New Life escrita por Nyh_Cah


Capítulo 2
Sad Birthday




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152207/chapter/2

Acordei na manhã seguinte sobressaltada. Alguém estava no meu quarto e estava a tentar acordar-me. Abri os olhos e deparei-me com o médico da minha mãe sentado aos pés da minha cama, com uma expressão neutra na face.
- Bom dia. – Disse ele educadamente.
- Bom dia. – Disse ainda um pouco sobressaltada e ensonada. Ainda era cedo e não era normal o médico aparecer no meu quarto a esta hora da manhã.
- Acho que já sabes o que eu venho aqui dizer. – Disse ele um pouco aborrecido.
- Não… - Disse percebendo o que ele queria dizer. – Não, ela ontem estava bem. Não! Isso não! – Disse, agora, desesperada. Eu não estava preparada para isto. Não agora.
- A tua mãe morreu durante a noite. Fizemos os possíveis para a salvar, mas estava na hora dela. Sabes disso. Sabes que ela já não tinha muito tempo de vida. Foi melhor agora, do que depois estar a sofrer.
- Mas ela ontem estava bem. Até esteve lúcida por um bocado. – Disse limpando as lágrimas que escaparam dos meus olhos. Ela ontem esteve tão bem. Não deu sinais de recaída nem nada. Nem me tinha despedido. Porque é que ele teve que morrer esta noite? Não podia ter mais nenhum tempo com ela para lhe dizer o quanto a amava? Eu queria a minha mãe. Eu estava com medo. Estava com medo do que vinha a seguir. A morte da minha mãe significava uma coisa. Saída do hospício. Eu queria a minha mãe de volta.
- Acontece, Alice. Sabias que ela estava doente, sabias que ela ia morrer. Não é uma novidade assim tão grande. - Disse como se fosse a coisa mais normal do mundo. O médico não percebia o quanto a minha mãe era importante na minha vida. O quanto eu precisava dela para me manter firme. – Alice, sabes que tens que sair daqui, não sabes? Não há outra alternativa. Já te devíamos ter mandado embora há anos. – Informou-me ele.
- Eu sei. – Respondi ainda a chorar. – Eu sei que tenho que me ir embora. Sem a minha mãe, já não faz sentido estar aqui. Já não há nada que me prenda aqui. Vou só fazer as minhas malas e vou-me embora. – Informei o médico. – Não demoro muito. - Eu só estava aqui, por causa da minha mãe. Eu só aguentei estes anos todos neste hospício, porque eu a amava e não queria deixa-la sozinha. Agora, sem ela, do que me valia viver aqui? Nada. Só me iria fazer enlouquecer, mais nada. O médico acabou por sair do quarto e eu arrumei as poucas coisas que tinha na minha mochila. Tinha ainda algum dinheiro. Eu era poupada e tinha feito uns trabalhos para ganhar algum dinheiro. Guardei o dinheiro comigo e saí do hospício. Já não queria ter nada a ver com aquele lugar. O corpo da minha mãe iria ser cremado, como o de todos os pacientes que morreram ali. Eu não queria estar presente. Não queria ver a minha mãe em cinzas, queria que a última lembrança que eu tivesse da minha mãe, fosse ela em corpo, e não em cinzas. Corri sem rumo. Estava desnorteada. Não sabia para onde ir, nem o que fazer. Nunca pensei no que faria, quando a minha mãe morresse, sempre tive a esperança de ganhar a bolsa de estudo. Porque é que ela me teve que abandonar? Logo agora! O que é que eu ia fazer?
Acabei por me sentar num banco de um parque. Estava cansada de correr, precisava de descansar e pôr os meus pensamentos em ordem. Tinha que pensar para onde ir. Tinha que definir a minha vida, agora. Tinha que me habituar que estava sozinha e só tinha a mim mesma com quem contar. Levei a minha mão ao bolso e reparei que tinha lá algo, meti a mão dentro do bolso e tirei um bocado de papel. Era a foto do meu pai. O meu pai, era isso! Eu tinha que encontrá-lo. Eu queria encontrá-lo. Não para que ele tomasse conta de mim, ou algo do género, mas sim porque queria conhece-lo. Queria finalmente conhecê-lo e tinha agora a minha oportunidade.
Levantei-me de onde estava e fui até a primeira estão de comboios que encontrei. Seria mais rápido e mais económico viajar de comboio do que de autocarro. Comprei um bilhete para Port Angeles. Era o local mais perto de Forks que tinha uma estação de comboio. Depois apanhava um autocarro até Forks. Fiquei meia hora à espera do comboio. Quando ele chegou, sentei-me e rezei para que a viagem não fosse muito longa. Queria estar em Forks o mais rápido possível. Acabei por adormecer durante a viagem. Tinha acordado cedo e estar num comboio sem fazer nada, também contribuía para dormir. Quando acordei, estávamos quase em Port Angeles. Já era meio-dia e o meu estômago resmungava por comida. Aguentei até chegar a Port Angeles.
