The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 22
I wanted to fix this


Notas iniciais do capítulo

Ai gente mil perdões pela demora, minha internet deu pau e por isso o capítulo acabou atrasando *ainda to sem net e é a laleliloluq que ta postando pra mim* Mas enfim com um pouco de relutância o cap saiu, é o penúltimo D:
Enfim, espero que gostem
Beeijos
Boa leitura



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- Então é isso? Vai me manter presa aqui desse jeito até quando? Até eu implorar pra que você me mate?

- Claro que não Ann, eu quero que se sinta confortável – Ele suspirou – Nós já discutimos isso e não foi algo muito bom, será que não consegue apenas se adaptar?

- Não quero me adaptar, quero ir para casa.

- Vai mesmo recomeçar isso? Quer que eu te machuque outra vez? – Ela agitou a cabeça negativamente – Então essa conversa não vai dar em lugar algum

Anita se encolheu e abraçou os joelhos fracos, do lado de fora da janela ela não via nada além de uma floresta escura, úmida e densa, se apurasse bem os ouvidos conseguia ouvir o farfalhar da correnteza de um rio, nenhum sinal de outras pessoas, apenas natureza. Ninguém para ouvir qualquer espécie de grito, dela ou de outra pessoa.

- Quero cozinhar

- O que?

- Você disse que queria que eu fosse amigável, eu estou sendo. E sua comida é horrível.

Kevin ficou desconfiado, mas a garota esboçou um sorriso suave, talvez ela não fosse um caso totalmente perdido, por que não deixá-la cozinhar?

- Tudo bem, você faz o almoço amanhã – ele retribuiu o sorriso, apesar de ela ainda implorar para voltar para casa, parecia um pouco mais conformada, e aquilo o agradava.

**

- Vê a rodovia acima de Long Beach? Cerca de uns 300km a frente dela tem uma floresta que o pai do Kevin gostava de levar ele e os amigos pra acampar, eles tem uma propriedade na encosta do rio. Não tem vizinhança, a mata, apesar de não ser de área muito extensa, é muito fechada e escura, não tem nenhum posto fiscal daqui pra lá e Kevin conhece como a palma da mão, é o melhor e talvez o único lugar que ele pode tê-la levado.

- Quanto tempo de viagem até lá?

- Não sei ao certo, talvez umas 4 horas. Mas tem uma parte de trilha que atrasa um pouco, talvez mais algumas duas horas.

- Está escurecendo, acha que podemos sair de madrugada e chegar lá antes do meio dia?

- Podemos tentar, mas...

- Mas..??

- Não sei quanto tempo posso levar tentando achar a casa, não sou expert em trilhas, teremos que sair agora.

Chester colocou as mãos no bolso impaciente

- Vamos esperar Talinda descer, depois partiremos.

- Eu vou com vocês

Nenhum dos dois acreditou no que seus olhos estavam vendo. O asiático de cabelos arrepiados, olheiras fundas, andando um pouco trôpego com uma faixa branca envolta no peito.

- Mike? Que caralhos veio fazer aqui? Precisa voltar para o quarto, você ainda não...

- Foda-se! Quanto tempo achou que ia esconder isso de mim? Ia tirar minha TV, internet? Me isolar das pessoas?

- Mike eu só estava tentando evitar que você se cansasse

- FODA-SE – Mike acertou o punho no capô do carro – Ela é minha namorada, eu merecia saber!

O asiático respirava com dificuldade, o ferimento começava a latejar, mas ele estava irritado demais para se preocupar com isso.

- Me desculpe, não queria que as coisas fossem dessa forma

- Você vai procurá-la, eu vou com você.

- Não vai não – Chester trincou os dentes tentando manter a calma, mas Mike não estava com essa mesma preocupação.

- EU VOU SIM! Você não tem ideia das coisas horríveis que estão se passando na minha cabeça agora! Não vou suportar ficar aqui sem fazer nada, você não tem ideia, ela é a mulher da minha vida, minha mulher, eu a amo, você sabe o que é isso? Seu coração de pedra sabe o que é isso?

