What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 32
Capítulo 31 – Over My Head


Notas iniciais do capítulo

BOA NOITE, AMORES DA MINHA VIDA, PRIVADAS ENTUPIDAS DO MEU ♥
Tá tudo bem com vocês?
Que bom!
Vamos ao capítulo! (que foi betado pela minha linda Bibis ♥, também conhecida aqui no Nyah! por Anagrama)
Capítulo dedicado a essa linda!
Até lá embaixo!



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Capítulo 31 – Over My Head

Lyall podia parar de ser tão idiota, pensou John Lupin, enquanto voltava do corujal, onde fora para responder uma carta para o irmão caçula. Lyall era filho temporão de seus pais e era uma criança bem madura, apesar de ter puxado em quase tudo o pai de ambos, principalmente em seu temperamento. Owen Lupin havia falecido pouco depois da esposa, Aretta, ficar grávida, numa briga, que ainda ninguém entendia direito como acontecera, no Caldeirão Furado.

John, que já estava em seu último ano em Hogwarts, aceitou um estágio remunerado no St. Mungus assim que se formou. Verdadeiramente, ele não queria ser curandeiro, mas tinha muito feeling para a coisa e precisava do dinheiro.

Ajudara sua mãe a cuidar de Lyall, que hoje tinha dez anos, e o menino o respeitava e obedecia, enquanto preferia ignorar o que Aretta dizia.

Se pudesse, voltaria para casa naquele instante, mas não sentia como se devesse. Ele amava sua escola, seu verdadeiro sonho sempre fora lecionar em Hogwarts. E agora, estava mais do que claro para o homem, que as coias ali estavam bem piores do que o resto da comunidade bruxa britânica podia imaginar. Ataques e mais ataques… Graças a Merlin ninguém morrera!

Ainda, pensou morbidamente. Se as coisas continuassem do jeito que estavam ele não deixaria o irmão ir para Hogwarts no ano seguinte.

Abriu a porta da Ala Hospitalar e estacou no lugar.

– Inferno! – bradou. Aquilo não era bom. Não era nada bom.

Havia sangue pelo chão. Ele não conseguia calcular quanto, mas era muito. Adentrou o local com a varinha em punho, procurando por seu colega.

Depois de percorrer a Ala Hospitalar se deu conta de que Pomfrey não estava em lugar nenhum… Isso era estranho. Eles estavam em quarentena, John saiu apenas porque precisava responder a carta de seu irmão, sabia que sua mãe não aguentaria por muito tempo os ataques de humor do pequeno. De qualquer forma, Pomfrey não deveria ter saído… A menos que tenha sido para chamar ajuda. Mas para isso ele podia mandar um patrono…

Ou ele fora atacado. Ou ele fora atrás do atacante.

De qualquer forma, a situação não lhe parecia boa. Suspirou, pronto para conjurar seu patrono, pedindo ajuda dos outros funcionários. Mas então se deu conta de algo… Uma varinha caída embaixo da estante de medicamento.

Franziu o cenho.

Accio varinha.

O objeto voou diretamente para suas mãos e ele o examinou por alguns segundos. Ele provavelmente estava enganado, mas podia jurar que aquela era a varinha de seu colega.

Varreu os olhos pela Ala Hospitalar novamente. Não havia uma garota naquela maca? Benton, Beneton, Benson?

Várias coisas passaram por sua cabeça, mas ele esperava que nada daquilo fosse verdade, em todo caso, precisava de ajuda.

Expecto Patrono! – o tubarão-tigre saiu da varinha e o encarou – Aqui é John Lupin. Não estou certo, mas creio que houve um ataque na Ala Hospitalar. Por favor, venham rápido!

#*#*#

– O que está acontecendo?

– Por que não podemos jantar?

– Foi outro ataque, não foi?

O caos se instaurara no Salão Comunal da Grifinória; todos os alunos pertencentes a casa foram levados até lá sem mais explicações.

