Os Guardiões da Existência escrita por kaio_dantas


Capítulo 10
Visitantes oportunos


Notas iniciais do capítulo

Depois de algum tempo estou de volta. Espero que gostem. Não tive tempo de betar, então se você ver algum erro muito grosseiro primeiro me perdoe, depois indique ele no comentário para que possa corrigir. Boa leitura!



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—Bryan, escute-me. —Ouviu o jovem em uma voz familiar.

—Quem está falando? Isso é um sonho?

—Sou eu Eterniel. Pode pensar como quiser, mas a verdade é que assim que vocês aceitaram ser guardiões um elo telepático foi criado entre vocês e eu, então sempre podemos conversar dessa forma, mas depois explico melhor.

—Está acontecendo alguma coisa? Algum problema?

—Na verdade não, tudo nunca esteve tão calmo no povoado se é que você me entende.

—Imagino como as coisas devem estar paradas. —Falou num tom sarcástico fora do comum.

—Não esperava esse tipo de piada vinda de você, mas digamos que sim.

—Noah nos contou como vocês se conheceram e como você o salvou.

—Aquele velho e suas histórias, nunca conheci ninguém de coração tão nobre e puro.

—Mas afinal de contas o porquê dessa conversa? Creio que não seja só um dialogo rotineiro.

—Queria saber como está indo a viagem? Estou um pouco preocupado com a calmaria que está se instaurando, pode ser um mau presságio.

—Por enquanto está indo tudo bem, Noah disse que em três dias estaríamos em nosso destino, pegamos um bom vento.

—Que bom, mas peço cautela, me admira muito que Iratus não tenha tentado nada ainda.

—Não se preocupe seremos cautelosos.

—Confio em você jovem, mas, por favor, redobre o cuidado, ele é ardiloso, vou deixa-lo dormir em paz, até outra hora.

—Até logo.

Bryan então sentiu a presença de Eterniel sumir de sua mente e continuou seu sono tranquilo.

Na manhã seguinte tudo pareceu correr bem, os garotos já estavam melhores em relação à maresia e puderam aproveitar um pouco melhor o café da manhã.

Passaram o resto do dia na amurada do navio olhando para o mar e conversando, Bryan contou-lhes sobre sua conversa com Eterniel o que deixou os outros um tanto apreensivos.

—Seria de fato um problema se fossemos pegos em alto mar, sem o navio ficaríamos boiando no meio do nada, meus poderes são inúteis aqui, sinto como se eles tivessem sumido. — Comentou Morgan.

—Talvez Denika e Ray pudessem acelerar a nossa viagem com os poderes deles, quando chegarmos na barreira que protege a ilha não correremos mais perigo.

—Poderíamos tentar. —Concordou Ray.

— Não gosto dessa ideia Devyl. Já não podemos contar com os poderes de Morgan, ficar sem Denika e Ray é fora de cogitação. Vamos nos manter calmos e esperar que tudo de certo.

—Esse é o seu problema sempre esperando que tudo corra bem, sempre tentando fugir das lutas, não espere que o destino sempre vá nos ajudar, temos que ser ativos em relação a nossas batalhas. —Falou Devyl, saindo em direção ao seu dormitório.

—As atitudes dele ainda vão nos dar muitos problemas.

—Tente entende-lo Bryan, nem todos lidam da mesma forma com a pressão, Devyl é um tanto passional e essa é a forma dele de resolver problemas, indo de frente.

—Eu sei Denika, mas somos uma equipe, devemos sempre buscar o melhor para todos e um bom guerreiro deve saber quando é hora de esperar e quando é hora de agir.

De repente ouviram um silvo altíssimo dado por um dos marinheiros, nesse momento vários outros correram para amurada com suas lunetas olhando para o horizonte.

—O que está acontecendo? — Perguntou Morgan, a um marinheiro que esbarrara nela procurando o melhor ângulo para ver seja lá o que fosse.

—Terra a vista, não ouviu o silvo.

—Claro como se um assovio não pudesse significar qualquer coisa. — Falou enquanto saia da amurada junto com seus companheiros.

—Que bom! Terra firme. — Falou Ray. — Meu estomago agradece.

—Será que essa é a ilha em que devíamos chegar Bryan?

—Acho que não Denika, foi muito rápido.

—Noah pode ter se enganado.

—Acho que ele tem experiência o suficiente para não cometer erros tão grosseiros.

Nesse momento Noah surgiu no convés saindo de sua cabine, parecia intrigado com aquilo. Ele foi de encontro aos garotos.

—Pra onde estamos indo?

—Gostaria de saber lhe responder Ray, Eterniel e esses seus presentes, tenho que lembrar de me informar melhor na próxima vez.

—O que quer dizer com isso?

—Esse barco, Eterniel me deu ele, disse que seria mais rápido e que saberia o caminho.

