The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 25
Each word gets lost in the echo


Notas iniciais do capítulo

Eu n acho que tenha demorado taaaanto assim dessa vez vai, mas vamos lá.
Nem vou enrolar muito aqui, mas esse capitulo me deixou um pouco na depressão :/
Espero que gostem
Beeijos
Boa leitura!



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- Quem você deixou com as crianças? – Depois de um longo período de silêncio, Chester enfim trocou uma palavra com Mike, o que fez com que sua voz acabasse saindo um pouco rouca.

- Anita está lá, nenhum deles acordou até agora.

Chester se surpreendeu.

- Anita? Pensei que estivessem brigados.

- Isso não importa agora, além disso, ela também gosta da Talinda.

- Obrigada por... por tudo, não queria te incomodar a essa hora, mas eu estava assustado.

- Não precisa se desculpar, Tali é minha amiga...

- E você está fazendo isso por ela, e não por mim – Chester o interrompeu. Mantinha a cabeça baixa.

- Não Chaz, você ainda é meu melhor amigo e eu amo você, eu me preocupo com você, assim como também me preocupo com a Tali. Não vamos pensar nas nossas diferenças agora okay?

- Okay – a voz de Chaz saiu quase como um sibilo. Estava muito envergonhado por tudo que havia feito com Mike, ele sabia que não sentia mais nada por Anita, mas só a ideia de perdê-la para Mike o deixara maluco, por causa disso deixou que aquilo tudo se tornasse um jogo de sedução e mágoa ridículo, deixou que aquilo ultrapassasse seus próprios princípios. Ele havia esquecido o quão Mike era importante, o quanto a amizade dele significava e o quanto Mike era capaz de fazer por ele.

Os dois ficaram ali na sala de espera sozinhos e em silêncio por mais alguns minutos, nenhum deles havia avisado os outros amigos, estavam preocupados demais para fazê-lo.

- Acho que isso pode ter sido minha culpa.

- Como assim? – Mike voltou os olhos para Chester

- Eu não sei, estava muito ausente e talvez ela tenha tentado...

- Não diga isso, Talinda nunca se suicidaria, ela nunca abandonaria as crianças.

- É, tem razão.

A conversa dos dois cessou, Mike olhou de relance para o amigo abatido, nem sequer parecia que há poucas horas atrás estavam discutindo como inimigos mortais. Ele soltou um longo suspiro, a ligação de Chester foi inesperada, a situação mais ainda. Levou apenas instantes para ele pegar Anita às pressas em casa e arrastá-la à casa de Chester, um pouco depois o encontrou no hospital, exatamente como estava agora, atordoado, tentando encontrar uma explicação para o fato de ter encontrado sua esposa inconsciente. O fato de ele ter agido como uma canalha não importava agora, era apenas seu melhor amigo precisando de alguém para mantê-lo são, e aquela sempre fora a sua função.

Mike pousou a mão sobre o ombro do amigo e abriu um sorriso leve para tranquilizá-lo, Chester tentou retribuir, mas o que se abriu em seu rosto foi apenas uma tentativa falha de um sorriso.

Voltaram para as posições iniciais, tendo apenas o aquecedor do local como trilha sonora, estava um tanto frio e ele se fazia necessário. Naquele instante a porta se abriu e o médico entrou.

- Chester Bennington?

- Sim? – Chester e Mike se levantaram imediatamente.

Mike tentou ler a expressão do médico, mas era quase impossível de saber o que ele estava pensando.

- Bom, a sua esposa ingeriu uma quantidade muito grande de antidepressivos, o que creio que não pertencessem a ela, pois o senhor mesmo disse que ela estava com a saúde perfeita. Ela teve uma intoxicação muito séria, tentamos tirar o máximo da substância que podíamos de seu organismo – Chester ouvia com atenção, podia sentir os batimentos do próprio coração saltarem, estava apreensivo. Apesar de tudo ele ainda a amava Talinda e se preocupava com seu bem estar. Por um breve instante olhou para Mike, ele mantinha o cenho franzido enquanto olhava para o médico. Aquilo tudo podia ser um pesadelo, Talinda estaria dormindo tranquilamente em sua cama, talvez até ao seu lado, talvez até dizendo que o perdoava e que estava disposta a recomeçar. Pensar que havia feito tantas coisas no ultimo ano que a magoassem tornava esse pensamento apenas uma ilusão boba, até isso ele havia conseguido destruir. E o que ele tinha agora? Absolutamente nada. Começou a pensar que estava na hora de parar de jogar, Mike, Talinda e Anita não mereciam o sofrimento que ele estava causando, era hora de libertar Anita de vez, e se tudo corresse bem, se reconciliar com Talinda, recuperar o tempo perdido, acompanhar o crescimento de Tyler e das gêmeas, assim daria um jeito em sua vida. Após constatar isso, Chester quase deixou que um sorriso brincasse aos seus lábios, ainda havia esperança para sua vida... Ou talvez não – Infelizmente ela teve uma série de paradas cardíacas, os níveis de Sertralina já haviam atingido o sistema cardiovascular e nervoso, não conseguimos inibi-los a tempo, fizemos o máximo que podíamos para salvá-la, mas... ela não resistiu e faleceu.

