Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 18
De Volta Antes da Guerra


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Cap. 18

— Com licença? – Disse Jacques ao abrir a porta.

Draco e Hermione não tiveram outra saída a não ser fingir quase terrivelmente mal que nada tinha acontecido e pegar suas coisas, saindo da carruagem e, assombrosamente, dando de contra com uma cena perturbadora de tão surpreendente.

Praticamente todos os alunos que conheciam do sexto e sétimo ano de Hogwarts estavam ali. Estavam todas as células misturadas! Hermione logo destacou certo rapaz de cabelos ruivos no meio do grande grupo que os esperavam sentados em bancos ou na grama da clareira. Ronald se pôs de pé enxergando Hermione a distancia.

Sorrindo (e lembrando de como Draco comentou sobre o cabelo ruivo de Rony) Hermione correu com a bolsa no ombro até encontrar o amigo, trocando um apertado abraço assim que se alcançaram.

— Mione!

— Finalmente! – Sorriu Hermione analisando o rosto de Rony. Curiosamente passou a mão pelos fios ruivos e riu de novo. Teve que admitir que nunca reparara o quanto era diferente um rapaz ruivo.

— O que? Tem algum bicho aí? – Perguntou Rony arrepiando o cabelo como se quisesse tirar alguma sujeira.

— Não. Relaxa! – Hermione corou. — E cadê Gina?

— Ah, sei lá! Deve estar lá dentro lendo.

No mesmo instante, saiu de uma barraca uma ruiva parecendo elétrica.

— Harry? – Perguntou Gina, mas dando de cara com Hermione. Ainda assim sorriu. — Hermione!

Gina se aproximou e as duas se abraçaram também.

— Onde é que está o Potter? Preciso ter uma séria conversa com ele! – Disse Ronald em tom másculo.

— Nem começa Rony! – Brigou Gina.

— Por quê? – Hermione quis saber. — O que está acontecendo?

— Ronald quer implicar com o Harry! Passou os últimos dias implicando comigo! – Reclamou Gina.

— Imagino...

— Se você imagina, - disse Rony a Hermione, — é por que deve ver o mesmo que eu. Sabem... Eu não sou cego! É claro que você e Harry estão com coisa!

— Rony deixa disso! – Pediu Hermione. — Não fica com isso na cabeça. Dumbledore quis uma conversa particular com Harry e ele ficou para isso em Hogwarts!

— DUMBLEDORE VOLTOU? – Perguntaram Rony e Hermione ao mesmo tempo.

— SIM! – Hermione também sentiu a felicidade dessa notícia de novo. — O que me leva a concluir que os professores Snape e Flitwick também estão de volta.

— E isso aqui vai acabar? – Perguntou Gina se referindo ao torneio.

— Receio que não...

Gina pareceu perder a graça de novo, e deu um tchau para o irmão e a amiga, voltando para dentro da barraca. Hermione ergueu uma sobrancelha para ela, mas achou que era melhor deixar para lá.

— Vem! Por que não contou que todo mundo havia sido juntado?

— Por que eu esqueci completamente! Já faz uns dias e eu me acostumei! – Disse Rony indo sentar com Hermione numa mesa estilo piquenique montada ao redor da clareira.

— Eu senti falta de estar no meio de tantas caras conhecidas! – Suspirou Hermione. — Faz tanto tempo que só convivo com sonserinos, que já estava... Deixa pra lá! – Freou-se percebendo a loucura que ia dizer. “Já estava se sentindo uma sonserina” – se Rony ouvisse isso...

— Que já estava o que? – Perguntou o garoto.

— HEY! Hermigatinha! – Simas correu ao encontro dos colegas.

— Hermigatinha? – Inquiriu Rony.

— É como ele deu de me chamar!

Hermione e Simas se abraçaram. O garoto parecia mais forte.

— Fale Ron! – Cumprimentou.

— Como vai? – Perguntou Hermione.

— A coisa por aqui ficou melhor. Jacques não está mais com aquelas atividades sobre-humanas que nos fazia executar! – Simas cochichou.

— Ótimo! Pelo susto, se ele não diminuísse a dificuldade ia nos matar!

— Acho que você não morre mais, Mione! – Disse Simas.

