What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 33
Capítulo 32 – Where Does The Good Go?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem com vocês?

Gente, eu sei que eu deveria ter atualizado a fanfic há um mês, mas tanta coisa aconteceu que eu fiquei sem tempo de escrever - e sem inspiração também, não vou mentir. Tanto que esse Capítulo foi rascunhado e reescrito sabe Merlin quantas vezes. Mas enfim, aqui está!

Hoje é um dia muito triste pra nós, Potterheads. Eu fiquei chocadíssima quando li a notícia que o Alan morreu. Sei que não é o ponto das notas, mas... Ainda to em choque, sabe?
RIP Alan Rickman, sentiremos falta do nosso eterno Snape!

Eu vejo vocês lá embaixo, sim?
Espero que gostem do capítulo.



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Capítulo 32 – Where Does The Good Go?

Hermione abriu seu armário naquela manhã fria e suspirou, desejando poder fazer qualquer outra coisa naquele momento que não fosse aquilo. Cuidadosamente, tirou o vestido negro de dentro do guarda-roupa e pousou na cama, com um bico nos lábios, cruzando os braços sobre o peito. Estava mais do que claro que aquela peça não havia sido posta ali para uma ocasião como aquela.

Era lindo! Acetinado, o que lhe dava um ar cintilante, bateria abaixo dos joelhos da castanha e as mangas a faziam lembrar do vestido da Bela, de a Bela e a Fera – um dos seus filmes favoritos da infância –, e havia um par de luvas brancas para usar com ele.

Não era – definitivamente – um vestido para ser usado em um enterro.

Suspirou novamente, procurando motivos para adiar a hora de se vestir, mas não conseguia encontrar nenhum… Já estava quase na hora do enterro e ela ainda tinha dificuldades para encarar que aquilo era real… Que Tom havia matado o homem que salvara sua vida, que Dementadores agora policiavam o castelo, que Harry estava completamente certo… Sentou-se em sua cama, encarando o chão em busca de respostas, respostas que não viriam do chão frio de Hogwarts ou de nenhum outro lugar.

Naquele momento, Gina saiu do banheiro, onde estava se aprontando, e encarou a amiga.

– Você ainda não está vestida?

Hermione balançou a cabeça.

– Não quero me arrumar para o enterro do Dr. Pomfrey. Faz… Faz toda a situação parecer real demais.

Gina sentou ao lado da castanha e a olhou com ternura. A garota sabia que a amiga estava preocupada com ela.

É real, Mione. – disse a ruiva, dando um leve aperto em sua mão – Por mais que a gente deseje que não fosse, por mais que tudo tenha ficado ainda mais difícil agora… É real.

Sim, era real. Tudo era real. Hermione amava Tom e ele era um assassino, assassinara o homem que salvara a vida dele pelo bem de uma causa ainda mais desumana. Merlin, quando foi que minha vida virou um conto de terror misturado a uma peça grega?

– Eu sei. – disse a garota, abandando a cabeça e pegando o vestindo – Eu só não queria que fosse.

#*#*#

Quando Gina desceu para o Salão Comunal, após Hermione se dirigir ao banheiro para se arrumar, o encontrou quase vazio. Julgava que muitos já haviam ido para o Salão Principal, onde o corpo de Pomfrey estava sendo velado.

Avistou Harry, num canto, lutando contra a gravata negra. Ele era lindo! Mesmo sendo um idiota às vezes, ele era lindo! A garota balançou a cabeça, procurando se livrar daqueles pensamentos. Se aproximou do rapaz e tirou as mãos dele da gravata.

– O que está fazendo? – ele perguntou, fazendo Gina revirar os olhos.

– Dando um nó na sua gravata. O que lhe parece?

– Outch! Calma, Gina! – ele pediu e a garota o olhou nos olhos. Eles eram tão absurdamente verdes! Tão perfeita e estupidamente verdes!

– Pronto. – disse e se afastou, indo sentar-se em uma poltrona perto do fogo.

Estava extremamente frio aquele dia, mais do que deveria estar. A garota passou as mãos pelos braços, procurando se aquecer, até sentir algo quente sendo colocado nela. Olhou para ver o que era e deu de cara com Harry. Ele havia lhe dado seu sobretudo e agora só vestia o terno.

– Você vai passar frio. – ela disse a ele, com a voz mais branda, mas ainda um tanto cortante. Estava um tanto quando irritada com Harry… Esperava que depois da conversa que tiveram no dia anterior ele deixasse de ser tão incrivelmente cabeça dura, por mais difícil que fosse, e resolvesse conversar com Hermione. A amiga precisava de Harry naquele momento.

