The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 26
Em meus restos nossas promessas que nunca vieram


Notas iniciais do capítulo

Olááááá, acho que nem demorei dessa vez. Ai mano to muito amor com vcs s2s2 Ganhei leitoras novas e eu fiquei muito feliz *u* Sejam bem vindas meninas! Espero não desapontar ninguém daqui pra frente.
Vamos ao capitulo okay?
Espero q gostem
Boa Leitura
Beeijos!



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Batidas suaves na porta entreaberta do quarto o fizeram levantar a cabeça que até então estava afundada nos travesseiros.

- Nós já estamos indo Chaz, precisa de mais alguma coisa?

- Não Sam, muito obrigada por cuidar das crianças pra mim, não sei se nesse estado eu conseguiria.

Sam abriu um sorriso complacente e adentrou no quarto, sentando na beira da cama logo em seguida.

- Não há nada de que agradecer Chaz, vocês são meus amigos, me sinto responsável por vocês. Tyler e as meninas vão ficar lá em casa alguns dias, acho que você devia ir conosco também.

Chester balançou negativamente a cabeça

- Não Sam, eu não quero passar essa minha péssima energia para as crianças, isso é a última coisa que elas precisam agora.

- Entendo, mas Chaz eu tenho medo de que aqui sozinho você fique pior.

- Eu vou ficar bem.

- Tem certeza?

- Tenho, no fim de semana eu vou buscar os meninos.

Ela sorriu e depositou um beijo suave na bochecha dele.

- Tudo bem então, não vou insistir, mas, por favor, não se deixe consumir por qualquer idéia de jerico que esteja rondando essa sua cabecinha maluca, okay?

- Okay.

Samantha se levantou, mas antes de sair pareceu se lembrar de algo.

- Ahm, Chaz?

- Algum problema Sam?

- Não, na verdade só queria saber se teve notícias da Anita, depois do velório ela sumiu. Anna falou aquelas coisas pra ela, queria saber como ela está, além disso, do jeito que ela é maluca, tenho medo que algo tenha acontecido.

- Não tive notícias não, na verdade eu nem a procurei depois daquilo. Talvez o Mike ou a Cláudia saibam.

- Ah, tudo bem então. – Sam então se despediu e um pouco depois Chester pode ver o carro dela saindo no portão ali mesmo da janela do quarto.

Era difícil de acreditar que Talinda não estava mais ali. Só essa mera idéia passando pela sua cabeça já fazia com que todos os seus ossos se estremecessem. Precisou que um fato tão trágico acontecesse para que ele se desse conta do quão dependente do amor de Talinda ele era. Era um amor seguro, que ele sabia que independente do que ele fizesse continuaria sempre ali para ampará-lo, sempre que precisasse. Sua esposa precisou falecer pra ele se dar conta de que nenhum amor era seguro e que ele devia ter feito mais para manter o casamento deles a salvo.

Chester se deixava enlouquecer por esse pensamento e todos os outros que o apontavam como grande culpado de tudo isso estar acontecendo. Mais de 24 horas se passaram sem que ele mal se movesse dentro daquela casa enorme, se sentia acuado e sufocado por cada cômodo, por cada pequeno objeto que lembrava a morena, mas se recusava a sair dali, sentia que merecia a punição daquela casa.

O telefone tocou inúmeras vezes, sem que ele atendesse a nenhuma ligação, quase ao anoitecer ele desceu as escadas e enquanto tomava um copo d’água ouviu a secretária eletrônica atender a uma chamada.

 - Ahm Chaz? Sou eu, Anita. Liguei pra saber se está bem, não sei se você está acordado ainda, mas qualquer coisa é só me ligar okay? Infelizmente não vou poder ir até aí, me desculpe por isso, me ligue se precis...

Chaz havia corrido, quase saltado na verdade, de onde estava na cozinha e puxou o telefone do gancho antes que ela pudesse desligar.

- Ann? – ele falou recuperando o fôlego da pequena corrida que havia dado.

- Ahm, oi Chaz – ela falou um pouco surpresa por ele ter atendido.

- Vem aqui pra casa, por favor. – o telefone ficou mudo alguns instantes – Anita? Ainda está aí?