Hermione via tudo aquilo se desenrolar a frente de seus olhos e a culpa a invadia. Procure Dumbledore! Gritou a vozinha em sua cabeça. Hermione do céu! Faça alguma coisa! Conte o que houve e quem o fez!

Seu dilema parecia piorar a cada dia e isso não ajudava em nada. Riddle fora longe demais, ela devia fazer o correto: deixar que ele apodrecesse em Azkaban.

Mas uma parte dela queria se jogar da Torre de Astronomia, só por considerar a possibilidade.

Tocou os lábios, inconscientemente, ao se lembrar do beijo. Fora bem mais… Voluptuoso que qualquer outro e a castanha não podia negar que gostara – ou melhor, amara – cada segundo. Uma parte de seu cérebro considerava esquecer o que havia acontecido e voltar a cair nos braços de Tom.

Mas outra – sua parte racional e lógica – lembrou-a do que ele tinha feito.

Ele matara Pomfrey. Não no futuro, mas sim naquele mesmo dia! Harry estava certo, por mais que ela quisesse negar, ele estava certo!

– O que aconteceu?

A castanha virou-se e viu Rony parado a seu lado. O ruivo tinha uma expressão indagativa e preocupada no rosto. A castanha apenas balançou a cabeça.

– Não quero falar sobre isso, Ron. – ela disse, sussurrando e virando o rosto.

– Mione, seja lá o que for que aconteceu, eu não vou julgar. Jamais. – ele disse, colocando a mão em seu queixo, não dando margem para que a garota pudesse desviar o olhar.

– Não é tão simples agora, Rony.

– E quando é que foi, Mione?

A garota sorriu para o amigo. Por que ela não podia estar apaixonada por ele? Tudo seria tão… Menos parecido com um filme de terror psicológico.

– Está bem. – ela concordou – Vou lhe contar o que aconteceu, mas não aqui. Tem muita gente que pode ouvir… – falou, lembrando-se de ter visto Harry. Ela amava Harry, mesmo que eles estivessem brigados. Ele sempre fora como um irmão para ela. Mas agora também era a única pessoa que ela não queria que soubesse o que aconteceu. Não pelo que ele poderia fazer, mas… Ela não queria que ele tivesse a certeza que estava certo, que Tom realmente era um monstro maquiavélico.

Pegou a mão de Rony e puxando atrás de si em direção a seu dormitório. Assim que abriu a porta deu de cara com Gina, jogada na cama, com as pernas para cima, balançando os pés. Ai, Merlin! Que isso? Pensou a castanha, com uma vontade súbita de rir.

– Oi, gente! – exclamou a ruiva, sentando-se na cama.

– O que você estava fazendo? – perguntou Rony, encarando a irmã como se ela tivesse um parafuso a menos.

– Estava de pernas pro ar, ué. – ela riu da cara do irmão – Já avisaram o que foi que aconteceu?

Hermione olhou para Rony e depois para Gina,

– Não. Mas eu ia contar ao Rony. – ela lacrou a aporta com um feitiço – Tem a ver com Tom.

#*#*#

Gina encarava a amiga, os olhos arregalados. De pavor, de tristeza, de preocupação...

– Meu Merlin! Mione, o que a gente vai fazer? – perguntou ela.

– Não sei – a castanha balançou a cabeça – Eu sei o que eu deveria fazer… Contar tudo a Dumbledore. Mas… Eu não posso! Eu não acho que consigo!

Gina viu que o maxilar de Rony tremia, mas ele não tomou nenhuma atitude precipitada. Pelo contrário, se aproximou de Hermione e a abraçou, confortando-a.