– Eu não me importo. – Harry parecia lutar contra alguma coisa – Gina… Me desculpe. Por ter sido um idiota. Com você, com Rony, com a Mione… Eu só… Precisava de tempo para… Pensar.

A reação da ruiva, a primeira instância, foi de choque. Sentiu que seus olhos se arregalaram depois de ouvir a palavras de Harry, mas depois se recompôs.

– E você acha que teve tempo suficiente? – ela perguntou, sarcasticamente. Não era exatamente o que pretendia, mas não pode evitar.

– Gina, por favor…

A ruiva bufou. Ele podia dar um chilique de drama queen, mas ela não podia nem comentar o fato dele ter passado um tempão agindo como um completo imbecil.

– Ok, Harry, eu te perdoo. Mas…

– O quê? – o moreno tinha um olhar apreensivo na face.

– Se você aprontar uma dessas comigo de novo, nunca mais te olho na cara. – ela disse e viu o choque passar pelos olhos do moreno – Eu também precisei de tempo quando descobri e fiquei chateada com a Mione. Você.. Você adicionou eu e meu irmão na equação de culpados, sem nem pensar duas vezes.

– Eu já pedi desculpas!

– E eu já te perdoei.

– Bem que o Sirius falou que ruiva é sinônimo de confusão – disse Harry baixinho, mas ela ouviu.

– O que foi que você disse.?

– Nada.

Gina estreitou os olhos, mas nada disse. Ficou olhando Harry por um tempo extremamente longo.

– O que foi? – ele perguntou, parecendo incomodado, fazendo com ela desviasse o olhar.

– Você sabe o que tem que fazer agora, né?

Harry apenas a encarou e a ruiva reprimiu a vontade de bufar. Às vezes Harry consegue ser tão lento!

– Hermione, Harry! Você precisa falar com ela!

Ela viu o garoto olhar para baixo, sem dizer uma palavra. Gina entendia o que se passava pela cabeça dele, depois de tudo que ele havia dito a Hermione deveria ser difícil admitir que não estava completamente certo e ter de pedir desculpas. A ruiva mesma já estivera naquela situação. Acertar de primeira é mais fácil, mas infelizmente não é assim que a banda toca. Pensou a garota, deixando seu olhar vagar pelo Salão, parando no corredor que dava caminho para o dormitório deles.

– Eu sei. – Harry disse, depois de algum tempo.

– Ótimo. Então vá agora. – ela disse, voltando a olhá-lo.

– Agora? – ele parecia espantado, mas Gina não deu muita atenção.

– Sim, oras. É mais fácil se você resolver tudo de uma vez, Harry. Não é fácil a gente ficar brigado com quem a gente ama. E vocês dois se amam muito. – afirmou a ruiva. Ela sabia que era verdade. Quando mais nova teve muito ciúmes da relação de Harry e Hermione, até que percebeu que a castanha era apenas uma irmã para o rapaz e ele também era como se fosse um irmão para a garota e nunca, jamais, isso seria diferente.

Harry a olhou por alguns instantes, mas assentiu, se levantando.

– Obrigada, Gina.

– Tudo bem. – disse a ruiva, se recostando na cadeira.

Finalmente parecia que as coisas estavam entrando nos eixos, mesmo que, na realidade, estivessem bem mais distorcidas do que deveriam.

#*#*#

Hermione se encarou, através do espelho grudado na porta do armário. O cabelo estava solto nas costas, emoldurando o rosto de porcelana. Ela passou os olhos pelo vestido e balançou a cabeça em desgosto, antes de procurar um cardigã negro devido ao frio. Um homem havia morrido e ela parecia que ia para uma festa!

Calçou os sapatos e pegou sua varinha, encaixando-a em suas vestes. Estava prestes a sair, quando ouviu batidas na porta. Deve ser Rony, pensou, ou Minerva. Gina não bateria na porta.

– Entre. – pediu.

Seus olhos se arregalaram minimamente quando ela viu Harry entrar pela porta, vestindo um terno negro. O rapaz já estava preparado para o enterro de Pomfrey.

– Harry?! – ela disse, num misto de surpresa e medo. O que será que ele fazia ali?

Gina havia contado a amiga sobre a conversa que tivera com Harry no dia anterior, na qual ele havia confessado ouvir toda a conversa das duas e de Rony sobre o assassinato do curandeiro. A ruiva também dissera que Harry parecia preocupado com ela e até levemente arrependido, mas a castanha não levara fé. Não depois de duas brigas e todas as trocas de farpas. Não depois dela ter defendido Tom com tanta veemência para o idiota, no mesmo dia, provar que Harry tinha razão e ela estava redondamente errada.