- CALA A PORRA DA BOCA! CALA A BOCA MIKE! VOCÊ NÃO SABE DE NADA. NÃO VENHA FALAR ISSO PRA MIM, VOCÊ NÃO SABE DE NADA!

- Você mentiu pra mim, mentiu pra Talinda, mentiu pra todo mundo, machucou todo mundo e pra quê? Pra nada, pra absolutamente nada! Você nem sequer teve dignidade de cuidar dela quando ela estava com você!

- BESTEIRA! Eu estava na porra de um avião indo pra porra de um outro continente! Você estava lá por puro acaso!  – Chester deu passos duros até Mike – VOCÊ NÃO TEM IDEIA DE COMO EU ME SINTO! – Ele respirou fundo – Você tem noção de tudo que eu to tendo que suportar? Haha, claro que não.Eu amo ela tanto quanto você, aliás, acho você não tem nem ideia da dimensão do que eu sinto por aquela mulher! Eu me culpo todos os dias por tê-la abandonado em Phoenix, me culpo por ter ferido seus sentimentos, por ter feito com que ela sofresse aquele acidente, por VOCÊ ter levado um tiro que era meu, pela minha mulher que só se machucou com isso tudo. Você acha mesmo que eu tenho coração de pedra? TUDO ISSO É CULPA MINHA MIKE!! MINHA! Esse peso todo está em cima de mim, é minha responsabilidade. Não vou deixar você se arriscar por isso.

Mike já estava extremamente alterado, algo que acontecia raríssimas vezes.

- Você ta fazendo isso por que? Quer bancar o herói pra ver se ela ainda volta pra você?

- Cala a porra da boca Mike eu já abri mão dela pra você! Não faça com que eu me arrepender disso.

- Você o que? Foi ela que veio até mim, você só falou um monte de merda e acabou deixando ela em coma por 5 meses! Eu pensei que era minha culpa, mas não, é sua, só sua! Você destrói tudo o que toca, assim como destruiu nossa amizade – Chester empacou perplexo, ele realmente estava ouvindo aquilo? Da boca de Mike Shinoda? – Não me olhe desse jeito, sabe que é verdade.

Talinda avançava a passos lentos, os olhos já encharcados pelas lágrimas. Via os dois melhores amigos em posição quase ofensiva, machucava ver aquilo. Ela nunca tinha visto os dois brigarem a esse ponto, e pelo quê? Por uma mulher que só trouxera caos para suas vidas, ver Chester ali a destruía.

- Já chega, Mike você tem que voltar para o quarto

- Tali se pensa que eu...

- Não penso nada, os pontos no seu peito já estão abrindo por causa desse seu piti idiota! Você não está em condições Shinoda!

Mike olhou para o próprio peito, o curativo branco agora tinha uma mancha avermelhada do sangue que começava a escorrer da ferida no peito.

- Eu não me importo

- Mas eu me importo, anda, acha que a Anita vai gostar de saber que você piorou enquanto ela estava fora? Volta pro quarto Mike, eu me resolvo com o Chester

- Mas...

- Michael Kenji Shinoda será mesmo que eu vou ter que brigar com você?

Mike hesitou por um instante, mas o peito recomeçava a doer, lançou um olhar torto para Chester, mas logo deu as costas e caminhou meio trôpego de volta para dentro do hospital. Ele obedeceu pois internamente sabia que se prolongasse aquela discussão com Chester acabaria passando dos limites e quebrando seus próprios princípios.

- E você? Vou ter que brigar com você também? – Ela disse olhando dentro dos olhos de Chester.

- Drew será que pode me esperar dentro do carro? – Drew assentiu e deixou os dois à sós – Falar meu nome completo e gritar comigo não vai me impedir de ir atrás da Anita, eu devo isso a ela.

- Eu sei, eu vi isso no jeito que você estava gritando com o Mike. O que deu em você?

