Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 17
O Sentimento


Notas iniciais do capítulo

Meninas, queridas, estou escrevendo tanto A.U.S.T. que não consigo escrever as outras fics direito!
Mas estou feliz!
Aproveitem mais um cap.!



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Cap. 17

Na manhã seguinte, Madame Pomfrey deu a última dose de remédio para Draco, Harry, Hermione, Luna e alguns outros conhecidos. Cho e Ernesto iam passar um pouco mais de tempo lá. Logo, Jacques Malfoy, Edward Scott, Septima Vector e Aurora Sinistra vieram para buscar seus alunos. Hermione terminava de arrumar a bolsa.

— Mione! – Cochichou Harry enfiando uma camisa na sacola.

Os professores já se encontravam parados à porta da ala hospitalar.

— Que foi?

— Preciso falar com você. Antes de nos separarmos! – Cochichou Harry com urgência.

— Só agora você diz?

— Desculpe, mas você estava dormindo antes!

Hermione só acordou por que Madame Pomfrey a forçou. Teve uma noite tão cheia que só voltou a dormir cinco da manhã, e ainda estava bocejando e coçando os olhos frequentemente.

— Sobre o que você quer falar?

— Malfoy. – Cochichou Harry se inclinando para perto de Hermione, fingindo que ia dar a ela um lenço.

A informação fez Hermione engolir em seco. Desde ontem, estava evitando sequer olhar para o lado onde ficava a cama de Draco. Ainda não sabia exatamente como reagir depois de tudo que viu. Algo dentro dela mudara em relação a ele, uma parte para bem, outra para mal...

— Vamos! Aprecem-se! – Pediu Madame Pomfrey. — Tenho muito que medicar ainda!

— Granger, Malfoy! – Chamou Jacques. — Vamos logo com isso!

Hermione começou a fechar os zíperes abertos, e percebeu pela visão periférica que Draco passava pelo lado dela. Ergueu o rosto para a parede oposta respirando fundo, e depois bateu os olhos em Harry.

— Pelo Medalhão! – Sussurrou sendo obrigada a finalmente ir de encontro aos Malfoy.

Harry fechou sua mochila, agoniado, e logo em seguida foi até Edward Scott.

— Olá Harry! – Cumprimentou Luna parando ao lado de Vector.

Harry lhe retribuiu um sorriso, assim como Hermione. Mais alguns alunos se juntaram aos professores e logo o grupo caminhava em direção ao pátio frontal de Hogwarts. Jacques ia à frente, junto com professora Aurora, conversando. Edward e Vector iam em seguida. O grupo de alunos ia entre eles e um pouco atrás.

Foi estranho rever Hogwarts, ou pelo menos parte dela. Mas era uma sensação ótima para muitos, inclusive Harry, que espiou os átrios e pátios por onde passava, dando uma saudade enorme de quando sentava ali para passar o tempo com amigos, estudar para a prova, etc. Era cedo, então a escola toda ainda devia estar tomando café no salão principal, o que deixava o caminho livre para eles até lá fora. Hermione diminuiu o passo para se parear a Harry no fim do grupo.

— Sobre qual dos M você quer falar? – Perguntou em código.

— O D.M. – Disse Harry.

— O que tem ele? – Perguntou Hermione interessada.

— Noite passada...

— Shsh... – Hermione chiou fazendo Harry se calar. Draco passou por eles e tomou a dianteira do grupo. — Deixa para o Medalhão!

Harry foi obrigado a concordar. Não dava para arriscar falarem de Draco (ou qualquer Malfoy) bem às costas deles.

— A propósito... – Iniciou Hermione, mas foi interrompida por uma parada súbita do grupo.

Procurando o motivo, ela e Harry olharam para frente e viram a figura altiva de Alvo Dumbledore obstruindo o corredor.

— Bom-dia alunos! – Disse com uma voz de imensa satisfação. — E professores...

Todos cumprimentaram Dumbledore com um aceno de cabeça, um “bom dia diretor”, um “olá”, etc. Harry teve uma sensação melhor ainda em relação à escola ao saber que finalmente Dumbledore tinha voltado!

— Fico muito feliz em vê-los bem! – Continuou Dumbledore. — Estava agora mesmo indo para a enfermaria lhes fazer uma visita antes que se fossem. Mas parece que cheguei atrasado... Contudo, quero lhes informar que professora McGonagall e eu tivemos uma conversa, e vocês, professores, devem comparecer hoje ao fim do turno para uma reunião.

— Professora McGonagall já havia nos prevenido sobre isso, professor Dumbledore. – Comentou cortesmente Aurora.