– Oi, Mione. – ele disse e ela sentiu-se ainda mais surpresa ao vê-lo chamando-a pelo apelido – Será que a gente pode conversar?

– Sim. – ela disse, num suspiro, depois de um tempo incrivelmente longo – Podemos sim, Harry. Sobre o que você quer falar? – ela perguntou. O que você acha, queridinha? Ela ouviu a voz em sua cabeça retrucar.

– Sobre… Bom, sobre tudo que aconteceu. Eu não quero discutir, eu quero pedir desculpas.

– Desculpas? – perguntou a garota sem entender direito. Não achava que Harry faria isso. Não quando carregava uma mágoa tão enormemente gigante por ela em seu peito.

– Sim – ele continuou – Eu fui… Impulsivo. Provavelmente deveria ter te escutado quando você disse que poderia mudar Riddle. – ele completou, mas não parecia tão certo do que dizia como queria fazer a garota crer.

Ha ha ha! Okay, Merlin! Pode parar com a palhaçada que eu não estou entendendo mais nada! Quando eu acho que Harry viria aqui pra ter uma briga épica, ele me pede desculpas? E ainda diz que eu posso mudar Tom, mesmo que ele tenha matado o curandeiro da escola há apenas um dia? Não é possível! Será que eu andei bebendo o firewhisky da Jade sem perceber? Porque isso não é possível!

– Ahn? – ela perguntou e depois se amaldiçoou por não conseguir nem formular uma frase decente – Harry, eu não entendo. Há apenas um dia você não acreditava que isso fosse possível e agora… Agora você acha que é? Justo agora? Depois de descobrir que Tom matou Dr. Pomfrey?

Aquilo não parecia certo ou plausível. Parecia muito bom, é claro, mas a garota já havia passado por coisas complicadas o suficiente para saber que nada era assim tão fácil.

– Sim. – o rapaz respondeu, se aproximando de Hermione, ainda meio incerto do que fazia – Eu… Ahn… Olha, eu não se Gina disse que eu escutei a conversa de vocês ontem…

– Ela me disse. – interrompeu a garota e sua voz acabou por sair mais seca do que planejara.

O garoto a encarou, parecendo irritado.

– Hermione, eu estou tentando me desculpar aqui, não começar outra briga. Merlin! Você e Gina estão tão na defensiva! Parece que eu cometi um crime! – ele balançou a cabeça, se virando – Talvez essa não seja a melhor hora…

A castanha se sentiu o morder os lábios. Nenhum pedido de desculpas era fácil, mas ali estava Harry, se esforçando para fazê-lo… Ela deveria ouvi-lo, deveria tentar ajeitar as coisas com seu melhor amigo.

– Harry, espera! – ela disse, pegando sua mão, o fazendo voltar-se a ela – Pode falar.

O moreno a olhou e suspirou, mas voltou a falar.

– Gina me mostrou os desenhos que Riddle – o rapaz cuspiu o nome – fez de você… E isso me fez crer que talvez as coisas possam ser mudadas, mudadas pelo amor, como você mesma disse.

A garota ergueu a sobrancelha. Okay, agora que eu não entendi mais nada mesmo.

– Harry, ele acabou de matar Pomfrey. Você estava certo sobre ele, não eu. – ela admitiu, se sentindo absurdamente triste por saber que aquela constatação era verdadeira.

– Sim, eu sei. E estou preocupado com que isso pode acarretar, mas, Mione, eu realmente acho que você e Gina podem estar certas.

– Por quê? – ela indagou, ainda sem conseguir compreender como Harry poderia ter mudado de opinião daquela forma – Harry, o que Tom fez ontem fez essa teoria cair por terra! Uma pessoa que tem amor dentro de si não sai matando os outros assim…

A cena parecia bizarra, ela sabia. Passado apenas um dia, Hermione defendia o que Harry lhe dissera anteriormente e Harry, por sua vez, parecia crer no que ela havia dito. Isso é… Louco. Sim, completamente insano. Pensou a garota, tentando aceitar que aquela cena realmente era verídica.

– Mione, eu conheço Voldemort. Eu vivi na cabeça dele no último ano… Eu acho que isso que você sente por ele pode ser recíproco. Não, depois de ver aqueles desenhos, eu tenho quase certeza! – ele afirmou – Acredite, Voldemort não é capaz de desenhar ninguém da forma que ele fez com você. E se ele realmente gostar de você…

A garota deu as costas para o amigo, encarando a janela do quarto. Será? Será que era possível?

