Pov. Dafne

É, minha conversa com Merlin foi bem produtiva. Fora a parte em que eu vou ter que virar amiga do Riddle, ou seja, amiga do futuro Lorde Das Trevas destruidor dos sangues-ruins. Irônico, não? Amiga de Riddle, sendo que vim aqui pra destruir ele.

Mas ok. Foi Merlin quem mandou, a única coisa que posso fazer é seguir o destino que ele traçou pra mim. E se ele reservou que eu seria amiga de Riddle, eu iria xingar até a quinta geração dele, mas iria cumprir.

Vamos começar com a farsa?

– Oi, Riddle. - disse ao me sentar ao seu lado.

– Oi. - ele me encarou com a sobrancelha arqueada e virou-se para seu prato.

– Riddle, poderia me dar uma ajuda com a matéria de DCAT? Eu to meio confusa com alguns feitiços. - sorri. Falso, é claro. DCAT era minha melhor matéria, mas não sei se ele sabia disso, acho que não, o que é melhor pra mim.

– Não posso, estou ocupado. - ok, não contava com isso. E a voz fria, congelante até pra quem vive na Antártica, piorou tudo. Será que esse cara não sabia ser gentil, não?!

– Por favor, Riddle. - fiz a minha carinha mais fofa e peguei no braço dele. Ok, isso não foi exatamente um golpe. Ele olhou pra minha mão em seu braço com os olhos em fenda, pegou minha mão e pôs em cima do meu colo. Péssimo.

– Já falei que estou ocupado, Bittencour. - ele se levantou da mesa e falou algo pro Malfoy. É, essa foi pior que péssima. Alem de não conseguir uma brecha pra conseguir ser amiga dele, levei praticamente um fora. Meu orgulho desceu um pouco. Ou muito.

– Oi, Bittencour. - disse Malfoy. O que esse idiota quer sentando ao meu lado?

– O que você quer, Malfoy? - eu tenho certeza que o Riddle o mandou fazer alguma coisa. Espremi os olhos em fenda.

– Riddle falou que você quer ajuda com DCAT. - ele disse. Esse loiro de farmácia me irrita. Arqueei a sobrancelha para ele. - Quer que eu te ajude?

– Não. - curta e grossa. Legal.

– Ora, por que não? - ele chegou mais perto de mim. A situação vai ficar feia pro seu lado, querido.

– Por que eu não quero a sua ajuda, eu quero a ajuda de quem saiba duelar. - ele se fez de ofendido. É, acho que furei um pouco do ego inflado dele.

– Ai, - ele pôs a mão no peito. – essa doeu.

– No seu ego. – disse, com um sorriso sarcástico. Mas ele até que é divertido. Se não fosse comensal, e com uma missão que eu tenho certeza que o Riddle deu justo por minha causa, eu até que seria amiga dele.

– Isso mesmo. – ele concordou com um sorriso. – Até que você é legal.

– Pois você não. – ok, acho que essa deve ter diminuído uma boa quantia do ego dele.

– Você ta querendo acabar com meu ego, garota? – me fiz de inocente, piscando enquanto botava uma colher com minha comida na boca.

– To conseguindo?

– Está!

– Então, sim, eu to querendo acabar com seu ego. – sorri. Olhei pra mesa da Grifinória, apenas pra me certificar se Fleur estava bem, e encontrei uma cena não muito boa. Bonapartt estava segurando Fleur, enquanto essa parecia estar desmaiada. – Droga. Tchau Malfoy, cuidado com seu ego.

– Pode deixar, Dafne! – ele gritou. Ok, vou ignorar a intimidade.

Caminhei apressadamente até minha prima. Afinal, ela era minha única família, além de minha melhor amiga.

– O que houve com ela, Bonapartt? – perguntei nervosamente, me sentando ao seu lado.

– Ela desmaiou! – ele respondeu, enquanto batia de leve no rosto dela. Chequei a respiração dela e estava fraca. Alguma coisa aconteceu com ela. – Estávamos tomando café, ai do nada, ela deixou seu garfo cair e desmaiou.

– Como assim do nada ela desmaiou? – perguntei. Cara, ela era minha família, estava preocupada, e muito! – Tinha que ter um motivo pra ela desmaiar!

– Eu não sei! Eu não vi nenhum motivo pra ela desmaiar! – ele estava quase gritando comigo. É, eu deixei ele mais nervoso que estava.

– Com licença. – disse, pegando a taça de agua de uma garota que tinha na mesa e ignorando seu “Aí!”. Voltei pra Fleur e joguei a agua nela. E, maravilhosamente, ela acordou!

– Ai. – ela gemeu, se levantando e sentando. – O que aconteceu? – ela estava meio verde ou é apenas impressão minha?

– Você desmaiou. – respondeu o Bonapartt.

– Por que?

– Esperávamos que você nos respondesse. – disse.

– Eu... Eu não sei. – ela disse, nos olhando confusa.

– Vamos ir a Ala Hospitalar, agora! – disse, puxando Fleur pela mão.

– Licença, Bittencour, - começou Riddle. O que esse cara quer dessa vez? Não vê que eu estou preocupada com minha prima?! – as aulas de DCAT ainda estão de pé? – ok, por essa eu não esperava. É, Riddle, você sabe surpreender.

– Claro. – sorri forçado. Deixa eu olhar pelo lado bom... Eu vou cumprir o que Merlin pediu.

– Otimo, - ele disse. – esteja no Salão Comunal as 21h em ponto. – e saiu. Simplesmente saiu! Argh!

– Aulas de DCAT, prima? – Fleur perguntou. Eu sorri culpada. – Mas você é ótima em DCAT! Não tem o porquê de querer ter aula.

– Se eu te contasse, prima, você não iria acreditar.

– Tente. – ela insistiu.

– Vamos pra Ala Hospitalar primeiro que eu te conto depois.

– Ok. – ela se rendeu. Ainda bem, porque explicar que Merlin simplesmente entrou no meu sonho e mandou eu ficar amiga do Riddle é super fácil. Sacaram a ironia?

– Bom, senhorita Dellacour, o que você tem é bastante simples. Não é muito comum, mas é simples. – disse a enfermeira.

– Fala logo, enfermeira. – é, Fleur, você tem que aprender a se controlar só um pouquinho.

– Bom, você está...

– Está...? – perguntamos, aflitas.