— Ah, é verdade! Você e Harry agora são os imortais para todo mundo aqui! – Contou Rony sorrindo.

— Imortais?

— Sim! Sobreviveram de um precipício! – Disse Simas parecendo admirado e excitado. — Se vocês não morreram na guerra, na queda, lá baixo... Só se Você-Sabe-Quem descesse aqui agora e os matasse de surpresa!

Rony riu, mas Hermione de repente ficou tensa. Precisou tentar tirar o foco de si mesma.

— Mas não exagerem! Só estamos vivos por que Draco nos ajudou!

Simas se calou e Rony pareceu estranhar tanto, que o ar de repente ficou pesado. Hermione deu uma fora, e feio. Mas não podia retirar o que disse, tampouco pôde pensar em outra coisa, pois logo se viu procurando Draco ao redor.

Draco seguia direto por onde Pansy Parkinson indicava, e os dois entraram na mesma tenda onde Gina havia entrado. Hermione teve vontade de ir em seguida, mas se refreou.

— Até mais Hermigatinha! – Disse Simas se afastando. Ela perdera o resto da conversa.

— Tchau Simas!

Ficaram ali Rony e Hermione e, tentando puxar outro assunto, ela retomou:

— A propósito Ron, me passa os assuntos recentes para eu começar a estudar?

— Claro, Mione. Quer estudar aqui fora ou lá dentro?

— O que tem lá dentro?

— Um circo! – Disse Ron em tom promissor.

Ele pegou Hermione pela mão e a levou até a, de repente, chamativa tenda. Parecia mesmo um circo: as redes penduradas em ziguezague nos pilares de madeira decorados com luzinhas de natal, os colchões dispostos ao pé do que seria a “parede” da tenda e uma extensa divisória de tecido, antes era toda branca, mas agora, customizada pelos alunos, parecia mais uma cortina de espetáculo vermelha e dourada.

— Isso está tão Grifinório! – Comentou Hermione.

— E já deu o que falar! – Disse Rony rindo. — Os sonserinos quiseram a morte, os da Corvinal ficaram com o orgulho abalado, e a Lufa-Lufa não gostou, mas não fizeram uma guerra por isso. Então, professora Aurora fez um feitiço, e agora, a decoração muda de cor durante o dia. – Rony consultou o relógio. — E já vai acontecer!

Então Hermione assistiu as cores da cortina mudar de mansinho do vermelho rubi para o azul-meia-noite da Corvinal, e o bronze nas barras. As luzinhas ficaram um azul-safira e o piso num tapete azul profundo.

— Boa ideia! – Disse Hermione. — Então é aqui que todo mundo fica?

— Era.

— Era?

— Seu professor Jacques estava querendo mais uma tenda para deixar duas células em uma, e duas em outra, só para não ficar muito cheio. Mas ainda não construíram.

Hermione varreu o lugar com os olhos, e num canto bem distante, quase no fim da comprida tenda, Draco estava testando a segurança do nó que prendia a rede enquanto Pansy se encostava à pilastra de madeira. Pareciam conversar.

— Vem! Deixa-me pegar minhas anotações para você! – Disse Rony pegando Hermione pela mão e de novo a conduzindo.

Assim, todo mundo se acomodou, depois da hora do almoço, Harry chegou. Passou um tempo com Rony e Hermione, onde não teve a chance de conversar sobre o que queria, nem sobre o que houve na conversa com Dumbledore. Depois Gina o levou para repassar as matérias que Harry perdeu. Logo, Rony foi interceptado por Miguel Corner, para terminarem algum dever em dupla. Hermione logo ficou sozinha, o que serviu para se ajeitar num colchãozinho perto dos fundos da tenda. Mas seu tempo para si mesma não durou muito.

Jacques Malfoy e os outros professores entraram na tenda fazendo todos os olhos se voltarem para eles. Realmente a tenda estava ficando muito populada.

— Alunos de Magia Real! – Chamou ele.

— E Espírito Bravo! – Chamou professora Vector.

Dezenas de alunos ficaram de pé e se apresentaram. Dentre eles, Luna, Rony, Miguel Corner,  Simas, Hermione e Draco.

— Vocês terão uma tenda nova. Isso aqui está... – Jacques correu o olhar pelo espaço com cara de desgosto.

