Depois da conversa que tivemos, Nico e eu saímos do chalé enquanto Annabeth dava a mamadeira para Damon e o colocaria para dormir. Como no verão passado Damon ficaria na Casa Grande com sua babá ninfa, mais isso só à noite na hora de dormir e já que tem uma missão a caminho para ele, o que eu acho um tremendo absurdo, ele só volta ater uma babá depois que voltar da missão.

Sabe, seja lá sobre o que Annabeth e Atena conversaram sei que Annabeth deve estar armando alguma coisa. Sei que ela não comentou nada e nem vou perguntar, ela vai me contar na hora certa. Ela não vai deixar barato nosso filho ir nessa missão. Annabeth pode concordar, mais que vai aceitar é outra historia.

Fomos até a arena porque Nico havia me desafiado para uma luta sem poderes para somente nos divertimos, mais antes comi alguma coisa já fazia tempo que tinha se passado o almoço e o jantar ia demorar mais umas duas horas ainda.

Estávamos no centro da arena. Nico com sua espada de ferro estige em punho na mão direita e um escudo na mão esquerda. Eu estava com contracorrente na mão direita e o um escudo na mão esquerda.

– Pronto? – perguntei sorrindo para Nico que assentiu.

Com rapidez Nico me atacou. Usei o escudo para bloquear o ataque dele e com a espada tentei desferir um golpe no qual ele se esquivou e usou seu escudo para tentar me acertar, mais eu desviei bem a tempo.

– Não gosto de escudo. – resmungou Nico.

– Somos dois então. – falei e tive uma ideia. – Que tal sem escudos? Mais fácil e mais desafiador.

Nico assentiu já tirando seu escudo e o jogando em algum canto, mais especificamente quase acertando Atanagildo que estava na arquibancada que desviou por pouco.

– Tá maluco o mané? – gritou o cara com nome engraçado. Eu ainda não entendo como a mãe dele deu um nome desses para o filho dela.

– Não, só me divertindo as suas custas. – disse Nico sorrindo, zombando dele.

Atanagildo ficou vermelho de raiva, mais não fez nada a não ser bufar e voltar a sentar na arquibancada. Enquanto eu tirava meu escudo fiquei rindo do que o Nico fez.

– O que você fez para ele não querer entrar aqui e tentar acabar com você, Nico? – perguntei jogando meu escudo mais para o canto da arena aonde não tinha ninguém.

– Essa é uma longa historia. – disse ele sorrindo de canto. – Mais para simplificar, Clarisse disse que se ele não parace de ficar me enchendo o saco com disputas idiotas, ela iria usa-lo como boneco de treinamento nas aulas dela de lança.

– Puxa. – disse eu impressionado. – Isso foi bem no estilo Clarisse.

– Pois é. Ela é legal, só não fala isso em voz alta. – disse ele murmurando baixo só para eu ouvir e nós dois rimos com isso.

– Então. – comecei ficando em posição esperando o primeiro movimento de Nico. – Já tomou alguma iniciativa quanto ao seu relacionamento não relacionamento com a Ashley?

O rosto de Nico se tornou sombrio e ele me tacou com voracidade. Cada golpe de Nico me fazia recuar um passo para trás. Ele estava usando muita força em cada golpe, ele parecia estar muito furioso isso sim.

– Calma. – falei sorrindo bloqueando um ataque dele em diagonal. – Só foi uma pergunta cara.

Segurei o cabo da espada com força. Nico colocou mais pressão ainda em sua espada, mais ele não era mais forte que eu. Me concentrei um pouco e afrouxei um pouco a força na minha espada fazendo Nico perder um pouco de equilíbrio.

Dei um passo para o lado e a ponta da espada de Nico passou rente a minha perna. Abaixei e dei uma rasteira nele fazendo ele cair de cara no chão.

– É tão ruim assim a resposta para a minha pergunta? – perguntei vendo ele se levantar com a cara fechada e bufou.

– Cara é frustrante. – disse ele me atacando de novo. – Toda vez que eu tomo coragem alguém chega para atrapalhar. – eu só me defendia dos ataques ferozes dele. – E para piorar a maioria das vezes é o Marvin quem me atrapalha.

Me abaixei bem na hora que Nico girou sua espada em horizontal passando rente a minha cabeça. Troquei minha espada de mão e acertei um soco na cara de Nico com a direita que cambaleou um pouco para trás.

– Poxa, precisava acertar o meu rosto? – perguntou ele massageando aonde eu o havia acertado.

– Achei que seria melhor te acertar com um soco do que com a ponta de uma espada. – falei sorrindo dando de ombros. – Mais vai lá, continua a falar sobre suas tentativas.

