The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 21
Um rosto que ri cada vez que eu caio


Notas iniciais do capítulo

Olá vocês, ai gente eu demorei de novo D:
Me esculpem mesmo
O capitulo não foi betado e eu to super doente e não consegui betar, me desculpem qualquer erro
Espero que gostem e....
*O próximo é o penúltimo G_G*
Boa leitura
Beeijos



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Flashes. O desconforto que eles causavam à sua visão já era costumeiro. A multidão de repórteres murmurava inquieta, ele mal conseguia ouvir os próprios pensamentos, mas aquilo era necessário, a mídia o pressionava por uma explicação.

- Chester como estão as crianças e Talinda? É verdade que vocês dois estão se separando?

Ele riu internamente, era sempre assim, uma pergunta inocente seguida de uma bomba. O relacionamento dele com Talinda não estava tão bem assim, mas a separação não voltou a ser cogitada por nenhum deles, ele não tinha essa resposta.

- Talinda e as crianças estão muito bem – ele fez uma pausa breve – e não estamos nos separando.

- E o Mike? Como se recupera? Ele já sabe do sequestro da sua prima?

Um tremor percorreu de leve seu corpo, o amigo ainda não tinha nem noção do que estava acontecendo, Chester preferiu ocultar isso dele por enquanto. Contar a respeito do sequestro de Anita para Mike poderia desencadear uma porção de acontecimentos que ele sabia que fugiriam de seu controle, preferiu se agarrar na esperança de que ele e a polícia poderiam cuidar daquilo rapidamente sozinhos, sem envolver Mike Shinoda.

- Ele é forte – Chester tentou esboçar um leve sorriso – está se recuperando rápido. E não, ele ainda não sabe, com calma eu vou contar isso a ele, por enquanto tenho medo que o impacto da notícia atrapalhe sua recuperação.

- E quanto ao sequestro Chester?

- A polícia já está atrás do suspeito, é uma equipe muito boa e estão fazendo o possível para encontrar Anita e o seu sequestrador.

- O sequestrador entrou em contato? Pediu alguma recompensa?

 Chester sabia que Kevin não entraria em contato, o que ele queria já estava em suas mãos.

- Não, ele não fez contato.

- E você? Como está reagindo a isso? Afinal ela é sua prima.

“Ela não é só minha prima, é meu amor também”

- Estou tentando ser forte. Nós esperamos que a encontrem a salvo, esperamos muito.

Depois disso deu a entrevista coletiva por encerrada, se levantou e caminhou passos pesados para fora daquela sala. Foi até o banheiro e jogou um pouco de água fria no rosto, hoje Talinda e as duas crianças teriam alta, ele precisava ao menos tentar parecer um pouco menos abatido, mas estava sendo difícil. A imagem de Anita sendo levada ainda vinha com muita frequência à sua mente.

- Eu não consegui impedi-lo – ele falou entre dentes bem baixo, para si mesmo –Eu não consigo fazer nada certo.

Já faziam quase 24h, a medida que os segundos passavam levavam mais um pouco de sua esperança de encontrá-la a salva.

Saiu do banheiro e subiu até o quarto de Talinda, que já estava vestida com suas próprias roupas e com uma das gêmeas no colo.

- Demorei?

- Não – ela falou sem desviar os olhos da pequena em seus braços

- Vamos então?

- Pode descer com elas, quero me despedir de Mike

- Tudo bem, mas não conte nada para ele.

- Por que não?

- Tenho medo.

- Sabe que quando resolver contar será pior né?

- Sei, mas eu prefiro aguentar o sermão dele do que vê-lo correr algum risco tentando ir atrás dela.

Talinda então entregou a criança a uma enfermeira e Chester pegou a outra no colo, Talinda foi até o quarto de Mike e ele desceu até o estacionamento com as crianças. Colocou ambas em seus respectivos bebês-conforto e aguardou que Talinda aparecesse.

- Bennington?

Chester levantou os olhos para figura que se aproximava, automaticamente seu rosto adquiriu uma expressão dura e sua voz saiu ríspida.

- Drew? O que veio fazer aqui seu filho da puta?

- Wow! Pega leve, eu vim oferecer ajuda.

 - O que?

- Eu não achei que Kevin fosse levar isso a um nível tão alto, a brincadeira perdeu a graça faz tempo.