- Eu não sei – Chester ainda estava em choque, era seu melhor amigo que acabara de desfazê-lo em pequenos pedaços – Eu não posso mais perder tempo, tenho que encontrar a Ann, tudo isso é minha culpa, eu preciso dar um jeito de consertar.

- A culpa não é sua! Mas Chaz, aquele cara que ta querendo te levar com ele é o mesmo que me entregou as fotos de você me traindo. Tem certeza que é confiável cair na estrada com ele?

- Eu sei que ele não é a melhor pessoa do mundo, mas é que eu tenho. Não queria ter que deixar você e as crianças assim tão cedo, mas é necessário.

- Você ainda ama ela não é?

- Sim – ele falou quase em um sussurro, mas viu nos olhos de Talinda como aquilo soou amargo – Não precisa se preocupar, não vou voltar com ela.

Ela tentou segurar o soluço do choro, mas apenas acenou com a cabeça.

- Brad já chegou?

- Já sim, as crianças estão com ele no carro.

- Tome cuidado okay? – ela fez uma pausa e deu as costas, mas antes de ainda falou – Chaz?

- O que?

- Se fosse eu no lugar da Anita, você faria o mesmo por mim?

Chester se espantou um pouco com a pergunta, porém não hesitou em responder.

- Claro que sim.

Ele fez menção de abraçá-la, mas logo ela saiu de sei alcance, em seguida Chester entrou no carro.

- Acho melhor irmos agora.

- Tem certeza que não vai aparecer ninguém para fazer outra cena pela sua viagem?

- Sem piadinha okay? Não sou seu amigo.

- Okay

**

Macarrão cozinhando. Ela olhava para a massa amolecendo entre as borbulhas de água fervente enquanto pensava em modo de escapar. Sua famosa lasanha era apenas um pretexto para observar o ambiente. Havia um rio, se corresse a leste da margem talvez conseguisse alcançar a autoestrada. Mas havia dois problemas. O primeiro: Como escaparia de Kevin? E o segundo: Como correria, se suas pernas não se sustentavam por muito tempo? Ela teria que arriscar.

Olhou ao redor, Kevin estava deitado no sofá da sala lendo uma revista qualquer. Aproveitando isso, de maneira bem rápida Anita pegou uma faca de legumes e com cuidado colocou-a dentro da calça, o metal frio ao entrar em contato com a pele morna da garota levou-a a fazer uma pequena careta, mas logo a reprimiu e cobriu o cabo da faca com a blusa. Em seguida voltou-se para o macarrão.

- Hey Ann – Kevin se levantou e caminhou até a garota, se colocou atrás dela e acariciou seus ombros – Isso parece que vai ficar bom, não sabia que você cozinhava

Anita apenas forçou um sorriso, se recusando a responder com palavras. Da ultima vez que ela havia feito esse prato havia sido em uma situação totalmente diferente e bem mais agradável.

Flashback on

- BENNINGTON FÊMEA!! CADÊ A COMIDA??

Joe já estava impaciente

- Já estou indo Mr. Hahn!

Anita deu uma piscadela para Mike e saiu rumo a cozinha, todos já estavam em torno da mesa já posta, voltou com uma travessa de lasanha bem fumegante.

- Oh meu senhor, essa é a melhor lasanha que eu já comi na vida! – Joe saboreava e o restante das pessoas na mesa concordavam com a cabeça, já que as bocas estavam cheias demais para falar

- O Joe tem razão! Isso é melhor que todos os Yakissobas da minha mãe – Lee também devorava seu pedaço de lasanha

- Vocês asiáticos são uns puxa sacos isso sim!

Flashback off

Fazia tempo que eles não se reuniam assim, depois de tudo que aconteceu nenhum deles teve paz suficiente para reuniões amigáveis, nem se lembrava da última vez que vira Joe e Lee.

- No que está pensando?

- Nada que seja da sua conta

- O que? Pensei que tivesse sido bem claro quando disse que queria que fosse amável – Ele falou de maneira quase grosseira

- Amável?