– Harry. – ela chamou, voltando-se para ele novamente – Você realmente acredita nisso?

O garoto olhou para baixo.

– Eu não sei mais no que acreditar. – ele disse e Hermione percebeu que ele falava sério – Quando chegamos aqui a situação era diferente, Mione. Pouco mais de um mês se passou e parece que tudo virou de cabeça pra baixo. Você se apaixonou pelo meu pior inimigo e, de alguma forma, isso pode ser a única salvação.. Para ele e para o resto do mundo bruxo, incluindo meus pais. Se eu te dissesse que acredito piamente que dará certo, estarei mentindo. Conheço só a crueldade em Voldemort, mas uma coisa eu posso te dizer com sinceridade: eu realmente acho que ele gosta de você. E – ele fitou a castanha – eu acho que posso tentar apoiar o fato de que você gosta dele.

A castanha sentiu seus olhos marejarem ao ouvir aquelas palavras e se lançou sobre o moreno, abraçando-o. Harry pareceu surpreso, mas retribuiu o abraço.

– Mione, o quê…

– É bom ter você de volta, Harry! – disse a garota, entre fungos – Você não sabe como eu sentia falta do meu melhor amigo.

Os braços de Harry retesaram ao redor dela por um instante antes que ele voltasse a falar.

– Eu também senti a sua falta, Mione.

#*#*#

O enterro de Edgar Celsius Pomfrey fora simples, mas cheio de honra.

Hermione viu a viúva de Pomfrey ao lado de Dumbledore, sendo firmemente amparada pelo bruxo. O modo como a mulher chorava… Só fazia o coração da castanha se apertar mais e mais. Ao pousar seu olhar na barriga da viúva, a garota sentiu as pesadas lágrimas começarem a despontar de seus olhos. Ela estava grávida!

Uma jovem de cabelos cor de mel e olhos verdes subiu no palanque onde vários funcionários haviam prestado suas homenagens. Ao contrário dos demais, seu vestido não era preto, mas sim amarelo-claro. Hermione pensou que assemelhava muito a cor do cabelo de Luna.

– Olá! – saudou a mulher, tentando sorrir, mas sendo atrapalhada por algumas lágrimas que lhe escaparam dos olhos – Meu nome é Lacey Pomfrey. Edgar Pomfrey era meu pai. Fazia muitos anos que eu não o via… Desde a morte de minha mãe, talvez alguns se lembrem dela como a antiga professora de Trato de Criaturas Mágicas, Viola Lovelace, embora o verdadeiro amor da vida de meu pai seja a Anne. – ela apontou com a cabeça para a mulher que Dumbledore amparava – Eu não entendo como alguém poderia resolver, deliberadamente, matar um homem como o meu pai. Ele era uma boa pessoa, o tipo de pessoa que fazia tudo por quem amava, que lutava pelo que achava ser o correto e, principalmente, que sempre foi bondoso e soube enfrentar os piores momentos da vida de frente. – ela encarou as pessoas a seu redor – O que vou lhes pedir é complicado, mas eu peço aqueles que tinham apreço por Edgar Celsius Pomfrey que não se entristeçam por sua partida. Se teve alguém que viveu plenamente foi ele. – ela sorriu – É isso. Obrigada.

A mulher desceu do palanque e foi para junto de Anne Pomfrey, a quem abraçou ternamente. Hermione se encostou no ombro de Gina, que passou a mão pelo seu braço. O discurso da mulher parecia ter tocado a todos. A castanha achou que as homenagens ao curandeiro já haviam terminado, quando percebeu que faltava uma pessoa. Dumbledore se afastou da viúva de Pomfrey e de sua filha e subiu ao palanque com o resto sério, mas, ao mesmo tempo, terno.

– Bom dia a todos. – o bruxo disse, olhando para aqueles que se encontravam no enterro – Edgar Pomfrey foi um profissional maravilhoso, um bruxo excepcional e um ótimo amigo. Como a Srta. Lacey Pomfrey disse ainda há pouco, também não consigo imaginar nenhum motivo para alguém pensar em matar esse homem, que foi uma peça tão fundamental em Hogwarts durante todos esses anos. – ele pausou – Entretanto, posso garantir uma coisa aqueles que gostavam de nosso curandeiro, que o respeitavam e o admiravam: sua morte não ficará impune. O culpado será pego. – Hermione se viu tentando localizar Tom, mas não o via em lugar nenhum – E o culpado pela morte de Edgar pagará. Agora, convido vocês a prestarem uma última homenagem para esse homem, que jamais será esquecido. Descanse em paz, Edgar.

