The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 27
The sacrifice is never knowing


Notas iniciais do capítulo

Olááááá. Ai gente, agora eu realmente estou devendo desculpas de verdade, eu sumi por um tempo muito grande. A culpa disso é minha, eu ia até ficar sem escrever esses dias, só não fiquei pq eu vi que a TLT tava a muito tempo sem atualização e não era justo com vocês. Eu estou meio sem cabeça esses dias, to sem saco pra internet, até pra escrever eu tenho andado sem mt energia (apesar de que as ideias ja estão na minha cabeça, só estou sei lá, sem pique mesmo), to até devendo leitura/review pra algumas de vcs, mas eu juro q em breve eu apareço p ler e comentar o que eu deixei atrasar.
AGORA STOP, REBOBINA, JOGA PIPOCA PARA O AR COM O MAIQUINHO..
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH OMGM AI ME SEGURA CHESTO, EU GANHEI RECOMENDAÇÃO AWWWWWWWWWWWW
~TODO MUNDO FALANDO AWWWW COMIGO~
Muito obrigada a Jéssica Bennoda linda e fofissima que recomendou a fanfic (ela também escreve, vcs deviam ir ler as fanfics dela), muito obrigada mesmo flor, esse capitulo é dedicado a você (apesar de ele não estar tão bom qt eu gostaria)
Enfim, espero que gostem e me perdoem pelo capitulo ser muito encheção de linguiça, mas ele era necessário.
Boa Leitura
Obrigada por tudo suas lindas
Beeijos



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- Eu não podia ficar – Anita respondeu olhando para os próprios pés – Tudo virou uma bagunça por minha culpa, se eu me manter a distância as coisas voltam aos eixos, é só uma questão de tempo.

- Isso tudo é idiotice Ann, podia ao menos ter nos avisado – Chester se aproximou um pouco mais e puxou seu queixo obrigando-a a encará-lo – O culpado aqui sou eu, fui eu quem forçou a barra em todos os lados possíveis e impossíveis.

A loira sorriu fraco.

- Não precisa pegar a culpa toda Chaz, nós dois sabemos que ela não é só sua.

Chester suspirou, não adiantaria tentar argumentar e discutir a respeito de quem era o mais culpado de quê, ele estava ali por outro motivo. Aproveitou que Anita já estava bem próximo e a puxou para um abraço forte, prendendo-a entre seus braços e afundando o rosto por entre os fios loiros dela.

- Eu estou tão perdido! – ele disse dando um suspiro pesado em seguida.

Anita retribuiu o abraço com carinho e depois o puxou para que se sentasse com ela no sofá. Ele deitou, apoiou a cabeça no colo dela e fechou os olhos. Anita não sabia exatamente o que dizer, na verdade “pêsames” era algo que ela realmente não sabia como dar. Era uma situação complicada, e ela achava que qualquer coisa que dissesse, por mais sincera que fosse, soaria falso. Então apenas deu amparo à Chester, sem dizer muitas palavras, sabia que era aquilo que ele precisava.

- Volta pra LA comigo – Chester disse depois de um longo instante de silêncio.

A loira abriu um sorriso entristecido e afagou os cabelos cacheados do primo, que agora começavam a ficar um pouco grandes, ela não estava pronta para voltar. Não agüentaria o olhar cheio de mágoa de Mike caindo sobre ela novamente, ainda mais depois das acusações de Anna. Aquilo serviu para que ela tivesse certeza de que não pertencia àquele lugar, não tinha direito de arruinar a vida de todas aquelas pessoas.

- Me desculpe Chaz, mas eu realmente não posso – Chester ergueu o olhar para Anita e fitou por um longo instante os olhos quase idênticos aos seus, havia uma tristeza conformada neles. – Não quero atrapalhar a vida de vocês, não quero atrapalhar o Mike, ele me odeia agora.

- Foda-se o Mike! Fica comigo Ann!

