What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 10
Capítulo 9 – Pra ser Sincero


Notas iniciais do capítulo

Pessoinhas lindas,
desculpem a demora para postar.
Acabaram as férias e o meu tempo livre diminuiu muito, então a fic acabou saindo um pouco prejudicada com isso.
Mas aqui está o capítulo 9!! Garanto que ele está cheio de emoções e algumas reviravoltas.
Eu queria dedicá-lo a minha Beesta linda. Ela está sempre me ajudando, é uma amiga para todas as horas, daquelas que absolutamente nada separa... Ela é uma gênia e sem ela, bom, digamos que provavelmente 'What Do You Want From Me?' nunca teria sido postada, porque é ela quem está sempre me incentivando a escrever.. Tanto essa fic, quanto a One e outros projetos que eu tenho. *-*
Eu também queria agradecer a todos você que leem a fic. Vocês são muito especiais pra mim, leitores maravilhosos que também me estimulam a escrever com seus reviews.
Bom, espero que gostem.
:*



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Capítulo 9 – Pra ser Sincero



Tom olhou estupefato Hermione sumir no fim no corredor. O que tinha acontecido? Ele não sabia dizer. Não quis segui-la, mas, não soube porque, achava melhor ela ficar só. E parecia ser assim que ela desejava.

Mas a face dela não lhe saía da cabeça. A mudança de sua expressão quando ele lhe falava sobre o que realmente poderia ter provocado o desmaio da ‘Tal Amiga’... Bom, afinal de contas, era a amiga dela... Talvez isso a preocupasse. Mas ele não saberia dizer. Não tinha amigos.

Andou na direção contrária a dela e desceu por uma escada de caracol que poucos alunos utilizavam. Virou a direita, seguindo por um corredor deserto e no final dele encontrou com quem estava precisando falar.

Jade parecia perturbada. E ele se perguntou se havia pegado uma detenção muito dura. Se isso tiver acontecido, será mais do que merecido. Quantas vezes eu lhe falei para tomar o máximo de cautela?

– Jade. – ele a chamou, rispidamente.

E pela primeira vez em toda sua vida, Tom se sentiu incomodado ao ver Jade olhá-lo. Porque aquele olhar não era normal. Era avaliativo e até ressentido.

– Tom. – ela respondeu devagar.

– Onde está Gunther? Preciso falar com os dois.

Jade piscou. Ele viu que ela estava segurando lágrimas e se perguntou o que diabos havia acontecido com ela. Porque aquela garota que estava na frente dele, não parecia a Jade que ele conhecia. Era outra pessoa, meio fragilizada e tomada por emoções.

– Gunther? – ela perguntou um tanto abobada – Gunther está...

– Estou aqui, Milorde. – interrompeu a voz do garoto, surgindo de Merlin sabe onde.

Tom uniu as sombrancelhas. Gunther estava no mesmo estado lastimável de Jade e isso o intrigava mais ainda. Primeiro, porque Jade nunca havia chorado na vida – não que fosse de conhecimento de alguém se ela o tivesse feito –; segundo, porque Gunther era um bajulador barato, mas nunca deixava suas emoções à mostra.

E agora tenho aqui duas pessoas que nunca mostram suas emoções completamente descontroladas. Isso não faz sentido algum...

Tom resolveu atacar pela melhor tática que conhecia: fingir que não estava desconfiado. Iria agir normalmente e depois, se notasse mais alguma coisa, iria tomar uma atitude mais calculista.

– Acho melhor conversarmos em um lugar mais reservado.

Guiando os dois para uma salinha pequena, lacrou a porta e encarou os dois Comensais.

– Agora, me digam, os dois aqui. Eu tinha total confiança em vocês... Meus Comensais e poderia até acrescentar que eram grandes colaboradores, mas vocês me decepcionaram. Foram pegos por Merrythought.

A boca de Jade se abriu.

– Mas como sabe?

– Isso não importa! – ele rebateu, enfurecido – Sabem o que teria acontecido se tivesse sido Dumbledore? Estaríamos completamente perdidos! Mas parece que nenhum dos dois se preocupou com isso! Muito menos você, Jade – ele disse apontando a varinha para a garganta da garota – que sempre foi tão absurdamente cautelosa, deu para ficar correndo no meio da noite, em um castelo que está sendo vigiado!

Ele respirou fundo, podia sentir a raiva emanando de seu corpo. Podia sentir o poder destrutivo ao segurar a varinha e a apertou mais contra os longos dedos brancos. Estava a ponto de lançar a Cruciatus em Jade, sabia disso. Mas sabia que numa sala minúscula de Hogwarts ele não poderia fazer isso sem ser descoberto e levado para Azkaban.

Respirou fundo. Precisava ser racional, lógico e calculista. Porque nenhum deles está mostrando o menor arrependimento ou a menor preocupação pelo que fizeram. Eles precisam ser punidos.

Mas precisavam ser punidos com algo que não sentenciasse a Tom uma passagem só de ida para Azkaban. Isso seria impensável... Ele não poderia se dar ao luxo de ser pego também, não podia cometer os mesmos erros que seus incompetentes Comensais da Morte.