- Você está mentindo – Chester falou em um tom quase robótico – Onde ela está?

- Sr. Benningnton...

- ONDE ELA ESTÁ? – Chester explodiu de forma repentina, as lágrimas já haviam começado a descer pelo seu rosto – ELA PRECISA DE MIM! ONDE ELA ESTÁ?

- Ela está sendo levada para outra sala, mantenha a calma, senhor.

- Eu preciso vê-la – ele falou entre dentes e logo em seguida iniciou um caminhar apressado pelo corredor do hospital, e depois começou a correr literalmente gritando o nome de Talinda, batendo em todas as portas e com o choro rasgando em sua garganta.

Antes que chegasse ao fim do corredor algo o agarrou, fazendo com que ele tropicasse e em seguida caísse de joelhos no chão.

- Pare! – Alguém o abraçava com força, era Mike, ele também chorava – Ela não vai voltar. Não adianta!

- Eu fiz isso com ela! É minha culpa, eu a machuquei, não estava lá pra cuidar dela

- Não é Chaz – Mike tentou enxugar os olhos com a manga do casaco, totalmente em vão já que as lágrimas mal se continham – Nós não sabemos o que aconteceu.

Chester não conseguiu dizer mais nada, apenas soluçar e esconder o rosto entre as mãos. Os dois ficaram de joelhos no corredor, abraçados e chorando. Se Mike havia perdido uma grande amiga, Chester perdera muito mais.

- O que vai ser de mim agora? – ele mal conseguia falar – Como eu vou contar isso ao meu filho? E as gêmeas? Meu deus!

Mike não respondeu, apenas ajudou o amigo a se levantar.

- Temos que avisar aos outros

Chester parecia catatônico, mergulhado em sua mente, nem sequer ouvia o que Mike dizia, ele só tinha certeza que estava perdido.

**

“Você a matou! Como pode?” Anna tinha espasmos intensos a cada soluço que saía de sua boca. Encolhida na banheira cheia de água morna se deixava assombrar pela voz, pelo riso, pela lembrança da amiga.

O que era para ter sido uma provocação ao ex marido dela acabou fugindo do seu controle. “Ela era sua amiga Anna! Você matou sua amiga! Você deixou crianças sem a mãe e nas mãos de um homem que você detesta”.

Sua própria consciência a estava tirando do sério. Esperneou sozinha na banheira, sacudindo as pernas e batendo com os punhos na própria cabeça enquanto chorava desesperada, muita água vazou para fora da banheira, mas aquilo era o de menos.

- Eu sou um monstro – Anna sussurrou baixo e para si mesma.

“Vamos lá, tente se acalmar. O que eu faço agora? Conto a eles? Vou para a cadeia se contar, oh meu deus” escondeu o rosto entre as mãos por um breve instante, respirou fundo e se levantou da banheira lentamente, o único problema dos banhos quentes em dias frios é que aparentemente ao sair da água a sensação de frio parecia muito pior, nem o vapor era o suficiente para conter o arrepio dos pés tocando no assoalho gelado.

Caminhou até a pia e com a palma da mão fez um círculo no espelho embaçado pelo vapor quente, fitou a própria imagem, os olhos e o nariz muito vermelhos do choro que já se prolongava a algumas horas, lábios secos e pálidos quase do mesmo tom da pele, aquele era o rosto de uma assassina? Anna se enrolou na toalha e foi se vestir para ir ao velório de Talinda.