- Sim – ela pigarreou de leve – Olha Chester eu não vou poder ir até aí.

- Por que não? Por favor Ann, eu não vou te agarrar nem nada, eu só preciso sei lá, de um abraço, eu estou desamparado. Mike não vai se importar, por favor, não me faça implorar por isso.

- Chester, me desculpe, eu realmente iria até aí se eu pudesse.

- Então por que ligou para saber se eu precisava de alguma coisa? Eu estou dizendo que preciso de uma coisa e você está simplesmente ignorando!

- Não fique com raiva de mim, por favor, já tem gente demais querendo minha cabeça.

- Então vem até aqui, por favor!

- Eu não posso Chaz, me desculpe. – Antes que ele conseguisse protestar novamente, a chamada foi encerrada.

Chester arfou irritado e bateu o telefone com força. Com raiva puxou o fio do telefone da tomada, subiu as escadas novamente e acabou dormindo. Dormiu um sono turbulento, cheio de pesadelos, acordou muitas vezes durante a noite, em boa parte delas chorando ou chamando pelo nome da esposa, por cerca de 5h da manhã ele se pôs de pé e começou a caminhar em círculos pelo quarto. Acabou chutando sem querer algo para debaixo da cama, se abaixou e se deparou com um pequeno frasco sem rótulo.

O abriu, cheirou, colocou uma das cápsulas na mão e a analisou, depois a colocou de volta no frasco e correu para o banheiro para tomar um banho. Instantes depois ele já estava dentro do carro indo à casa de Anita.

- Ela o que? – Chester falou quase gritando.

- Me desculpe Sr. Bennington, ela se mudou alguns dias atrás, a tarde, pegou a moto e saiu, a mudança veio logo pela manhã.

- Moto? Mas o que... Então por que caralhos ninguém me disse nada?

- Eu não sabia que não estava a par disso.

Chester soltou um palavrão já muito irritado.

- E o Mike? Ele sabe disso?

- Não sei.

Chester saiu quase chutando o ar a caminho do elevador mais uma vez e ao parar diante da porta de Mike, a bateu com tanta força a ponto de fazer as dobradiças reclamarem com um rangido.

- Wow Bennington ficou maluco? – Foi a primeira coisa que Mike disse ao abrir a porta

- Você sabia disso?

- Sabia do que? Porra que horas são? – Mike coçou os olhos e olhou no relógio de pulso – 6 e meia Chester? Mas que porra!

- Anita foi embora.

- Espera, o que? Como assim embora? Pra onde?

- Por acaso parece que eu sei de alguma coisa?

- Não acredito que ela fez de novo, ah entra ai cara – Mike abriu passagem e Chester se jogou no sofá – Como você está?

- Tão bem quanto pareço.

- Então você está um lixo humano. – Ambos riram fraco.

- Ah Mike, eu estou quase surtando, pedi pra Sam ficar com as crianças por que eu já sabia que eu ficaria desse jeito. Olha só isso – Chester tirou o pequeno frasco do bolso e o jogou para Mike.

- O que são esses remédios? Não estava pensando em...

- Não, foi isso que ela tomou, são os tais antidepressivos.

- Ah, mas, ahm, não tem nenhum rótulo, bula ou coisa do tipo? – Chester balançou negativamente a cabeça.

- Não, só esse frasco aí.

- Hum – Mike franziu o cenho de leve, uma idéia acabara de perpassar sua mente, mas não podia compartilhá-la com Chester ainda, ele podia acabar ficando muito obsessivo.

- O que foi? Quando você faz essa cara é por que pensou em algo.

- Ahm nada, só estava pensando no que levaria Tali a tomar um desses.

- Estou me perguntando a mesma coisa a quatro dias sem parar.

- Vai com calma okay?

Chester soltou o ar exausto.

- Só tem acontecido merda na minha vida Mike, é meio difícil manter a calma.

Antes que Mike pudesse dizer alguma palavra de consolo uma figura apareceu na sala, um pouco descabelada, coçando os olhos e vestida com uma das camisas xadrez de Mike.

- O que está fazendo de pé tão cedo Mike?

- Oh não, você não – Chester se levantou inflamado e se voltou para Mike – O que essa filha da puta está fazendo aqui Mike? – disse apontando para Anna.