– Não importa. – disse o ruivo depois de um tempo – Não temos como provar, mesmo se fizéssemos a denúncia. Ele levou os corpos para a Câmara e o basilisco está vivo… E só obedece a Riddle. Além disso, quem além de Dumbledore acreditaria em nós? Todos os professores adoram Riddle e nós seríamos considerados loucos e…

Rony não continuou, mas Gina tinha uma noção do que ele diria. Eles virariam as próximas vítimas de Riddle e… Ainda tinha outra coisa. Hermione. Mesmo que ninguém ali estivesse extasiado com a ideia, todos sabiam que ela amava Riddle.

– Rony está certo. – concordou a ruiva.

Naquele exato segundo, ouviram batidas na porta. Gina estava prestes a perguntar quem era, mas a pessoa começou a falar.

– Pessoal! – ouviram a voz de Harfang – O diretor está chamando todos os alunos para o Salão Principal.

Hermione apontou a varinha para a porta, que abriu, revelando o rapaz.

– Algum de vocês viu o Harry? – perguntou Harfang – Ele não está em lugar nenhum!

Os três fizeram que não com a cabeça e seguiram para o corredor com o rapaz. Antes de deixarem o quarto, Gina pensou ter visto o vislumbre de alguma coisa.

Não pode ser, pensou, dando uma olhada rápida para trás. Não importava, ela precisava conferir. Se fosse o que estivesse pensando… Bom, aquilo podia levar a muitos problemas. Olhou de soslaio para Hermione. Mais problemas do que ela pode suportar no momento.

– Gente! – ela disse, chamando a atenção dos outros quando já entravam no Salão Comunal – Eu esqueci de pegar uma coisa no dormitório. Vou lá rapidinho e já volto.

Hermione estava tão abalada devido aos recentes acontecimentos que nem se ateve ao que a amiga falou. Apenas balançou a cabeça, indicando que havia escutado. Já Rony elevou as sobrancelhas pra irmã, como se soubesse que ela estava mentindo.

– Estaremos lhe esperando. – disse Harfang.

– Não precisa. Podem ir na frente. – Gina sorriu amarelo quando viu o outro rapaz lhe encarar um tanto quanto desconfiado.

– Certo.

Gina virou-se e correu até o dormitório. Quando chegou lá comprovou que suas suspeitas estavam corretas.

– Olá, Harry.

#*#*#

(link da música: https://letras.mus.br/the-fray/259683/traducao.html)

Harry estava sentado no Salão Comunal. Tentava se concentrar no livro que lia, mas toda aquela agitação a seu redor fazia a tarefa se tornar hercúlea.

Eu nunca soube

Eu nunca soube que tudo estava desmoronando

Que todos que eu conheci estavam esperando uma deixa

Para dar as costas e correr quando tudo que eu precisava era a verdade”

Alguma coisa aconteceu, pensou, percorrendo o Salão com os olhos verdes. Alguma coisa grave.

Ninguém explicava a situação. Ele via Minerva e Harfang, conjuntamente com outros monitores da Grifinória, tentando aliviar a situação. Respondiam o máximo de perguntas que podiam, mas isso não era o suficiente. Muitos cogitavam a possibilidade de um outro ataque.

Mas é assim que tem que ser

Está se resumindo a nada além de apatia

Eu preferiria correr pro outro lado do que ficar pra ver

A fumaça de quem ainda está em pé quando tudo está limpo

E”

Será? Questionou-se o rapaz, lançando um olhar para a única pessoa que saberia se isso de fato havia acontecido.

Todo mundo sabe que estou

No meu limite

No meu limite

Com oito segundos para o fim da prorrogação

Ela está na sua mente

Ela está na sua mente”

Hermione estava em pé, perto de onde o garoto estava sentado, mas ela não parecia notar que Harry estava ali. Estava completamente alheia a tudo e a todos.

Vamos reorganizar

Eu queria que você fosse um estranho em quem eu pudesse me desprender

Apenas diga que concordamos e então nunca mudamos

Suavizados um pouco até nós todos apenas no darmos bem”

Harry viu Rony se aproximando da amiga, perguntando-lhe o que havia acontecido e o moreno aguçou os ouvidos para escutar a resposta da garota.