Ao por as botas sem salto permaneceu sentada mais alguns instantes, o que iria fazer agora? Ela não tinha escolha, seu plano já estava iniciado, sua única saída era dar continuidade. A morte de Talinda não podia ser desperdiçada. Chester fora abatido, agora só faltava a outra Bennington. Anna teria que ser fria, calculista e principalmente afastá-la de Mike, mandá-la para o mais longe possível, de maneira sutil ou não.  

Levou as mãos à cabeça e suspirou aflita “Quando foi que você virou uma bandida Anna?”, sacudiu a cabeça tentando dispersar os pensamentos de culpa, não havia outra saída a não ser seguir em frente. Quando tudo estivesse feito teria que desaparecer, ninguém podia ligá-la a tudo isso.

**

- O que está fazendo ainda desse jeito? – Samantha passou diante do quarto de hóspedes da casa dos Benningtons e notou que Anita ainda estava do mesmo jeito, olhando para a janela com o olhar um pouco perdido e vestida com roupas velhas.

- Eu não vou Sam.

- Por que não?

- Não acho que ela gostaria da minha presença.

- Não seja boba Annie – Sam sentou ao lado dela e pegou sua mão – Em momentos como esses deixamos as mágoas de lado.

Anita deixou uma lágrima descer teimosa pelo seu rosto

- Eu destruí a vida dela, mesmo depois dela ter me acolhido e me tratado com tanto carinho...

- Sabe Ann, por uma porção de vezes nós conversamos sobre você, ela nunca demonstrou ter raiva de você, um pouco de mágoa sim, mas ela não te odiava, ela cuidou de você durante o coma.

- Ela não fez isso por causa de mim, foi pelo Chaz – Anita abriu um sorriso entristecido – Ela mesma disse isso pra mim.

- Não, ela fez isso por que o Chester te ama e você é da família dele, ela cuidou de você por que isso fazia de você parte da família dela também.

- Eu não consigo me perdoar pelo que eu fiz – Anita falou escondendo o rosto entre as mãos e desatando um choro sincero. Sam a puxou para si e a abraçou.

- Shhh, para com isso criança – Os olhos de Sam já ardiam também, ela não perdera apenas uma amiga, perdera uma irmã – Anda, vai por um vestido, eu quero que se despeça dela, não fique aqui se consumindo por algo que não é sua culpa. Vou te esperar lá embaixo com o Draven, os outros já foram.

Dizendo isso depositou um beijo no topo da cabeça da loira e saiu do quarto para que ela se aprontasse. Levaram apenas alguns minutos para que Anita já estivesse entrando no carro de Sam com ela e Draven.

Ao chegarem à igreja uma cerimônia simples as aguardava, a igreja estava quase cheia e algumas pessoas conversavam baixo, Chester estava mais a frente e recebia as condolências de algumas mulheres. Elas caminharam até ele, estava derrotado.

Mesmo com os olhos escondidos por um par de óculos escuros ainda era visível sua expressão abatida, o corpo parecia mal se sustentar em pé. Ao ver Sam e Anita se aproximando ele se dirigiu a elas e as abraçou sem muito ânimo, Anita não conseguiu dizer nada, ao se separar do abraço permaneceu alguns segundos encarando Chester um pouco apreensiva, ele pareceu entender e pediu para que ela ficasse tranqüila.

Ela passou os olhos pelos bancos e viu Mike conversando discretamente com Anna, sem se dar conta permaneceu estática os observando de longe, até que Anna a viu e se levantou imediatamente.

- O que essa vagabunda está fazendo aqui? – Ela falou alto enfurecida, olhando para Anita, esta no entanto, apenas olhou ao redor assustada, para ter certeza de que era realmente a ela que Anna se dirigia.

Mike olhou para trás e engoliu seco

- Anna, não é hora para criar confusão – Mike falou baixo para ela, que nem sequer lhe deu ouvidos.

- Vai embora Bennington! Você não é bem vinda aqui

- ANNA! – Samantha a repreendeu – Ela é da família!

- Família? Ficou maluca Sam? Essa desgraçada é responsável por tudo de ruim que aconteceu com a Talinda nesse ano! É por culpa dela que a Talinda se matou! – Anita levou a mão à boca assustada, os olhos já marejavam – Não vou permitir que ela fique perto das crianças!

- ANNA VOCÊ NÃO TEM O DIREITO...

- Direito? Talinda era minha melhor amiga, você sabe tão bem quanto eu o que ela teve que suportar por culpa dessa aí!