Afastando-se, vagarosamente, ele ficou de frente para os dois. Atacaria Gunther, porque não estava tão decepcionado com ele, mas sim com Jade. E talvez se ela visse seu amigo sofrendo, ela aprendesse algo.

Ficta Mortem! – ele disse apontando a varinha para o garoto.

Os joelhos de Gunther cederam e ele caiu no chão, sangrando pela boca.

Aquela era a Azaração da Morte Fingida. Tom a encontrara em um livro de magia realmente das trevas. A Azaração fazia com que o oponente sofresse como se realmente estivesse morrendo, mas, no último minuto, ele era atingido por uma dor excruciante, que era desejável a morte a senti-la, seus olhos se fechavam e ele caía na inconsciência com o coração parado, parecendo que estava morto. Mas não estava, horas depois, seu coração voltava a bater, mas os ferimentos se curavam devagar e era absolutamente doloroso.

Feridas se abriram na barriga de Gunther e Jade caiu de joelhos ao seu lado. Sacudia a própria varinha e gritava ‘Finite’ milhões de vezes, mas de nada adiantava. Gunther continuava a sangrar como se trinta facas o cortassem, mas Tom ficou incomodado ao ver que ele não gritava. Queria que ele servisse de exemplo para Jade.

– Faça isso parar, Tom! – ela gritou – Por favor!

– Não, Jade. Não farei. Esse é o castigo para quem desobedece ao Lorde das Trevas.

E saiu dali. Lacrou a porta e colocou um Feitiço do Silêncio nela, para que ninguém ouvisse os soluços de Jade.

Completamente satisfeito, seguiu para as masmorras.

#*#*#

Jade tentou olhar fazer com a dor de Gunther passasse de todas as maneiras, mas não conseguiu. Os olhos dele estavam cerrados, os cortes se espalhavam por seus braços e pernas.

E ela não podia fazer nada.

Nunca se sentira tão inútil. Preferia que fosse ela ali e não Gunther. Ele era seu melhor amigo e sempre esteve com ela.

Olhou para o garoto, se sentindo mais do que infeliz. Esperava que aquilo passasse, mesmo sabendo que era uma esperança vã, já que Tom não era do tipo que perdoava ninguém. Ela deitou a cabeça no peito de Gunther e deixou as lágrimas escorrerem de seu rosto para o suéter do melhor amigo.

Então Gunther gritou, assustando-a.

Não. Não era bem um grito, era mais um urro, um berro assustador de dor que fez os pêlos do braço da morena eriçarem. Com a pouca força que tinha, Gunther empurrou Jade para o lado e tentou levantar-se, a mão esquerda apertando o coração freneticamente.

Ele estava dilacerado.

Ele estava morrendo.

Jade estava desesperada, agarrou a varinha tão fortemente que talvez fosse possível que ela se partisse. Ajoelhou-se atrás de Gunther e apontou a varinha para ele.

– Finite! – ela gritou – Finite! Finite! Finite!

A cena era horrível. O rapaz cuspia o que parecia ser todo o sangue de seu corpo... Era como se uma mão invisível investisse contra ele. Os nós dos dedos estavam brancos e ele gritava sons desconexos.

Ele estava sofrendo. E tudo que Jade podia fazer era observar.

O choro da garota acabou ficando mais forte e ela não conseguia mais nem murmurar ‘Finite’. Tentou fazer com que o Feitiço funcionasse em silêncio, mas isso requeria concentração e precisão, mas ela não tinha nem um nem outro naquele momento.

Então, de repente, tudo ficou em silêncio. E Gunther ficou imóvel. Ela achou que seu Feitiço havia produzido algum efeito, mas quando ele não se mexeu ela ficou extremamente preocupada.

– Gunt! Acorde, Gunt! Por favor! – ela disse, sacudindo-o. As lágrimas atrapalhavam sua visão e ela não fazia ideia do que fazer.

Deitou, resignada, sua cabeça no peito do amigo novamente. Mas algo a assustou. Ela não conseguia ouvir as batidas do coração de Gunther. Isso a desesperou mais do que tudo.

– NÃO!

#*#*#

(n/a: link da música http://letras.terra.com.br/engenheiros-do-hawaii/12888/)

Pra ser sincero

Não espero de você

Mais do que educação

Beijo sem paixão

Crime sem castigo

Aperto de mãos

Apenas bons amigos...

Hermione levantou a cabeça e encarou Harry, este tinha uma expressão preocupada no rosto, mas não fez uma pergunta sequer.

– Obrigada. – murmurou Hermione.

– Não precisa agradecer, Mione.

Pra ser sincero

Não espero que você

Minta!

Não se sinta capaz

De enganar

Quem não engana

A si mesmo...

Ele passou a mão pelos cabelos negros distraidamente. Hermione apreciava tanto a presença de Harry, ele era o irmão que ela não tivera, o melhor amigo que ela sempre sonhara... Um nó se formou em sua garganta. Harry estava preocupado com Gina e ela havia provocado o desmaio da garota.

Nós dois temos

Os mesmos defeitos

Sabemos tudo

A nosso respeito

Somos suspeitos

De um crime perfeito

Mas crimes perfeitos

Não deixam suspeitos...

Iria ter que aprender com essa culpa, isso era fato. E ela havia decidido mais uma coisa: iria parar de encontrar Riddle. Não poderia continuar com algo que estava prejudicando sua vida, seus amigos...