Dumbledore ergueu a varinha para o alto, uma pequena luz saía do objeto, num sinal de luto. Logo, todos os outros – funcionários e alunos de Hogwarts – seguiram seu exemplo, prestando uma última homenagem a Edgar Pomfrey.

#*#*#

Alguns dias se passaram após o falecimento do curandeiro. John Lupin assumiu as funções de Pomfrey e passou a administrar a Ala Hospitalar. A Escola nunca pareceu tão sombria, com uma horda de Dementadores à espreita, sempre em busca do assassino do ex-curandeiro.

Não que estivessem obtendo muito sucesso, é claro. A onda de calmaria que abatera a Escola parecia deixar todos preocupados, em vez de tranquilos.

Na Sala Comunal da Grifinória, Hermione revirava seus olhos para Harry, enquanto procurava se focar no dever de Aritmancia. Tecnicamente, deveria ser feito em dupla, mas a garota não se sentia no clima de passar horas na biblioteca com Tom.

– Vamos, Mione! – pediu Harry, fazendo com ela bufasse, através dos dentes trincados.

– Harry, por favor. – ela pediu, lançando-lhe um olhar de súplica. Já estava cansada de lhe negar aqueles pedidos.

Depois de se acertar com o moreno, a garota achou que as coisas fossem ficar melhores, mas há dois dias Harry começou a fazer algo que estava deixando a garota imensamente irritada. Ele queria convencê-la de que ela precisava voltar a integrar o círculo de Comensais da Morte, contudo a garota não queria nem pensar nessa possibilidade. Primeiro, porque não queria mais fazer parte daquele círculo sádico; segundo, porque ela não sabia como conseguiria ficar perto de Tom, vendo ele fazer todas as escolhas erradas, e não poder fazer nada para impedir.

– Do que vocês estão falando? – perguntou Rony, se sentando ao lado de Harry. As coisas entre os dois pareciam calmas e boas, mas Hermione sabia que Rony ainda estava ressentido com o que Harry fizera.

– Sobre Hermione voltar a ser uma Comensal. – respondeu Harry, como quem dizia que estava chuvoso.

– O QUÊ? – Rony deu um berro ensurdecedor, fazendo com que algumas cabeças se voltassem para eles e Hermione fechasse a cara para Harry.

– Está vendo o que você fez? – ela perguntou para o moreno – Fique calmo, Ron. Eu não vou fazer isso.

Ela ouviu Harry bufar, mas não se deu o trabalho de olhá-lo, sabia que apenas se irritaria. Estava a ponto de brigar com o amigo novamente.

– Mione, por favor. – Harry pediu – Você precisa fazer isso!

– Por quê? – perguntou Rony, visivelmente tentando se controlar – Por que ela precisa fazer isso, Harry?

– Hagrid. – Harry respondeu, como se fosse óbvio – Meu Merlin! Mione, você já percebeu isso! Não percebeu? Você também, Rony! Os Dementadores estão em Hogwarts para achar o assassino pela morte do Dr. Pomfrey. Vocês acham que Riddle vai deixar que desconfiem dele? Ele deixou sangue, ele deixou provas! Ele deve estar louco para achar alguém para culpar… E quem será esse alguém? Hagrid. Eu não posso voltar para 1996 sabendo que podia ter impedido que Hagrid fosse expulso e não fiz nada, deixei ele ser culpado!

Hermione sentiu sua boca abrir e voltou seu olhar para Rony, que tinha a mesma expressão chocada que ela. Por mais maluco que fosse, por contra os preceitos de Harry fosse, o moreno tinha razão. A única forma dela descobrir o que Tom planejava era se juntando a ele novamente… Ela se lembrou de seu segundo ano, quando Malfoy a chamou de sangue ruim e a fez sentir o mais fétido dos vermes por não vir de uma família bruxa… Fora Rúbeo Hagrid quem a animara, que a lembrara que seu sangue não era tão importante quando seu talento, quanto sua inteligência. Ela devia isso a ele.

– Tudo bem, Harry. – ela disse – Você está certo.

– O quê? – perguntou Rony, parecendo chocado – Harry, não foi você que ficou extremamente descontrolado quando descobriu que a Hermione era uma Comensal, que tinha a Marca e tudo o mais?

A garota observou os olhos do moreno se estreitarem ao encarar o ruivo.

– E não era você que achava tudo ótimo? Tudo genial? Tudo brilhante, até agora? – retrucou Harry.

– Ele matou uma pessoa. – silvou o ruivo – Você realmente acha que devemos colocar a Mione em risco?

Rony nunca parecera tão bravo e tão letal antes, a castanha se sentiu inclinar um pouco para trás.