Mas isso é descaso

Arranje um novo amigo e você descarta

Enquanto você perde o argumento num teleférico

Pendurados no alto enquanto o precipício passa entre nós

E”

– Não quero falar sobre isso, Ron. – respondeu Hermione, dando um suspiro e virando a cabeça em direção onde se encontrava Harry.

Todo mundo sabe que estou

No meu limite

No meu limite

Com oito segundos para o fim da prorrogação

Ela está na sua mente

Ela está na sua mente”

O rapaz baixou os olhos para o livro, antes que ela pudesse ver que ele os observava. Não queria discutir com Hermione novamente…

Todo mundo sabe que estou

No meu limite

No meu limite

Com oito segundos para o fim da prorrogação

Ela está na sua mente

Ela está na sua mente”

– Mione, seja lá o que for que aconteceu, eu não vou julgar. Jamais.

– Não é tão simples agora, Rony.

– E quando é que foi, Mione?

E de repente eu me torno parte do seu passado

Eu estou me tornando a parte que não dura

Eu estou perdendo você sem sacrifício algum

Sem um som, nós perdemos a vista do solo

Eu estou me tornando a parte que não duram

Nunca pensei que você quisesse terminar

Não vou deixá-lo cair até que a torture nos mesmos”

Harry se permitiu uma olhada de soslaio para os dois. Realmente, quando é que as coisas tinham sido simples para aquele trio? Parecia que quando eles enfiavam o pé fora da cama as confusões e problemas corriam para eles.

Todo mundo sabe que estou

No meu limite

No meu limite

Com oito segundos para o fim da prorrogação

Ela está na sua mente

Ela está na sua mente”

– Está bem. Vou lhe contar o que aconteceu, mas não aqui. Tem muita gente que pode ouvir… – disse Hermione, pegando a mão de Rony e o levando pelo corredor que seguia para os dormitórios dos adolescentes do futuro.

Todo mundo sabe

Ela está na sua mente”

Harry levou menos de um minuto para tomar sua decisão. Levantou-se, pegando o livro e seguindo os dois. Assim que deixou o Salão Comunal, tirou a Capa da Invisibilidade do bolso e cobriu-se com ela.

Todo mundo sabe que estou

Ela está na sua mente

Todo mundo sabe que estou

Ela está na sua mente

Ela está na sua mente

Ela esta na sua...”

Quando Hermione abriu a porta, ele entrou rapidamente, se postando perto do banheiro. Assim teria uma visão completa dos outros e não corria o risco de ninguém esbarrar nele.

Todo mundo sabe que estou

No meu limite

No meu limite

Com oito segundos para o fim da prorrogação

Ela está na sua mente

Ela está na sua mente”

E, assim que Hermione começou seu relato, ele viu que tinha tomado a decisão certa de seguir os amigos.

#*#*#

Horácio Slughorn abriu os olhos, sentindo uma dor inimaginável em sua lombar. Havia dormido de mau jeito de novo?

Balançou a cabeça e consultou o relógio de pulso que havia ganhando de Merrythought no Natal. Céus! Não era de manhã! Ele havia dormido tudo aquilo? Será que havia inalado algum ingrediente que o efeito colateral era sono excessivo? Porque ingerido ele sabia que não tinha.

Ou talvez fosse apenas o cansaço pelo árduo trabalho na preparação da poção de mandrágoras que traria os alunos petrificados a vida. Se havia uma poção para chamar de quase impossível, era aquela. Fazia uma Poção de Acônito de olhos fechados, mas um preparado de Mandrágoras? Merlin!

Alcançou seu baú e o abriu, pegando um hidromel. A bebida lhe restauraria as forças, com certeza. Além de ser deliciosa.

Quando estava prestes a levar seu cálice aos lábios, uma figura prateada irrompeu por sua sala. Era um patrono, um patrono de tubarão. Quem ele conhecia que tinha um tibarão tigre como patrono?