Pra ser sincero

Não espero de você

Mais do que educação

Beijo sem paixão

Crime sem castigo

Aperto de mãos

Ainda bons amigos...

Por ora, havia apenas obliviado a amiga... Merlin sabe o que mais ela poderia ter feito se não tivesse tomado a decisão correta. Claro, não seria fácil deixar de ser uma Comensal da Morte, mas ela nem havia recebido Marca Negra nem nada, então tudo que teria que fazer seria evitar Riddle e seus seguidores.

Pra ser sincero

Não espero que você

Me perdoe

Por ter perdido a calma

Por ter vendido a alma

Ao diabo...

Hogwarts era uma escola grande o suficiente... E – ela nunca imaginara que esse dia chegaria – ela agradeceu a Merlin por James Potter, Sirius Black, Remo Lupin e Peter Pettigrew terem inventado o Mapa do Maroto. Harry falava tanto daquelas passagens secretas que ela havia aprendido o caminho de algumas.

Um dia desses

Num desses

Encontros casuais

Talvez a gente

Se encontre

Talvez a gente

Encontre explicação...

Sentiu-se suja. Uma criminosa. Irônico, não é? Eu achei que essa ideia fosse ser maravilhosa... Uma espiã, como naqueles filmes que papai adora ver... Mas eu não tenho o menor talento para isso! Está tão difícil não poder tudo a Harry agora mesmo.

Um dia desses

Num desses

Encontros casuais

Talvez eu diga:

–Minha amiga

Pra ser sincero

Prazer em vê-la!

Até mais!...

Ela deu uma olhadela para o amigo. Queria, mais do que qualquer coisa no mundo, contar a ele o havia feito, mas isso estava fora de questão. Mesmo que Hermione não tivesse se unido realmente a Voldemort, o homem fora responsável por tudo que Harry passara de ruim em seus dezesseis anos... Como ele reagiria ao saber que a melhor amiga, que ele considerava como a uma irmã, havia praticamente vendido sua alma ao Diabo?

Nós dois temos

Os mesmos defeitos

Sabemos tudo

A nosso respeito

Somos suspeitos

De um crime perfeito

Mas crimes perfeitos

Nunca deixam suspeitos...

Sim, porque Tom Riddle era tão perverso quanto o Diabo. Matava e torturava a seu bel prazer... Não em uma situação extrema, mas porque gostava, porque fazer aquilo o rejubilava.

Um arrepio percorreu seu corpo só de pensar nas monstruosidades que Riddle iria cometer. Balançou a cabeça, mas tudo estava destinado a ser do jeito que era e isso ela não podia mudar. Estava tão cansada de seus planos... tão falhos.

– Gina vai acordar daqui a pouco. – disse Harry, retirando-a de seus devaneios.

– Sim, melhor irmos indo para a Ala Hospitalar.

Harry encarou Hermione. Ela via a preocupação nos olhos dele.

– Mione, eu sei que provavelmente essa pergunta vai ser em vão, porque não vai me responder, se te conheço bem... Mas o que houve?

Hermione ficou encarando Harry por alguns segundos, sem reação. Isso porque ela, simplesmente, não podia encarar aqueles olhos absurdamente verdes e mentir... Não é a coisa mais fácil do mundo mentir para aquele é seu irmão de coração. Mas não posso ser verdadeira com ele, não em relação a isso.

– Estou preocupada com Gina, Harry. – Harry elevou uma sobrancelha – Com medo, na verdade.

– Medo?!

– Sim...

Harry ficou olhando para a amiga por mais alguns segundos e depois sorriu.

– Isso não tem haver apenas com uma Weasley, tem?

A castanha piscou, tentando compreender do que diabos Harry estava falando. Então algo estalou em sua mente... Ele está atribuindo meu choro a... a Rony! Merlin, eu nem tinha pensado nisso.

– Não. – ela respondeu – Rony e eu nos desentendemos e logo depois aconteceu isso com Gina... Não sei... Não sei como lidar com essa situação.

Ela não estava mentindo completamente. Rony ainda era um assunto muito complicado e ela não fazia ideia de como lidar com ele... Mas com o desmaio de Gina e o fato de ter descoberto que ela fora a responsável por ele, a garota não teve tempo para pensar em Rony.

Harry sorriu corajosamente para a amiga e ela entendeu perfeitamente o que estava contido naquele sorriso. ‘Vai ficar tudo bem’. E, sem falarem uma palavra sequer, eles se encaminharam para a Ala Hospitalar.

Chegando lá, Pomfrey os deixou entrar. Rony já estava lá, sentado em uma cadeira que não parecia nada confortável ao lado da maca de Gina. Ele cumprimentou os dois com um aceno rápido de cabeça.

– Ela deve acordar em alguns minutos. – disse Pomfrey.

Hermione se postou ao lado de Gina. Os cabelos varriam o travesseiro branco em que a cabeça fora apoiada, ela estava com a camisola de linho branco que havia usado para dormir, mas estava coberta e isso era ótimo, porque estava absurdamente frio. Harry havia parado ao lado de Hermione e ela não conseguiu encarar o amigo por mais de alguns segundos... A testa estava enrugada e parecia que ele fazia uma enorme força para não sentar-se na maca e passar a mão pelos cabelos da ruiva.