- Chester, você sabe que não funciona desse jeito. – Ele ergueu o tronco e a encarou com a expressão séria.

- Você não me ama mais, não depois de tudo que eu fiz, eu entendo.

- Eu sempre vou amar você Chaz, não está sendo justo comigo.

- Eu sei, me desculpe. Mas não me ama mais do modo que eu gostaria que me amasse.

- Você sabe o que as pessoas dizem sobre namoro entre primos? – Chester balançou negativamente a cabeça – Ele nunca acaba Chester, ele dura pra sempre.

- Então por que não volta comigo?

- Por que eu não quero ninguém agora, eu preciso de um tempo e vocês dois também. Eu tenho que ficar sozinha, pelo menos por um tempo – Anita se levantou e estendeu a mão para ele. – Já é tarde, vamos dormir okay? Quer comer alguma coisa antes?

Chester negou com a cabeça e deixou que Anita o levasse até o quarto, era pequeno e um pouco apertado, mas para uma única pessoa isso não era nenhum problema, só complicava na hora de colocar outra pessoa ali dentro. Ambos deitaram na cama e Anita o puxou para que ele deitasse a cabeça em seu peito, só então Chester deixou que as lágrimas rolassem pelo seu rosto. A lembrança de Talinda ainda era muito recente, ele não podia tê-la perdido, mas agora não havia muito que se fazer. Anita permaneceu afagando os cabelos dele, deveria tentar acalmá-lo.

- Como me achou aqui Chaz?

- Lee – Chester abriu um breve sorriso – Ele não é muito bom em guardar segredos.

- Ah, aquele idiota, ele me paga – Anita brincou e Chester a envolveu em um abraço terno, deixando o rosto nivelado ao dela.

- Eu teria encontrado você mesmo se ele não tivesse dito nada.

- Não ia não, sou muito boa escondendo meus rastros.

- Quer apostar?

- Agora não adianta mais, você já me pegou.

Chester abriu um sorriso leve, talvez um dos poucos sinceros dessa última semana e abraçou a prima com força, prendendo-a com as pernas e aspirando o aroma suave de seus cabelos. Puxou o rosto dela com a ponta dos dedos, fazendo com que ela a fitasse.

- Eu te amo Ann, eu me arrependo de tudo que eu te fiz. Eu fui egoísta e não aceitei a sua decisão, eu te machuquei.

- Você já disse isso uma vez, e depois você estragou tudo

- Eu sei, isso não vai mais acontecer, eu vou respeitar a sua escolha Ann, qualquer que seja, eu só não quero que você fique longe de mim outra vez, eu preciso de você perto. Eu não vou conseguir seguir em frente sem ajuda.

- Eu vou te ajudar Chaz, só me dá um tempo okay? Eu prometo que não vou desaparecer, minhas feridas só precisam cicatrizar.

Chester ficou olhando para o rosto dela por alguns instantes e começou a cantarolar, quase sussurrando, uma melodia que sabia que ela gostava.

Why I never walked away? Why I play myself this way? Now I see, you are testing me. Pushes me away 

Anita sorriu e deu um beijo na ponta do nariz do primo, mas ele se inclinou mais um pouco e selou seus lábios nos dela, sem nenhuma malícia. Logo depois adormeceram abraçados.

**

- Mike? – um sacolejo um pouco forte fez com que Mike despertasse um pouco assustado. – É melhor ir para casa.

O asiático coçou os olhos e fitou o cadete ao seu lado.

- Não, eu estou bem, só preciso de um pouco de café. – Ele disse dando um gole no copo de café já frio – Achou alguma coisa?

- Ainda não vi nada – Luke deu um suspiro – Olha cara, eu estava pensando, e se quem deu isso à Talinda não veio aqui na casa?

Mike soltou um suspiro pesado, estava realmente cansado.

- Aí nossa busca só vai ser um pouco mais trabalhosa.

- Acho melhor ir para casa Mike, você está com uma cara péssima, eu continuo procurando, qualquer coisa eu te ligo.