— Então suponho que já tenham preparado algo para os alunos enquanto isso.

— Sim. – Concordaram os professores.

— Muito bem, muito bem! Sendo assim, podem ir! Antes que a escola saia do café da manhã e tumulto se forme! – Sorriu Dumbledore. — Todos menos... Harry.

Harry sentiu o estômago afundar. Por um momento teve a impressão de não ter sido um bom tom o de Dumbledore.

Os demais retomaram a caminhada enquanto Harry permaneceu parado. Hermione deu uma última espiada para o amigo por cima do ombro, e acabou recebendo um tchauzinho do diretor, o que a deixou sem jeito.

O grupo atravessou o terreno da escola e encontrou cinco carruagens, uma atrelada à outra como se fosse um trem. Jacques apontou a dos seus alunos, que se resumia à Hermione e Draco, e os dois se direcionaram à última carruagem. Os de Razão da Magia, Varinhas de Fogo e Espírito Bravo se dividiram nas outras em sequência. Os professores foram na carruagem “cabeça” do atrelamento.

Hermione se sentou colocando a bolsa ao seu lado no banco. Draco ficou à sua frente, fazendo o mesmo com a mochila. Por um breve momento, Hermione pensou que pudesse, mas não suportou encará-lo e olhou para fora da janela. A carruagem tremeu e logo se viram alçando voo. O chão e o cenário de Hogwarts foi se afastando pela imagem da janela e Hermione sentiu um leve pesar, como se estivesse deixando sua casa. Draco parecia olhar a paisagem também, mas estava com os pensamentos já distantes de Hogwarts.

— Uma hora vai ter que olhar pra mim... – Comentou voltando os olhos para Hermione que, assustada, devolveu o olhar.

— O que... Do que está falando?

— Eu fiz alguma coisa? Ou só não está a fim de se trocar com um Malfoy hoje?

— Eu... O que? Não! Quer dizer... De onde você...?

— HEY! – Interrompeu Draco. — Fica fria Hermione! – Brincou sorrindo. Não parecia um sorriso qualquer, e Hermione se sentiu completamente confusa.

Ela tinha a confirmação de que Draco trabalhava para as trevas, e que tinha missões mandadas por Voldemort, mas também que não fazia isso por que queria e que era muito maltratado e sem amigos. Tinha a história sobre ele que Harry não chegou a contar e seus próprios sentimentos em relação ao sonserino. Não tinha ideia do que fazer!

— Você sente a falta de Hogwarts, não? – Comentou Draco, novamente tentando uma conversa.

— Claro. Você não?

— Não tenho muitas boas memórias, ou boas memórias suficientes para sentir falta.

— Que memórias boas você tem? – Perguntou Hermione intrigada. Pelo que viu, Draco não tinha boas memórias em casa, em Hogwarts... Onde ele poderia ter?

— Algumas de Hogsmead. Quando a Sonserina ganhou alguns jogos. Quando fui nomeado monitor... Acho que são boas memórias.

— Sempre me perguntei se o Draco Malfoy podia executar um bom Patrono. – Brincou Hermione. — Precisaria de uma memória bem feliz.

— Quando ganhei a primeira vassoura! Foi o pensamento que escolhi para tentar o Patrono uma vez... Mas... Você sempre se perguntou algo sobre mim? – Insinuou Draco.

— É só um jeito de dizer, não significa que eu passe meu tempo me perguntando algo sobre você! – Justificou-se Hermione.

— Por que você cora sempre que eu insinuo alguma coisa? – Draco parecia divertido.

— Eu não coro!

— Ah... Com certeza cora! A propósito, te vi voltando de algum lugar ontem à noite...

Hermione sentiu o sangue gelar.

— Não vim de lugar nenhum! Você ficou me espiando?

— Não! Nunca! – Draco recostou-se, relaxado, no banco.

— Eu não estava em lugar nenhum, eu só...

— Não perguntei onde. Não estou te pedindo para me contar, relaxe! Todo mundo tem direito de guardar segredos!

Hermione estranhou mais que tudo. Draco a vigiava, com certeza, mas como conseguia fazê-la quer justificar o que não deveria contar principalmente para ele?

— Draco, você é um rapaz muito estranho...

Draco soltou uma surpreendente e gostosa risada, deixando a cabeça pender um pouco para trás.

— Essa foi boa, Hermione!

— Não. Sério! É o menino mais estranho que eu conheço!

— Depois do Weasley, ganhar esse título me fez sentir um ET!

— Que maldade Draco! – Hermione riu. — Ron não é estranho!