Aqui é John Lupin. Não estou certo, mas creio que houve um ataque na Ala Hospitalar. Por favor, venham rápido!

Os olhos do mestre de poções se arregalaram e ele se viu cuspindo todo o hidromel que havia em sua boca. Ataque na ala hospitalar! Pelas barbas de Merlin!

Com um aceno da varinha, devolveu o hidromel e o cálice a seus lugares e correu para porta, o mais rápido que podia. Não era novo e – também – não estava exatamente em forma para ficar correndo por aí, mas um ataque na Ala Hospitalar? Era muito grave! E ele não tinha tempo a perder.

Ao chegar a seu destino encontrou John Lupin e Dumbledore encarando o local.

– Horácio! – disse o mestre de transfiguração.

– Dumbledore! Meu Merlin! O que aconteceu aqui?

Se havia uma definição de caos era aquela.

– Parece que, de fato, meu caro amigo, houve um ataque a Ala Hospitalar. O Sr. Lupin não sabe onde está Edgar, mas sabemos que grande parte do sangue que está no chão é dele, misturados ao de outra pessoa, que ainda não conseguimos identificar. E parece que há uma aluna sumida também, Cassidy Benson.

É muito sangue… Muito sangue para Edgar ter… Outro pensamento perpassou pela cabeça de Slughorn.

– E a poção? – externou seu pensamento e viu John balançar a cabeça, numa negativa.

– Não encontrei. – disse Lupin.

– Oh, Merlin! Dumbledore, o que vamos fazer?

O bruxo parecia extremamente incomodado. Apenas balançou a cabeça.

– A decisão é de Armando. Mas eu não acho que ele tenha muitas opções agora. E as que tem – o homem encarou o outro seriamente – não são nada boas.

O mestre de poções balançou a cabeça, parecendo chocado com o que havia acontecido. Hogwarts parecia mais um campo de batalha, no último ano, do que uma Instituição de Ensino Mágica!

O homem avistou Dippet chegando e olhando a cena, horrorizado.

– O que aconteceu aqui?

Dumbledore explicou a situação ao outro bruxo, que não parecia acreditar que ouvia fosse real.

– Alguém já tentou contatar Edgar? – perguntou Dippet e Lupin fez que não. O diretor pegou sua varinha e conjurou seu patrono, um macaco dourado* – enviando uma mensagem a Pomfrey.

– Mas ele não poderá responder. – disse Lupin – Ele não está com sua varinha. Achei-a embaixo de um armário de remédios…

Dippet fez um aceno com as mãos e o outro se calou.

– A questão não é se ele responderá. – disse o diretor – É se o patrono voltará.

– O que acontece se o patrono voltar? – perguntou o curandeiro.

Dumbledore o olhou e lhe deu um sorriso amigável, mas triste.

– Saberemos que ele está morto, meu caro.

Slughorn sentiu seu estômago revirar ao pensar naquilo. Agora o atacante iria começar a liquidar os funcionários? Não era possível! Era muita audácia, muita presunção… E muito assustador. O que era mais assustador era que eles não tinham uma única pista de quem era aquele infeliz.

– Oh, Merlin! – ouviu Lupin exclamar, quando viu o patrono voltar.

Edgar Pomfrey estava realmente morto.

#*#*#

Harry parecia um tanto chocado ao ver Gina na porta, encarando-o. A garota adentrou para o dormitório e fechou a aporta atrás de si.

– O que você vai fazer em relação ao que ouviu? – ela perguntou, sem rodeios. Sabia que Harry deveria estar pensando em fazer algo precipitado, que, só para variar, terminaria muito mal. Mas ela não podia dar o luxo disso acontecer… Não com Hermione correndo risco.

