What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 34
Capítulo 33 – Faster


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!
Meu plano era postar esse Capítulo antes de virar meia noite, mas...
Enfim, aqui está.
Espero que vocês gostem!
Nos vemos lá embaixo!
;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152283/chapter/34

Capítulo 33 – Faster

Cara Jade,

Tenho um assunto de extrema importância para tratar com você e com seu irmão. Espero que no próximo feriado ambos possam estar na Mansão.

Atenciosamente,

Seu pai”

A morena revirou os olhos para a carta, antes de jogá-la de qualquer jeito dentro da gaveta da mesinha de cabeceira. Era primeira correspondência que o pai mandara desde que ela iniciara seu sexto ano em Hogwarts. Esse assunto deve ser de extrema importância mesmo, pensou, um tanto quanto sarcástica; Albano não havia lhe escrito nem um singelo bilhete, nem mesmo depois que Jade iniciou seu namoro com Gunther e agora vinha com esse, inadvertidamente? Aliás, será o patriarca da família Bulstrude sabia que a filha havia desmanchado com Tom Riddle e engatado em um namoro com o herdeiro dos Avery?

Ela duvidava da possibilidade. Se caísse morta naquele mesmo dia, seu pai não saberia. Descobriria meses depois, quando um conhecido viesse lhe dar os pêsames. Obviamente, se algo de muito sério acontecesse com Jade, Slughorn e Dippet avisariam o homem, mas, ainda sim, ela sabia que o pai não estaria minimamente interessado.

Levantou-se da cama, calçando os sapatos e dando um nó na gravata. O próximo feriado era dia dos Namorados, dali uma semana e meia. Indiscutivelmente, a garota de cabelos negros não fazia a menor questão de comemorar aquela data, achava tudo tão clichê, piegas e até um tanto tedioso. Um encontro em um restaurantezinho de Hogsmeade – provavelmente aquele ridículo estabelecimento de Madame Puddifoot –, flores, uma caminhada, alguns beijos. Merlin! Que cansativo, que falta de criatividade! Mas Gunther estava tão animado com a ideia, falava do bendito dia o tempo inteiro, que a sonserina resolveu colocar um pouco de toda a sua ressalva de lado. Ela passaria o bendito dia de São Valentim com Gunther, fazendo pieguices atrás de pieguices.

E isso significava que ela não ia, de maneira nenhuma, para a Mansão dos Bulstrude no próximo feriado. Isso estava fora de questão. Precisava mandar uma carta para Andrew… Com certeza o irmão teria uma teoria do que seu pai planejava falar com eles, que era tão extraordinariamente importante que requisitava ambos em casa.

— Tudo bem, Jay? – perguntou Amatha, saindo do banheiro com uma toalhinha cor-de-rosa enrolada na cabeça.

— Tudo ótimo, Amy. – respondeu, pegando a escova de cabelo e passando pelos fios ondulados – E você?

— Eu quero saber o que está te deixando com essa cara. – retrucou a loira, cruzando os braços.

A maior qualidade de Amatha era também seu pior defeito: ela conhecia Jade bem demais, melhor do que qualquer outra pessoa.

— Nada. – disse, piscando. Odiava o fato de Amatha conseguir ver através de suas barreiras.

— E eu não acredito. Jay, eu sei quando você está mentindo pra mim antes você começar a falar. Ande, o que aconteceu?

Jade sentiu-se desconfortável. Adorava Amatha, verdadeiramente, mas ela odiava falar de Albano com a loira. A amiga sempre insistia que Jade tinha que tentar dialogar com seu pai, para melhorar seu relacionamento com ele e a morena achava tudo aquilo uma besteira sem tamanho! Ela não queria melhorar relacionamento nenhum, simplesmente porque não havia um para ser melhorado.

— Nada de mais. – Amatha fechou a cara, deixando claro que não acreditava em Jade – Amy, eu te juro, se fosse alguma coisa de importância eu lhe falaria, mas não é, é apenas uma bobagem, está bem? Agora, eu preciso ir. Preciso ir ao corujal enviar uma carta para Andrew antes da primeira aula.

— Mas…

— Avise Gunther, por favor.

A sonserina deixou a amiga sozinha e saiu do dormitório. Não havia quase ninguém acordado no Salão Comunal, apenas alguns poucos alunos do quinto ano que passaram a noite em claro fazendo o dever de DCAT.