Aquilo devia doer. Devia doer muito, porque não devia ser nada fácil reprimir o sentimento dele, anular a preocupação para que ela não parecesse perceptível. Ela não poderia nem imaginar o que aquilo deveria estar lhe custando...

Então, repentinamente, Gina começou a acordar. Suas pálpebras tremeram e logo depois se abriram. Ela curvou os lábios em uma careta e depois olhou diretamente para Rony.

– O que estou fazendo na Ala Hospitalar?

Pomfrey se adiantou a responder, ficando ao lado de Ron.

– Você desmaiou, Srta. Weasley. Devido a uma sobrecarga de estresse. – Gina o encarou, esperando que ele continuasse – A Srta. ficou muito tempo aqui quando a Srta. Granger se feriu... Ficou três noites sem dormir regradamente e isso pode acarretar em um grande acúmulo de estresse que pode levar a um desmaio, que foi exatamente o que aconteceu.

Hermione comprimiu os lábios. Nada daquilo era verdade, Gina havia desmaiado porque ela, como uma péssima amiga que era, havia cometido uma traição imperdoável.

– Certo. – murmurou a ruiva – Mas.. quando eu poderei sair daqui?

– Agora. Não houve danos, então não será necessário que fiquei aqui. Mas a Srta. deverá tomar um café da manhã reforçado e não recomendo laticínios, pelo menos por algumas horas. Os laticínios cortam o efeito da Poção Relaxante que a Srta. tomou a pouco para aliviar o estresse. Creio que está se sentindo bem melhor, não?

Gina sorriu.

– Nova em folha.

– Isso é maravilhoso. – comentou Pomfrey e com um aceno da varinha, conjurou uma capa preta e um par de sapatos da mesma cor – Irá precisar, Srta.

Logo depois, se retirou para uma saleta separada.

Gina se levantou e vestiu a capa rapidamente, em seguida, calçou os sapatos. Depois, virou-se para os três e sorriu. Hermione olhou de esguelha para Harry, o garoto tinha um sorriso completamente bobo no rosto...

– Você nos deu um susto e tanto, Gin. – disse a castanha.

– Imagino. – comentou a ruiva – Mas me sinto bem melhor, sabe? Essa Poção Relaxante é realmente eficaz... – ela pausou e olhou para suas vestes – Mas acho que preciso de um banho.

– E comer alguma coisa. – disse Hermione, severamente.

– Sim. – concordou a ruiva – Mas preciso me trocar primeiro, Mione. Não estou com fome... Na verdade, estou me sentindo excelente, então acho que posso esperar um pouco para comer.

Hermione não ficou completamente satisfeita, mas preferiu não contrariar. Os quatro se encaminharam a Torre da Grifinória, que estava praticamente vazia.

Gina seguiu para os dormitórios e Harry disse que ia se deitar um pouco. Ele parecia completamente atribulado e Hermione achou por bem que ele fosse, após todo estresse que ele havia passado com o desmaio de Gina seria bom que ele descansasse.

Hermione e Ron se sentaram nas poltronas que ficavam em frente à lareira, em um completo silêncio.

Isso chamou a atenção da castanha, eles nunca ficavam em silêncio, nunca houve uma situação desconfortável em que não conseguissem falar um com outro... Os três. É claro que eles se desentendiam, eram pessoas diferentes e, assim sendo, haviam coisas em que discordavam. Mas não falar com Ron era estranho. Porque ele sempre a fazia rir. Ele também a fazia chorar, mas ela acreditava que a amizade dele valesse mais do que tudo. O fato de não conversarem se devia, obviamente, ao quase beijo de Ron e Hermione... a reação dela... a reação dele. As coisas haviam ficado estranhas depois disso... Ela só conseguira falar com Ron naquela manhã porque Gina havia desmaiado, mas agora que ela se encontrava fora de perigo, toda aquela timidez e consternação havia voltado com força total...

Quando Harry e Rony brigaram, no quarto ano, Hermione não soube como lidar com a situação. Ela passava a maior parte do tempo com Harry, mas Ron sempre vinha falar com ela quando o moreno não estava perto... Isso a incomodava, porque eles não eram amigos de Hermione apenas. Eles eram todos amigos, um trio. Um trio de ouro, como Lupin havia dito a ela certa vez.

Ela suspirou profundamente e percebeu que o olhar de Rony se voltou para ela e logo que ele notou que ela havia percebido, ele desviou o olhar. Isso quase a fez perder a cabeça, queria perguntar, pelo amor de Merlin, o que tinha acontecido a eles? Eram amigos! E amigos não se afastavam por coisas banais.

Mas, sussurrou uma voz maldita em sua cabeça, não é uma coisa banal. Ronald foi insensato. Não pensou antes de agir, não levou em conta seus sentimentos... Não pensou, nem por um momento, que talvez não fosse ser apenas um beijo.

Hermione amaldiçoou a voz.

Claro que, em parte, ela estava certa. Rony havia sido completamente insensato... Mas será que valeria a pena estragar toda uma amizade por isso? Ela não poderia garantir que tudo fosse exatamente igual, mas teria que tentar.