Sim, porque cruzara a mente ruiva o fato de que, se Tom Riddle descobrisse que Hermione havia lhe “traído”, contando o que ele havia feito a alguém, ele a torturaria… Poderia até matá-la. Realmente acredito que a Mione possa mudá-lo, mas não vamos forçar a barra. Ele não vai levar uma suposta traição na esportiva.

Harry abriu e fechou a boca algumas vezes antes de responder.

– Nada.

Gina achou que seus ouvidos lhe traíam, sentou-se ao lado de Harry, perguntando:

– Como assim “nada”?

– Rony tem razão… Mesmo que Tom Riddle seja denunciado não há como provar que foi mesmo ele e ninguém além de Dumbledore vai acreditar.

Gina suspirou, aliviada. Ela estava com medo de que Harry colocasse os pés pelas mãos e acabasse fazendo algo precipitado. E, ela não podia negar, também estava com medo que ele pudesse machucar Hermione, lhe dizendo coisas que ela não precisava ouvir naquele momento.

– A Mione… – ele começou – Ela vai superar isso, não é? Eu não quero dizer “eu te disse” nem nada, mas… Eu sabia que ele faria ela sofrer.

– Todos sabiam. Inclusive ela, Harry. Mas eu acredito que ela possa mudá-lo.

– Mesmo depois dele ter matado Dr. Pomfrey? – Harry parecia incrédulo.

– Ué, por que não? Nós sabíamos do que ele é capaz. E nem sabemos se essa realmente foi a primeira morte dele. Eu acredito que ela pode mudá-lo tanto quanto acreditava antes. A nossa única chance de salvar o mundo não é matando Riddle.

Gina se levantou. Repetiria o que fizera com Hermione. Tirou vários desenhos que Tom Riddle havia feito de sua amiga da gaveta de cabeceira de Hermione e mostrou a Harry.

– Está vendo esses desenhos? – o garoto assentiu, não parecendo entender o que diabos aquilo tinha a ver com Hermione, Riddle, mortes, possíveis mudanças e todo o resto – Foi ele, foi Riddle que fez. Você conhece Lorde Voldemort melhor do que ninguém. Me diz, ele seria capaz de fazer algo assim?

O moreno encarava os desenhos, parecendo contrariado.

– Não. Ele não faria. – suspirou – Ok, talvez você esteja certa, talvez Hermione esteja certa. Talvez haja uma minúscula possibilidade dela salvar Riddle das trevas e de se tornar um sociopata de vez, mas… Ah! Não é justo… Não é justo com ela, Gina. Se esse plano falhar, você sabe o que vai acontecer? Ela vai morrer! Porque ele mesmo vai matá-la, você sabe disso, não sabe?

Gina engoliu em seco.

– Eu sei que há essa possibilidade, mas Harry… Isso não é só um plano pra salvar o mundo das garras de Voldemort. Hermione o ama. – Harry fez uma careta – Eu também não gosto, mas eu vou apoiá-la, Harry. Você… Devia fazer o mesmo.

A ruiva deu uma última olhada para o rapaz antes de deixar o dormitório.

#*#*#

Agitação, um burburinho constante, medo. O Salão Principal estava cheio daquelas três coisas.

Hermione balançou a cabeça, o que aconteceria agora? Será que alguém já havia descoberto que fora Tom Riddle o responsável pela morte de Edgar Pomfrey?

– Você está bem? – ela ouviu Rony perguntar.

– Sim.

Varreu os olhos pelo Salão até encontrar quem procurava. Ele a encarava de volta. Seu rosto parecia calmo, mas seus olhos… Estes olhavam a castanha completamente revoltos. E tudo que a garota queria fazer era correr até ele, abraçá-lo, beijá-lo! Queria beijar um assassino! Olha o ponto que tinha chegado!

– Eu sou uma idiota. – ela disse, para si mesma.

– Não, Mione. – respondeu Rony, passando o braço por seus ombros e afagando seu braço – Vai ficar tudo bem.

A garota balançou a cabeça. Talvez Rony tivesse razão, mas ela não colocaria a mão no fogo por aquela perspectiva.