- Não Luke, eu estou bem.

Luke deu de ombros, não podia empurrá-lo porta afora para que ele fosse descansar. Já haviam olhado quase tudo, o sol já começava a entrar quieto por entre as persianas da casa dos Bennington.

- Hey Mike, olha aqui – Strauss pausou a gravação e apontou alguém descendo de um carro e indo falar com Talinda. – Conhece essa mulher?

A imagem era um pouco distorcida, mas Mike a reconheceu sem muita dificuldade.

- É a Anna, minha ex esposa.

- Olha só – Luke voltou um pouco a cena, apertou o play e a imagem de Anna entregando um frasco branco à Talinda se fez clara, Talinda ainda chacoalhou e analisou o frasco antes de sorrir e agradecer.

- Isso só pode ser brincadeira. Ela vai ter que se explicar – Mike se levantou de supetão. – Eu vou indo Luke.

- Tudo bem, eu vou ficar mais um pouco para checar o restante das fitas, mas vá com calma okay? Qualquer coisa me ligue.

- Okay, eu vou atrás da Anna – Mike saiu quase correndo e balançando negativamente a cabeça em um sinal de desaprovação, era difícil de acreditar que justo Anna tivesse feito isso, ainda mais depois de ter acusado Anita tão fervorosamente.

Entrou no carro e dirigiu não tão rápido quanto gostaria graças ao trânsito que já começava a fervilhar. Quando chegou em casa, estava tudo escuro ainda, caminhou até o quarto de hóspedes e ele estava vazio.

- Anna? – Chamou sem nenhuma resposta. Mike começou a resmungar, será que ela tinha ido embora? Soltou um suspiro pesado, só então sentiu os músculos reclamarem da noite em claro.

Tirou o moletom e os sapatos ali mesmo no quarto de hóspedes e foi caminhando até o próprio quarto, ia se esparramar na cama, mas para sua surpresa havia alguém nela.

- Mike? Que horas são? – Anna despertou com o barulho de sua chegada. – 7 horas Mike? Onde esteve?

- O que está fazendo na minha cama? – ele disse ignorando totalmente as primeiras perguntas de Anna.

Ela ergueu o tronco coçando os olhos sonolenta.

- Eu não estava conseguindo dormir no meu quarto, as persianas estavam batendo muito.

- Era só fechar as janelas Anna.

- Mas eu também estava com saudade do seu cheiro.

Mike se segurou para não revirar os olhos, esse pequeno jogo de sedução dela estava passando dos limites. O que a princípio era apenas uma noite para que ela se acalmasse, agora já havia completado uma semana inteira. Mike no começo não se importou, ele gostava da companhia dela, normalmente quando ela estava perto ele não se permitia pensar em Anita, mas agora ela começava a agir como se ainda fosse sua esposa, e a “Anna esposa” era um verdadeiro pesadelo.

- Olha Anna eu deixei que ficasse aqui por um tempo até se sentir melhor pra voltar pra casa, mas eu não que fique invadindo meu espaço, nós não somos mais casados okay? – ele disse e Anna assentiu com a cabeça e ele continuou – Eu passei a noite na casa do Chester checando as gravações dos últimos dias com o Luke para ver se nós encontrávamos quem deu os remédios à Talinda.

Anna enrijeceu automaticamente, uma onda de medo passou pela sua espinha. “Foi um acidente, foi um acidente. Você não podia prever”, ela pensou.

- E você achou alguma coisa? – sua voz saiu trêmula

- Por que não me disse que foi você quem deu os remédios à Talinda? – Mike disse aborrecido e ao mesmo tempo indignado, ela havia sido a responsável pelo falecimento de Talinda e nem sequer abrira a boca para falar o que fez –Me pouparia uma noite de sono! E caralho, o que estava passando na sua cabeça pra dar aquilo a ela? Você provocou a morte dela Anna!