Ao sair do Salão, sentiu um frio imenso, resultado dos Dementadores e suas patrulhas, mais um problema que a morena precisava resolver. O caso da morte de Pomfrey. Apesar de, aparentemente, as investigações estarem bem mornas, ela não podia deixar que as coisas fugissem do controle e que o corpo docente e o resto dos funcionários viessem a descobrir que fora Tom o responsável pela morte do ex-curandeiro. Se isso acontecesse Tom iria para Azkaban e ela e o resto dos Comensais estariam em problemas, pois todos estavam atrelados aos planos de Riddle.

Vestiu um casaco e correu ao corujal o mais rápido que podia, tentando esvanecer a mente. Merlin, as coisas pareciam estar apenas começando a se complicar.

#*#*#

— Certo, deixa eu ver se entendi direito – a ruiva começou, num tom baixo, enquanto comia seu cereal –: você pretende ajudar Harry a salvar Hagrid dos planos de Riddle. E você e Riddle estão em uma espécie de… Relacionamento?

Hermione abanou a cabeça, parecendo simplesmente derrotada.

— Sim. Quer dizer, não sei o que você pensa quando diz “relacionamento”, mas acho que algo assim…

— Você já falou com Riddle sobre voltar a ser uma Comensal? – perguntou Gina, empurrando uma maçã para a amiga. Hermione limpou a fruta na blusa e deu uma mordiscada, demorando-se excessivamente para engolir.

— Não, eu não tive tempo.

— Claro, depois dos amassos no armário de vassouras é de se imaginar que isso não era exatamente a prioridade do momento. – riu-se a ruiva, divertida.

Os olhos da castanha se arregalaram e ela abriu a boca, indignada.

— Não foram amassos, Gina. Foi um beijo. Um único beijo.

— Um único beijo igual de quando você contou pra ele que o amava?

— Gina! – repreendeu Hermione, corando.

— E também teve toda aquela história de “eu não consigo ficar sem você ao meu lado” e blá-blá-blá. – continuou a ruiva, como se nada tivesse acontecido – Mione, você sabe que precisa contar a Harry e ao Ron sobre isso, não sabe?

— Eu sei. Eu não quero mais mentiras, quero tudo em pratos limpos e é por isso que eu devo contar a eles. Além do que, Tom não foi muito explícito se seria segredo ou não…

— Quem está guardando segredo?

Gina olhou para cima e viu o irmão parado perto delas. Harry já se sentava ao lado de Hermione, que engolia em seco. Ela certamente não esperava ter de fazer aquilo naquele momento.

— Ninguém. – respondeu a castanha – Meninos, eu preciso falar com vocês.

Harry olhou rapidamente para Gina, que desviou o olhar. Merlin, que ele não exploda de novo! Se ele explodir aqui, na frente de todo mundo, sou capaz de matar o Harry! Okay, não sou, mas que tenho vontade, tenho!

— O que foi, Mione? – perguntou Ron, pegando a mão da amiga, calidamente.

— Foi que… Bom, eu… – Hermione gaguejava, evidentemente sem saber como contar aquilo para os dois – Eu… Então… Eu e Tom, nós… Nós meio que estamos… Juntos.

Gina sentiu pena do irmão na hora que as palavras saíram da boca de Hermione. Ela viu a mão do rapaz se desprender da amiga e cair ao seu lado; ele parecia genuinamente chocado. A ruiva sabia que por mais que ele dissesse que estava bem com tudo aquilo, ele não estava, não de verdade.

— O quê? – Rony perguntou, a voz tão falha que a irmã teve vontade de abraçá-lo.

— Nós… Bom, eu acho que não é segredo que… – a castanha suspirou, parecendo querer sumir – Rony, você sabe que eu gosto dele. E, ao que tudo indica, ele também gosta de mim. E…

— E você estão juntos. Isso é realmente ótimo! – o ruivo exclamou, com sarcasmo latente em cada sílaba que saia de sua boca. Os olhos de Hermione marejaram e Gina viu o irmão se arrepender de seu pequeno rompante – Desculpe, Mione. – ele balançou a cabeça, se recompondo – É que isso é tão… Repentino.

— Eu sei, Rony. Acredite. Tudo está tão confuso…

— Sim, é claro. Não deve ser fácil pra você. – o ruivo afagou o ombro da amiga de leve – Mas estamos aqui, Mione. Mesmo sem concordar completamente, estamos aqui, sabe disso?