– Não tem mais nada para falar, todas as “tentativas” foram uma perfeita porcaria. – disse Nico apertando forte o cabo da sua espada.

– Sabe, as vezes é mais fácil agir do que falar. – falei atacando ele que bloqueou o meu ataque.

– O que quer dizer com isso? – perguntou confuso fazendo a lamina da minha espada deslizar sobre a dele e se afastando de mim.

– Já ouviu o ditado, uma imagem vale mais que mil palavras. – falei e ele assentiu. – Suas ações podem valar muito mais. Não precisa falar se o que você tem que fazer é agir.

– Cara. – disse ele me olhando como se eu fosse um ser estranho e esquisito. – Quem é você e o que fez com o cabeça de alga do meu primo? – perguntou sorrindo.

– Poxa, eu te dou um conselho e você tira uma com a minha cara. – falei indignado.

– Ei da para vocês pararem de cochichar e continuarem lutando. – gritou alguém.

Olhei em volta e vi que parecia que o acampamento inteiro estava vendo a nossa luta. Ashley, Marvin, Mandy, Edwin e Albert estavam na primeira fila da arquibancada. Procurei Annabeth e não a encontrei, ele deveria ainda estar com Damon.

Por curiosidade procurei Clarisse e não a encontrei. Eu estava curioso para saber sobre o que ela e Annabeth conversaram.  Eu ia perguntar para Annabeth mais cedo, mas eu acabei me esquecendo.

– A vida é nossa fazemos dela o que bem entendermos e se quiser conversar em vez de lutar vamos fazer isso oras bolas. – disse Nico nervoso e o acampamento inteiro soltou um ”ui” tirando da cara desse alguém.

– Po, cara. Precisava ser mal educado? – perguntou o mesmo alguém que eu percebi parecer ser mais um filho de Ares que estava ao lado de Atanagildo, o nominho gente, mais que eu não sabia o nome.

Atanagildo chacoalhou a cabeça e saiu do lado desse alguém resmungando alguma coisa. Ele se juntou a alguns outros campistas e ficou olhando a “conversa”.

– Não, mais fazer o que, como eu disse faço o que eu quiser com a minha vida, isso inclui o que EU vou dizer. – disse Nico dando de ombros colocando sua espada na bainha e fazendo ela se transformar em um pingente.

– Sua mãe não te deu educação não? – gritou um outro que também me parecia ser mais um filho de Ares.

– E a sua deu para você? – perguntou Nico arqueando uma sobrancelha olhando desdenhoso para o filho de Ares. – Se ela tivesse te dado educação você não ficaria atazanando os outros campistas sem que eles lhe tivessem feito nada.

Nossa, caraca. O que será que deu no Nico para ele estar agindo assim? E quem são esses caras?

– Xi, o garoto está marrento hoje. – disse o alguém. – Mais não liga não cara, ele não tem mãe mesmo, como ele vai ter alguma educação.

– Ei, qual o seu problema? – perguntei começando a ficar bravo com o rumo dessa conversa. Ashley, Marvin, Mandy, Edwin e Albert vieram para o meu lado e o de Nico.

– Começou de novo. – escuto Edwin murmurar. Queria perguntar o que “começou de novo” mais esse alguém estava me incomodando e muito com sua falta de educação sem sentido que nem dei muito bola.

– O meu? Nem um. Porque não pergunta para o Caveirinha Junior sem mãe ai qual é o problema dele. – disse o alguém sorrindo de lado.

– Cala a boca, idiota. – disse Ashley brava. – Você não tem o direito de falar assim com ele.

O alguém e o outro alguém se levantaram e vieram até a arena, mais três grandalhões que eu nunca tinha visto antes se juntaram a eles.

– A boca é minha eu falo tudo que eu quiser. – disse ele e os outros gargalharam. Os outros campistas ficaram calados olhando para a gente no centro da arena.

– Cara, não precisa colocar a mãe no meio disso. – disse Marvin diplomaticamente.

– E tem como colocar a mãe no meio disso? – perguntou esse alguém debochando. – Ele não tem mãe como vou coloca-la no meio disso?

Nico fechou as mãos em punho olhando mortalmente para o grupo a nossa frente. Podia sentir uma coisa estranha vinda do Nico, uma energia esquisita que estava me dando um arrepio. Seja lá o que estava acontecendo não demoraria muito para o Nico perder o controle.

No segundo seguinte esse alguém gritou de dor e caiu de joelhos no chão colocando as mãos na cabeça e gritando de dor. Quando ele cai no chão vejo Annabeth olhando mortalmente para ele e caminhando lentamente em nossa direção.

