The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 17
Everything falls apart


Notas iniciais do capítulo

Gente mil perdões pela demora, eu andei tendo uns pesadelos alguns dias atrás e por causa deles passei um monte de dias fazendo cosplay de mumia, meio paranoica e totalmente sem criatividade.
Por causa disso acho que o capitulo não ficou lá essas coisas, então, me desculpem.
Espero que não odeiem
Boa leitura
Bjs



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Ela sentia a face arder de fúria, caminhava passos duros pelo estacionamento do prédio, sabia que havia pegado pesado com Chester, mas no fundo do peito achava que ele merecia, afinal ele a machucara tantas vezes e agora depois de uma tarde voltara ultra feliz com a gravidez da ex esposa. Como ele queria que ela reagisse? Ainda mais depois da noite que Mike proporcionara a ela, agora parecia que tudo que Chester tinha para oferecer era pequeno demais comparado a grandeza dos sentimentos de Mike. Chegou junto à moto, sentia o corpo inteiro vibrar de adrenalina da briga que acabara de ter.

– Eu vou embora – ela falava baixo para si mesma – Eu não aguento mais ficar no meio de fogo cruzado, parece que vou explodir. Caralho!

Ela levou as mãos aos cabelos soltos, deixando-os um pouco bagunçados, puxou o celular do bolso e ligou para a primeira pessoa que lhe veio a mente.

– Mike?

– Anita? Sou eu, Joe. O Spike esqueceu o celular aqui

Merda. Ela estava quase chorando

– Ah não acredito, mas que porra, onde esse idiota anda com a cabeça?

Joe sorriu

– Está tudo bem Ann? Parece nervosa

Ela respirou fundo

– E eu estou Joe, será que pode dar um recado pra ele?

– Claro, manda aí

– Fala pra ele que a hora de cumprir a promessa dele chegou, mas infelizmente não vou poder esperar até que ele apareça para impedir minha fuga. Eu queria que ele impedisse, mas eu realmente preciso dar um tempo em tudo isso.

– Você vai fugir? Como assim?

Quando Joe terminou a pergunta percebeu que já não havia mais ninguém do outro lado da linha. O capacete ficara no apartamento, mas ela não deu importância para isso, talvez um pouco de vento fizesse bem, passou a perna pela moto e olhou a própria imagem no retrovisor, as marcas secas das lágrimas formavam linhas verticais quase invisíveis na face alva da moça, que acabou um pouco enfurecida por novamente estar derramando suas lágrimas pelo mesmo homem há mais de quinze anos. Girou a chave e acelerou o veículo esguio, era horário de pico, as avenidas estavam lotadas, saiu costurando entre os veículos maiores. Essa era uma das maiores praticidades das motocicletas, você só se prendia no trânsito se quisesse e Anita não estava nem um pouco interessada em se prender ali.

Sua mente não pensava em nenhum lugar específico para ir, havia explorado tão pouco os possíveis refúgios de Los Angeles que era difícil pensar em algum que pudesse ir naquela hora, cogitou ir para casa, sua real casa, no Arizona, mas levaria muito tempo e ela não estava preparada para uma viagem tão longa.

O vento frio batia com força contra a sua pele, gélido e zunindo em seus ouvidos quase como se a repreendesse pela besteira que ela fazia. Se Mike a amava, por que ela sentia tanta vontade de ir embora? Ela sabia que o amava, mas não compreendia a própria cabeça, nunca compreendera. O desvio para a autoestrada estava diante dela, tinha duas opções, seguir em frente pela rodovia ou fazer o retorno e voltar para as ruas cheias de carros da cidade. Ela não hesitou nem por um instante, acelerou ainda mais o veículo, fazendo com que o vento batesse quase com agressividade contra sua pele, os fios louros e compridos farfalhavam e se eriçavam com o vento e a umidade, os olhos castanhos dela se mantinham fixos na estrada, um pouco cerrados por causa do vento que fazia com lacrimejasse um pouco. A estrada não estava muito movimentada, mas como toda rodovia havia um número muito grande de caminhões, aquilo a deixou um pouco irritada, uma vez que eles tinham limite de velocidade e ficar atrás de um deles significava limitar a própria.

A estrada estava um pouco escura, ela já estava impaciente atrás de um frigorífico a alguns minutos, trouxe Charlotte um pouco para a esquerda e olhou para a estrada na esperança de ultrapassar, estava vindo um carro, ela voltou a moto para a posição inicial e resmungou um palavrão. O carro passou e ela repetiu o processo, novamente vinha um carro na direção oposta, mas aparentava estar a uma distancia maior, ela então resolveu arriscar e disparou a toda a velocidade na ultrapassagem do frigorífico, mas ao contrário do que ela imaginava, o caminhão era muito extenso, ela foi a máxima velocidade que pode, mas em um piscar de olhos o carro estava bem diante dela, com um rápido movimento o carro desviou para o acostamento a fim de evitar a colisão.

Ela se sentiu aliviada por dois segundos, até perceber que logo atrás vinha outro carro. Luzes, foi a última coisa que ela viu. A colisão foi inevitável, o corpo dela voou a alguns metros, o carro parou imediatamente, ninguém dentro dele havia se machucado, nem o pai e nem o filho. Uma mancha do sangue da garota ficara no parabrisas trincado, Richard olhou para o filho assustado.

– Você está bem Kyle? – O garoto confirmou com a cabeça enquanto tentava se desvencilhar do air bag inflado, o homem imediatamente saltou do carro e discou o número da emergência, olhou para o amassado no carro e olhou para a motocicleta diante dele, procurou a motorista com os olhos.

– Santo deus! – A moça estava caída fora da estrada, o corpo inteiro banhado em sangue.


**


A morena foi caminhando devagar pelos corredores de paredes brancas do hospital, o peso da barriga impedia que fosse mais depressa, a hora das bebês nascerem estava a cada segundo mais próxima, voltava do banheiro quando encontrou os dois sentados lado a lado, assim como nas vezes anteriores, ambos sentados olhando para os próprios pés, um se sentindo mais culpado do que o outro. Algumas pessoas podiam imaginar que ela estivesse feliz com aquela situação, mas na verdade não estava, Anita era uma ótima pessoa, havia destruído a relação dela com o marido, e ela passou muito tempo magoada com isso, mas agora tudo era diferente.

– Está na hora de irem, a entrevista de vocês é em algumas horas.

Os dois tinham uma entrevista marcada em um programa de rádio, ambos levantaram o olhar para ela.

– Tudo bem então – Mike respondeu com um leve sorriso

– Alguma novidade?

Mike deu de ombros

– Vão tirar o gesso da perna dela hoje, é o ultimo dos gessos.

– Ah, isso é bom. Já estava na hora!

Chester cruzou os braços e ficou olhando para a janela de vidro que os separava da jovem loira. Só conseguia pensar que a culpa dela estar assim era dele, se ele não tivesse sido tão rude e deixado-a tão estressada talvez ela não tivesse montado naquela moto, ou talvez tivesse dirigido com mais prudência. A morena sentou ao seu lado, ele sabia que não era obrigação dela cuidar dele, mas ela o fazia por que o amava, e essa era mais uma culpa que pesava em suas costas. Estava tentando ser forte principalmente por causa dos filhos e das duas meninas que iam nascer, mas ainda assim repetia para si próprio que a culpa de tudo aquilo era dele.

O asiático também não se perdoava, havia quebrado uma promessa, ele não estava ao lado dela para impedi-la de fugir, não estava ao lado dela para cuidá-la e agora parecia que era tarde demais. Se sentia obrigado a seguir sua vida sem ela, sem poder abraçá-la ou beijá-la, sem poder vê-la sorrir outra vez. Já faziam quatro meses que Anita se encontrava em coma.

Mike se lembrava exatamente de tudo que acontecera naquela noite


Flashback On

– Ela quebrou a clavícula, um dos braços e a perna esquerda, mas felizmente de todas as fraturas a da perna era a única exposta, tivemos que fazer uma cirurgia e colocar alguns pinos de titânio – Chester estava quase explodindo de preocupação, mas Mike ouvia tudo quase como se tivesse inerte – Na outra cirurgia feita ontem pela madrugada, tentamos reverter a concussão cerebral causada pela pancada, tudo correu bem e ela se encontra em estado estável agora, porém não conseguimos reverter o coma, teremos que esperar que o próprio organismo dela se recupere.

– COMA? – Chester levou as mãos à cabeça, estava muito estressado – E quanto tempo isso vai demorar?

O médico contraiu um pouco o rosto

– Infelizmente não podemos determinar, pode ser que leve uma semana, ou um ano ou mais, não dá pra saber.

O alto-falante chamou o médico e ele se despediu e saiu às pressas. Mike parecia uma estátua, em choque. Como ele foi deixar aquilo acontecer?

Flashback Off

– Estamos esperando Kady chegar, ela vem ver Anita e queria dar um olá para nós, além disso ela também quer fazer aquele ritual estranho dela com a Ann – Chester soltou um leve sorriso

– Deixa de ser bobo Chaz, não é ritual, ela só gosta de conversar com a Ann – Talinda segurou um riso – e sair cantando pelo quarto com um incenso na mão.