- Ah que merda – Mike falou baixo para si mesmo – Ela passou a noite aqui Chaz.

- O que? Não acredito que foi capaz de...

- Eu não fui capaz de nada Chaz, ela só dormiu no quarto de hóspedes, não foi nada demais.

- E por que ela está com essa cara de satisfação com a sua roupa?

- Eu realmente te devo satisfação Chester? – Mike disse erguendo uma sobrancelha, mas sem conseguir intimidar o amigo. – Okay – Mike suspirou – Ela pediu uma camiseta emprestada pra dormir, só isso, satisfeito?

- Chester o que veio fazer aqui? – Anna disse cruzando os braços.

- Cala a boca eu não falo com você – Ele disse ríspido e continuou encarando Mike – A culpa de Anita estar desaparecida é dessa desgraçada e você a traz pra dentro da sua casa?

- Eu não pude negar, ela estava chorando muito pela falta da Talinda.

Chester soltou uma gargalhada sarcástica.

- Oh quer dizer que a sua priminha foi embora? Ah que maravilhoso!

- CALA A PORRA DA BOCA! – Chester gritou

- Você não é ninguém pra me mandar calar a boca! Devia era ficar feliz por aquela loira desgraçada ter voltado pro inferno de onde saiu! Ela é a responsável por tudo de ruim que aconteceu! Seu babaca!

- Anna já chega! – Mike se colocou entre os dois – E você, também – ele disse olhando para Chester.

- Foi ele quem começou – Anna deu as costas e voltou para o quarto fazendo pouco caso daquela discussão.

- Se ela foi embora, dessa vez a culpa não é minha – Chester falou para Mike e em seguida foi indo rumo à saída.

- Espera, pra onde você vai?

- Vou atrás dela.

- Eu vou com você.

- Não, você está ocupado com outra coisa.

- Chester você está sendo infantil.

- Vai pro inferno Mike, quando foi a última vez que falou com ela? Para de fingir que se importa, você só está preocupado com a porra da traição dela, que foi minha culpa aliás. Fique com raiva de mim se quiser, mas faça alguma coisa, não seja um babaca.

- Hey man essa frase... – Em seguida Chester saiu batendo a porta – É minha.

Mike terminou a frase já sozinho, ele não tinha certeza se estava pronto para ter uma conversa franca com Anita.

Olhou para o frasco branco sobre a mesa de centro e falou sozinho.

- Me desculpe Ann, mas agora eu tenho que cuidar de outra coisa

**

O apartamento era bem menor que o antigo em Los Angeles, mas acabou considerando que naquele momento era mais do que suficiente. Terminou de desencaixotar suas coisas por volta das dez da noite, se jogou no chão frio e respirou cansada por alguns instantes, da outra vez havia sido mais fácil, Mike estava lá para ajudá-la. Anita sorriu sozinha ao perceber que ultimamente associava tudo à Mike e Chester, depois de tanto tempo convivendo com eles acabou quase achando que enfim havia encontrado um lugar fixo pra ficar, pena que ela tinha aquele azar de destruir tudo que se aproxima e conseguiu desgraçar de um jeito inigualável a vida de todos ao seu redor, ir embora era sua única saída.

Se levantou sentindo a musculatura das costas inteira reclamando de dor, se arrastou até o banheiro tomou uma ducha fria, o corpo inteiro parecia trincar ao toque gélido da água, aquilo era o primeiro sinal e que sua juventude estava ficando para trás.

Aos poucos Anita conseguiu criar uma pequena rotina, ainda sem conhecer quase nada da cidade, ia cedo para o trabalho, almoçava lá mesmo, à tarde passava em um café no seu quarteirão e depois voltava para casa, assistia alguma coisa ou organizava o resto de suas coisas. Agora estava tudo organizado, tinha que encontrar algum outro hobby noturno.

- Eu estou bem Kady, por favor pare de chorar, não é o fim do mundo.

- Ah claro que é Anita! Como você vai embora desse jeito? E ainda por cima pro outro lado do país! Ficou maluca? Por que não me disse nada?

- Me desculpe Kady, se eu falasse você não me deixaria partir.

- MAS É CLARO QUE EU NÃO DEIXARIA!