- Você está distorcendo as coisas! – Anita pousou a mão sobre o ombro de Sam

- Não precisa disso Sam, já estou de saída

- Anita não...

- Não precisa disso, não vou causar confusão logo hoje, Tali não merece.

- Mas você não tem com o que ir

- Não se preocupe, eu pego um taxi – Anita olhou para Chester, ele parecia sem ação demais para se importar.

Em seguida a loira girou nos calcanhares e caminhou segurando o choro rumo à porta, Mike ainda se levantou com a intenção de ir atrás dela, mas acabou desistindo e se sentou novamente. Anna deixou um sorriso abrir em seus lábios, aquilo era o primeiro passo para a vitória. Se sentou novamente ao lado de Mike e apertou sua mão.

- Você não devia ter feito isso Anna, não é culpa dela.

- Pare de defendê-la Mike, eu não falei nenhuma mentira

Mike não respondeu, apenas ficou olhando para a porta lateral da igreja por onde Anita desaparecera, ele não sabia exatamente o que pensar, estava muito confuso, tudo aconteceu muito rápido, as coisas desmoronaram de maneira totalmente inesperada, mas internamente ele sabia que voltaria para Anita, era apenas uma questão de digerir tudo aquilo, ele ainda a amava.

**

- Pare aqui!

- Mas moça aqui não é o endereço que indicou

- Não tem problema, quero mais ficar aqui do que ir para casa.

- Numa fábrica?

- É meu trabalho

O taxista deu de ombros e cobrou a corrida, logo em seguida a loira saltou do carro e caminhou ás pressas rumo ao interior da fábrica que mal tivera tempo de trabalhar. As palavras amargas de Anna ecoavam o tempo todo em sua cabeça isso acabou fazendo com que Anita reconsiderasse uma idéia antiga, a diferença é que agora ela pretendia ser mais prudente.

- Transferência pra Ohio Anita? Por quê? Aconteceu alguma coisa? Alguém brigou com você?

- Não Lee, é apenas excesso de problemas pessoais.

- Tem certeza disso? Sabe que a Cláudia vai pirar quando souber.

Anita baixou o olhar

- Ela não precisa saber disso agora

- Espera, pretende sair daqui sem avisar ninguém?

- Eu estou fugindo Lee, a última coisa que preciso é algo que me impeça de partir.

O asiático soltou o ar desconsolado, ela era uma funcionária que ele fizera amizade com muita facilidade e mesmo não sendo muito próximos ele sentiria falta.

- Eu vou ver se eles estão prontos para te receber na outra sede, em uma semana entro em contato contigo.

- Uma semana? É muito tempo, eu quero ir agora!

- Ann...

- Por favor Lee, eu sei que você pode.

John estreitou os olhos e suspirou se dando por vencido.

- Espere aqui – Se levantou e foi para o lado de fora fazer uma ligação, Anita apenas assentiu com a cabeça e aguardou.

Percebeu que havia uma porção de modelos de motos sobre a mesa, com cuidado puxou as folhas e as observou, lembrou da sua moto antiga. Parecia besteira se apegar daquela forma a objetos, mas por muito tempo Charlotte e a estrada haviam sido suas únicas companheiras. A moto no panfleto era um modelo novo, mas que se mantinha com um design clássico, em tons de branco e prata parecia ter uma excelente potência, era perfeita.

- Pronto Ann – Lee abriu a porta com um sorriso entristecido no rosto - Eles te aceitaram na outra fábrica, acabei de te perder pra Ohio.

Anita se levantou e o abraçou com força.

- Obrigada John, por tudo, e você nunca vai me perder.

- Se quiser voltar é só me ligar, te trago mais rápido do que imagina.

- Pode deixar

- É, acho que isso é uma despedida certo?

- Ainda não

- Não?

Anita estendeu o papel para John.

- Eu quero comprar essa moto antes.


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEEEEE GONNA RUNAWAY GONNA RUNAWAY ~nem to ouvindo porem me lembrei dela -q
Se alguém quiser ver a nova moto da Ann, sta aqui http://www.honda.com.br/motos/PublishingImages/2012/15-shadow750.png
EEEEEEEEEEEEEEEEE Vcs ai pensando que o perigoso era o Kevin tsc tsc tsc
Até o próximo capitulo
Espero q tenham gostado
Beeijos