droga do jogo.

 Tomei um banho, tentando lavar minha mente com xampu de morango.

Acho que fiquei com cheiro de chiclete, mas e daí? Quem liga?

Vesti uma camisa de Matt, não aquela que ele usa pra dormir, lógico! Posso ser louca, mas ainda me resta um pingo de juízo.

Deixei meu cabelo molhado solto, pra que aquele cheiro de chiclete não me deixasse enjoada e o vento o fizesse ir para longe.

 Será que pode molhar mega hair?

-Você tem tanta roupa , não as usa porquê? – Ele me perguntou curioso.

-Por que suas roupas são mais folgadas, mas se não quer que eu as use beleza! – Falei arrancando sua camisa e vestindo uma camisola, das roupas que Alexia comprou.

  Acho que pela transparência da roupa, ele preferia que eu vestisse sua camisa de volta, mas ele não ia dar o barco a torcer, né?

Deitei na cama, mas a proximidade dele me fez ficar nervosa. E se eu acordar novamente abraçada a ele?

Pois, toda a vez que a gente acordava, ele estava todo em cima de mim e ainda me acusava de ter o puxado...

Mas eu tava tão cansada que acabei dormindo.

Acordei com uma vontade louca de tomar sorvete de napolitano...

Minhas pernas estavam em volta de Matt e ele segurava uma alça da minha camisola, ah... Parece que ele não gostou mesmo da 

-Matt! – Chamei.

-Que foi mãe? – Ele perguntou totalmente grogue.

-Tá me achando com cara de sua mãe? – Perguntei irritada.

-O que é Anna? Vai dormir. – E me abraçou.

– Vai lá na cozinha pra mim...

-Pra quê? – Ele perguntou sem vontade.

-Eu quero sorvete. – Falei o empurrando pra fora da cama – De napolitano!

-Não pode ser quando a gente acordar?

-Eu já estou acordada e eu não vou conseguir dormir se eu não tomar esse sorvete. –Falei empurrando-o com os pés pra fora.

Ele suspirou e levantou.

-Eu só levantei pra meu filho não nascer de três cores viu?! – Avisou-me mal-humorado.

Ele demorou uns três minutos e voltou com um pote de sorvete.

-AAAH, você é a melhor pessoa do mundo! – E dei um selinho nele.

Ele ficou me encarando.

-O que é? – Perguntei com a boca cheia de sorvete.

-Você beijou minha boca. – Ele falou.

-Nada a ver. - Engoli primeiro e terminei a frase - Eu beijei seus lábios, para que eles sejam promovidos a boca tem um longo caminho a percorrer.

 -Gente, como você é marrenta! – E pegou uma colherada. – Por que não admite que me beijou e pronto?

Viajei tanto olhando seus olhos verdes e tomando o sorvete que até quebrei o pescoço.

Merda, tomara que ele não tenha notado!

De repente o gosto adocicado começou a me enojar, por conseqüência me enjoar pra burro.

 Assim que sair do banheiro, vi que Matt me observava com uma cara nada boa.

-Me desculpa tá? – Ele pediu como se estivesse com pena de mim.

-Por quê? – Perguntei assustada pelo gesto tão atípico dele.

-Sei lá, você vive passando mal.

Eu quase ri, esse aí passou as aulas de biologia todas fora da sala, só pode!

-Oh Matt, eu passo mal porque eu tô grávida, não por que você me enoja... – Rolei os olhos.

-Ah, tá! – Ele sorriu, pude ver que era de alivio. – Eu pensei que eu era repulsivo pra você, pois você vive me rejeitando.

-Ah, isso não tem haver com estar grávida. – Falei dando as costas a ele.

-Então por quê?

Por favor, filho me prometa que não se tornará tão chato que nem seu pai... Eu não vou agüentar dois assim na minha vida!

-Por que eu sei o meu papel aqui e que essa história de ser sua namorada é só para Anna não ficar traumatizada. – Respondi amarga.

-Você realmente acha isso?

-Lógico! Matt, você vai me assumir para todos, para sua família, para seus amigos?

Percebi que ele engoliu em seco.

-Mas isso não quer dizer que nós não podemos nos envolver.  – Ele sugeriu.

Há, essa é boa! Daqui a pouco ele vai me pedir para me beijar atrás da arquibancada!

-Matt, eu não sou esse tipo de garota que namora escondido e não temos mais doze anos! –Disse incrédula – E quando a barriga crescer, o que você vai dizer que não é o pai?

-Eu não vou negar, mas também não vou espalhar aos quatro ventos...

-Então você acha vergonhoso nosso filho? Bom saber... – Falei irônica.

- O que você quer?! – Ele gritou.

-Há, tanta coisa! Quero que meu pai pare de beber e arranje um trabalho decente, quero que a desmiolada da Alexia fique bem sem mim por perto, que os exames que eu fiz dêem negativos e o mais importante que eu consiga aos trancos e barrancos criar essa criança e a faça feliz.

Falei tudo num jato e parei para respirar.

-E você, você não quer nada para si?

-Não. Se essas coisas acontecerem, eu vou ser a pessoa mais feliz do mundo.

-Mesmo sem mim?

-Minha vida não gira em volta de você, eu acho que você já deveria saber disso.

Saí e bati a porta, acho que Anna será melhor companheira de cama do que esse demente. 


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Notas finais do capítulo

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