– Rony, ele está apaixonado por ela. Não vai feri-la. – Harry respondeu – E não acho que vai ser uma tortura chinesa para Hermione ficar perto dele, afinal, ela também o ama, não é mesmo?

Rony parecia estar a ponto de implodir. Por mais que Hermione gostasse de não ter que mentir para Harry e que ele acreditasse que ela podia mudar Tom, ela estava incomodada com o modo que ele falava. Resolveu colocar um ponto final naquilo, antes que as coisas acabassem indo longe demais.

– Os dois – ela chamou –, chega. Rony, eu preciso ajudar Hagrid e não vejo outra forma de fazer isso. Harry, eu vou te ajudar com isso, mas pare de me pressionar e pare de agir como idiota, igual agora. – ela suspirou – Agora eu vou voltar para minha tarefa de Aritmancia, vocês deviam fazer seus deveres. Não vou deixar ninguém copiar os meus se continuarem me importunando!

Harry parecia satisfeito, enquanto Rony parecia aborrecido, mas os dois assentiram e puxaram seus livros de poções.

A garota encarou o dever de Aritmancia, com a cabeça zunindo. Será que as coisas não cansavam de ficar completamente insanas em sua vida?

#*#*#

Ao chegar na sala de aula ministrada por Marlon Adler, Tom sentiu-se estranhamente incomodado. Há dias que a conversa que tivera com Jade após o anúncio de Dippet lhe rondava a cabeça. E, naquele instante, ao ver Hermione escrevendo furiosamente no pergaminho a sua frente, o sonserino sentia como se ouvisse as palavras da morena lhe zunindo a mente.

Não se permita perder Hermione. (…) Você ia ignorá-la porque descobriu que a ama. E agora ela se afastou, graças a sua maravilhosa missão homicida… O que eu quero dizer é que você nunca vai se perdoar por deixá-la ir. Você a ama e ela o ama de volta. Não banque o idiota. Ou você prefere que ela resolva sair com aquele tal de Rudolph?”

Só o fato de considerar a possibilidade de Hermione sair com aquele ruivo imbecil fez Tom bufar, o que atraiu o olhar da castanha. Seus olhos pareciam pensativos e um tanto quanto tempestuosos, como se um milhão de coisas se passassem pela cabeça da garota naquele momento.

– Não vai se sentar? – ela perguntou, o que fez o rapaz se espantar um pouco. Faziam dias desde que ela falara com ele… E a última coisa que ela dissera fora que o amava, mas que não aguentaria vê-lo seguir o caminho pelo qual ele trilhava.

– Sim. – respondeu, simplesmente e ocupou o lugar ao lado da castanha.

A garota voltou-se para seu pergaminho novamente, enquanto Tom a observava. Aquilo era ridículo, ele sabia. Era ridículo saber que naquele momento ele deveria pensar em quem deveria apresentar como culpado pela morte de Pomfrey, para se livrar desse peso de uma vez, mas, na verdade, a única coisa que conseguia pensar era em Hermione.

Completamente, absolutamente ridículo.

– O que está fazendo? – perguntou e teve vontade de lançar um crucio em si mesmo. Era natural todo mundo parecer incrivelmente idiota e sem assunto quando se estava apaixonado?

Apaixonado! Desde quando ele havia se acostumado com a ideia que estava apaixonado por Hermione? Ia contra todas suas crenças, ia contra tudo o que ele era e contra tudo o que ele planejava ser. Mas quando olhava para a grifinória, quando estava perto dela – por mais idiotamente estúpido que fosse – ele se sentia bem. Se sentia bem em estar apaixonado por ela.

Ridículo, pensou.

Hermione voltou seus olhos chocolate pra ele.

– O trabalho de Aritmancia.

– Pensei que fosse um trabalho em dupla. – ele disse, sentindo-se soar idiota.

– E é. – ela retrucou, comprimindo os ombros.

– Então, por que está fazendo sozinha?

A garota piscou.

– Você estava planejando fazer em dupla, Tom?

– Obviamente. – ele respondeu, mesmo lhe parecendo que ela achava a ideia engraçada.

A professora France havia passado o trabalho ontem e ele queria ter marcado para começar a fazer com Hermione logo, mas não ficou aborrecido quando a garota saiu da sala rapidamente atrás da horda de alunos… Eles ainda tinham semanas…

– Hã… Certo.

– Você não queria fazer em dupla, Hermione?

A grifinória pareceu desconcertada.

– Eu… Eu achei que seria estranho, depois da forma que acabou nossa última conversa…

O rapaz ficou em silêncio por alguns instantes.