— Sim. Eu sei. – a castanha sorriu, dando um beijo na bochecha do amigo.

Gina sentiu-se triste ao observar a cena. Merlin, como ela desejava que Tom Riddle não existisse! Sabia que a amiga o amava, mas não queria ver aquele olhar estampado no rosto de seu irmão nunca mais! Mesmo que ele dissesse que sempre apoiaria Hermione, que sempre estaria ali para o que ela precisasse, a ruiva conseguia ver que seu irmão estava machucado. Se ele tivesse dito alguma coisa antes. Não, não adiantaria. O que a Mione sente por Riddle é zilhões de vezes mais forte do que o que ela algum dia sentiu por Rony. E se ela largasse-o para ficar com Riddle… Bom, ia ser ainda pior.

O olhar da ruiva encontrou com o de Harry, novamente. Ele não parecia chocado com que Hermione dissera, nem mesmo chateado. Na verdade, parecia estar até em bons termos com tudo aquilo. Tudo bem, já havia um tempo que eles haviam se acertado, mas a garota não esperava uma atitude tão madura de Harry ao saber do relacionamento da castanha com Riddle… Pelo menos não depois dos surtos que ele tivera antes.

Harry, como se estivesse ouvindo o que Gina pensava, pegou a mão de hermione que Rony havia largado e deu um aperto terno.

— Se você estiver feliz, Mione, está tudo certo pra mim. Eu acredito em você. – ele sorriu para ela.

Gina sentiu-se ficar tranquila quando Harry disse aquilo. Ela não suportaria ver outro desentendimento entre sua melhor amiga e… O que Harry era em sua vida mesmo agora? Sua paixão eterna? A ruiva não sabia mais o que sentia. Sabia que gostava dele, mas as coisas haviam ficado diferentes depois que ela viu o quão rápido ele a colocou na berlinda por algo que ela nem havia feito.

— … e precisamos saber o que ele tem contra Hagrid. – ela ouviu Harry dizer, percebendo que havia perdido o fio da conversa por alguns instantes.

— Se ele já sabe da existência de Aragogue, você quer dizer? – perguntou Rony, com uma careta – Eu ainda tenho pesadelos com aquela… Coisa.

— Eu acho que a gente devia tentar descobrir se Hagrid já tem Aragogue. – disse a ruiva – Porque, se ele ainda não tiver, é só… Convencê-lo a não pegá-lo.

— Ah, e isso vai ser fácil. – disse Rony – Assim que ele souber da existência do bicho, ele vai atrás. Pode ter certeza. – fez uma careta de novo, possivelmente lembrando-se da aranha – Mas o que você acha, Mione?

Os olhos de Hermione estavam vidrados em algo atrás da cabeça de Gina. A ruiva virou-se para olhar e deu com Tom Riddle sentado na mesa da Sonserina, fuzilando os quatro. A expressão na face do sonserino fez a garota querer sair correndo e berrando, era a coisa mais medonha que ela já tinha visto em toda a sua vida.

Riddle cochichou algo no ouvido de um rapaz loiro, que Gina reconheceu como Abraxás Malfoy, e se levantou da mesa verde e prata. Com um último olhar mordaz para os grifinórios, ele deixou o Salão Principal.

Ao voltar-se para frente viu Hermione de pé, pegando sua bolsa. A castanha estava extremamente pálida.

— Mione… – começou, tentando procurar alguma forma de formular o que pensava.

— Eu preciso ir, gente. Depois a gente discute o que faremos em relação a Hagrid… Vejo você mais tarde.

A garota saiu, andando rápido para fora do Salão Principal.

— O que acabou de acontecer? – perguntou Rony.

— Eu acho que a gente acabou de presenciar o Lorde da Trevas com… Ciúmes. – disse Gina, um tanto quanto chocada.

— Ciúmes? – Rony parecia confuso – Da Mione?

— Da Mione com a gente. – disse Harry, a expressão abismada – Só espero que a Mione esteja bem. Parecia que ele queria matá-la.

— Ela não, Harry, vocês. – corrigiu Gina.

— Bom, ele sempre quis me matar. – Harry deu de ombros, com um sorriso maroto no rosto – O que é mais uma vez, certo?