- Oh meu deus – Anna escondeu o rosto entre as mãos e começou a choramingar. Mike caminhou até ela e se sentou ao seu lado, puxou as mãos dela e as segurou. – Eu a matei, eu sei, mas foi um acidente, eu nunca imaginei que ela... Oh Mike!

- Olha pra mim Anna – ele disse firme, mas sem parecer agressivo – O que aconteceu naquele dia?

Lágrimas suaves escorriam pelos olhos dela, ela realmente parecia se arrepender.

- Ela me pediu remédios para dormir, por que não estava conseguindo dormir por causa das meninas e do Chester – ela deu um soluço – Você sabe como ele estava naqueles dias, estressado por causa da maluca da prima e da briga com você, descontava tudo na pobrezinha. Aquilo tudo deixou ela uma pilha, eu dei os remédios por que não achei que fariam mal, se tomados em pequena quantidade realmente não fariam Mike, eu juro! Mas então ela tomou demais e... – Anna desatou um choro mais intenso e não conseguiu terminar de falar, Mike a abraçou e deixou que ela recostasse a cabeça em seu peito.

Na sua cabeça algo parecia errado, achava que as coisas entre Tali e Chaz estavam progredindo, mas a explicação de Anna soara convincente e ele não questionou. Pediu que ela esperasse e logo ele se levantou e ligou para Luke, não tinha mais motivos para continuar aquela busca.

- Pode ir pra casa Luke, Anna já disse toda a verdade.

- Tem certeza Mike? É realmente a verdade?

- Ainda não sei, mas acho que você também deve estar querendo uma noite de sono, assim como eu. Desculpe pelo transtorno.

- Tudo bem Mike, qualquer nova suspeita é só me avisar.

Se despediram e depois Mike voltou para o quarto, Anna tentava conter o choro.

- Volta pro seu quarto Anna, eu preciso dormir pelo menos algumas horas.

- Posso ficar aqui com você? Só um pouco?

Mike soltou o ar se dando por vencido, estava cansado demais para relutar.

- Tudo bem.

Depois Mike se jogou na cama, todos os músculos e ossos do corpo pareciam trincados. Não se deu o trabalho nem de colocar algo mais folgado para dormir, apenas tirou o cinto e virou de bruços. Estava quase cochilando quando sentiu um par de mãos deslizarem por toda a extensão de suas costas, quando percebeu que as mãos não parariam no cóccix ele se remexeu.

- O que está fazendo Anna?

- Ainda está acordado? Ah me desculpe.

- Fique quietinha aí no seu lugar okay? Me deixe dormir em paz.

Ela não respondeu, permaneceu olhando as costas dele, vendo a elevação dos ossos das omoplatas e a curva sinuosa da coluna. Os anos haviam sido muito generosos com Mike, o corpo dele permanecia como o de um jovem de 20 anos, mesmo que ele já não tivesse a mesma disposição de quando tinha aquela idade, seu corpo ainda permanecia forte, sexy e atraente. Era difícil se comportar com aquilo tudo diante de seus olhos. Anna deitou a cabeça no travesseiro ao lado do de Mike e se aproximou dele, ao menos para sentir o calor que o corpo dele exalava, quando se deu conta, já estava abraçada à ele, passeando os dedos por entre os fios negros de seus cabelos, deslizando a palma das mãos pelas coxas e pela bunda do antigo amante. Mike grunhiu, mas já estava entorpecido demais pelo sono para reclamar.

Anna sorriu de leve para si mesma, aos poucos logo ele voltaria a ser seu.

**

- Ai minha cabeça! Isso já é marcação Rob! – Dave disse massageando a cabeça e se abaixando para pegar a baqueta que voara da mão do amigo.

- Desculpa Phi, estou um pouco longe hoje.

- Você? Longe? Caramba isso é uma novidade pra mim – O ruivo disse com um sorriso terno no rosto. – Problemas?