- Eu precisava okay? Prometo que irei te visitar de vez em quando.

Claúdia arfou impaciente do outro lado do telefone.

- Isso foi uma das coisas mais estúpidas que você já fez Anita! Só fica atrás de quando você enfiou a moto na frente um carro.

- Não fique com raiva de mim, por favor.

- COM RAIVA? EU ESTOU SOLTANDO FOGO DOS OLHOS!

- Me desculpe Cláudia. – Anita abafou um risinho.

- Você está rindo do que sua oxigenada mal agradecida? E quanto ao Shinoda? E ao Chester?

- Vão ficar melhor sem mim

- Melhor? Eles vão ficar loucos! – Kady respirou tentando voltar ao normal – Chaz veio aqui na fábrica hoje, estava procurando por você.

- Você não disse nada não é?

- Nem precisei, ele te encontra em dois tempos.

- Ah que merda!

- Espero que ele te convença a voltar.

- Isso não vai acontecer. Olha Kady, encare isso como o tempo que eu estou precisando dar na minha vida, eu preciso dele pra me reorganizar, sem falar que eu afundei a vida dos meninos, eles precisam de um tempo também. Eu não abandonei você okay?

Kady suspirou

- Tudo bem, mas não esquece de mim tá? Se você arranjar outra amiga brasileira ai por Ohio eu te mato! – Ambas sorriram – Se cuida ta legal? Agora eu tenho que desligar. Bourdon acabou de aparecer aqui, te ligo depois.

As duas se despediram e após desligar o celular, Anita se jogou na cama resmungando.

**

- Oi Rob, queria me ver?

- Sim, queria – Robert coçou a barba e olhou para Kady, ele havia demorado muito para chegar à conclusão que o fizera ir até ali, mas depois de um tempo pensando ele acabou concluindo que aquela era a coisa certa a se fazer.

- Como está?

- Bem, na medida do possível.

- Sinto muito pelo que aconteceu com Talinda.

- Todos nós sentimos. – os dois ficaram em silêncio por um longo instante, um silêncio extremamente irritante.

- Então Rob, o que queria comigo?

- Eu quero terminar tudo – assim que ele pronunciou as palavras os olhos de Kady se abriram espantados.

- O que?

- Durante esse tempo que estávamos separados eu ponderei tudo e, a amizade do Bradford é mais importante pra mim. Nossa relação deu errado desde o começo, eu avisei pra você que eu tinha meus problemas e em nenhum momento você teve paciência com eles.

Os olhos de Claúdia já estavam marejados, mas ela se esforçava para não derramar nenhuma lágrima na frente dele.

- É isso que você pensa então?

- É, nosso relacionamento estava acabado desde que começou. Me desculpe Kady.

Cláudia balançou a cabeça.

- Okay, é o fim pra nós dois então?

- Sim.

- Okay – Ela então deu as costas e saiu caminhando de volta para dentro da fábrica.

- Não vai protestar nem nada? – Kady empacou no meio do caminho

- Era isso que queria que eu fizesse? – Rob não respondeu – Eu não vou insistir Robert, se não você não quer ficar comigo, não há por que eu insistir.

Rob permaneceu estático no mesmo lugar, vendo a morena quase correr para longe dele.

Assim que estava fora do alcance da visão dele, Kady se pôs a chorar copiosamente, correu em direção ao banheiro, mas antes que o atingisse bateu contra o peito de um asiático já conhecido.

- Hey? O que aconteceu?

- Me deixa sozinha Lee – ela se desvencilhou dele e entrou no banheiro, ele permaneceu do lado de fora, a ouvindo soluçar lá de dentro.

- Cláudia, vem aqui, me conta o que aconteceu.

- Sai daqui John.

Lee olhou no relógio e deu de ombros, afrouxou a gravata e se sentou ao lado da porta.

- Vou esperar você sair e me contar.

- Oh pelo amor de deus, vá embora!

- Meu expediente já acabou, posso passar a noite inteira aqui.

- Por que está fazendo isso? – a voz dela saiu aguda pelo choro.

- Por que eu prometi pra uma maluca loira que cuidaria de você – John suspirou e falou em tom pouco audível – E eu sempre cumpro minhas promessas.