#*#*#

Ela conseguia vê-lo andando rapidamente e sabia – ou melhor, sentia – que ele estava com raiva. Conseguia notar as ondas de puro ódio emanando de seu corpo enquanto ele andava resolutamente em direção a sala de Runas Antigas. A garota crispou os lábios, forçando suas pernas a andarem mais rápido até o alcançar. Tocou o braço dele, obrigando-o a olhá-la. Os olhos manchados de cólera pousaram na castanha, se já não tivesse visto aquele olhar mais de uma vez teria dado um passo para trás.

— Tom. – ela disse, ainda com a mão em seu braço – Tom, você está bem?

O rapaz revirou os olhos e continuou a andar, deixando-a irritada. Que maravilha! É óbvio que ela tinha que estar apaixonada pelo rei da passiva agressiva. Ótimo, esplêndido, maravilhoso, perfeito. Merlin devia amá-la, não era possível!

— TOM! – ela berrou. Obviamente, isso atraiu olhares para ela e o sonserino estacou no lugar, virando-se para a castanha no segundo seguinte.

— Hermione. – disse, a voz um tanto quanto impaciente.

Ela se aproximou dele, novamente, cruzando os braços frente ao peito e lhe dando o olhar mais mortal que conseguia.

— Você poderia, por obséquio, me explicar o que diabos está acontecendo? – ela perguntou.

Riddle piscou algumas vezes, fazendo cara de quem não estava entendendo o que a grifinória falava.

— Eu? Ora, Hermione, nada está acontecendo.

— Ah, Tom. Faça-me o favor. O que foi aquela cara assassina que você estava fazendo pra mim e para meus amigos ainda a pouco? E o que foi isso que acabou de acontecer? Andar para longe como se eu não estivesse falando com você?

Ela viu os olhos do rapaz se estreitaram a menção da palavra “amigos”. Sabia que havia uma boa parcela de alunos os encarando, mesmo que não pudessem ouvir o que falavam, pois mantinham o volume de suas vozes baixo, mas ainda sim, Merlin! Como ela odiava que as pessoas não conseguissem cuidar das próprias vidas!

— Eu não acho que aqui seja o melhor lugar para discutir isso. – ele disse, com a voz plácida, tentando andar para longe dela.

— Eu realmente não me importo. – retrucou a garota, impedindo-o e ir a qualquer lugar.

— Hermione. – ele disse seu nome como um pedido, mas ela não se importava. Queria entender o que estava acontecendo.

— Tom.

A castanha estava impassível. O olhava exigindo respostas. Por que ele estava olhando-a como se quisesse matá-la? Se ontem mesmo ele havia dito que não conseguia ficar longe dela? O que está acontecendo com ele dessa vez? Porque eu realmente não consigo entender.

— Você quer saber que aconteceu? – ele perguntou – Ótimo. Eu que lhe pergunto. O que foram aqueles “afagos” com o Ruivo e o Do Óculos?

— Você quer dizer Rony e Harry? – ela corrigiu, por hábito, não entendendo onde Tom estava indo com aquilo.

— Eu não poderia me importar menos com os nomes deles.

— Ah, que maravilha! Você não consegue ficar longe de mim, mas meus amigos você quer bem longe? – indagou ela, com raiva. Por que diabos ele está agindo dessa forma?

— Sim.

— E por que isso?

Ela viu Tom fazer uma careta antes de responder:

— Porque eu tenho ciúmes de você. Era isso que você queria saber? Então, ótimo.

Tom voltou a andar, deixando Hermione pasma parada no corredor.

Ciúmes?

Oh, Merlin! Como ela não tinha pensado nisso! Era por isso que ele tinha ficado incomodado com – usando as palavras do sonserino – seus “afagos” com Rony e Harry! Porque ele ficou com ciúmes!

Sim, ela sabia que ele a amava, mas não conseguia imaginar um cenário onde Tom Riddle tinha ciúmes de alguma coisa ou de alguém. O rapaz sempre se portava tão seguro de si, como se nada pudesse atingi-lo que… Ela jamais imaginaria!

A castanha colocou suas pernas em movimento, seguindo Tom para dentro da sala de Runas Antigas. Ele já estava sentado em seu lugar habitual e a garota sentou-se ao seu lado, como de costume. Por mais estranho que parecesse, ela estava com vontade de rir. Sabia que não era a reação mais apropriada, mas não conseguia entender por que Tom estava com ciúmes! Harry e Rony eram como irmãos… Tudo bem, ela já estivera apaixonada por Rony antes, mas seu sentimento foi completamente obliterado pelo que ela sentia por Riddle.

