Então é assim?

Não entendo você. Parece-me bipolar: em um momento diz que me ama, que fui tudo para você. Logo em seguida, tanto faz, toma uma posição imparcial e fria. Como assim? Gostaria muito que se decidisse e parasse de me importunar. Seria ótimo se tomasse partido de um dos lados: me amar ou não me amar.

Parece que estou caindo de um abismo. Lá no fundo é escuro e medonho, não sei o que me aguarda em tal lugar. Gostaria de saber o que se passa, mas não consigo adivinhar. Entretanto, também não tenho como ver o que está à espreita no final. Você é meu abismo, querido. Quer ser meu amigo, mas não quer. Ama a mim, mas não ama. É uma contradição, uma antítese, um paradoxo. É totalmente incompreensível!

E você conhece minha posição; não o amo. Você se tornou apenas um amigo. Por que me questiona? Por que duvida de que meu amor se extinguiu? Talvez para você o amor não se esgote tão rapidamente, mas, ah, você não sabe o que se passa em minha mente...

Já parou para pensar que, talvez, eu já estivesse em dúvida faz tempo?

Eu não sou perfeita, e também não pretendo ser. Muito menos você. Somos dois seres humanos, sujeitos a erros. Porém meu coração demanda algo perfeito e inalcançável. Uma pessoa equilibrada, que não necessite obsessivamente de provas de amor ou carinho. Alguém que pense antes de agir, para depois não se arrepender.

Dizem que se aprende com os erros.

Até que ponto posso esperar que você acerte?