—Como o barco pode saber o caminho, é só um grande amontoado de madeira.

—Jovem Bryan você mais do que eu deveria saber que nada é impossível quando os guardiões estão em questão. Vamos fazer uma parada rápida, vamos ver se conseguimos encher o estoque de água potável, antes do entardecer voltamos ao nosso caminho. Acho que isso não irá atrapalhar o nosso tempo de viagem.

O barco foi então se aproximando da ilha e os garotos puderam então ver o seu contorno e quanto mais se aproximavam, mais daquele paraíso podia ser visto. A areia era branquíssima, podiam ser vistas grandes palmeiras e outra imensidão de arvores de variedade nunca vistas antes pelos garotos, podia-se ouvir o cantar dos pássaros ao longe, se podia existir uma representação para os lugares onde se passavam os contos de fada sem dúvida era aquele.

Eles atracaram na ilha e toda tripulação desembarcou, Noah mandou que eles fossem à procura de água e frutas.

Os garotos saíram correndo em direção à floresta para explorar.

—Ei, não se afastem muito do barco e nem demorem demais. —Gritou Noah, enquanto eles se afastavam em direção a floresta. —Não importa o peso sobre os ombros crianças são sempre crianças. —Pensou.

Os garotos caminhavam por entre as árvores, sentiam a liberdade inundar o seu ser, era como se nunca tivessem encontrado seu anéis, como se o mundo nunca tivesse corrido perigo e toda aquela história de guardiões fosse apenas um sonho longínquo.

Eles correram e pularam como faziam antes de terem todas aquelas responsabilidades, em um momento sentiram fome e começaram a procurar por frutas que pudessem comer por ali e enquanto adentravam a floresta avistaram uma cabana cor de rosa toda enfeitada rodeada por flores e que emanava um cheiro adocicado.

—Vamos até lá, deve ter comida.

—Não sabemos, Eterniel nos disse para sermos cautelosos, não devemos ficar entrando em qualquer lugar.

—Chega de te ouvir Bryan, já estou cansado de fazer só o que você quer. Quem quiser ver o que tem lá dentro venha comigo? —Falou Devyl virando as costas.

Denika e Ray seguiram Devyl em direção a casa cor de rosa, apenas Morgan ficou parada ao lado de Bryan.

—Você não vai com eles?

—Você está vendo aquela casa, ela é cor-de-rosa, algo extremamente maligno deve viver ali.

—Morgan você realmente pode ser engraçada. —Falou esboçando um sorriso.

—O que iremos fazer agora?

—Vamos voltar para encontrar os outros, já está ficando tarde e acho que eles não vão demorar lá.

—Certo, espero que eles não encontrem nenhum dragão disfarçado de vovozinha.

****

Os garotos chegaram até a casa e bateram na porta. Uma bela mulher com lindos cabelos castanhos e estranhos olhos púrpuros abriu prontamente a porta como se estivesse esperando-os.

—Oh visitas! Faz tempo que não recebo nenhuma. Entrem por favor.

Os garotos entraram, seria mal educado recusar um convite tão lisonjeiro. A casa era bem organizada embora a sua decoração fosse bem brega, era cheia de antiguidades e bibelôs de louça por todos os cantos. Ela convidou os garotos para sentarem na sala.

—Fiquem sentados ai, vou à cozinha pegar alguns biscoitos e um pouco de chá para vocês.

—Viu eu estava certo, não tinha nada de errado em virmos até aqui, ela até vai nos dar uns biscoitos.

—Espero que os biscoitos sejam de baunilha, minha mãe faz uns deliciosos, estou até com saudades. —Falou Ray, relembrando de sua casa.

—Será que fizemos certos, Bryan é o nosso líder, acho que devíamos dar mais credito para o que ele diz.

—Que foi que deu a ele o titulo de líder, só por que ele é um sabe tudo não pode decidir tudo por nós.

—Talvez você esteja certa. — Falou Denika meio cabisbaixa.

Nesse momento a mulher vinha voltando com uma bandeja nela tinha três xicaras de chá e um prato de biscoitos, o cheiro era ótimo. Ela dispôs à bandeja na mesinha a frente dos garotos e sentou.

—Espero que gostem são biscoitos de baunilha minha especialidade e chá de uma flor chamada poena que só aqui nessa ilha.

—Que estranho por que a flor se chama pena?

—Hum impressionante Denika não conheço muitos jovens que conheçam latim hoje em dia.

—Como você sabe meu nome, não me lembro de ter falado.

—Claro que falou jovem, mas foi de fato um desleixo e falta de educação não ter dito o meu, me chamo Melyade.

—Um nome diferente, mas muito bonito.

—Deviam provar os biscoitos e o chá não irão se arrepender.