— Superlotado! – Completou professora Vector. — Por isso, aqui fora tem uns materiais para construírem uma nova barraca. Tarefa que vocês vão executar enquanto estivermos em uma importante reunião em Hogwarts.

— E se alguém se habilitar a tentar um Feitiço Indetectável de Extensão decente, conta com duzentos pontos para sua Célula praticamente de graça! – Disse Jacques em tom arrastado.

Os professores deixaram a barraca num convite mudo para os outros saírem. As células nomeadas se precipitaram para fora, e depois os demais se dispuseram às margens da clareira. Um amontoado de barras de ferro, ganchos e peças inomináveis estavam postas bem no meio do gramado.

— Estão falando sério? Querem que montemos uma barraca? – Perguntou Simas divertido.

— Absolutamente, Sr. Finningan! – Disse Septima com seu tom de seriedade.

— Antes da hora do jantar estaremos de volta. Cem pontos para as duas células se a barraca já estiver erguida até lá. Os duzentos será um acréscimo à célula do aluno que fizer o feitiço de extensão. – Lembrou Jacques.

Automaticamente, cerca de dez colegas viraram para Hermione, que corou virando o rosto para o outro lado. Então, voltando ao “tremzinho” de carruagens, os professores alçaram voo e sumiram pelo céu. Por um momento, os alunos ficaram todos embasbacados olhando para o amontoado de trecos, até que Rony deu um passo à frente.

— Tudo bem, vamos acabar com isso! – Disse em tom de liderança desproposital. — Daqui para cá vamos montar a armação, e daqui para cá arranja a cobertura depois. – Dividiu medate-metade o grupo. — A primeira parte venha cá, precisamos separar as peças da base, dos pilares e as da armação do teto. Alguém as reconhece?

Então, o primeiro grupo indicado por Rony se uniu a ele enquanto o outro observou. Nessa primeira metade estavam Draco e Hermione.

— Eu montei barracas nas férias com os meus pais! – Disse Hermione sorrindo orgulhosa de Rony. — Isso aqui é de um pilar! – Puxou uma madeira comprida.

— Bom, Mione! – Sorriu Ronald.

— Sempre o tom de surpresa... – Disse Hermione, e Rony mostrou-lhe a língua.

— Essas peças pequenas são junções! – Disse Draco se agachando perto das pecinhas. — Você está perto das da base! – Apontou para o pé de Rony.

— É. Claro. – Disse desconfiado.

Então, as duas células começaram a montar a barraca, alguns faziam corpo mole e outros, como Pansy e umas meninas da Sonserina, se recusavam a ajudar. Colegas de outras células se voluntariaram, um deles foi Harry, que se juntou a Ronald. Hermione tentava encaixar um pilar na cavidade da base, mas estava com problemas para equilibrar a longa peça.

— Isso pede alguém maior! – Disse Draco com sua voz arrastada, se intrometendo e segurando a barra para a grificória.

— Eu poderia me virar sozinha! – Hermione bateu as palmas para limpar a mão.

— Orgulhosa...

— Intrometido!

— Mas eu faço as coisas direito! – Malfoy contrapôs se virando para ela com um sorriso cínico no rosto.

— Quem te iludiu?

Draco riu batendo o pó da camisa preta. Hermione ficou de repente sem jeito ao lembrar deles dois. Inconscientemente, começou a medir Draco dos pés à cabeça.

— O que foi? – Perguntou ele.

— Seu cabelo está castanho de tanta sujeira! – Ela desatou a rir.

No outro lado do grupo, Rony ergueu a cabeça e fechou a cara. Harry procurou ver o que o fez ficar bravo. Hermione tentava esfregar o cabelo de Malfoy, que começou a sacudir a cabeça, como um cachorro, e uma pequena nuvemzinha de poeira fez Hermione se afastar, rindo. Depois, Draco pegou-a pela mão e a puxou para um lado, onde os dois se abaixaram e começaram a separar peças de encaixe pequenas.

— O que é aquilo? – Perguntou Ronald mais vermelho que um pimentão.

— É o que eles são agora. “Coleguinhas”! – Disse Harry também desgostoso.

— COMO É? – Ronald quase surtou, e Harry teve que puxá-lo para margem da clareira para impedir um escândalo.