– Não, não seria. É um trabalho para ser feito em dupla, em dupla deve ser feito. – ele pausou – E sobre a nossa última conversa… Eu….

Naquele instante o professor Adler adentrou na sala, interrompendo o que Tom ia dizer. Ele viu os olhos de Hermione se tornaram curiosos e sorriu internamente.

Ele realmente estava planejando fazer aquilo?

Merlin, ele estava ficando completamente louco!

Mas quem não ficava, quando se estava apaixonado?

#*#*#

Hermione não conseguia se concentrar na brilhante aula de hieróglifos que o Prof. Adler ministrava, por mais que tentasse. Tudo que ela conseguia pensar era no que Tom falaria antes de ser interrompido…

Ela anotava tudo o que professor dizia, sem, contudo, saber o que anotava.

Hieróglifo é um termo originado de duas palavras gregas: ἱερός (hierós), que significa sagrado, e γλύφειν (glýphein) que significa escrita”

O que Tom queria lhe dizer?

A primeira vez que o Feitiço do Crescimento foi utilizado foi no Egito Antigo e sua inscrição é possível de ser observada na base da pirâmide de Gizé.”

A garota continuou anotando informações que Adler passava e vez ou outra, olhava para Tom, que tinha o olhar focado no próprio pergaminho. Idiota, isso é hora de vir falar sobre nossa última conversa? A garota balançou a cabeça, finalmente conseguindo varrer Riddle de sua mente e conseguindo se focar no que o professor falava.

(link da música: http://www.vagalume.com.br/tegan-and-sara/where-does-the-good-go-traducao.html)

Quando a aula terminou, Hermione se demorou um pouco mais para arrumar seu material e viu que Tom fazia o mesmo. Franziu o cenho, estranho, pensou. Mas não disse nada. Depois que o último aluno saiu atrás de Marlon Adler, ela sentiu seu braço ser agarrado e Tom segurá-la.

Onde você vai, com o seu coração em frangalhos?

O que você faz com o que sobrou de você?

Como você sabe quando deixar pra la?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?"

– O que pensa que está fazendo? – ela perguntou, irritada.

– Tentando ir para um local mais calmo. – disse, após dar uma suave batidinha com a varinha da cabeça de Hermione.

Ele havia usado o feitiço da desilusão nela. Que ótimo! Mas o que ele quer com isso?

– Tom, o que você está querendo com isso? – ela deu voz a seus pensamentos.

Olhe em meus olhos e diga que não me acha atraente

Olhe em meu coração e diga que não vai embora

Olhe em meus olhos e prometa não amar como o nosso amor

Olhe para meu coração inquebrável partido

Isto não está acontecendo"

– Conversar. – ele respondeu, fazendo-a bufar.

– O que, em nome de Morgana, de Merlin, das cuecas de Gandalf

– Cuecas de quem? – ele pareceu confuso.

– Estamos fazendo agora? – ela completou a pergunta, com o cenho franzido, vendo ele lançar o feitiço sobre si.

– Eu só preciso conversar com você, Hermione. Eu pediria para você me encontrar a noite, mas com Dementadores por todos os lados, isso não é possível. E eu não sei se você viria… – ele confessou, enquanto a puxava para fora da sala.

Este é o amor que abandona e destrói

A certeza de pensar que você sempre seria

Bem feliz e saudável, forte e calmo

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?"

– Você realmente acha que não vão dar a nossa falta de Aritmancia?

– Não, porque a Prof. France está na enfermaria. – ele respondeu baixinho.

Ah, Merlin. Estou cansada, preciso de alguma coisa que faça sentido e não de alguma coisa para confundir ainda mais minha cabeça. O que diabos Tom quer? Não estou conseguindo entender!

Andaram por um tempo, até que Tom achou um armário de vassouras e entrou nele, arrastando Hermione consigo. Após sentir a batidinha em sua cabeça, a grifinória percebeu que estava visível novamente.

Onde você vai quando está apaixonado e o mundo sabe?

Como você vive tão feliz enquanto estou triste e arrasada?

Quando você diz que tanto faz

E que está seguindo seu caminho

Onde fica o bom adeus? Onde fica o bom adeus?"

A garota varreu os olhos pelo local. Era tão irritantemente minúsculo! Cruzou os braços frente ao peito, claramente nervosa e brava.

– O que está acontecendo?

O rapaz suspirou. Parecia cansado, parecia prestes a fazer algo difícil…

– Eu preciso falar com você, Hermione.

– Fale. – a garota disse.