— Ah, Merlin! – ela exclamou, balançando a cabeça e dando um ligeiro sorriso de canto de boca e depois, sem conseguir se segurar, começou a rir quase que escandalosamente.

Ela ouviu Tom bufar ao seu lado e isso só lhe deu mais vontade de rir.

— O que, em nome de Morgana, é tão engraçado assim, Hermione? – ele perguntou com a voz carregada mau humor.

A castanha limpou as pequenas lágrimas que se formaram no quanto de seus olhos devido ao riso e olhou para o rapaz, que tinha uma cara de pouquíssimos amigos estampada na face.

— Isso. – ela apontou para ele – Você com ciúmes.

O sonserino estreitou os olhos.

— Isso lhe parece engraçado? – a voz dele latejava raiva.

— Muito, Tom. – ela riu – Você não consegue perceber o motivo? Harry e Rony são amigos — ela frisou a palavras –, apenas amigos. E também é um pouco, não, é muito engraçado ver você descer do salto, você que é todo pomposo. – ela riu de novo.

— Eu não desci de salto nenhum. – retrucou ele, com raiva – E por que é tão ridícula a ideia de você ter algo com seus amiguinhos? Você não era louca de amores pelo Ruivo?

Hermione parou de rir, a expressão adquirindo seriedade. Ela não esperava que Tom soubesse disso… Ela alguma vez havia falado de Rony para ele? Vasculhou sua mente em busca de respostas até que se lembrou da manhã que se seguiu a noite em que Gina os flagrou na Floresta. Ela havia mentido sobre o porquê da amiga estar chateada, atribuindo a culpa disso a ela querer que Rony e ela ficassem juntos. E no final… Oh, no final eu disse que sentia algo por Ron. Agora consigo entender o motivo desse chilique.

— Eu gostava do Ronald. – ela começou, com cautela – Isso foi realmente um ponto importante e baixo ao mesmo tempo na minha vida. Gostar dele me fazia… Mal. Muito mal, aliás. Rony tem uma namorada, o nome dela é Lavender. Ela não é a minha pessoa favorita na face da Terra, serei sincera com você, e acho que talvez minha implicância se deva ao fato de que eu tinha ciúmes… Mas agora isso não importa mais.

Tom apoiou a cabeça nas mãos, ainda a olhando. Sua expressão estava mais branda, mas ela conseguia ver que ele não estava cem por cento convencido.

— E por quê?

— Porque eu me apaixonei por você, seu idiota passivo agressivo. – ela disse, fazendo uma careta – Qualquer coisa que eu já senti por Rony não chega nem perto do que eu sinto por você. – ela admitiu, sentindo-se corar tanto quanto Gina fazia. Ela já havia admitido que o amava, mas sempre que ela o fazia ainda parecia novo e estranho ao mesmo tempo. Mas, ainda sim, bom.

Tom deu um mínimo curvar de boca, que atestava que ele tinha gostado de sua resposta. Ele se aproximou de Hermione e plantou um beijo em sua testa.

— Passivo agressivo? – ele perguntou, com os lábios ainda próximos a sua testa.

— Hum… Você é, Tom. Não adianta negar.

— Não estou negando. – ele riu – Idiota passivo agressivo. – ele disse as palavras, como se as saboreasse – Você tem uma maneira estranha de xingar, Hermione. Ou de elogiar.

— Não é nem um, nem outro. – ela retrucou, enquanto o via sorrir – É apenas a verdade.

A horda de alunos entrou na sala, sussurrando perguntas sobre a cena do corredor. Hermione revirou os olhos e abriu seu livro, enquanto tentava se distrair dos burburinhos.

#*#*#

Tom se encontrava na biblioteca de Hogwarts, depois que seus períodos haviam terminado. Por todos os lados que andara naquele dia ele ouvia os sussurros de que ele e Hermione estavam juntos. Antes isso o incomodaria, mas agora não mais. Claro que não estava em seus planos que toda a Hogwarts ficasse sabendo, mas o que ele podia fazer?

A castanha se materializou ao seu lado, trazendo um pesado livro de Aritmancia consigo. Tom leu o título “Método Agrippa” e arqueou as sobrancelhas.

— Achei que fossemos fazer um trabalho sobre o Método Caldeu.

— Todo mundo vai fazer sobre o Método Caldeu, porque acham que por ser, talvez, o mais difícil, é o mais interessante.. – disse a castanha, abrindo o livro e começando a folheá-lo – Nós faremos diferente, por isso vai ser o melhor.