- E por que eu acreditaria em você?

- Por que eu sou o único que tem alguma ideia de onde ele possa estar e a outra opção que você tem é sentar e esperar como um cãozinho obediente.

- Vou ligar para o delegado – Chester sacou o celular, mas Drew o impediu segurando em seu pulso

- Sem polícia, não quero que me envolvam nisso.

- Mas...

- O que foi? Está com medo?

 **

- Por que eu não posso ver TV? Ai! – Mike resmungou enquanto a enfermeira finalizava a troca do curativo em seu peito.

- Me desculpe Sr. Shinoda, são ordens do Sr. Bennington

- O quê? E desde quando ele manda nisso? Ele é meu amigo, não meu pai. Além disso eu acho que tenho direito de assistir o que eu quiser, to aqui nesse quarto há uma eternidade, preciso de algo para me entreter!

- Não precisa de tanto drama, mais alguns dias e você vai acabar de se recuperar em casa. Vai poder assistir toda a televisão que quiser. Agora se acalme, pois você tem visita.

Mike revirou os olhos e a enfermeira saiu dando passagem para que a visitante entrasse.

- Olá Sr. Reclamão

- Talinda!! – ao vê-la, o rosto de Mike se amenizou em um sorriso – Que saudade! Como está e onde estão minhas princesas?

- Eu estou muito bem e as bebês estão lá embaixo com o Chaz, acabamos de ter alta

- Ah não, eu queria conhecê-las – Ele fez bico

Talinda riu e se aproximou dele, passando de leve as mãos pelo cabelo arrepiado dele. Não faça essa cara, logo você sai daqui.

Mike resmungou algo inaudível e depois acrescentou:

- Não aguento mais esse lugar! E pra piorar, agora seu marido deu pra pensar que é meu pai! Nem TV ele me deixa ver, quer que eu me desintegre sem informação!

Os olhos de Talinda ficaram um pouco apreensivos e se desviaram

- Não é por mal Mike, ele quer que se recupere rápido, é só isso.

Mike viu algo estranho no rosto de Talinda, seria apreensão?

- Qual o problema?

- Problema?

- É,de repente seu rosto mudou, o que foi?

O celular de Talinda tocou, impedindo que ela inventasse alguma meia verdade para usar como desculpa. Pediu licença a Mike com um aceno e foi atender do lado de fora.

- Você precisa vir aqui agora

- Eu não demoro, eu disse que só ia me despedir do Mike

- Eu sei, mas as coisas mudaram, precisa descer, rápido. Brad está aqui pra levar você e as meninas pra casa

- O quê? Espera, o Brad? Pensei que você...

- Eu já disse, as coisas mudaram

- É alguma coisa a ver com a Anita? Chester não vai inventar de ir atrás dessa garota, é perigoso!

- Desça logo.

- Não saia desse estacionamento até eu chegar Chester! CHESTER??

Ele desligou o telefone. Talinda deu um longo suspiro, se ela fosse rápido talvez ainda conseguisse impedi-lo. Ia se despedir rápido de Mike e correr para evitar que Chester fizesse alguma idiotice. Entrou novamente no quarto, mas Mike não se encontrava mais ali.

**

Olhos abertos. Órbitas girando confusas tentando fazer o reconhecimento do local, em vão. Nada era familiar ali. O ultimo ambiente que sua memória se recordava era luminoso, branco e ainda tinha uma voz suave e familiar entoando ao fundo uma canção. Aquele em que se encontrava era totalmente oposto, pequeno, escuro, um pouco abafado, mas ao mesmo tempo gélido e úmido. Seu corpo dava leves espasmos de frio e podia ouvir o barulho de água corrente vindo do lado de fora. Nada fazia sentido, como ela chegara até ali?

Sobre o seu corpo havia um fino lençol, com cheiro de guardado e certamente repleto de ácaros. Encolheu-se no colchão onde estava e se enrolou mais no lençol, estava sentindo muito frio. Os lábios ressecados tremiam involuntariamente, ela levou o punho fechado à boca e o mordeu tentando contê-los.

O som de passos no assoalho fez com que ela ficasse alerta, de maneira muito sutil a porta do cômodo em que ela se encontrava foi aberta, sendo denunciada por um rangido alto. Ela se virou e encarou a sombra negra próxima a porta.

- Chester?