— Segura a onda, Ron! – Dizia Harry. — Hermione não admite, mas é claro que virou amiguinha do Malfoy. O chama pelo primeiro nome e tudo mais!

— M-m-m-mas... – Rony parecia sem chão. — COMO?

— Ela fala que tiveram que se unir para sobreviver ao mês que passaram isolados com Jacques Malfoy, e que deve muito ao Malfoy e blá-blá-blá... Ela não me ouve! Nos dias em que passamos na enfermaria discutimos várias vezes por isso! Eu tentei alertá-la, lembrá-la que os Malfoy simplesmente não prestam! Mas Hermione não está nem aí, está convicta de que Draco é diferente!

— Ela está sob o feitiço Confundus! Não, por que só pode! – Disse Rony perplexo.

— Madame Pomfrey teria percebido se estivesse. Hermione endoidou, e foi isso que aconteceu!

— E por que você não me disse isso quando fomos te visitar?

— Por que... – Harry se refreou antes de dizer que esqueceu disso por causa da presença de Gina. — Ora, por que eu não pensava nisso! Estava feliz de rever meu amigo!

Rony murchou e continuou de cara fechada.

— Mione... – Murmurou olhando a cena dela e Draco, seu tom com se tivesse tido a notícia de Hermione ter morrido.

Sentados no chão, rindo como se fossem superamigos, Draco e ela pareciam mais brincar de encaixar as peças do que trabalhar seriamente. Quando o esqueleto da barraca estava pronto, o outro grupo se moveu para arranjarem a parte da cobertura. Então os que já haviam trabalhado foram se sentar à margem da clareira, nas mesinhas de piquenique. No fim do trabalho, todo mundo se reuniu à frente da barraca para apenas umas seis pessoas.

— Então? Quem faz o feitiço? – Perguntou Simas descontraído.

Na mesma hora, aqueles que sabiam que não fariam deram um passo para trás. Inocente disso, Hermione foi a única que ficou à frente.

— O que? – Perguntou assustada.

— A gente sabe que você consegue! – Disse Gina que assistia perto dos outros de Varinhas de Fogo.

— Qual é? Ninguém de Espírito Bravo vai tentar? – Perguntou Miguel Corner com medo de Magia Real ganhar duzentos pontos facilmente.

— Acho que não, colega – sussurrou Rony.

Miguel se empertigou e foi ao lado de Hermione. Quando ergueu o braço, Hermione deu um passo para o lado.

Tractus Invisibili!

Um raio esbranquiçado irrompeu de sua varinha e deu um estalido. Nada mais aconteceu. Miguel enfiou a cabeça dentro da barraca para ver se tinha dado certo e saiu de lá frustrado.

— Hermione? – Incentivou Harry.

Ela se direcionou até a porta da barraca e, respirando fundo e tentando ignorar o fato de todo mundo estar de olho nela ao mesmo tempo, ergueu o braço e conjurou:

Tractus Invisibilis!

Logo, alguns alunos de Magia Real passaram na frente dela para verificar o feitiço. Simas Finningan saiu da barraca logo em seguida bradando:

— DEU CERTO! DEU CERTO! HERMIGATINHA, EU TE AMO! – E pulou nos braços de Hermione quase quebrando as costelas dela de tão forte que a abraçou.

Quando voltaram da reunião, Jacques e Vector deram cem pontos às duas células por terem conseguido erguer a barraca. Jacques concedeu mais duzentos à Magia Real, que parecia bem satisfeita, apesar de ainda ter muitos sonserinos fazendo bico e olhando de cara feia para Hermione.

Depois de jantarem, nas mesas de piquenique, todos foram para suas camas. Contudo, Harry não esquecera do que tinha a contar para Hermione; Rony não esquecera que Hermione tinha algo a contar para ele e Harry, mas também não esquecera que estava bravo com ela; e Hermione, por sua vez, esperava que eles não esquecessem de se encontrar no Espelho de Dois Sentidos à uma da manhã!

Continua.....


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Notas finais do capítulo

Não sei se esse cap. ficou bom, mas acho que é por que eu deixei o melhor para o próximo, mas enfim, isso é vocês que vão me dizer!
Obrigada por lerem!
Mila.