**

- Mike Shinoda! É um prazer conhecê-lo pessoalmente! Sou Luke Strauss!

- É um prazer conhecê-lo Luke

- Sinto muito pelo que aconteceu com a esposa do Chaz, ahm, quer dizer, do Sr. Chester.

Mike soltou uma gargalhada rouca.

- Por acaso é fã da banda?

- Desde que tenho quinze anos – o cadete riu sem graça – Mas minha compulsão ajudou a rastrear o cara que te baleou, então acho que é algo bom.

- Ah isso é ótimo! Muito obrigada, Kevin já está preso e isso mostra que fez um bom trabalho.

- Obrigada

- Luke, acho que vou aproveitar que você é fã da banda e vou pedir para que o que eu vou tratar agora com você fique só entre nós dois por enquanto, pode ser?

- Claro, dependendo da gravidade.

- Ótimo – Luke mostrou uma mesa vazia e logo os dois se sentaram.

- Okay, do que se trata?

- Da morte da Tali.

- Suicídio, certo?

Mike fez uma careta ao ouvir aquela palavra, em nenhum momento aquela possibilidade era considerada por ele.

- Eu creio que não. Conhecia Tali a tempo o suficiente para afirmar que ela jamais faria isso.

- Mas bom, ela teve as gêmeas recentemente, tem certeza que ela não teve um quadro de depressão pós parto? É muito comum e ela poderia ter exagerado nos comprimidos.

- Não, ela estava perfeitamente bem e inclusive falei com Sam, ex esposa do Chaz, elas eram muito próximas e ela me garantiu que Talinda estava bem, só estava um pouco cansada por causa da correria com as gêmeas. Sam disse que ela estava inclusive um pouco animada.

- Então como esses remédios foram parar com ela?

Mike puxou o frasco que Chester o entregara mais cedo.

- Olha aqui, sem rótulo, nem bula, apenas um frasco com uma quantidade pequena.

- Isso significa que...

- Alguém deu isso a ela.

- Wow man! Isso pode ser coisa séria, tem certeza que não quer que eu fale com o delegado?

- Tenho, pelo menos enquanto isso tudo não passar de especulação.

- Okay, então por onde sugere que comecemos?

- Eu pensei na casa do Chaz, além do quarto em que ele a encontrou, a casa tem um sistema de segurança, a gente pode dar uma olhada nas últimas gravações, ver se aparece alguém estranho.

- É um ótimo começo, mas ele vai deixar a gente entrar?

- Ele não está na cidade e eu tenho uma chave reserva comigo.

- O que estamos esperando então?

**

O som da campainha fez com que Anita acordasse em um sobressalto. Havia cochilado diante da TV com um balde de pipoca sobre o corpo, olhou no relógio era cerca de 2h da manhã, a visão um pouco turva a impediu de ver os minutos exatos. A campainha tocou novamente.

- Já estou indo! – ela falou rouca pelo sono e levantou sentindo as juntas estalarem.

Cambaleou um pouco no caminho até a porta, e a abriu resmungando. Antes que pudesse abri-la completamente ela reconheceu a figura do outro lado e imediatamente tentou fechar novamente a porta, sendo impedida pela mão que ele usou para segurá-la.

- Vá embora! – ela falou sem gritar para não acordar a vizinhança.

- Não! – ele era visivelmente mais forte do que ela. Acabou vencendo aquela pequena batalha e escancarou a porta.

Anita olhou bem para ele, mesmo na penumbra era impossível não reconhecê-lo, o corpo alto e esguio, os olhos escuros e rodeados por olheiras fundas escondidos pelos óculos de grau, usava uma calça jeans, tênis e uma camiseta clara sobreposta por um moletom, tinha o semblante sério.

- Vai me deixar entrar ou não?

- Você já estuprou a minha porta, o que está esperando? – ela falou emburrada.

Ele sorriu de leve, entrou e fechou a porta atrás de si.

- Será que pode me dizer o que caralhos você está fazendo do outro lado do país, Srta. Bennington?


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Notas finais do capítulo

Maique Sherlock Shinoda indo em busca da verdade e.e
Espero que tenham gostado
Até o próximo!
Beeijos :3