Momentos de felicidade

DRACO PDV

  Estava me encontrando com ela em cada período livre que tínhamos, pelos corredores, jardim e até na biblioteca. Em um desses momentos a encontrei  sozinha. Em um canto mais afastado do jardim, em baixo de uma grande árvore observando o lago, com alguns, muitos livros em sua volta. Eram estes pequenos detalhes nela que me faziam querer mais e mais ela. Ela não era uma menina fútil ou metida que só si importa com a aparência. Não, ela possuía a sua beleza totalmente natural. Ela se preocupa em aprender. Em saber sobre tudo a sua volta, entender o funcionamento de cada coisa. Uma verdadeira Sabe Tudo. Ela fica tão linda quando está estudando distraída. Ela está concentrada em um mundo só dela. Os livros são assim, um mundo particular para cada um. Às vezes acho que queria poder participar do mundo dela. Deve ser lindo! Encantado, já que ela “vive” mais no mundo “dela” do que neste em que eu vivo. Um mundo de dor, sofrimento, guerra. Ela sorria enquanto lia, e eu estou ficando cada vez mais “bobo”.

- Olá, linda bruxa!

  Ela olhou para cima, seus olhos cor de âmbar brilhavam a luz do sol. Algo de muito forte neles me prendiam.

- Boa tarde. – Ela me respondeu.

  Seu sorriso aumentou quando me viu. Bem pelo menos é a impressão que tive. Afinal, eu sou lindo! Minha beleza é estonteante, e com meu sorriso torto todas as meninas se derretem. Pelo menos é o que elas mesmas dizem. Mas realmente não me importo com as outras, a única com que me importo é ela. Me aproximei um pouco mais e me sentei ao seu lado. Ela colocou para o lado o livro que estava em seu colo e me abraçou. Me abraçou de uma forma tão carinhosa, que nunca havia recebido em minha vida, nem de minha mãe. Somente os dela eram assim. E isso mexia muito comigo, mais do que era necessário acredito. No início eu não correspondia ao seu abraço, ficava sem reação, mas ela sempre me abraçava da mesma forma. Não sei como, mas ela de alguma forma sabe a razão do por que de eu não retribuí-lo. E nunca me forçou a nada. Mas aos pouco fui me acostumando, descobri o poder de um abraço. Como um abraço é bom! Pode mudar um dia ruim, nos deixar feliz. É assim que me sinto quando estou ao seu lado. Hoje eu já consigo retribuí-lo, meio desajeitado, mas retribuo, vale a intenção, não é? Me sinto aquecido nos braços dela, ela é o meu sol, meu sol particular. Só ela não sabe disso ainda, nem tenho certeza se um dia chegará a saber. Gostaria de poder contara ela o quanto ela é importante para mim, mas não posso.

  Então com todos os sentimentos e emoções fluindo em mim, a beijei. A beijei de uma forma extremamente suave, com muito carinho e cuidado. Ela era tão delicada. Tinha muito medo de machucá-la. Mas era difícil resistir a tentação de tê-la cada vez mais próxima. O beijo começou a se aprofundar, seus lábios eram tão macios. Sem nenhuma dúvida ela era especial para mim, ela era o meu melhor. Eu não valia nada, isso mesmo nada! Eu matei trouxas, fui obrigado a matar por Lord Voldemort, mas o fato é que eu matei. E não me orgulho disso. Isso só a torna cada vez mais inalcançável para mim. Seu coração é bom de mais, não vê a maldade nas pessoas. Ela vê um lado bom em mim que está muito longe de existir. Eu estou marcado, com o destino traçado, e sem volta. Sou sujo por dentro, e eu que costumava dizer que ela é quem possuía o Sangue Sujo, que ironia do destino! Prega tantas peças na gente. Ela merece algo muito melhor do que eu tenho para oferecer a ela.

  Com a falta de ar nos afastamos ofegantes. Encostei minha testa da dela. Ela suspirava e sorria.

- Eu gosto tanto quando você me surpreende do nada e aparece ao meu lado... – ela me disse.

- Eu gosto mais ainda de te pegar desprevenida. Ver as suas reações, seu sorriso...

- Você está me enrolando Malfoy?

- Enrolar você? Nunca... Não você...

- Hum... Só eu? E a Parkinson?

- Com ciúmes da Pansy? Você sabe que ela é só minha amiga...

  Antes que ela pudesse protestar a beijei novamente, de uma forma mais intensa. A deitei na grama. Os beijos se tornavam cada vez mais urgentes. Como eu precisava dela... e não fazia idéia de como tela. Não podia era errado, ela era pura... E eu... O que eu era??? Um aproveitador de meninas indefesas??? Nem ao menos isso eu sei... Minhas mãos urgentes tinham vida própria não conseguia me controlar, percorriam por sua cintura, suas pernas. Merlin, como ela era quente, sua pele macia, seu cheiro suave me inebriava... Me deixava louco...  Mas eu tinha que me controlar, tinha que parar antes que fizesse algo que poderia me arrepender profundamente depois.

- Draco. – A ouvi sussurrar meu nome. Meu coração parou neste momento,ela nunca havia me chamado pelo meu primeiro nome. Isso me fez sorrir como um bobo e finalmente consegui fugir de meus devaneios e me concentrar no que ela me dizia...

- Sim... - Minha voz saiu rouca pela tensão do momento.

- Eu preciso de você...

- Você tem certeza do que está me pedindo?

- Tenho. – Respondeu com convicção.

  Para mim não precisava mais nada... Fiz o que me pediu... Meu coração transbordava de alegria. E li nos amamos pela primeira vez... Debaixo de uma árvore em frente ao lago, rodeados por livros...

  Depois de nos amarmos, ela estava adormecida em meus braços. E eu mexendo em seus lindos cachos castanhos... Em um impulso sussurrei em seu ouvido:

- Eu te amo.

Mas ela estava sonhando, acho que um sonho muito bonito, pois sorria, e não me ouviu...

Logo após niná-la eu adormeci junto dela... Embalando os seus sonhos...