Mas ele não falou. Hermione viu o rapaz franzir o cenho e os olhos se tornarem completamente revoltos, a íris se tornar vermelha. A castanha sentiu medo e começou a pensar em formas de sair dali.

– Tom?

Olhe em meus olhos e diga que não me acha atraente

Olhe em meu coração e diga que não vai embora

Olhe em meus olhos e prometa não amar como o nosso amor

Olhe para meu coração inquebrável partido

Isto não está acontecendo"

Ela viu, com um tanto de medo, o sonserino esmurrar a parede perto dele. A castanha deu um passo para trás e apertou sua varinha.

– Não é fácil o que eu vou fazer, entende? – ele admitiu, olhando para ela novamente, parecendo mais louco do que em qualquer outra ocasião – Mas eu não consigo… Hermione, eu não consigo ficar longe de você.

A grifinória sentiu sua boca se abrir e seu braços caírem ao lado do seu corpo. Não era isso que ela imaginava que Tom diria. Não era mesmo.

– Como? – perguntou.

– Na nossa última conversa você me disse que me amava, mas que não podia ficar perto de mim, não depois do que eu tinha feito… Acontece, que eu também te amo. Eu não gostei disso quando eu descobri e não sei se gosto disso agora, mas eu... Eu não consigo ficar longe de você. Eu não... Quero ficar longe de você. Eu quero você ao meu lado – ela o viu se aproximar –, na verdade, eu preciso de você ao meu lado.

Este é o amor que abandona e destrói

A certeza de pensar que você sempre seria

Bem feliz e saudável, forte e calmo

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?"

Ao lado dele? Ele me quer ao lado dele? Ao lado dele para quê? Para matar meio mundo e não sentir remorso? Para destruir vidas a troco de nada? Para quê? Para vê-lo se tornar alguém que eu jamais poderei continuar amando? Para vê-lo se tonar Voldemort?

– Tom…

– Você não quer a mesma coisa?

– Eu acho que não. – ela disse e viu seus olhos faiscarem – Você me quer ao seu lado… Ao seu lado, nas trevas. Ao seu lado, enquanto você se torna alguém que eu… Alguém que eu abominarei, Tom. Todo esse ódio… Toda essa causa que não me parece mais fazer sentindo. Você está destruindo quem você verdadeiramente é por essa Causa… Eu não posso ver isso acontecer, eu já disse isso.

Olhe em meus olhos e diga que não me acha atraente

Olhe em meu coração e diga que não vai embora

Olhe em meus olhos e prometa não amar como o nosso amor

Olhe para meu coração inquebrável partido

Isto não está acontecendo"

Ele se aproximou de Hermione

– Então o que acontece agora? Nunca mais nos falamos? Você volta para o presente e me esquece e eu te esqueço aqui. – ele riu com escárnio – Um plano sólido, Hermione. Um plano maravilhoso. Se eu conseguisse, por um minuto que fosse, parar de pensar em você… – ele fechou as mãos e punho – Se eu pudesse ignorar esse amor destrutivo… Porque é destrutivo. Eu sempre soube que seria, eu apenas nunca soube que aconteceria.

A garota sentiu lágrimas em seus olhos. Por quê? Por que de todas as pessoas que ela conhecia ela tinha que ter se apaixonado por Tom Riddle? O ser humano mais estupidamente complicado da face da Terra, futuro sociopata, atual homicida? Por que ele tinha que se apaixonar por ela de volta? Por que tudo tinha que ser extremamente difícil?

Este é o amor que abandona e destrói

A certeza de pensar que você sempre seria

Bem feliz e saudável, forte e calmo

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?"

– Eu também não consigo ficar longe de você, Tom. – ela confessou – Eu também não quero. Tanto que eu estou aqui. Eu só… Eu só tenho medo das consequências. – ela se aproximou dele e o beijou. Não desesperadamente, nem calidamente. Mas rápida e docemente.

Tom sorriu para ela. Não com escárnio, não de modo sarcástico.

– Eu não ligo para as consequências.

Este é o amor que abandona e destrói

A certeza de pensar que você sempre seria

Bem feliz e saudável, forte e calmo

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?

Pra onde foram os bons? Pra onde foram os bons?"

Oh, Merlin.

Ela estava tão perdida.


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Notas finais do capítulo

E aiiii meu povo?
O que acharam?
Hermione e Harry voltaram a se falar... E o Harry já está colocando as manguinhas de fora, querendo que a Mione volte a ser Comensal.
Aliás, o que vocês acham que ela fará sobre isso?
E como será que vão ficar as coisas com o Tom?
Povo, o próximo capítulo saí dia 22/01, okay?
Até lá
=)



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