— Ele é ruivo! – Draco desatou outra risada. — O que poderia ser mais estranho?

Hermione não conseguiu parar de rir para responder. Não ria exatamente da maldade de Draco, mas da risada dele. Mas, espera aí! Ela realmente estava se divertindo com Malfoy?

Foi quando Hermione finalmente teve uma ideia.

— O que aconteceu com a época que eu era a insuportável Sangue-ruim?

Draco quase fechou totalmente o sorriso, mas um ar de jovialidade ainda permaneceu em seu rosto.

— Aquele tempo ficou para trás. – Limitou-se.

— Não! Isso não responde minha pergunta!

Draco finalmente pareceu cair em seriedade e respirou fundo.

— Nunca realmente me importei se você era ou não nascida trouxa. A antipatia foi um estereótipo. Os maus tratos pareciam mais uma coisa que eu deveria fazer... Evidenciar que você não era sangue puro. Talvez eu não tivesse outra coisa para fazer. Acho que nunca tive nada.

— Então só era “divertido” me humilhar e humilhar os outros “menos bruxos” que você? – Perguntou revivendo seus ressentimentos.

Parecia divertido, mas nunca me deu nada em troca! Nunca me deixou realmente feliz. Mantinha pessoas perto de mim, só que, depois, vi que nenhuma delas era capaz de realmente se importar...

— Quando você viu isso?

— Quando nenhum deles conseguiu mais afastar o remorso, ou me fazer esquecer brevemente o quão mal eu me sentia; quando nenhum deles conseguiu mais me distrair das coisas horríveis que ficavam na minha mente, e principalmente quando nenhum deles se importou em querer ajudar. Mas você é diferente, Hermione.

Hermione sentiu uma quentura envolver seu rosto inteiro.

— Eu?

— Sim. – Draco se inclinou para frente, acomodando os cotovelos nos joelhos e encarando Hermione de uma forma que a fez sentir estranha. — Você é a única pessoa no mundo que daria atenção para a pessoa que mais a maltratou na vida a troco de nada! Gosto de como você avalia as coisas com a cabeça, e mede o que é ou não justo, o que deveria ou não fazer. As pessoas se enganam muito levando à frente uma situação só por comodismo, mas você faz o que acha que é certo, mesmo que tenha que quebrar tradições, hábitos, conceitos. É uma das coisas que eu sempre admirei, mas que parecia tão inatingível.

Hermione estava completamente embasbacada, sem forças ou palavras. Não conseguia nem pensar, pois as palavras de Draco ainda ficavam ribombando em sua cabeça como se ocupassem todos os espaços possíveis, espantando qualquer pensamento. E ainda por cima não ter mais o que olhar além do rosto e os olhos de Draco bem em frente aos dela era um sério agravante.

Draco ousou erguer a mão e levemente tocar a maçã do rosto de Hermione, que surpreendentemente não se afastou. Então, Draco aproximou seu rosto do dela a ponto de serem obrigados a fechar os olhos, caso não quisessem ficar vesgos olhando um para o outro. No instante seguinte, Hermione teve a estranha e explosiva sensação de ter os lábios de Draco junto dos dela de novo. E não se afastou. Estava consciente (ou o máximo que conseguia estar) de que estava permitindo aquilo, e que estranhamente não queria repelir Draco por que sentiu vontade de fazer o mesmo.

A mão do sonserino deslizou perigosamente para sua nuca, e Hermione teve um calafrio tão forte que se arredou mais para frente, segurando o rosto de Draco entre suas mãos. Alguma coisa a alertou do perigo que aquilo poderia significar, mas outra falou mais alto, a respeito do quando um sentimento tinha crescido dentro dela, e parecia florescer como uma rosa em botão, se abrindo hora dolorosa, hora prazerosamente.

Draco se sentiu apunhalado por si mesmo pelo que fazia. Não tinha a ver com Voldemort, e tinha certeza disso. Mas não podia negar que colocava Hermione, e a si mesmo, em perigo permitindo aquela situação! Mas era tão novo e verdadeiramente gratificante ter aquela sensação de que estava escolhendo uma pessoa certa desta vez, que era quase impossível refrear.

Draco, com a permissão silenciosa de Hermione, ousou alongar o beijo por um tempo incontável. E para falar a verdade, só se separaram mesmo por que Jacques abriu a porta quando chegaram ao acampamento do lado de fora de Hogwarts.

CONTINUA....


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Notas finais do capítulo

Por favor meninas, deixem comentários a essa autora que fica roendo as unhas por isso!
Obrigada!
Mila.