- Não, na verdade eram pra eles estarem resolvidos, mas acho que minha mente não entendeu isso ainda. – Rob disse dando um sorriso entristecido.

- Você terminou com a Cláudia?

Rob assentiu com a cabeça.

- Será que a gente pode comer alguma coisa? Talvez minha concentração melhore um pouco.

- Tudo bem Bourdie. – Os dois deixaram os instrumentos e foram para a cozinha.

Rob gostava de passar o som sozinho com Dave de vez em quando, ele era uma companhia agradável e no momento o único que não julgava as últimas decisões dele, Joe normalmente ficava emburrado ao saber que havia desunião na banda, Chester e Mike já tinham os próprios problemas catastróficos e Brad quase sempre desatava uma discussão sem fim, mas no momento, estava um pouco longe.

Dave serviu um pouco de café para ambos e pegou alguns donuts na geladeira.

- E como anda sua relação com o Delson? – Phi perguntou um pouco antes de dar uma mordida generosa no donut.

- Fria. Faz tempo que não conversamos direito, mas eu espero que agora melhore. Ele foi uma das razões por eu ter terminado com Cláudia, não quero perder minha amizade com ele.

- Acho isso bom, mas não tem como você ter os dois? Digo, manter a amizade e a namorada?

Rob apenas negou com a cabeça. Logo depois mudaram de assunto e Rob pode ocupar a mente com algo que não fosse Kady. Por volta das 17h Rob decidiu ir para casa. Deixou a bateria na casa de Dave, amanhã voltaria para buscá-la, assim aproveitava para passar mais algumas horas com o amigo. Dirigiu sem pressa, e antes de chegar em casa resolveu parar para comprar o jantar.

O vento já começava a ficar frio, se embolou um pouco mais no moletom e foi caminhando até o restaurante italiano em que parara. Fez o pedido e ficou aguardando em uma das mesas. Um pouco depois a porta se abriu e ele reconheceu um rosto, Bradford.

- Rob? – Brad sorriu e se sentou com ele.

- Oi Brad, vim comprar um capeletti pra comer em casa.

- Ah sim, eu também, mas prefiro o bom e velho spaghetti com almôndegas. – os dois riram de leve, uma risada um pouco forçada.

- E como está?

- Eu estou bem, você é que não está com uma cara muito boa.

Robert soltou um suspiro.

- Kady e eu terminamos – Brad fez uma careta, mas antes que ele dissesse qualquer coisa, Rob continuou falando – Não quero mais essa guerra entre a gente, ela vai encontrar alguém que dê a atenção e o amor que ela precise, esse cara não sou eu. Me desculpe por ter desconfiado de você Brad.

- Está tudo bem Rob. – Brad sorriu e coçou a barba espessa – Acho que vou fazer meu pedido. Algum plano para amanhã?

- Vou ficar rolando no sofá do Phoenix amanhã, adoro curtir preguiça na casa dele. – Rob abriu um sorriso sincero dessa vez – Pode aparecer comigo, se quiser.

- Mas é claro, quem é que não ama o sofá do Dave?

Logo em seguida uma garçonete alta e ruiva chegou com o pedido de Rob, ela analisou Rob brevemente, ele a encarou tão rápido quanto ela. Era uma bela mulher, apesar de ter a expressão um pouco cansada. De maneira um pouco involuntária, ele sorriu para a mulher.

- T-trinta e dois dólares senhor – Ela disse um pouco embaraçada com o olhar que Robert a lançara. Ele sacudiu a cabeça, havia acabado de sair de uma relação conturbada, não era hora de ficar esticando os olhos para outras mulheres. Puxou a carteira e deu o dinheiro para a moça – Vou buscar o troco. – ela disse enquanto dava as costas, mas Robert a segurou pelo pulso.

- Fique com ele, como gorjeta.

- Obrigada Senhor. – ela sorriu timidamente e saiu. Rob não pode conter o sorriso bobo que se formou em seu rosto, só então se levantou para ir embora e viu que Brad se acabava de rir da cara dele no outro lado do restaurante.