– Ron? – ela chamou. O ruivo pareceu completamente estupefato ao ouvir Hermione falando com ele.

– Sim?

– Hm. – ela não sabia como começar a falar – Será que poderíamos conversar?

Rony pareceu um tanto abobado, mas acenou positivamente. Hermione se levantou e saiu da Torre, achava que precisavam de um lugar mais reservado para conversar, afinal, as poucas pessoas que se encontravam na Torre estavam loucas para saber algo sobre o ‘Casal do Futuro’.

A castanha odiava que falassem dela, mesmo que tudo o que soubessem fosse seu nome e uma especulação de que talvez ela fosse a namorada de Ronald. Especulações sempre se provavam irritantes e sem fundamento – ou haviam sido fundamentadas em algo banal e nada substancial –, mas ninguém ligava para isso na hora de fofocar sobre a vida alheia.

Ela parou na frente de uma salinha. Não chegava a ser uma sala de aulas, era menor e havia vários armários cheios de produtos que ela não conhecia. Assim que Ron entrou e fechou a porta atrás de si, ela começou a falar.

– Ron, eu sei que... o que aconteceu na última noite pode ter sido um pouco... constrangedor para ambos. Mas nós somos amigos há muito tempo... 6 anos. Isso não é pouca coisa.

– Não mesmo. – ele assentiu.

– Sim... Eu acho que não devíamos jogar tudo fora por causa daquilo. É passado. Foi um tanto insensato, sim, mas nossa amizade deve falar mais forte que essas coisas... – Ron fez uma careta estranha – Ronald, por Merlin! Nós passamos por tantas coisas juntos... Derrotamos o trasgo, ajudamos Harry a solucionar o mistério da Câmara Secreta, a salvar Sirius, a competir o Torneio Tribruxo, lutamos contra diversos Comensais... Isso tudo juntos! E não podemos jogar isso fora... Eu não quero voltar a ser um pesadelo para você.

A última frase vez o ruivo rir. Ambos se lembravam muito bem do que ele havia falado e ela havia escutado, depois de uma aula do Flitwick. ‘Ela é um pesadelo’. Isso havia magoado muito a castanha, mas havia passado, tudo passava afinal de contas... Mas é um tanto irônico saber que esse está sendo o argumento que está convencendo Ron do que estou falando.

O ruivo parou de rir, mas um sorriso continuou em seu rosto.

– Você está certa. Está sempre certa, afinal de contas.

Eles se abraçaram, mas não houve choro – mesmo que os olhos da garota estivessem quase transbordando –, nem tentativa de beijos. Era um abraço de amigos, comemorando a amizade.

– Melhor irmos indo. – ele comentou – Gina vai sair do banho logo e mesmo que ela esteja melhor... Bom, eu vou ficar de olho nela.

– Sim. Mas eu vou ao banheiro primeiro... Vá indo para a Torre.

No corredor, eles se separaram. Cada um tomando um caminho diferente. Hermione entrou no banheiro, abriu a pia e lavou o rosto. A água pareceu clarear suas ideias e ela ficou extremamente feliz com o que havia acontecido. A amizade não foi danificada, no fim das contas. E isso é o mais importante... Não sei como iria sobreviver se estivesse brigada com Ron.

Então, quando ela estava prestes a sair do banheiro e seguir novamente para a Torre, um grito chamou sua atenção.

SOCORRO!

#*#*#

Jade gritou. E ninguém ouviu.

Ela sabia que ninguém iria ouvi-la, Tom era esperto demais para sair sem se precaver e colocar um feitiço na porta.

Olhou para face de Gunther.

A face de seu melhor amigo. Sem vida. Sem nada.

Morto.

Ela gritou de novo, afundando a cabeça no peito dele e apertando a blusa encharcada de sangue até que sua mão doesse. Que dor era aquela que ela sentindo? Nunca havia sentido coisa igual na vida... Nem quando soubera que não poderia visitar a mãe no aniversário... Nem quando Andrew se feriu em um jogo de Quadribol.

De repente, ela sentiu que se Gunther não respirasse mais, nada faria sentido.

E ele não respirava.

A garota soluçava... Não sabia o que fazer. Agora tudo era dor e nada mais...

Quem iria lhe fazer sorrir, quando tudo que ela mais queria era chorar? Quem iria enfrentá-la e mostrar-lhe que ela estava errada? Quem iria provocá-la? Quem a beijaria de um jeito que tiraria todo o seu chão?

Ninguém, era a resposta. Porque o único que fazia isso estava morto.

A vida era tão injusta. Isso lhe ocorreu de maneira estranha, quando o sangue de Gunther manchava metade da face. E aquela percepção doía.

Por que Tom fizera aquilo? Para puni-la? Para punir Gunther? Se soubesse jamais teria saído correndo em direção aquela Sala de Aula... Jamais. Mas agora os motivos que a incitaram a correr até aquela sala lhe pareceram tão bobos. Não tinha mais ciúmes de Tom Riddle. Tinha ódio.

Ele matara Gunther a troco de uma detenção que não implicava em nada. Ele era cruel. Não tinha coração... Ou menor senso do que era ter amor ou amigos.