A luz do cômodo foi imediatamente acesa e a visão dela foi desfocada por alguns segundos pela luz forte, mas rapidamente ela se apressou em fitar aquela pessoa.

- Que bom que acordou meu amor, já estava ficando preocupado.

- Kevin! – ele se aproximou rapidamente dela, que assustada se encolheu no sofá – O que vai fazer comigo?

Ele riu de maneira descontraída, como se risse de uma piada boba.

- Eu ia colocar essas meias em você, achei que como estava tremendo muito isso ajudasse, mas já que acordou pode fazer isso sozinha – ele estendeu para ela o par de meias, mas Anita apenas permaneceu estática – Anda pegue, sei que está com frio.

Ela pegou e começou a calçá-las, com um pouco de dificuldade pois as pernas ainda não estavam totalmente ágeis.

- Pare! Me deixe colocar, não precisa ficar toda torta desse jeito

Kevin fez menção de tocá-la, mas ela se assustou

- Não toque em mim!

Ele lançou-lhe um olhar um pouco desafiador, mas sorriu logo em seguida

- Tudo bem então. Mas não precisa ficar com medo de mim Ann, não vou te machucar – ele fez uma pausa breve – A não ser que você mereça.

- Quero ir para casa, me leve de volta.

Ele passou as costas das mãos pela face pálida dela

- Acho que não entendeu direito, meu amor. Essa é a sua casa.

- Isso não é engraçado Kevin, me leve para casa! A polícia está atrás de você por causa do que fez com o Mike.

- Eu sei, mas não estou com medo, nunca vão me encontrar aqui e você não vai a lugar algum. Você pertence a mim agora.

- Ficou maluco? – ela tentou se por de pé para discutir mais perto dele

- Não vou discutir Anita, você é minha e ponto final.

- Que lugar é esse? É um rio aqui do lado?

- Você pergunta demais

- Eu vou gritar se não me levar pra casa agora!

- Pode gritar o quanto quiser, quem sabe algum lobo selvagem te ouve e te devora?

Num ímpeto ela tentou correr porta a fora, se deparando com uma sala também pequena, mas antes que ela pudesse ir mais longe sentiu algo atingi-la nas pernas derrubando-a no chão. Uma dor intensa subiu por suas coxas e seu rosto bateu com força contra o assoalho frio. Sentiu o corpo ainda fraco sendo suspenso a ponto de que seus olhos encarassem um par de olhos escuros repletos de ódio.

- Uau! Bravo! Mas sua fuga magnífica não vai acontecer meu amor – ele a deixou ainda mais próxima de seu rosto, fazendo com que seu hálito morno atingisse o olfato dela – Se você tentar fugir de novo, vou ser obrigado a te prender Ann. Estou tentando fazer as coisas mais, mas não vou hesitar caso me obrigue a ir pelo jeito difícil. Ele e a jogou com violência contra o sofá e puxou uma pistola, apontando-a para a testa da garota.

- Já ouviu falar em Roleta Russa meu amor? – Anita, ainda trêmula e assustada, confirmou silenciosamente, apenas balançando a cabeça – Tente fugir outra vez e eu jogo com você, mas com todas as balas.

- Eu nunca vou amar você – ela falou em tom grosseiro, mas tentando inibir as lágrimas de medo que insistiam em querer cair.

Ele soltou uma gargalhada alta

- Ah, que pena, partiu meu coração – Ele então caminhou rindo até a cozinha – Tem sopa aqui, caso esteja com fome.

Ela permaneceu quieta

- HEY – Ele jogou uma colher em sua cabeça – Estou falando com você, me responda.

- Eu não quero comer, eu quero ir embora.

- Anita, olhe para mim – ela obedeceu, encarou aquele homem tão jovem e tão insano, de cabelos muito escuros e aparência cansada – A sua casa agora é essa e você é minha, Não adianta chorar – ele caminhou até ela  e se sentou ao seu lado com um sanduiche em mãos – Não vou deixar que saia viva daqui.

- Vamos ver quem morre primeiro

Ele gargalhou novamente

- Esse é o espírito, ai por isso eu adoro você. Eu sei que logo você vai soltar aquele lado sombrio de antigamente, ele ainda está ai, só precisa ser estimulado – ele disse sorrindo e tocando de modo leve e quase promíscuo seu colo – Isso vai ser tão divertido meu amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
Beeijos