Proibido escrita por Fan_s


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Peço muita desculpa pela demora! Meu tempo tem andado apertado...
São testes, estudos, trabalhos... enfim, escola.
Espero mesmo não vos desiludir!



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Pela primeira vez em muito tempo, Marin acordou feliz. Mas logo a realidade voltou a assombrá-la. O seu maior desejo tinha sido realizado, e o maior pecado tinha sido cometido.

Olhou para o Cavaleiro a seu lado ainda adormecido. Ficaria ele também feliz ao acordar? Ou sentiria o peso do pecado primeiro? Honestamente, ela já sabia a resposta.

 A decisão dela estava tomada. Não voltaria atrás. Esperara demasiado tempo.

Reunindo e vestindo as suas roupas, Marin mentalizou-se que aquela tinha sido a última e a única noite que tinha passado ao lado dele.

Inclinara-se na cama para observar, pela última vez, a face do Cavaleiro de Leão. “Desculpa.” Murmurou baixo. Não sabia ao certo porque se desculpava, mas a necessidade de o fazer era alta.

Talvez fosse porque partiria sem se despedir. Talvez por o ter levado a quebrar uma regra que ele seguia fielmente. Mas agora já não importava. Ele não precisava de se preocupar. Ele não sofreria as consequências de uma regra quebrada.

Ela preparava-se para deixar a cama onde o Cavaleiro dormia. Ele não a iria ver partir. Era demasiado cobarde para enfrentar de frente as consequências do que escolhera.

 “Onde vais?” O pulso dela foi preso pelo Cavaleiro, agora acordado.

Marin não teve coragem de olhá-lo. Não tinha coragem de observar a inquietação dele por ter quebrado a regra nos seus olhos. Sim. Neste momento a dura realidade já tinha caído sobre Aioria.

E ela sentiu a necessidade de pedir desculpas de novo. Ela fora um distúrbio na linha correcta que era a vida dele.

O silêncio reinou naquele quarto. Não conseguia responder. E foi sem responder que ela deixou o Leão sozinho naquele quarto à espera de resposta. Uma resposta que nunca chegou.

Aioria soube que algo estava errado assim que acordou sem o peso dela sobre o seu peito. Ficou confuso ao vê-la já vestida, pronta para partir.

Iria ela embora sem que ele acordasse?

Confuso, feliz, sem saber o que viria a seguir. Feliz. Aioria acordara cheio de emoções. Foi errado. Deveria sentir-se mal. Mas não.

Lembrava-se dos momentos abraçados com ela. Ela nos seus braços. Estava tão certo.

Ele já não se importava com o que viria a seguir. Importar-se-ia ela?

Milo ouviu os passos da Amazona de Águia ecoarem na sala de Athena. Recém-chegada ao Santuário, Athena e o Grande mestre acompanharam os movimentos dela. 

Assim que chegou perto do altar de Athena, ajoelhou-se.

“Que te trás aqui, Amazona?” A voz do Grande Mestre fez-se ouvir.

“Gostaria de falar com Athena.” Respondeu.

“Tudo bem. Podes falar.” Athena disse antes de o Grande Mestre contrariasse Marin.

“Lutei ao seu lado por muitos anos, Athena. Recordo com orgulho os dias em que a servi com a minha protecção.” Todos ouviam atentamente o discurso de Marin. Ninguém entendia o porquê daquelas palavras agora. “Porém… não me conformo mais desse jeito.”

Ninguém estava pronto para ouvir tais palavras.

“O que estás a dizer é uma afronta, Amazona!” Gritou o Grande Mestre.

“Vim aqui renunciar meu posto de Amazona e minha armadura, e pedir sua autorização para abandonar o Santuário.” Marin continuou com o seu discurso, sem se importar com as palavras do superior. 

Nenhum sentimento de arrependimento a preencheu.

“Marin, tu, mais que outros, sabes o que acontece a quem tenta abandonar o Santuário.” Proferiu o Grande Mestre.

Marin sabia. “Eu não estou a tentar abandonar o Santuário. Ganhei a armadura. Agora estou a renuncia-la.”