- Vá se foder – ele disse sem produzir nenhum som e olhando para Brad.

**

- Isso é a sua vida agora? Te dou alguns meses e logo vai estar com a barriga maior do que a do Joe!

- Vai pro inferno – Ann chutou a coxa do primo enquanto enchia a boca com uma colherada generosa de sorvete de chocolate. Chester sorriu, fazia um certo tempo que não sorria com um pouco de sinceridade. Olhou bem para Anita, o cabelo loiro estava muito arrepiado, ela usava um short jeans rasgado e uma blusa cortada velha, parecia extremamente confortável, apesar de parecer uma mendiga.

- Me dá um pouco disso – Chester tomou a colher da mão dela com relutância e tomou um pouco do sorvete. – Nhami!

Os dois riram, estavam embolados no sofá, um com a cabeça para um lado diferente e as pernas entrelaçadas.

- Acho que você deveria ir para casa Chester, já devem estar preocupados, ao menos avisou pra alguém que ia sair da cidade?

- Não se preocupe, o Mike sabe – disse sem tirar os olhos da tigela de sorvete

Anita ficou estática por um longo instante, ouvir o nome de Mike ainda a deixava balançada.

- Ele sabe? E não... – Anita hesitou – E não quis vir com você?

- Até quis, mas eu não deixei, ele precisa decidir primeiro o que ele quer.

- O que quer dizer com isso? – Anita levantou o tronco para que pudesse observar a expressão de Chester com mais atenção.

O moreno apenas soltou a respiração, não pretendia entrar em detalhes, caso contrário Anita podia surtar, ou até achar que ele estava tentando jogar areia no relacionamento dos dois, como já fizera há um tempo.

- Nada Ann, ele só está um pouco chateado por causa da traição, que foi minha culpa. – ele disse dando ênfase na parte final da frase para que Ann se tranqüilizasse um pouco, mas totalmente sem sucesso.

- Ele está com a Anna não é? E os vi no dia do velório. – Chester engoliu seco – responde Chester, não precisa tentar me proteger.

- Eles não estão juntos okay? Mike disse que não estava, eu acredito nele, mas...

- Mas o que?

- Ela está na casa dele. Ele é louco de manter aquela víbora dentro de casa, mas eles não tem nada Ann, se o Mike disse que não...

- Para de ser idiota Chester, no dia do velório ele nem teve coragem de me olhar nos olhos, é claro que eles estão juntos.

Anita se levantou e caminhou até a janela, puxou o ar com força. Ela merecia aquilo, é claro que Mike não poderia perdoá-la por uma segunda traição e ainda por cima com o mesmo homem. Sair da cidade havia sido a melhor coisa que havia feito, não suportaria vê-los juntos.

- Para com isso Ann, acho que se vocês conversarem as coisas se resolvem – Chester agora a abraçava por trás, apoiando o queixo na curva de seu pescoço.

- Eu não vou mais insistir, eu o machuquei demais. Eu não mereço o perdão dele.

- Não foi só você, a culpa não é só sua. E é claro que você merece perdão, todos mundo merece.

Anita se virou e encarou os olhos escuros de Chester, ele sim era igual a ela, era um destruidor ambulante, e ele nunca a julgara por isso. Sem pensar muito, Anita se esticou mais um pouco e tocou os lábios dele com os seus, abraçando o corpo morno dele e sentindo o cheiro âmbar de sua pele. Chester correspondeu sem dificuldade, ele nunca soubera como negar um beijo a ela, e de fato nunca quis negar. Apenas apertou mais a silhueta dela contra seu próprio corpo e aproveitou um dos poucos momentos em que Anita ainda deixava sua armadura cair, antes de se isolar para sempre outra vez. 


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Notas finais do capítulo

Eu tinha alguma coisa muito importante pra escrever nessa notinha MAS EU ME ESQUECI O QUE ERA D: