09 - Harry Potter e os Guardiões da Fronteira escrita por alinecarneirohp


Capítulo 2
SONSERINA NÃO!




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  Harry remexeu-se na cama, no estado semi-sonolento em que se encontrava e sem abrir os olhos passou a mão por sobre o corpo de Willy, puxando-a bem para perto se si. Ela abriu os olhos  e virou-se para lhe dar um beijo de bom dia. Ele deu um grande sorriso ainda de olhos cerrados e então, os abriu para vê-la.

- Alguém já te disse que você parece uma fada pela manhã?

- Só você, e garanto que é mentira,  devo estar a cara de um elfo doméstico...

- Se é assim, bom dia, meu elfo doméstico!

- Bom dia, criatura amassada que eu não sei dizer muito com o que se parece... - ele beijou-a e acariciou de leve seus cabelos, antes de dizer:

- Pronta para Hogwarts?

- Pronto para a Alemanha?

- Hum, mais ou menos... eu confesso que se não pudesse voltar para casa todos os dias aparatando com a moto, eu jamais aceitaria o cargo.

- Por que afinal de contas o Mr. Sandman pediu essa licença, Harry?

- Motivo de doença. Ele se recusou a me dizer o que era, mas eu acho que é algo muito grave...

- É uma pena, você gostava tanto de trabalhar com ele e Stoneheart.

- É, foi uma boa parceria...onde estão meus óculos?

- No lugar de sempre, Harry... - disse Willy revirando os olhos.

- Willy, se eu pudesse trocaria de lugar com você. Dar aulas de vôo em Hogwarts! Que sonho. E ainda continuar no antigo emprego!

- Não é o salário mais alto, você sabe...

- Claro que eu sei... mas pense bem, eu vou aturar um bando de garotos arrogantes que pensam que são adultos e sabem alguma coisa de artes das trevas...

- Exatamente como nós éramos há uns anos atrás...

- É diferente... esses garotos não cresceram sob ameaça, dezoito anos de paz relativa, desde...

- Eu sei - ela o cortou, não gostava de falar sobre aqueles anos, lembrava a ela o fato de além dele e dos três filhos, não ter ninguém no mundo.

- Desculpe, meu amor. Mas a paz é só entre nós... os trouxas, francamente... você sabia que desde 2001 eles vivem sob ameaça de guerras, não acertam a sua economia... desde aquele atentado em Nova York.

- Isso afetou o mundo bruxo também... você já notou como o Malfoy envelheceu?

- Pobre Draco... ele estava lá nos piores anos... imagine, conciliar isso estando no lugar no mundo onde os bruxos e os trouxas estão mais próximos.

- Eu tenho pena dele... acho que ele ainda gosta de Sue... você sabe, eu convivi mal ou bem com ele ano passado... ele é um bom professor, ainda conseguiu emprego para Crabble e Goyle como zeladores, agora que o Filch se aposentou. E sabe quem Draco me lembra, como professor, Harry?

- Snape ?- Willy assentiu

- O mesmo jeito amargo, o mesmo amor à disciplina... e sempre favorecendo os alunos da Sonserina.

- Snape... onde será que anda ele, Willy?

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   Annie Van Helsing olhou o homem à sua frente com séria desconfiança. A forma nada amistosa com que Severo Snape respondeu às perguntas pré tratamento já o qualificava como "paciente não disposto a colaborar". Annie tinha o hábito de fazer notas mentais e "etiquetar" os pacientes: "disposto", "bem disposto"... sim, definitivamente aquele era um caso de "nada disposto".

   Severo Snape olhava quase que com horror para o branco e asséptico ambiente do consultório da médica. Médicos bruxos mantinham o ambiente asseado, claro, mas aquele consultório com janelões de vidro num hospital definitivamente trouxa (ele decididamente odiava elevadores... porque estava proibido afinal de subir pelas velhas e boas escadas?). E o pior, ser tratado por aquela mulher estranha, com seu rosto muito branco e cabelos muito pretos e meio malcuidados... nossa, será que ela não lava estes cabelos direito?

   A médica o encarou novamente e disse:

- Muito bem, senhor Snape... é a última vez que eu peço... o senhor poderia ir para trás daquele biombo, tirar as roupas e por favor, colocar o camisolão?

- Nunca.

"Vou ter problemas com esse cara" Pensou Annie.

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   Abel Potter era um menino magro e meio esmirrado, exatamente como fora seu pai aos 11 anos, só que diferente deste, só que diferente deste, Abel não tinha os olhos verdes, mas sim de uma cor de mel clara como os de sua mãe, também não usava óculos, mas como pai, seus cabelos eram arrepiados e escuros e em todo resto, ele lembrava bastante a figura de Harry.. Mas em termos de personalidade, Abel era bem diferente de seu pai.

   Todas as vezes que escutava a história da infância trouxa do pai, Abel pensava secretamente que se fosse ele provavelmente teria descoberto, ou pelo menos desconfiado que era um bruxo... mas o que ele tinha certeza é que se tivesse vivido a vida do pai teria fugido de casa assim que pudesse. Era obviamente um pensamento infantil e sem conhecimento de causa, mas dava para dar uma idéia de como era sua visão da vida: Abel era dos que vão e pegam algo quando assim o querem.

   Desde que ele se entendia por gente, aguardava o dia em que entraria para Hogwarts. Tendo crescido em Hogsmeade, e sendo filho de Willy, que desde que casara trabalhara com pesquisas numa sala cedida no castelo, Abel era muito familiarizado com a escola, assim como os filhos de Sirius e Sheeba e os seus dois irmãos.

   Ele não tinha muita paciência com seus dois irmãos menores, Emily e Andrew, embora não pudesse se dizer que fosse ruim para eles. Naquela manhã, Abel acordou sentindo um friozinho gostoso na barriga. Há pelo menos seis anos que ele só pensava nesse dia.

   É verdade que nem seu pai nem sua mãe jamais haviam dito a ele o que acontecia na tal cerimônia de seleção, e ele imaginava coisas muito fantásticas: talvez os grandes bruxos do passado levantassem dos túmulos e escolhessem cada aluno para a casa (como ele e os garotos da vila faziam quando fingiam que jogavam quadribol, ele conseguia inclusive imaginar os esqueletos apontando: "aquele, para mim..."), quem sabe os seus velhos ancestrais, Griffndor e Slytherin não se brigassem para ver em que casa ele ficaria?

   Porque desde pequeno, sempre escondido de sua mãe, seu pai dizia a ele: "Na hora H pense: "Sonserina não, Sonserina, não!". Ele várias vezes perguntara ao pai o que tinha de tão ruim na Sonserina, afinal ele gostava bastante do "tio" Simon, que era chefe da Sonserina... ele era meio doido mas era bastante legal. Não tinha nada demais, tinha?

   Mas para o pai dele, tinha. Uma das grandes e inesgotáveis fontes de discussões chatinhas entre seus pais era essa rivalidade entre Grifnória e Sonserina, Abel pensava, enquanto se vestia. Era idiota por o uniforme àquela hora, porque só à noite o expresso chegava, e ele pôs uma roupa comum,  mas deu uma acariciada de leve na veste preta nova em folha que ganhara para ingressar em Hogwarts, pendurada num cabide ao lado da sua cama.

   Seria legal estudar com Henry! Eles eram, desde pequeninos, muito amigos, a ponto de se dizerem "primos", porque os pais os haviam incentivado demais, e era verdade que o fato dele ter estudado em Londres porque o pai queria que ele tivesse um bom convívio com trouxas o aproximava ainda mais do "primo"... ele estourava de orgulho toda tarde quando seu pai vinha buscá-lo (e aos seus irmãos) na motocachorro... tirando Henry, ninguém entendia nada, então, eles saíam de Londres e o pai fazia a moto aparatar em Hogsmeade. Era muito bom ser filho de um bruxo que tinha uma moto maior que o carro do pai do garoto trouxa mais rico do colégio.

   Mas agora, isso passara, adeus escola trouxa, adeus, Londres. Seu futuro estava em Hogwarts.

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   Harry estava pronto para aparatar assim que acabou o café, afinal tinha que estar na Alemanha às oito da manhã.  Beijou Willy e os filhos menores, que naquele ano teriam que estudar em Hogsmeade... seria impossível buscá-los e trazê-los de Londres todos os dias. Levantava-se da mesa quando ouviu alguém chamando-o pela lareira. Rony

- E aí, cara? - A cara sardenta de Rony estava alegre e não parecia sequer que haviam se passado mais de vinte anos desde que  o conhecera no expresso de Hogwarts. Todos os anos no dia do começo das aulas os dois e Hermione se parabenizavam por isso - Feliz aniversário para nós!

- Tudo bem? Como está Henry?

- Ansioso! Hermione vai levá-lo com carro do ministério até a estação para pegar o trem, é caminho para ela.

- E você? Que vergonha, não levar o próprio filho à estação!

- Não posso, tenho que resolver uns assuntos da produção do filme... uma chatice.

- E está tudo certo?

- Claro, em três semanas nos vemos na Alemanha! Como nos velhos tempos!

- Eu não tenho tempo para farras, você sabe!

- Ah, qual é, você pode tomar umas cervejas amanteigadas com seu melhor amigo depois de sair daquele buraco, não pode?

- Claro que posso...

- E como está o Abel?

- Maluco para começar as aulas, só fala nisso.

- Ele é CDF? Você por acaso tem um filho "Percy"?

- Não, ele quer estudar em Hogwarts, mas não chega a tanto... eu vou ter aquela conversinha de sempre com ele antes de sair.

- Isso aí! Mais algumas taças de Quadribol na estante da Grifnória!

- Lógico!

- Tchau Harry, eu te procuro...

- Se você não me procurar, eu te procuro...

- Como sempre. - a lareira deu um estalo e Harry viu a cabeça de Rony sumir. Disfarçadamente ele se aproximou de Abel e o chamou para uma conversa no seu escritório. O menino foi olhando sério para o pai.

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- Muito bem - disse Harry - o que você vai pensar na hora H?

- Que eu não quero ir para a Sonserina.

- Ótimo.

- Mas pai... porque não?

- Abel... eu não me importo realmente em que casa você fique... mas eu não ia querer que você fosse para a Sonserina... eu não quero você no meio de bruxos como era o Malfoy na época em que eu estava lá, entende?

- E se não tiver nenhum bruxo lá assim?

- Melhor, você vai ter colegas melhores, oras. Agora preciso ir, não se esqueça...

- Já sei, pai... Sonserina não.

- Isso.

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   O dia de Abel foi o mais longo que ele vivera em toda sua curta existência de onze anos de idade... Ele passara o dia espiando a colina atrás de onde o trem surgia todos os anos... ele amava ver os garotos chegando à noitinha para a escola e sonhava com o dia que estaria entre eles, chegara fantasiar que haviam mudado para Londres e ele mesmo viajava no expresso. Vinham trens trouxas três vezes ao dia, que seguiam viagem sem prestar atenção no povoado. Só um trem parava em Hogsmeade, sempre no fim do dia: o expresso de Hogwarts, que uma vez por ano trazia apenas alunos, e um ou outro professor.

   No fim da tarde, sua mãe chamou-o e vestiu-o com a veste bruxa, cheia de orgulho. Então ela disse:

- Agora, eu vou te deixar com Hagrid e vou para escola. Obedeça-o. Seus irmãos vão ficar com Dobby.

   Abel e os irmãos adoravam Dobby. Ele viera trabalhar para Harry e Willy assim que Abel nascera. Fora engraçado, pois tão logo soubera que os Potter precisavam de alguém para trabalhar ajudando Willy a cuidar do bebê, Dobby se oferecera para fazê-lo gratuitamente, o que Harry rejeitara, oferecendo um salário que era o dobro do que Dobby ganhava em Hogwarts, e ainda assim não era muita coisa. A campanha de Hermione para libertar os elfos domésticos já durava mais de vinte anos, mas elfos que aceitassem um salário, como Dobby e o que trabalhava para Hermione e Rony, eram raríssimos.

   Abel despediu-se de Dobby e dos irmãos e foi para a estação com Hagrid. Ele podia sentir o tuc tuc de seu coração, enquanto anoitecia e um ar mais frio descia pela estação. Subitamente ele viu, surgindo atrás das colinas escuras, uma coluna de fumaça esbranquiçada que denunciava a chegada do expresso de Hogwarts.

   Incontáveis vezes Abel observara aquele trem chegando, pedia ao pai, quando ele ia buscá-lo,  para sobrevoar a estrada e tentar pegar o expresso no fim de seu trajeto. Agora, ele estava chegando, e se morasse fora de Hogsmeade, Abel estaria nele. Agora ele era um estudante de Hogwarts, finalmente!

- Alunos do primeiro ano! Alunos do primeiro ano! - A voz de Hagrid o assustou, embora ele estivesse cansado de saber que Hagrid estivesse ali para isso. Ele sorriu quando viu seu amigo, Henry, chegando e se juntando a ele e aos outros.  Ele sabia que teria colegas filhos de outros, que haviam estudado com seu pai. Celsus, filho de Sirius e Sheeba, que estava ao lado dele e de Hagrid na estação junto com o irmão deu uma sacudidela nele e em Henry e disse, antes de se juntar aos colegas do sétimo ano:

- A gente se vê na Grifnória?

- Certamente! - disse Henry entusiasmado

- Acho que sim. - completou Abel.

Embarcaram nos barquinhos, e para Abel aquela visão não era tão inesperada quanto para seus colegas, mas o fazia sentir-se feliz assim mesmo. Olhou para o lado e viu uma menina magra e loura, de cabelos encaracolados:

- Oi Kayla!- ele reconheceu a filha de Draco, mesmo não vendo-a desde os sete anos.

- Oi! - ela disse e sorriu - será que vai ser legal lá?

- Claro que sim. - Abel não tinha dúvidas. Ficou feliz ao ver-se dentro do Castelo de Hogwarts, e ao ver a preleção do professor Neville, agora diretor da Grifnória, antes de entrarem no salão principal. Finalmente ia saber o que se passava na cerimônia de seleção.

Foi para ele um pouco decepcionante a visão do chapéu roto e do banquinho, não havia porque mentir. Mas de qualquer foram, achou muito legal quando o chapéu começou a cantar:

Ontem, hoje e amanhã

Neste castelo onde se deve estudar

É comum  cada um  perguntar:

Em que casa irei  eu ficar?

Serei  paciente ou esperto?

Corajoso ou astuto?

Serei  da Lufa lufa ou Corvinal?

Grifnória ou Sonserina?

A resposta para tudo está aqui

Não me olhem desse jeito

Sou velho mas não caduquei

Em cada cabeça daqui eu pousei

E posso dizer com segurança

Nisso eu tenho experiência

Se você tem magia no coração

Eu posso entender sua vocação

E os divido pelas casas

Basta partilhar comigo

Seu coração e seus pensamentos

E eu direi quais são seus sentimentos

Lufa Lufa para os pacientes

Corvinal para os compenetrados

Sonserina para os argutos

E Grifnória para os de coração bravo

Ninguém ficará sem saber onde ir

Se comigo seus pensamentos dividir

Abel ficou surpreso. Um chapéu pensante, era isso então... simples demais, na verdade, ele achava até que podia esperar mais mesmo. Em minutos, começou a seleção, e os alunos foram chamados por ordem alfabética.  Nesse momento sua mãe deu um aceno animadinho para ele e ele retribuiu. Sirius, que ele vira tantas vezes na sua casa meio alto depois de algumas doses de vinho de cerejas junto com seu pai e tio Rony parecia completamente sério no centro da mesa, ladeado por tia Sheeba, que lhe sorriu, e o maluco tio Simon. Todos que ele já conhecia. Estar em Hogwarts era como estudar em casa. Subitamente, ele viu Draco (a quem nunca conseguira chamar de tio), e o homem estava sério demais, olhando para a filha, que estava imediatamente ao lado de Abel. Ela então foi chamada e correu até o banquinho, onde nem bem o chapéu pousou e disse:

- GRIFNÓRIA - o diretor Sirius não disfarçou seu espanto. Sabia-se lá há quantos anos, todos os Malfoy iam para a Sonserina! Estaria o chapéu seletor ficando maluco? Abel viu Sirius inclinar-se para Sheeba, que estava impassível e meio sorridente e viu quando ela sussurou algo para ele que arregalou os dois olhos tanto que pareciam que eles iam saltar. Sheeba disse mais alguma coisa e Abel viu Sirius balançar a cabeça com incredulidade. Nesse momento chamaram seu nome, e ele foi até o banquinho. Sentou-se e viu o salão desaparecer diante dos seus olhos.

- Hum... - disse uma voz dentro de sua cabeça- você é dos difíceis!

- Como assim? - ele  respondeu, compreendendo que falava com o chapéu.

- Você tem qualidades apreciáveis, força de vontade, inteligência... é bastante impulsivo na realidade... e muito ambicioso também. Tem alguma preferência?

- Eu não quero ir para a Sonserina...

- Tem certeza disso?

- Para falar a verdade, não. Mas meu pai disse que a Soserina não é legal. Ele não quis ir para lá...

- E você? O que quer?

- Eu? Quero aprender a ser um grande bruxo, oras.

- E mais alguma coisa?

- Eu tenho onze anos - pensou Abel, irritado - você espera realmente que eu saiba tudo que eu quero da vida?

- Não... - ele julgou sentir uma nota bem divertida na vozinha - eu já sei o que preciso saber sobre você... você vai para SONSERINA.

Ouvindo o chapéu dizer isso alto,  Abel concluiu que era exatamente isso que ele queria.                                   

-----

- Que fracasso eu sou como diretor - Disse Sirius atirando-se sobre o sofá enquanto Sheeba trazia o cha para os dois. Estavam em casa depois daquela particularmente exaustiva festa de início de semestre, onde Sirius tentara digerir a cara de tonto de Draco Malfoy porque sua filha havia sido selecionada para a Grifnória e a óbvia perplexidade geral porque Abel havia sido selecionado para a Sonserina. - E você é uma traidora! - ele disse assim que a viu entrando com uma bandeja com o chá. Sheeba escutava suas lamentações impassível. Eles estavam para completar vinte anos de casados, não ia ser agora que ela ia ligar para as provocações dele. Sentou-se ao lado dele no sofá e começou a servir-se de chá calmamente enquanto ele prosseguia. - Há quanto tempo afinal você sabia que ele iria para a Sonserina? - Sheeba acabou de mexer o chá tranquilamente e o encarou:

- Desde que o peguei sem luvas na maternidade.

- O que? Você sabia disso o tempo todo? E nunca me falou nada?

- Porque eu sabia que você diria a Harry e vocês tentariam de qualquer forma impedir o curso natural das coisas.

- Mas... o que há de errado com Hogwarts? A filha do Malfoy na Grifnória... um Potter na Sonserina! Sheeba, o chapéu seletor endoidou?

- Não. Ele continua perfeitamente são...

- Hogwarts não é mais a mesma?

- Provavelmente não, ela agora tem um diretor tremendamente arrogante, se bem que muito atraente, na minha opinião...

- Não brinque, eu estou falando sério. É culpa minha? Eu tenho sido um bom diretor, Sheeba? - ela encarou o marido com amor. Era ridículo, mas aos cinquenta e seis anos, ambos ainda tinham às vezes esses ataques de insegurança e sempre contavam um com o outro. Olhou o rosto dele, Sirius estava bem grisalho, mas não parecia um homem velho, ainda era firme e empertigado, o que fazia que ele parecesse quase dez anos mais jovem. Ela sorriu e pegou as mãos dele.

- Sirius... o que acontece é que nem sempre os filhos precisam seguir exatamente a mesma trilha que os pais... veja Hope, já notou como ela tenta sepultar a semelhança entre nós duas?

- Já, e confesso que isso não me agrada nem um pouco.

- Se John Van Helsing fosse um bruxo... em que casa ele teria estudado?

- Creio que na Corvinal... ou na Grifnória, sei lá. Acho que na Grifnória.

- Não se esqueça que Kayla Malfoy tem o sangue dele...

- Mas... e Abel? Ele não pode... não, ele é bisneto, você sabe... será que ele é como... Voldemort?

- Sirius... você conhece Abel, ele te lembra em algo Voldemort?

- Claro que não... ele é um bom garoto, mas é só uma criança.

- Que ao contrário de Voldemort, teve ótimos pais e cresceu amado. Você e Harry  no fundo estão com a mesma preocupação errada.

- Que preocupação?

- Que a Sonserina modifique Abel para pior... ambos se esquecem que o menino tem o sangue dos dois fundadores: Griffndor e Slytherin... ficar na Sonserina não significa que Slytherin derrotou Griffndor no coração de Abel. Talvez a Sonserina não mude Abel, mas Abel mude a Sonserina.

- O que você quer dizer com isso, Sheeba? - Sirius olhava desconfiado para a esposa. Odiava esses ataques de pitonisa misteriosa que ela tinha.

- Que Rovena Ravenclaw não profetizaria que o sangue de Griffndor e Slytherin se uniria um dia se isso não fosse importante, não acha?

-----

   Assim que Harry chegou da Alemanha (dia horrível, tempo péssimo para aparatar, precisava considerar seriamente a possibilidade de vir da Alemanha dia sim dia não), ele pôs a moto de qualquer jeito na garagem e correu para Willy, que o esperava na sala, com uma cara séria.

- E então? -ela o encarou pensando na melhor forma de dizer aquilo. Estava feliz demais por Abel ter entrado na Sonserina, mas não queria que Harry ficasse chateado.

- O quanto a casa onde Abel vai ficar é importante para você, Harry?

- Ele não ficou na Grifnória?

- Não... mas, acho que ele ficou feliz... Sheeba me disse que ele vai ficar bem

- Ah... droga... ele não ficou... - ela o encarou e ele sentiu o temor antigo dele se concretizando. No fundo ele sempre achara que isso ia acontecer.

- Sim, harry, ele ficou na Sonserina.

- Sonserina não ... - Harry disse, sentindo-se extremamente chateado.


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