“Basta!” Athena exclamou antes que o Grande Mestre pudesse responder. “Ninguém mais morrerá! … Tens a minha autorização para saíres do Santuário. Mas antes …” Athena fez uma pausa. Nunca obrigaria ninguém a ficar ao seu lado quando esse não era realmente o seu desejo. Afinal de contas, Saori entendia Marin. Quem não deseja ser apenas uma mulher comum? “… podias dizer-me qual é o motivo para partires?”

“Eu… odeio regras.”

E com estas palavras, Marin retira a máscara e a armadura abandona o corpo dela.

Talvez de todos, Milo fosse o mais surpreendido. Marin nunca demonstrara sinais de revolta. Sempre se mostrara fiel e disposta a defender Athena. No entanto, ele pode ver nos olhos dela, o desejo que ela tinha de ser apenas mulher.

Milo não sabia o motivo, mas aquele acontecimento abalara-o muito. Não tinha ligações com Marin, porque aquilo o deixou assim?

Todos os cavaleiros olhavam a mulher ruiva que atravessava o Santuário. Quem seria ela?

A ex-Amazona andava confiante pelas ruinas daquilo que fora sua casa. Sabia tão bem sentir o vento na cara sem precisar de se esconder.

Decidiu olhar para trás uma última vez. Viu o mesmo Santuário errado e destruído. Nada mudara.

Atrás de um pilar, a Amazona solitária de cabelos verdes observava a partida da única pessoa que podia considerar amiga.

O olhar da mulher e da Amazona cruzaram-se. Aquilo era a despedida.

Milo estava sempre a inventar mentirinhas a Aioria. Desde os tempos em que ambos eram criancinhas e treinavam pela armadura. O Cavaleiro de Leão aprendeu a não confiar no Escorpião.

Mas aquilo não era só uma mentirinha. E por mais idiota e insensível que Milo fosse, ele não brincaria com um assunto tão sério.

E por essa razão as pernas do Leão correram como se o mundo dependesse disso.

E dependia. O mundo dele dependia.

“Marin!” Gritou quando avistou os cabelos ruivos.

A mulher olhou para trás a ouvir a voz dele. Sem máscara. Sem armadura. Era verdade. Ela iria abandonar o Santuário.

Tal como momentos atrás, no quarto, o silêncio reinou entre eles.

“Onde vais?!” O Cavaleiro perguntou. A respiração estava descontrolada.

O seu mundo estava prestes a ruir.

“Não podes ir embora!” Continuou, quebrando o silêncio. “Não podes partir assim, depois de me teres feito… encontrar a parte que me faltava para ser feliz! Marin, eu preciso de ti!”

Aquelas palavras doíam. As lágrimas começaram a nascer nos olhos de Marin. Aquilo ainda a deixava mais frustrada. “Essa felicidade... não é permitida aqui.”

Aioria ouviu as palavras de Marin. Como ela estava certa. Porém… apenas a ideia de perdê-la assustava-o muito mais do que quebrar uma regra. As regras já não importavam.

“Não partas Marin. Fica comigo. Iremos encontrar uma solução!” As lágrimas invadiram, também, os olhos do Cavaleiro. “Apenas fica comigo…”

As lágrimas escorriam pelo rosto desnudo dela. Ele estava a tornar as coisas tão mais difíceis do que já eram.

“Aioria… por favor, não me peças para ficar…”

Ambos choravam. Ambos queriam o mesmo. Mas não o podiam ter.

Ela nunca permitiria que ele pusesse em risco o seu cargo como Cavaleiro. Por mais que ele dissesse que não importava. Importava. Ela, mais que todos os outros, sabia o quanto ele lutara para conseguir a armadura de Ouro de Leão.

Ela não ficaria.

“… Eu amo-te.” O Leão disse, entre lágrimas, a olhar nos olhos da mulher que sempre considerara sua.

“Eu também te amo.”

E foram as últimas palavras que Aioria ouviu de Marin, antes de ela desaparecer do local que fora a sua casa durante tantos anos.

Pela primeira vez na sua vida, Aioria sentiu que o seu chão havia desaparecido. Nunca se sentira tão desolado.

Marin partira.


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Notas finais do capítulo

Como ficou?
Se tiver algum erro peço desculpa. Eu revi, mas mesmo assim há sempre aqueles que escapam aos meu olhos.
O capítulo ficou um pouco maior que o habitual. É para compensar a demora ;)
Espero que tenham gostado!