Erguendo um pouco a cabeça, ela fitou um pouco a face de Gunther. Parecia estar dormindo, se seu coração não tivesse parado, ela atestaria com todas as suas forças que ele estava no mais profundo sono...

Lembrou-se de quando eram crianças e ele deitada a cabeça debaixo do grosso carvalho que tinha na casa de sua tia. Seu rosto ficava tão sereno... Tão sereno quanto estava naquela hora.

E isso renovou as esperanças de Jade. Alimentando-se de que talvez Dr. Pomfrey, Dippet, Dumbledore, Slughorn, Merrythought ou qualquer outro professor pudesse salvá-lo, ela agarrou sua varinha e posicionou-se frente à porta.

Alorromora! – a porta se abriu e ela se lançou pelos corredores em uma corrida desgovernada. – SOCORRO!

Ela gritou na esperança de alguém a ouvisse, mas Tom fora muito esperto. Havia feito tudo aquilo exatamente na hora todos estavam reunidos no Salão Principal... E ela tinha medo de deixar Gunther sozinho e Tom voltar para dar um fim no corpo.

Ficou parada, esperando que alguém aparecesse. E como um milagre de Merlin, alguém apareceu.

#*#*#

A castanha correu para fora do banheiro e virou o corredor para o lado direito, da onde o som parecia ter vindo.

O que ela viu a perturbou até o último fio de cabelo. Por um minuto extremamente longo, acreditou que seus olhos a traíam, porque aquela cena era tão bizarra que não parecia real.

Jade Bulstrude se encontrava parada no meio do corredor. Um líquido avermelhado manchava-lhe metade da face e gotejava por ela caindo no grosso tecido da blusa de lã azul. Completamente nauseada, Hermione percebeu que o líquido avermelhado era sangue.

A garota de cabelos negros correu até Hermione, segurou-lhe o pulso e puxou-lhe. Num jorro de palavras, ela começou a explicar a castanha.

– Você precisa me ajudar! Gunther! Gunther está ferido!

Gunther... A garota forçou a mente, procurando se lembrar de quem a morena falava. Gunther é aquele moreno, alto... Um dos comensais. O comensal puxa saco. Ela pensou, associando o nome as duas lembranças que tinha do garoto.

Ela olhou para Jade pelo canto do olho, a garota estava aos prantos. Com sangue espalhado pelo rosto. Isso significava que o rapaz estava gravemente ferido.

Mas, por um único segundo, Hermione pensou que poderia ser um blefe da morena. Jade sempre havia deixado bem claro que a odiava e era uma Comensal da Morte... Só que no fundo dos olhos de Jade, não parecia que ela estava mentindo.

As duas seguiram até chegarem até uma saleta no fim do corredor à direita.

Se olhar para Jade era nauseante, não era nada comparado a aquela cena. Nada.

Gunther estava deitado no chão, havia cortes pela sua barriga, pescoço, face... Nada que ela já havia visto poderia ser comparado com aquilo... Ele parecia ter sido cortado por facas... Torturado.

Então uma terrível ideia – que a surpreendeu mais do que ela esperava – irrompeu de seu subconsciente. Fora Riddle.

Riddle que havia feito isso com o rapaz. Ele era a única pessoa que existia em toda face do planeta que poderia fazer algo tão terrível quanto... Aquilo.

Voldemort era um monstro.

E ela precisava ajudar aquelas duas pobres criaturas.

– Temos que ir a Ala Hospitalar. – ela disse a Jade, que havia se curvado sobre Gunther – Dr. Pomfrey irá dar um jeito...

– Ele não está... respirando... Eu acho que ele está... morto.

O ar sumiu dos pulmões da castanha.

Era isso que Riddle fazia, tanto no passado como no futuro, causava dor e destruição... Machucava as pessoas...

Hermione não iria deixar isso acontecer, não iria deixar que Voldemort matasse mais alguém, não importava se isso fosse antes, durante ou depois do tempo dela. Aquele monstro já havia cometido tantos impropérios... E agora matara uma pessoa que... O idolatrava!

– Ele não vai morrer, Jade. Vamos levá-lo para a Ala Hospitalar, ele vai se salvar.

Talvez tenha sido seu tom, mas Jade Bulstrude pareceu mais confiante com as palavras da castanha. Ergueu-se e tentou produzir o feitiço.

Mobilicorpus!

Nada aconteceu, a mão de Jade tremia e ela apertou mais a varinha contra a mão. Procurou repetir o feitiço, mas nada aconteceu novamente. Hermione sabia exatamente o que estava acontecendo com Jade, ela estava emocionalmente abalada e quando isso acontecia, produzir até o mais simples dos feitiços ficava difícil.

Algo perpassou por sua mente... Ela não tinha escolha. Não gostava da ideia, mas não queria que o rapaz a sua frente morresse... e levando em conta que ele já estava sem pulso.

– Jade, me empreste sua varinha.

A morena elevou as sombrancelhas, mas não dirigiu seu olhar para Hermione. Continuava murmurando o feitiço.

– Minha varinha? – ela perguntou.

– Sim. Jade, você não está em condições emocionais de produzir feitiço algum e eu não disponho de minha varinha... Se me emprestasse a s-

Jade estendeu a varinha para Hermione subitamente, fazendo com que a garota parasse de falar imediatamente. A castanha se sentiu desconfortável segurando a varinha da morena nas mãos... Ela não parecia adequada, parecia grande e pesada demais. Mas isso não é relevante agora, pensou a garota, o importante é tirar Gunther daqui, antes que ele tenha piores seqüelas.