– Só podia ser amiga da Anita mesmo, uma maluca dessas. Mas vamos esperá-la okay? Ela não deve demorar.


**


– Vamos logo Rob, eu estou atrasando a entrevista dos meninos.

O homem alto parecia não ouvir nada do que ela dizia, ele olhava para algumas partituras concentrado, tinha o cenho franzido, algo ali o incomodava.

– Espere mais um pouco Kady, isso aqui está todo errado.

– Arg! Bendita hora que eu aceitei vir com você pra cá mais cedo, devia ter deixado pra ir sozinha – a morena se afundou na cadeira e cruzou os braços emburrada.

Rob era muito centrado no trabalho, tão centrado que às vezes esquecia que havia uma mulher que precisava pelo menos de um terço de sua atenção.

– Bourdon, acabei ali com as guitarras, já vou indo embora okay?

– Tudo bem Brad

Os olhos castanhos do mais magro caíram sobre a garota impaciente

– Está tudo bem Kady?

– Não, não está tudo bem – Ela então olhou para ele e teve uma ideia – Pra onde está indo Brad?

– Pra casa, por quê?

– Será que pode me dar uma carona até o hospital? Sei que não fica no rumo da sua casa, mas...

– Claro! – Brad abriu um sorriso largo

– Ótimo! Acho que o Rob não vai desocupar tão cedo

– Tudo bem pra você Rob? – Brad perguntou

O moreno deu de ombros, sem nem sequer desviar o olhar dos papéis, logo em seguida Kady se levantou e saiu junto com Brad. Ela nunca havia conversado muito com Brad, ele era um tanto tímido e quase sempre estava conversando com Joe ou Dave. Entraram no carro e ele a olhou discretamente.

– Posso por alguma música?

– Ah claro – ela falou um pouco sem graça, não tinha muita intimidade com ele, apesar de ele parecer bem simpático. Os cabelos encaracolados de um castanho escuro, quase pendendo pra um tom um pouco avermelhado, a barba um pouco menos volumosa do que de alguns tempos atrás, ele era bem reservado e passou metade do caminho calado, até a morena, que falava até com as paredes começar a puxar assunto.

– Você é Hippie?

Brad foi obrigado a sorrir

– Não, por que a pergunta?

– Ahm, por nada

– Por causa do cabelo?

– Também – ela ficou ainda mais sem graça – Você também tem cara de que fuma algumas coisas

– Não, eu não ando fumando nada. Você fez um péssimo julgamento de mim hein Claudia?

Kady engasgou, há muito tempo ninguém a chamara assim, mas ele não parecia zangado.

– Oh me desculpe. Eu não devia...

– Tudo bem, você não fez por mal. Você é do Brasil, certo?

– Sou sim!

– Legal, iremos fazer um show lá em outubro.

– Sério? Nossa que legal

– Pensei que Rob tivesse comentado com você

O sorriso dela se desfez m pouco

– Ele deve ter esquecido

– Chegamos – ele sorriu ligeiramente;

– Obrigada Brad, e desculpa pelo incômodo.

Ele piscou ligeiramente para ela e logo em seguida ela saltou do carro. Acenou para ele do lado de fora, e Brad novamente retribuiu com um sorriso carinhoso. Ela ficou um pouco estática observando o carro se distanciar, era estranho ela ainda estar pensado no fato dele saber o nome dela?

Chester se levantou ao ver uma maluca vindo em alta velocidade pelo corredor, o cabelo longo e encaracolado esvoaçava a medida que ela se aproximava

– Me desculpem pela demora, Rob se enrolou e acabei tendo que pegar carona com o Brad

– Tudo bem Kady – ele se aproximou dela e lhe deu um abraço, ela em seguida deu outros dois abraços em Mike e Talinda.

– Algum progresso? – Kady apontou com a cabeça para o quarto onde a amiga ainda permanecia inconsciente.

Mike deu um leve sorriso, não demonstrava muito ânimo

– Vão tirar o último gesso hoje, o da perna

– Oh! Isso é ótimo!

Mike sorriu novamente e desviou o olhar, por mais que a ideia da retirada do gesso parecesse algo bom, pra ele só significava que o tempo estava passando e que até agora não havia nenhuma melhora realmente efetiva. Olhou para o relógio, era hora de partir, deu mais uma olhada pelo vidro, ela ainda permanecia na mesma posição de todos os dias, ficando a cada dia mais pálida.