Os garotos começaram a comer e Melyade não tirava os olhos deles.

—Então porque a senhora vive nessa ilha, sozinha e tão isolada?

—O mundo foi cruel comigo, então decidi me abster de todo ele aqui, mas é sempre bom receber visitas. E vocês o que fazem por aqui.

—Estamos em uma missão... —Falava Ray de boca cheia, até ter seu pé esmagado pelo de Denika embaixo da mesa.

—Uma missão que interessante. O que crianças como vocês tem de tão importante para resolver?

—Não dê muita bola para o que o Ray fala, na verdade somos de uma família de mercantes e viajamos pelo mundo levando especiarias de um lugar para outro. — Disse Devyl tentando não aparentar preocupação.

—Ah tudo bem, achava que era algo mais emocionante, algo tipo salvar o mundo ou qualquer coisa do assim.

—Denika soltou um risinho. — Acho que está na hora de irmos nossos amigos devem estar nos esperando.

—Está tão cedo ainda e é tão bom ter companhia, passem mais um tempo com essa pobre senhora.

—Nós adoraríamos, mas em breve nossa embarcação terá que sair.

—Eu também adoraria deixar vocês partirem, mas se vocês saírem daqui eu posso não ter outra chance de escapar daqui. —Nesse momento ela atirou alguma coisa na direção deles que quando se chocou com o chão criou uma nuvem de fumaça rosa.

—O que é isso? — O que você acha está fazendo?

—Garantindo minha liberdade.

Nesse momento os garotos sentiram seu corpo sendo entrelaçado por algo que tentava imobiliza-los e quando se deram conta já não conseguiam mais se mexer. Quando a fumaça abaixou puderam ver que estavam enrolados por raízes muito grossas e que impossibilitavam qualquer movimentação.

—Ora sua velha, com quem você pensa que está lidando? — Se souber quem somos, sabe que essas raízes não vão conseguir nos prender.

Nesse momento começou conjurar um feitiço para queimar as raízes, mas nada acontecia, parecia que seus poderes tinham-no abandonado.

—Ora que jovenzinho mais mal educado você, chamar de velha uma moça como eu que fui tão hospitaleira. E sim eu sem quem vocês são, não sou nenhuma idiota.

—Por que está fazendo isso conosco? — O que fizemos para você e o que você fez com nossos poderes?

—Digamos que eu sou muito habilidosa com plantas, acho que vocês já perceberam isso. O chá de poena que vocês tomaram não é um chá qualquer, ele é capaz de adormecer o fluxo de energia de vocês impedindo que usem seus poderes.

—E se quer saber por que estou fazendo, é porque Iratus me prometeu que se eu capturasse vocês me tiraria dessa ilha imunda e me faria rainha do caos ao lado dele.

—Mas você disse que estava aqui porque queria então para que precisa de nós? — Indagou Ray

—Não seja ingênuo garoto, quem em sã consciência iria querer ficar isolada no meio do nada. A verdade é que não saio daqui a séculos, um de vocês, estúpidos guardiões me selou aqui.

—Você deve ter merecido. Sua bruxa.

—Não faz bem palavras como essa saírem da boca de uma senhorita como você Denika deixe eu te ajudar. —Nesse momento as raízes fecharam a boca de Denika e dos outros garotos.

—Bem já tenho três de vocês, é uma pena que os outros dois não tenham vindo também, mas acho que o poder que acumulei durante todo esse tempo vai ser o suficiente para captura-los.

Enquanto isso na praia Morgan e Bryan já se encontravam impacientes e a embarcação já estava quase pronta para partir.

—Onde será que aqueles três se meteram? —Espero que não tenham se metido em confusão.

—Você precisa dar mais crédito a eles Bryan eles são tão Guardiões como você, eles também são escolhidos.

—Eu sei, mas eles são tão inconsequentes, parecem que nunca pensam antes de agir. Eu só quero o melhor pra eles.

—Eu te entendo, mas se não deixar que eles errem jamais vão aprender a se virar sozinhos e nem sempre poderemos contar uns com os outro.

—Você está certa Morgan.

Nesse momento ouviram um grande urro vindo da floresta e saindo do meio das árvores viram uma mulher de pele esverdeada com grande olhos purpura e toda a pele coberto por folhas e raízes que pareciam brotar de seu corpo.

—Vocês devem ser os Guardiões disse ela, lançado uma saraivada de espinhos nos garotos com um abanar de mãos.


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Notas finais do capítulo

Bem espero que tenham gostado. Encontrei essa imagem que sera mais ou menos como a Melyade deve parecer quando transformada. http://starlica.tumblr.com/post/55878010691/zyra-of-league-of-legends. Perdão por não saber desenhar mais basicamente é assim que o corpo dela parecerá imaginem ela com o cabelo e com olhos purpura e a pele verde.



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