Mobilicorpus!

O corpo de Gunther flutuou a sua frente, com um aceno da varinha, ela guiou-o para fora daquela saleta através da porta entreaberta. Jade correu a frente, andando ao lado dele. Em silêncio, as duas garotas partiram a passos rápidos até a Ala Hospitalar.

O castelo parecia completamente vazio e isso pareceu extremamente estranho a Hermione. O diretor e professores estavam completamente preocupados com os ataques a nascidos trouxas, então deveriam deixar alguém patrulhando os corredores, pelo menos, mas não havia ninguém ali.

Chegaram a Ala Hospitalar e Jade praticamente arrombou a porta, Pomfrey veio correndo na direção da confusão para ver o que havia acontecido, assim que viu Gunther, seus olhos esbugalharam e ele levou as mãos a testa.

– Pelas barbas de Merlin! Esse é o Sr. Avery?

– Sim. – choramingou Jade – Dr. Pomfrey, ele está sem batimento cardíaco... O que...

Pomfrey a calou com um aceno das mãos. Indicou a Hermione uma maca, que ficava a um canto mais reservado, para ela colocar o corpo de Gunther. O bruxo parecia completamente atormentado.

– Merlin! Merlin! Merlin! Eu posso estar certo... Não posso! Se eu estiver... Merlin!

As duas garotas se entreolharam. A castanha não sabia o que pensar, Pomfrey estava aterrorizado, tão aterrorizado que nem se dera o trabalho de expulsar as duas da Ala Hospitalar como fizera com Hermione, Ron e Harry quando Gina estava desmaiada. Jade começou a chorar copiosamente ao lado da castanha, que não tinha ideia do que fazer.

Expecto Patrono! – o Patrono conjurado pelo curandeiro tomou a forma de uma Lula, depois o homem falou olhando fixamente para o animal – Venham até aqui, tem um aluno ferido pelo que eu acho ser a Azaração da Morte Fingida.

Pomfrey tinha mandando uma mensagem através do Patrono, mas Hermione não fazia ideia para quem. Fixou-se em pensar no que era essa tal Azaração da Morte Fingida... Nunca tinha ouvido alguém mencionar tal coisa, mas pelo jeito era algo terrivelmente ruim.

O curandeiro pareceu finalmente notar as duas garotas, com um jeito meio tresloucado. Ele as mandou saírem dali, mas antes recomendou a Jade que bebesse meio copo do tônico para os nervos que enfiou furiosamente nas mãos da garota.

A castanha não sabia o que fazer. Não podia deixar Jade, no estado em que se encontrava, sozinha. As duas caminharam, sem rumo e em silêncio, para fora do castelo e sentaram-se na neve. Estava frio e Hermione passou as mãos compulsivamente pelos braços, cobertos pela blusa de lã.

Jade ficou ali parada, em silêncio, suja de sangue e segurando o frasco do tônico para os nervos. Isso fez com que Hermione sentisse uma pena profunda dela. Ela não era uma má pessoa, apenas uma pessoa incompreendida.

Aproveitando do fato que ainda tinha varinha em mãos, ela conjurou, em silêncio, três copos e limpou as vestes de Jade e seu rosto. A morena nem pareceu perceber nada, apenas ficou fitando o nada, os olhos vagos... A castanha produziu, ainda em silêncio, dois daqueles seus famosos fogos que eram armazenados em recipientes como copos...

O calor do fogo sob suas mãos provocou-lhe uma agradável sensação de conforto. Pegando o copo vazio, entregou a Jade, junto com sua varinha e um copinho com um dos fogos. A morena pareceu finalmente despertar.

– Obrigada. – ela disse. Abriu o frasco do tônico e despejou o líquido verde musgo até que ele preenchesse metade do conteúdo do copo. Ela bebeu tudo em gole só, não fez careta, mas seus olhos se contraíram minimamente. Hermione agarrou-se a seu copo com o fogo, estranhava o comportamento da garota... Ela é bipolar. Chorava como uma condenada há poucos minutos... E agora quer manter uma postura durona...

Jade pegou seu copinho com a pequena chama e o segurou entre as mãos firmemente.

– Quando eu te agradeci, Hermione. Eu quis dizer por tudo... Por Gunther... Por ter ajudado-o, você não conhecia e mesmo assim... – ela pausou olhando para o copo – Acontece que ele é meu melhor amigo... E eu não sabia o que fazer. Minha mente estava tão anuviada... Era tão duro vê-lo daquele jeito.

Hermione entendia muito bem o que ela queria dizer... Quantas vezes ela não se encontrara nessa situação? Harry estava sempre se metendo em alguma encrenca, quase sempre estava ferido... Quase sempre estava em risco.

– Eu te entendo, Jade. Acredite, não são palavras vazias.

– Eu sei que não. Merlin! Eu tinha uma visão tão errada de você. – a morena olhou de soslaio para a castanha – Eu sei que parece estranho, Hermione. Eu nem te conhecia. Mas... Eu estava com ciúmes.