Sem esperar mais ela pegou a panela fumegante e a entornou, fazendo com que o líquido fervente caísse completamente sobre as pernas de Kevin. Como reflexo, o homem soltou um grito de dor e saltou para trás, aproveitando isso Anita correu o mais rápido que pode em direção a porta da frente, sentiu mãos pesadas a derrubarem antes que a alcançasse.

A perna dele ardia, e por um breve instante ele se manteve imóvel por causa daquela dor intensa, mas ele não podia permitir que ela fugisse, contrariando os próprios limites do corpo, que queria se encolher, ele tirou forças para tentar alcançar a garota e derrubá-la no chão. Ele não podia permitir que ela escapasse.

- Você não vai a lugar nenhum – ele colocou o corpo sobre o dela, o rosto tinha uma expressão nítida de dor – Não vou permitir que me abandone, eu mereço seu amor mais do que eles – Kevin tentava reprimir a dor, mas estava quase chorando

- SOCORRO!! ME LARGA – As palavras de desespero da garota só o irritavam mais, ela gritava como se ele fosse um monstro, e de fato, ele não era?

- VOCÊ É MINHA, SÓ MINHA! – Ele gritava de raiva e dor, a garota se contorcia embaixo do seu corpo, internamente ele esperava que ela se desse por vencida pelo cansaço, ele não conseguiria persegui-la caso ela fugisse.

Havia muito medo nos olhos dela, ele não queria que as coisas fossem assim, mas ela o deixou sem escolhas.

- Kevin pelo amor de deus, eu estou implorando.

- Shhhhh, por favor não me obrigue a te machucar Ann

Ela então apertou os olhos e pode ouvir o ruído brando da lâmina atravessando a carne do seu sequestrador. Ele soltou um gemido rouco de dor e ela com toda a sua força o empurrou para longe de seu corpo.

Se levantou e olhou para ele, engasgando com o próprio sangue, choramingando de dor, uma poça de sangue se formava, a camiseta se encharcava e ele se encolhia como uma criança chorando de dor. Ela se sentiu muito mal, mas aquela era sua única chance.

- Me desculpe – ela balbuciou em meios às lágrimas de terror e culpa, em seguida correu porta afora com o máximo que suas pernas fracas podiam dar.

Ele a viu se distanciar com o peito arfando de dor. Tentou retirar a lâmina da faca, mas a dor era muito intensa, as queimaduras pareciam grudar no tecido da calça Jeans, a dor era insuportável, em poucos minutos ele sentiu seu corpo desfalecer.

**

- FILHO DA PUTA! ACORDA! – Chester sacudia o rapaz desacordado completamente banhado em sangue

- Meu deus, olha quanto sangue!

- Espero que seja só dele, anda filho da puta acorda – Drew o puxou para longe do rapaz antes que ele o lesionasse mais.

- Sai daí idiota, ele pode estar quase morto. Temos que tirá-lo daqui.

- Eu não to nem ai pra esse babaca, onde está a Anita?

- Deve ter fugido

Chester deu um chute forte na porta

- Eu vou procurá-la

- Na floresta? De jeito nenhum! Cara se senta e respirar, a gente liga pra policia ou pra qualquer outra pessoa que você quiser e vê o que dá pra fazer. Você está nessa pilha desde que saímos de Los Angeles, se sair assim só vai se perder.

- Foi pra isso que eu vim não é? Não vou deixar minha garota perdida por ai, ela acordou a pouco tempo de um coma, não pode ter ido muito longe – Chester lançou um olhar à floresta escura e densa, ele não podia recuar agora – Leva o babaca daqui se ainda quiser que ele sobreviva, eu vou tentar procurá-la, chame a policia.

- Bennington não seja estúpido!

- Não seja estúpido? Ela ta perdida ai por minha causa, eu tenho que encontrá-la, eu devo isso a ela, ao Mike, devo isso a minha consciência. Sabe a quanto tempo eu não tenho uma noite de sono tranquila? Não você não sabe

- Eu não estou questionando suas razões, mas pensa, se você entrar ai vamos ter dois perdidos ao invés de só um.

- Desculpa, mas eu não posso esperar.


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