Tom arqueou a sobrancelhas ao ver Hermione falando daquele jeito. Sabia que ela era extremamente inteligente, mas não sabia que ela também era um tanto quando competitiva. Isso era uma novidade um tanto quanto interessante.

(link da música: https://www.letras.mus.br/nathanson-matt/1851516/traducao.html)

— Certo. O que você está pensando em abordar? – ele perguntou, puxando o livro mais para si, lendo algumas linhas que explicavam o funcionamento do tal método.

Você é tão deliciosa

Você é tão suave

Doce na ponta da minha língua

Seu gosto é como a luz do sol

E chicletes de morango”

A castanha começou a falar, mas Tom se distraiu. Estava mais entretido na forma em que os lábios da garota abriam e fechavam quando ela falava do que no realmente saía deles. Balançou a cabeça de leve, tentando banir aqueles pensamentos, mas falhando miseravelmente.

Você morde meu lábio

Você agita meu sangue

Você faz meu coração bater mais rápido”

Hermione tinha essa espécie de poder sobre ele. Distrai-lo de tudo que deveria ser importante. Contudo ele não conseguia pensar no que fosse mais importante do que simplesmente observá-la naquele momento. Tudo nela era convidativo a Tom, desde o externo até o interno. Ela era tanto linda quanto sagaz e ele amava isso nela.

Me tem, você me tem

Você chacoalha meus ossos

Você me vira mais e mais

Até que eu não consigo me controlar

Me faz um mentiroso

Um grande desastre

Mas você faz meu coração bater mais rápido”

Merlin! Estou virando um completo idiota! Ele pensou, enquanto focava seus olhos no livro.

— O que você acha? – indagou a garota.

— Eu acho ótimo.

— Tom, você ouviu o que eu falei? – ela perguntou, tirando o livro dele.

É a maneira que você se intensifica, devagar

Empurrando para fora suas emendas

É o jeito que você sorri, amor

E você me tem de joelhos”

Ele a olhou e ela tinha um olhar divertido estampado na face.

— Não. – ele confessou.

— Eu parei de falar do Método Agrippa há uns cinco minutos. – ele disse, colocando o livro de volta na mesa – O que está acontecendo?

Seu barulho a noite toda

Seu uivo de sirene

Você faz meu coração bater mais rápido”

Ele não podia falar que havia se distraído com os lábios da garota! Ela o acharia um completo energúmeno se ele lhe dissesse isso! Pensando bem, talvez ele fosse um completo energúmeno…

— Nada. – respondeu ele, evasivamente.

Hermione mordeu o lábio, preocupada.

Me tem, você me tem

Você chacoalha meus ossos

Você me vira mais e mais

Até que eu não consigo me controlar

Me faz um mentiroso

Um grande desastre

Porque você faz meu coração bater mais rápido”

Ele definitivamente não sabia o que estava acontecendo, mas assim que ela o fez o rapaz sentiu um desejo enorme de beijá-la de uma forma não muito… Aceitável em público. Merlin! Ele estava na biblioteca, cercado de curiosos – que já os observavam como se fossem um filme estrelado por Rita Hayworth* – então porque ele não conseguia parar de pensar em beijá-la?

Porque eu pulo, eu bato, eu rastejo

Eu imploro, eu roubo, eu persigo

Sim, você me tem

E você faz meu coração bater mais rápido”

Aquela garota o deixava completamente, cem por cento, maluco.

E o pior de tudo é que ele nem se importava mais.

Eu não posso ter o suficiente

Porque é mais ou menos assim

Eu acho que este mundo acabou pra mim”

Aproximou-se dela, capturando seus lábios de uma forma quase desesperada. A garota parecia confusa de início, mas logo começou a retribuir, aprofundando o beijo cada vez mais. Ele conseguia sentir a respiração descompassada da grifinória e sua própria se misturando.

Me tem, você me tem

Você chacoalha meus ossos

Você me vira mais e mais

Até que eu não consigo me controlar

Me faz um mentiroso

Um grande desastre

Mas você faz meu coração bater mais rápido”

— O que foi isso? – ela perguntou, quando o beijo se quebrou – Toda essa demonstração pública de afeto?

— Ora, não posso? – ele perguntou, sorrindo sarcástico.

— Mas é claro! Disponha! – ela respondeu rindo – É só que…

Os olhos da garota indicaram os outros alunos, que cochichavam freneticamente.