– Ciúmes?! – perguntou Hermione sem se conter... Todas as coisas que ela havia pensado de Jade Bulstrude não faziam sentido nenhum, ela era completamente diferente de tudo que a castanha havia imaginado.

– Sim. Bom, de Tom. De Tom com você.

A compreensão alcançou a castanha e ela teve um vontade histérica de rir ou de atirar aquele copo no meio da testa de Jade. Hermione Granger e Tom Riddle? Oh, Merlin! Essa garota é louca! Isso faz todo sentido! Sim, sim... Ela é louca. É por isso que ela é a namorada do Riddle... Os dois são completamente malucos... Que ideia, Merlin...

Mas uma voz na cabeça de Hermione disse que Jade estava certa, afinal, ela era namorada/comensal de Tom Riddle então não deveria vê-lo como o monstro horrível que ele era... Então, era natural que ela tivesse ciúmes.

– Bom... Você está enganada, Jade. Não há nada entre nós.

– Eu realmente espero que não... – o olhar da morena se perdeu, enquanto ela olhava o jardim – Eu amava Tom... Tanto, como todas as minhas forças... Eu mataria e morreria por ele, mas depois de hoje...

A garota deixou a frase inacabada no ar, uma perfeita deixa para que Hermione fizesse a pergunta que tanto queria.

– Foi ele, não foi? Que feriu Gunther daquele modo?

Jade assentiu, seus olhos estavam marejados, mas nenhuma lágrima caiu deles.

– Você precisa saber, porque você é nova por aqui e veio do futuro. Você é especial para Tom, porque ele acredita que você conheça coisas que nós desconhecemos... – ela disse baixinho – Eu me apaixonei por Tom naturalmente, Hermione. Ele não precisou interferir nisso com uma poção do amor ou coisa do tipo. Eu amava tudo nele, seu ego, seu jeito de liderança, seu jeito de sorrir... e isso mais do que tudo, porque eu aprendi a valorizar seus sorrisos já que eram tão raros... – a garota pausou – Olha, Hermione, correm boatos que você namora aquele ruivo Weasley, mas caso não namore, não se apaixone pelo Tom, não cometa o erro que eu cometi. Eu nunca admiti para ninguém que o amava, além de Gunther, e você foi a primeira pessoa pra quem admito que deixei de amar, pois foi o que aconteceu hoje que sentenciou isso... O Tom é perigoso, ele diz que tudo o que ele quer é ferir sangues ruins... Bom, isso não é verdade. Ele quer ferir. Não importa quem.

A descrição que Jade fazia condizia exatamente com tudo que Hermione pensava de Riddle. O que a levava pensar que Riddle não se tornaria Voldemort... Voldemort já estava aí. Vivo. Vivo dentro do garoto de belas feições e modos impecáveis.

– Obrigada, Jade. Por me alertar.

– Não é nada. Você fez muito por mim, Hermione. Você me ajudou e eu valorizo isso, acredite. – Jade ficou alguns minutos em silêncio – Mas foi estranho, admito. Porque eu nunca falei de meus sentimentos, principalmente por Tom, assim, tão abertamente.

Hermione sorriu.

– Certa vez, eu ouvi meu avô falando que é mais fácil se abrir com aqueles que não conhecemos do que com aqueles que conhecemos. Porque temos medo do julgamento daqueles que nos conhecem, a opinião deles importa.

Ao terminar essa frase, ela não pode deixar de pensar em Harry, Gina e, é claro, Rony. A opinião deles era o que ela tinha de mais sagrado. Se eles soubessem de sua ideia... Mas eles nunca saberão. Eu escutarei o conselho de Jade e minha intuição. Vou me afastar de Tom Riddle.

– É verdade. – disse Jade, tão baixo que Hermione duvidou que fosse para ela ouvir – Importa. – ela balançou a cabeça, como que estivesse se livrando de um torpor – Melhor irmos... Eu tenho que visitar Gunther, se Pomfrey me deixar entrar, claro.

– Sim. Eu também preciso ir, tenho explicar aos meus amigos o motivo de meu sumiço. – Jade assentiu e elas se levantaram.

As duas seguiram, lado a lado, até a entrada do castelo. Dali, tomaram caminhos diferentes, cada uma por um lado. Cada uma com o intuito de varrer Tom Riddle de suas vidas.


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Notas finais do capítulo

......
O que acharam?
Bom, esse capítulo tem a função de mostrar que o Tom não é um gentleman, pelo contrário. Ele é mau, calculista e cruel. Ele se diverte provocando a dor. Ele se sentiu absurdamente satisfeito em jogar aquela Azaração no Gunther e não ficou nem um pouco culpado.
Isso muda alguns conceitos da Jade. Ela já estava meio confusa em relação a seus sentimentos, mas aquilo provoca uma certeza de que ela não quer mais Tom na vida dela... Só que, como Sirius disse no 5 livro, ninguém entrega a Voldemort um pedido de demissão, muito menos a sua namorada.
Mas Hermione também também quer se afastar dele... E tudo isso vai ser um grande problema...
Bom, pessoinhas. Espero que tenham gostado.
Mas me digam, viu? Me digam o que acharam.. se ficou bom, ruim.. O que eu quero saber é a opinião de vocês.
:*