Proibido escrita por Fan_s


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários ^^



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Marin caminhava calmamente pelas ruas da pequena aldeia perto do Santuário. Ela observava as crianças a sorrir, a correr e a chorar. As pessoas falavam entre si sorridentes e completamente alegres. Falavam entre si sem medo de mostrar as suas emoções. Ela admirava aquilo por baixo da máscara. Todos conviviam naquele lugar. Muito diferente do que ocorria no Santuário, onde é cada um por si e todos pela Deusa. Ali, naquele lugar sagrado, não podes correr por vontade própria, não podes chorar.

Marin viu um pequeno garotinho, que dantes corria livremente, cair e começar a chorar. Ela não reprimiu a vontade de ajuda-lo. Foi caminhando até ele, agachada, com um carícia no cabelo apenas disse “Não chores.” A criança olhou para a mulher com a máscara com os olhos lacrimejantes. Já não chorava. A mãe da criança aproximava-se apressada e, sorrindo educadamente para a amazona, agradeceu, e levou o menino pela mão.

A amazona de cabelos ruivos ficou a observar mãe e filho a afastarem-se, de mão dada. E, por momentos, ela desejou poder dar o carinho que tinha guardado dentro de si a alguém.

“Quero um saco de maças vermelhas.” Ela pediu ao senhor idoso atrás da barraca de frutas, vendo os seus risos destemidos passarem a um controlado sorriso educado. Era sempre assim quando falavam com ela. Todos sentiam a necessidade de mostrar respeito aos guerreiros de Athena. E por isso nunca se riam para ela. Apenas sorriam. Porém, mesmo sendo tudo demasiado respeitoso, ela continuava a utilizar as maças vermelhas para se afastar do santuário. Nem que fossem só uns minutos. “Obrigada.” Disse ela ao idoso ao receber o saco das maças vermelhas brilhantes e começar o seu caminho de volta para aquela prisão que era a sua casa.

“Quero ver força nos vossos movimentos!” Exclamava Shina severamente para as jovens futuras amazonas. A luta final pelas armaduras estava perto e ela ainda não conseguia ver perfeição. Assim não chegariam a lado nenhum. “O que é que tu estás a fazer?!” Exaltou-se ao ver uma das aspirantes a amazona tirar a máscara.

“É desconfortável!” Disse a novata ofegante. “Tenho dificuldade em respirar.”

Shina suspirou. Ela sabia exactamente como aquela máscara podia ser incomodativas a início.

“Habitua-te às regras.” Foi o suficiente para a iniciante voltar a colocar a máscara. Conformada, a jovem voltou ao treino.

“Shina” Chamou uma voz masculina atraindo a atenção da amazona de Cobra “Gostaria de falar contigo.”

“O que se passa?” Perguntou ela virando-se para o cavaleiro de Prata.

“Gostaria de tratar dos assuntos da defronta pelas armaduras contigo.” Só havia seriedade no rosto dele. “Poderias aparecer em minha casa depois de terminares os treinos?”

Ela assentiu. Normalmente aquilo seria proibido, mas desde que as amazonas foram aceites no santuário, nos dias pertos dos confrontos pelas armaduras dava-se uma excepção. E como Shina era a encarregada de tratar disso, ela era a excepção.

Marin não o esperava encontrar encostado à parede da sua casa. Ele não utilizava a reluzente armadura que tanto atraía atenções. Mas lá estava ele, o motivo errado dela permanecer ali.

“Onde estavas?” Ele perguntou ao notar a presença dela. “Tens andado muito ausente ultimamente.”

“Fui comprar maças.” Ela disse, ignorando o comentário feito pelo cavaleiro. Abriu a porta de sua casa e entrou.

Aioria seguia-a com os olhos a entrar em casa. E na mesa onde ela colocou o saco das maças, ele pode observar outro saco com maças igualmente vermelhas. Franziu o sobrolho.

“Não entras?” Ela perguntou com naturalidade.

“É contra as regras.” Ele explicou. “Não posso.”

Marin cerrou os punhos. Lá estavam as malditas regras a traçar limites de novo. “Eu não me importo.” Ela disse, mesmo sabendo que ele não entraria. Porque um cavaleiro de Ouro respeita as regras. E ele era um cavaleiro de Ouro. O cavaleiro de Ouro de Leão.

E por mais que estivesse consciente disso, a realidade caía sempre duramente sobre ela.

Já a escuridão tomara conta do céu quando Shina chegou a casa e o encontrou deitado na sua cama. Ela sabia o que viria a seguir. Porém, em vez de encontrar um olhar malicioso e um sorriso de canto na boca dele, encontrou um olhar severo e não existia nenhum tipo de sorriso em seus lábios.

“Onde estiveste?” Ele perguntou, directo, a olhar o tecto.

“Não te interessa.” Ousou ela dizer, numa tentativa inútil de voltar a ter o controlo daquilo que existia entre eles.

“Diz.” Uma só palavra era suficiente para ela perceber que perdera por completo aquilo que nem chegara a recuperar.

“Fui tratar de assuntos sobre as defrontas pelas armaduras.” Ela disse, tentando ignorar o cavaleiro de Ouro sem armadura que se levantara da sua cama.

“Com quem?” Ele perguntou.

 “Ninguém importante.” Ela disse.

Ele avançou por trás dela, e abraçou-a. “Espero que não seja.” Disse, seriamente, beijando-lhe o ombro desnudo. Ela queria impedir o que viria a seguir, mas não era forte o suficiente. Não… ela não iria mentir a si mesma. Ela não queria impedir o que viria. De certa forma, ela sentia-se mais completa com ele por perto.

Ele queria admitir que era só mais uma noite. Mas estaria a mentir, há muito que aquilo era muito mais que isso. Imaginá-la com outro passou a ser uma ideia insuportável. Sim… ele já a tinha marcado como sua.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas pelos possíveis erros que tenham passado despercebidos. :/Gostaram?