– Temos que ir Kady, cuide da nossa garota – Mike disse sem desviar os olhos da janela de vidro que dava para o quarto de Anita

Depois disso os dois saíram, Talinda ficou do lado de fora observando Kady entrar e se sentar ao lado da amiga, ela gesticulava e se agitava como se a garota em coma pudesse ouvi-la. Os olhos negros de Talinda caíram sobre o próprio colo, os seios agora estavam bem maiores e a barriga parecia que iria explodir a qualquer instante, olhou para a loira quase morta, o que teria acontecido se Talinda não estivesse ficado grávida e ela não brigasse com Chester? Quanto tempo levaria para que Anita acordasse? Chester voltara para casa e agora dedicava a maior parte do tempo à construção do novo álbum e às duas garotinhas que cresciam em seu ventre, aparentemente, com Anita ali, tudo havia retornado ao seu eixo inicial, sem a bagunça que ela causara.

O telefone dela tocou, olhou rápido o número e franziu o cenho, depois se levantou e foi atender do lado de fora.

– Alô? Anna? É você?

A voz amigável da outra soou branda ao telefone, Talinda nem se lembrava da ultima vez que havia falado com Anna.

– Sou eu sim Tali! Estou com tanta saudade de você!

– Eu também estou, mas que milagre foi esse que lembrou dos velhos amigos?

– Estou aqui na Califórnia, será que tem um tempinho pra uma velha amiga?

– Mas é claro! – ela pensou um pouco – Marquei de encontrar a Sam no Shopping, quer ir com a gente?

– Ah claro, também estou com saudade dela e além disso quero pedir um favor pra vocês

– Favor?

– Te conto mais tarde

Depois disso as duas se despediram, Talinda não se sentiu muito bem falando com Anna, já fazia muito tempo que ela não dava sinal de vida. Dali mesmo Talinda pegou o carro e dirigiu em rumo ao shopping.

Dentro do hospital, Kady segurava o incenso aceso em mãos, ao contrário do que todos estavam pensando aquilo não era nenhum ritual religioso, Kady apenas gostava da ideia de perfumar e alegrar um pouco o quarto da amiga.

– Espero que fique bem minha flor – ela passava os dedos pelos fios lisos do cabelo da amiga tentando desembaraçá-lo – Você rindo das minhas paranoias agora até que ia cair bem.

Ela riu de leve enquanto uma lágrima escorreu pela maçã do seu rosto. Limpou rápido a lágrima e olhou para trás, um estranho as observava pelo vidro, ela não se importou, muitas pessoas curiosas gostavam de obervar o ‘sono profundo’ de Anita. Kady voltou o olhar para a amiga novamente.

– Rob me ignora, as vezes parece que eu nem existo pra ele – ela ficou em silêncio e sorriu um pouco tristemente – Essa era a hora que você defendia ele. Me sinto tão sozinha, ainda mais sem você aqui – A morena soluçou – Estou tão desesperada que fiquei toda boba pelo simples fato do Brad saber meu nome. Porra Anita, que merda, pra que você foi ficar em coma?

– Desculpe Srta. Araújo, mas o horário de visita acabou, o médico está vindo retirar o gesso da perna – A enfermeira abriu a porta do quarto

– Tudo bem, me dê só mais um segundo.

Kady se levantou e deu um beijo na testa alva da amiga. Depois saiu do quarto, olhou de relance para o homem que ainda a pouco olhava pelo vidro, ele tinha um buquê de flores brancas em mãos.

– Oi? – Kady falou – Você conhece a Anita?

O rapaz, que ainda aparentava estar na casa dos vinte anos apenas balançou negativamente a cabeça, sem nem sequer levantar o olhar para Kady. A morena então deu as costas e saiu.


**


Anna Hillinger caminhava a passos rápidos por entre as lojas, estava ansiosa, já fazia alguns meses que ela se sentia assim até resolver vir atrás do que queria. Dobrou um corredor e logo avistou as duas sentadas próximas a uma lanchonete, Talinda tinha os cabelos bem mais longos e negros do que ela lembrava, além do fato de estar grávida, Sam tinha os cabelos da cor castanho-avermelhados e um visual um pouco mais extravagante. Talinda avistou a jovem magra de quadris arredondados, faces alvas e cabelos em tom chocolate se aproximar sorridente, ela logo se levantou para receber a amiga, se abraçaram, se cumprimentaram com rápidos beijinhos nas maçãs do rosto e se sentaram muito risonhas à mesa da praça de alimentação, a principio conversaram trivialidades, dando pequenos resumos dos ocorridos durante o tempo em que passaram sem saber noticias uma da outra, até que Talinda foi direta ao ponto

– E então Anna, no telefonema você disse que queria pedir algo para gente, o que é?