Merlin, mas ela não nem dessa época!”

Riddle largou a Bulstrude por um bom motivo.”

Ela não namorava o tal Weasley?”

Tom balançou a cabeça, enquanto voltava a encarar Hermione.

— Bom, aí está uma coisa que teremos que nos acostumar.

— Pessoas discutindo a nossa vida? – ela perguntou, quase bufando – Não me vejo me acostumando com isso.

Ele balançou a cabeça, concordando. Verdadeiramente, sua vontade era trucidar cada um dos comentaristas, mas sabia que não podia fazer isso e sabia que não ficaria longe de Hermione só por causa de alguns desocupados. Então ele teria que se acostumar.

— Meu Merlin! Vocês não cansam de cuidar da vida dos outros? – Tom viu uma voz muito conhecida perguntar. Virou o rosto e viu Jade adentrando na biblioteca com uma cara de pouquíssimos amigos.

Os burburinhos cessaram quase que no ato.

A morena andou em direção ao casal e puxou uma cadeira de frente para eles. Jade abriu os lábios em um sorriso terno, coisa que Tom jurara que jamais vira.

— Eu fico muito feliz que vocês dois teimosos se acertaram. – ela disse, apertando a mão de Hermione, que lhe sorriu de volta e correspondeu ao aperto – Logo esses idiotas vão achar outra coisa para comentar.

— Assim eu espero. – respondeu Hermione, balançado a cabeça – É incrível a capacidade das pessoas de cuidar da vida dos outros.

Jade balançou a cabeça, concordando.

— Mas não é sobre isso que eu vim falar com vocês. – ela disse – Na verdade, o assunto é mais sério. – a morena disse, baixando o tom de voz – Descobri algo sobre as investigações da morte de Pomfrey.

— O quê? – perguntou Tom, não conseguindo se segurar. Se alguém o tivesse associado a morte do curandeiro… Seria o fim. O fim de tudo o que planejava, o fim da ascensão de Lorde Voldemort, seu alter ego que ele tanto admirava. Pois Voldemort seria temido e respeitado por todo o mundo bruxo… Mas não se alguém descobrisse que ele assassinara Pomfrey. Se isso acontecesse…

Jade bufou, olhando algo atrás de Tom.

— Tem muita gente aqui. Não sei onde posso falar sobre isso, não com Dementadores por todos os cantos.

— Eu sei. – disse Hermione, anotando algo rapidamente em um pedaço de pergaminho e entregando a morena – Mas, de qualquer forma, é bom ser discreta. Dementadores não costumam ser muito… Complacentes.

Tom olhou a garota interrogativamente. Ele nunca havia chegado perto de um Dementador, mas Hermione parecia já tê-lo feito. Pelo modo como ela falava, não parecera nada agradável.

— Eu sempre sou discreta. – Jade sorriu – Encontro vocês lá em vinte minutos.

A morena levantou-se, indo em direção a saída da biblioteca, deixando os dois sozinhos. Hermione se recostou em seu ombro, suspirando.

— Vai ficar tudo bem, Tom. Eu tenho certeza.

Mas o rapaz conhecia Jade muito bem, o tempo que namoraram de fachada lhe proporcionou esse conhecimento. Ele conseguiu ler na face e em cada movimento da morena que talvez nada ficasse bem… Pelo menos, não para ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Rita Hayworth — atriz norte-americana, cujo auge ocorreu na década de 1940.
O Tom vive em um orfanato trouxa, logo ele sabe algumas coisas sobre a cultura trouxa da época.

HELLOOOOO

E aí, gente?

O que vocês acharam?

Vocês não sabem como é complicadinho escrever o Tom nessa vibe apaixonado. São taaaantos sentimentos conflitantes nele! Hahaha
Mas precisa, né? Afinal isso é um romance ~okay, é mais drama~ ou não é?

O que será que a Jade descobriu?
O que será que vai acontecer em relação ao Hagrid?

Gente, comentem tudo o que vocês acham aqui pra mim!!! Quero saber se a fic está boa, se vocês estão curtindo e tudo o mais...
Aliás, sintam-se livres pra comentar tudo o quiserem, porque eu a-do-ro ler! Hoje vou tentar responder o máximo de comentários que eu conseguir, porque estão acumulados há muuuito tempo!

Próximo capítulo 29/01



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "What do You Want From Me?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.