O Diretor Dippet apareceu frente aos alunos e ergueu as mãos, pedindo por silêncio. Todos no recinto se calaram.

– O que eu venho lhes dizer aqui hoje – começou o homem – é extremamente sério e desagradável, além de terrivelmente triste. Ocorreu mais um ataque. – os burburinhos recomeçaram – Por favor, deixem-me terminar. Não foi um ataque usual. Foi um ataque… A um membro dos funcionários da Escola. Doutor Edgar Pomfrey. Não achamos… Seu corpo. Mas sim uma quantidade de sangue na Ala Hospitalar suficiente para crer que ele não está vivo.

Hermione viu Minerva chorando ao seu lado. A morte do curandeiro pareceu abalar a todos de uma maneira esmagadora.

– Além disso, o corpo de uma jovem petrificada desapareceu da enfermaria. Achamos que quem assassinou Pomfrey também levou Cassidy Benson. – mais uma vez o burburinho preencheu o Salão e o Diretor teve de pedir por silêncio – Diante dessa situação, medidas sérias devem ser tomadas. Considerei, e muito, a possibilidade de fechar Hogwarts, mas vi que essa não era a solução. Quem quer que cometeu essa atrocidade voltará para casa impunemente e cometerá esses atos de violência novamente. Não sabemos se foi a mesma pessoa que atacou os alunos anteriormente, mas estamos investigando. – Dippet suspirou – Hogwarts permanecerá aberta, mas haverá um policiamento melhor. O Ministério da Magia ofereceu alguns dementadores de Azkaban para nos ajudar nessa tarefa e prender o responsável pela morte de Edgar Pomfrey.

A boca de Hermione se abriu. Dementadores? Isso não ajudaria em nada! Era melhor se Dippet fechasse a escola de uma vez!

Um garoto na mesa da Corvinal se levantou. Tinha uma expressão decidida na face.

– Dementadores, Diretor? Perdoe-me, mas isso não parece ser uma solução! O Senhor transformaria Hogwarts em uma Azkaban!

– Sr. Parson, eu pensei muito antes de tomar essa decisão. E acho que é a melhor saída que temos no momento.

Outra garota se levantou. Era uma sonserina e Hermione percebeu, com espanto, que a conhecia. Era Walburga Black.

– Senhor, nossos pais não vão nos deixar permanecer aqui com Dementadores.

– Srta. Black, ficarei muito contente de conversar com seu pai e lembrá-lo que não é a primeira vez que Hogwarts recebe Dementadores para lhe ajudar em alguns problemas. Eles jamais atacarão os estudantes, não tem jurisdição para isso. Apenas para patrulharem o perímetro e vigiarem a escola de qualquer atividade suspeita. - ele disse – Nosso curandeiro acabou de ser morto e vamos achar o culpado, meus caros. O toque de recolher continua no mesmo horário, monitores estão dispensados de patrulhar corredores, as aulas seguiram normalmente. Amanhã haverá o enterro de Edgar Pomfrey. Espero que todos prestem condolências a esse homem que foi muito importante para nossa escola. Obrigada.

#*#*#

– Dementadores?! – Riddle disse, bufando, ao entrar no Salão Comunal da Sonserina, acompanhando de Jade, Gunther, Abraxás e de seus outros comensais.

– Podia ter sido pior – disse Jade – Podiam ter fechado Hogwarts.

Tom encarou a garota, parecendo ter aquele pensamento pela primeira vez desde que tudo aquilo começara.

– Dippet jamais fecharia Hogwarts, Jade. Não seja estúpida. – devolveu.

Ele viu que a morena o fuzilava com o olhar, mas não deu atenção. Com Dementadores no castelo as coisas ficariam exponencialmente mais difíceis… E não era como se tudo fosse fácil. Ele tinha consciência que a vigilância aumentava a cada ataque, mas nunca imaginou que poderiam chegar aquele ponto.