A expressão de Anna ficou mais séria, os olhos dela se desviaram tímidos

– Eu – ela respirou fundo e levantou o olhos, olhando especialmente para Talinda – Eu queria que me ajudassem a reconquistar o Mike.

Sam olhou imediatamente para Talinda e depois olhou para Anna, a expressão dela era de perplexidade.

– Anna isso não vai ser possível, o Mike ta em outra.

– Eu sei, aliás, também sei que a garota está em coma, isso é uma oportunidade pra mim.

– Claro que não, ele nunca vai trair a Anita, ele ama ela.

– Ele também me amou um dia – ela falou em voz baixa

– Isso é um absurdo Anna, e se a Anita acordar? Não acho isso certo. Se eu estivesse em coma não ia gostar de ver meu homem com outra quando eu acordasse

– Isso SE ela acordar. Ela pode ficar assim pro resto da vida, Mike não pode esperar pra sempre.

Ambas olharam para Talinda

– O que você acha Tali? – Sam perguntou

A morena permanecera em silêncio, não sabia exatamente o que pensar. Anita causara uma bagunça muito grande na vida de sua família e seria justo se ela ajudasse sua amiga a se reaproximar de Mike, mas algo no fundo de sua consciência fazia com que ela não tivesse certeza disso.

– Eu sinceramente não sei

– Pelo amor de deus vocês duas, parem de ser hipócritas – Anna apontou para Sam – Ela nunca gostou de você Samantha, foi a primeira a tirar o amado priminho dela, acha mesmo que ela esta ligando pra você?

– Ela era uma criança naquela época, não tem nada contra mim.

– Larga de ser boba! E você – ela apontou para Talinda – Você eu não vou nem comentar, ela colocou a sua casa abaixo pra absolutamente NADA!

– Como é que sabe de tantas coisas? Além do mais a garota ta em coma!

– Eu não dou a mínima! E como eu soube disso não importa

– Chega vocês duas – Talinda falou em tom mais elevado – Anna, não sei se vou permitir que bagunce a vida do Shinoda outra vez.

– Por que acha que vou bagunçar a vida dele? Estou aqui por que quero fazê-lo feliz

Samantha revirou os olhos e Talinda ficou calada por alguns segundos.

– Vou pensar a respeito – Por fim ela falou em tom mais baixo.


**


Rosas brancas. Ele apertava o buquê contra o peito, mantinha a cabeça baixa, já estava ali a algumas horas, viu quando os médicos retiraram o gesso e examinaram a perna da jovem, sentia o próprio peito bater fraco, ele não tinha certeza se era digno de entrar naquele quarto e tocá-la.

– O rapaz é amigo da moça? – foi obrigado a levantar o olhar para a enfermeira ali a sua frente

– Sim – a voz dele saiu falha, sabia que o que acabara de dizer era uma mentira.

– Ah, mas você está aqui parado há tantas horas, perdeu o horário de visitas?

– Mais ou menos – ele riu fraco

– Se quiser entrar para vê-la agora você pode, desde que não demore

– Sério? – A enfermeira sorriu complacente, ele retribuiu o sorriso e se levantou – Muito obrigada!

O jovem entrou no quarto onde a garota estava, os batimentos cardíacos outrora fracos, agora estavam fortes, pereciam saltar em seu peito. A última vez que ele se aproximara daquele rosto havia uma clara expressão de medo nele.

– Eu trouxe flores – ele falou baixo – rosas brancas, não sabia bem o que trazer e resolvi trazer as flores que mais se pareciam com você.

Kevin puxou uma cadeira e ficou ao lado da cama da garota, um pouco hesitante pegou a mão dela, estava fria.

– Me desculpe Anita, eu nunca quis ter feito aquilo que fiz com você, não era minha intenção te assustar, eu não pensei, fui um idiota – ele franziu o cenho – mas se for parar pra pensar, o que eu fiz não chega nem perto do que eles fizeram com você.

Com muita cautela ele deslizou a ponta dos dedos pela face de Anita.

– Não é justo que você ame aqueles dois babacas, eles só te machucam. Eles não podem sair livres, eles causaram seu acidente, eles precisam pagar por isso minha flor – ele falou enquanto deslizava as costas da mão dela pelo seu próprio rosto – Mas não precisa se preocupar, eu mesmo vou cuidar disso.

Dentro de sua própria mente Kevin articulava um pequeno plano, sabia que Drew abominaria aquela ideia, mas ele se sentia obrigado a vingar o acidente de Anita, não importava se ele tivesse que ser preso por isso.



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Notas finais do capítulo

A Anna é a Anna Shinoda gente, mas tive q usar o nome de solteira dela por motivos óbvios.
PS: Notaram que mudei a capa? O que acharam?