– Escuta aqui Adalberto só porque sua mãe te abandonou quando você nasceu não precisa descontar na mãe dos outros. – disse Annabeth controlando sua voz para não gritar com o cara.

– Claro, sua mãe é uma Deusa não tem que se preocupar com isso. Mais vem cá não foi você que fugiu do seu pai? –perguntou o outro alguém e avançou para cima de Annabeth.

Estendi a mão e fiz ele parar. Não estava entendendo bem o que estava acontecendo mais isso deixou a maioria dos campistas, pelo que pude notar, com vontade de acabar com esses cinco grandalhões.

– Escuta aqui vocês. – gritei chamando a atenção de todo mundo. – Não me interessa saber qual é o problema de vocês e porque estão agindo como crianças nessa palhaçada toda envolvendo os pais dos outros nisso. Mais se não pararem agora vou garantir que nunca mais vão se meter com ninguém de novo.

Quando parei de falar reparei que todos estavam me olhando assustados e chocados por ser eu a ter falado tudo isso. Poxa, com o tempo podemos mudar, será que eles pensam que eu não poderia ter amadurecido com o tempo não?

– Percy esta certo. – disse Quíron fazendo todos pararem de me encarar e encarar ele que vinha trotando abrindo caminho por alguns campistas. – Vocês vêm comigo, já passaram dos limites agindo desse jeito.

Todos começaram a gritar vaiando os grandalhões. Tinham alguns que gritavam “Já estava na hora”. Os cinco grandalhões olharam mortalmente para todos os campistas e foram para o lado de Quíron.

Bom, quase todos porque um acabou ficando para trás. Quíron olhou para mim indicando o cara que estava parado e levantou uma sobrancelha dando um sorriso de canto.

– A tá. Foi mal. – eu nem tinha reparado que ainda estava mantendo o cara parado.

Quíron e os cinco grandalhões foram para a Casa Grande enquanto alguns campistas iam se dissipando e outros voltaram a treinar na arena. Ficamos juntos Annabeth, Nico, Ashley, Marvin, Edwin, Mandy, Albert e eu sem fazer nada.

– Esse cara é um chato. – disse Ashley e foi para o lado de Nico o abraçando. – Ai. – exclamou quando tocou nele e recolhei os braços.

– Tudo bem? – perguntou Marvin passando as mãos de leve no braço dela.

– Sim, mais... – Ashley olhou para Nico e todos nós viramos para olhar para ele também.

Nico estava com a cabeça baixa escondendo o rosto com o seu cabelo. Seus punhos estavam cerrados, os dedos brancos pela força que ele estava fazendo. Por um segundo podia jurar ter visto uma áurea negra em torno dele.

– Nico. – disse Annabeth chegando perto dele. – Se concentra na minha voz. Esquece tudo e somente se concentre em mim, na minha voz.

– O que esta acontecendo aqui? – perguntou Mandy baixinho.

– Eu não faço ideia. – disse Albert também sussurrando.

Annabeth fez sinal para que nós afastássemos um pouco de Nico e foi o que todos nós fizemos, Annabeth pediu a gente faz, isso geralmente salva as nossas vidas. Parecia até que havíamos ensaiado, pois demos três passos para trás em sincronia.

– Se concentra só em mim. – disse Annabeth chegando ao lado de Nico e colocando a mão no ombro dele.

– Annabeth. – falei baixo mais já era tarde de mais, ela já tinha colocando a mão no ombro dele, mais estranhamente nada esquisito aconteceu com ela.

– Só peço que se concentre, Nico. – disse Annabeth subindo suas mãos pelos lados do rosto de Nico e parando quando chegou a suas têmporas e começou a fazer movimentos circulares com seus dedos na testa dele.

O corpo de Nico foi relaxando aos poucos. Annabeth disse alguma coisa no ouvido dele e de repente o corpo do Nico fica mole. Annabeth segura ele antes que ele caísse no chão.

– Da para me ajudarem aqui? – pergunta Annabeth olhando para nós. Edwin e eu corremos para o lado dela e pegamos Nico. Coloquei um braço dele no meu ombro e Edwin fez a mesma coisa com o outro braço do Nico colocando em seu ombro. – Obrigada. Agora levem ele para a enfermaria.

Eu estava muito chocado com que estava acontecendo que nem perguntei nada a Annabeth. Edwin e eu já estávamos a caminho da enfermaria levando um Nico inconsciente para lá e deixando amigos mais confusos que a gente para trás.