Jade e Tom estavam mais afastados do resto do grupo. A morena parecia querer falar alguma coisa.

– Fale, Jade. – disse o rapaz, revirando os olhos.

– O quê?

– Eu sei que você quer falar alguma coisa. Ande, não me tira fora do sério.

A garota estreitou os olhos e deixou a voz ainda mais baixa do que já estava.

Ou o quê? Vai me matar e deixar meu sangue para trás? Aliás, como você foi tão absurdamente obtuso a ponto de deixar isso acontecer?

Tom sentiu a raiva emanando de si. Olhou para Jade mortalmente, mas a garota apenas devolveu seu olhar, sem se abalar.

– Eu acho – recomeçou ela – é que nós deveríamos parar com os ataque e com os planos de ataque, pelo menos por enquanto. Parar de nos reunir na calada da noite. Tentaremos ser casuais.

O Sonserino sentiu a risada sarcástica sair do fundo de sua garganta. Ela está fazendo uma piada, não está?

– Casuais? Você pretende livrar o mundo bruxo de sangues sujo sendo casual? Andou bebendo de novo, Jade?

– Não, não andei bebendo, seu completo imbecil! – ela bradou e Tom trincou os dentes. Tinha vontade de azará-la naquele momento! – Tom, por Merlin, me ouça! Você fez isso, você agiu precipitadamente e causou essa situação. Eu não quero varrer a escória sendo casual! Eu só não quero apodrecer em uma cela nojenta e imunda em Azkaban até morrer! – ela respirou fundo – Você sabe que esses Dementadores estão aqui para conseguir um culpado. A única coisa que temos de fazer é arrumar esse maldito culpado!

Tom franziu o cenho. Olhando por aquele prisma, até que Jade tinha razão. Eles só precisavam arranjar alguém que se encaixasse na categoria “suspeito” e “culpado”, além de desassociar a morte de Pomfrey do rapaz. Mas quem seria esse protótipo de culpado? Não seria fácil de achar, mas, ele tinha de admitir, era um ótimo plano.

– Você está certa, Jade. – disse.

– Eu sei. Eu sempre estou certa. – ela sorriu sarcasticamente e Tom se permitiu rolar os olhos novamente – Mas tem mais uma coisa.

O rapaz a encarou, nenhum pouco curioso.

– E o que seria?

– Não se permita perder Hermione.

O rapaz sentiu sua boca se abrir um “o”. Não tinha pensado no que Jade falaria, mas, com certeza, não esperava por aquilo.

– Como?

– Não se faça de sonso. Você ia ignorá-la porque descobriu que a ama. E agora ela se afastou, graças a sua maravilhosa missão homicida… O que eu quero dizer é que você nunca vai se perdoar por deixá-la ir. Você a ama e ela o ama de volta. Não banque o idiota. Ou você prefere que ela resolva sair com aquele tal de Rudolph?

O rapaz não sabia o que dizer. Não imaginava falar sobre aquilo com Jade… Não imaginava falar com aquilo com ninguém, na realidade.

– Não seja idiota. - disse Jade – Você sabe que estou certa.

A morena se afastou, indo para perto de Gunther, deixando Tom os pensamentos em polvorosa graças aquele último tópico.


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Notas finais do capítulo

*um mico leão dourado. Coloquei macaco porque achei que Slughorn não saberia o que era um mico.
Sei que o Capítulo foi bem morno, quase frio, depois de todos os outros acontecimentos....
MAS CALMA CALMA CALMA, TEREMOS MUITA EMOÇÃO NO CAPÍTULO QUE VEM!!!
Gente, falando nisso, eu tenho vestiba quinta e sexta, logo o capítulo novo só vai sair na segunda que vem dia 14/12. Sorry, mas é.
Aguardo vocês nos reviews
INCLUSIVE OS FANTASMINHAS! GENTE, BORA COMENTARRRRRR!!