Quando o comboio parou na sua última paragem, saí. Era praticamente a única dentro do comboio. Saí da estação de comboios e procurei a estação de autocarros mais próxima. Sairia mais barato do que ir de táxi até Forks.
Andei durante meia hora e não encontrei nenhuma estação de autocarros. Só esperava que houvesse mesmo uma estação de autocarros, não poderia gastar dinheiro num táxi.
- Desculpe. – Disse a um rapaz com os cabelos loiros encaracolados, quando me fartei de andar à procura de uma estação de autocarros. – Pode me dizer onde é a estação de autocarros? – Perguntei, acabando por me perder na imensidão dos seus olhos.
- És nova por aqui. – Constatou ele. Ele tinha uma voz tão bonita. Para não falar que ele era mesmo lindo. Os olhos dele, principalmente. Tinham o tom verde fora do normal. Uma cor que nunca tinha antes visto. – Bem, eu digo-te. Segues sempre em frente e depois viras à primeira direita. Continuas a andar em frente e ao virares à primeira à esquerda, vês logo a estação de autocarros. – Explicou-me.
- Sim, sou nova por aqui. – Disse. – Obrigada. – Agradeci indo na direcção que ele me indicou. Descobri a estação logo à primeira. Dirigi-me a onde se comprava os bilhetes e pedi um para Forks. O autocarro só partia às duas por isso, podia ir comprar algo para comer. Já não aguentava a dor de barriga. Não comi nada desde ontem à tarde. Na estação, havia uma máquina com umas sandes, acabei por comprar uma e uma garrafa de água. Comi satisfatoriamente e depois fiquei à espera do autocarro. A estação começou a encher com a chegada dos autocarros. Parecia que ia tudo partir à mesma hora. O autocarro onde eu ia, foi pontual. Mal ele chegou, entrei nele. Só queria estar em Forks o mais rápido possível. Ficámos um tempo à espera, a ver se alguém mais entrava e depois, partimos. O autocarro ia praticamente vazio. Ia eu mais duas senhoras, que acabaram por sair nas duas primeiras paragens. Acabei por voltar a adormecer.
- Menina! Menina! – Ouvi alguém a dizer. Abri os olhos muito a custo e deparei-me com o condutor à minha frente. – Chegámos a Forks. – Disse ele.
- Obrigada. – Respondi ainda um pouco ensonada. Esfreguei os olhos para afastar o sono e depois saí do autocarro. Estava nublado e frio em Forks. Parecia que ia chover a qualquer momento. Afastei-me da estação de autocarros de Forks. Se é que aquilo se podia chamar de estação. Dirigi-me até o centro de Forks e sentei-me num banco. Estava cansada, tanto psicologicamente como fisicamente. Passei o dia a viajar e tinha acabado de perder a minha mãe. Estava a ser tão difícil estar sozinha. Sentia que não tinha ninguém para mim. Que se desaparecesse, ninguém daria por mim, simplesmente pelo facto de ninguém saber que eu existo. Já estava a ficar tarde, mas eu queria arranjar um emprego para puder pelo menos, comer. Andei pelo centro da cidade, à procura de alguma coisa. Num minimercado, estava uma tabuleta a dizer que precisavam de alguém para lá trabalhar. Entrei, era a minha oportunidade. Pedi para falar com o chefe e que disse que queria trabalhar ali. O chefe veio imediatamente e fomos para o seu escritório falar.
- Boa tarde. – Disse o senhor educadamente.
- Boa tarde. – Disse.
- Sou o senhor Erikson. E a menina?
- Alice. Alice Brandon.
- Já trabalhaste em algo parecido a um minimercado? – Perguntou ele.
- Não. – Respondi simplesmente.
- Humm… - Disse ele. – Já trabalhaste em algum lado?
- Não. Apenas trabalhei como ama. – Respondi.
- Achas que consegues trabalhar num minimercado? Achas que dás conta do recado?
- Acho que sim. Eu preciso mesmo deste emprego.
- Está bem. Vou-te dar uma oportunidade. Preciso mesmo de alguém que preencha esta vaga. O teu turno começa amanhã, às três. Vais trabalhar por turnos. Amanhã, dou-te a escala. – Informou-me ele.
- Muito obrigada! – Disse ouvindo a única boa notícia nas últimas horas. – A sério! Prometo que vou trabalhar o melhor que conseguir. Muito obrigada. Até manhã.
- Até manhã, criança. – Disse ele. Saí do escritório mais feliz do que o que tinha entrado e voltei para o banco onde tinha estado antes de ir à procura de emprego. Possivelmente, era onde eu iria passar a noite. Não tinha muito dinheiro. Não tinha o suficiente para pagar um quarto ou algo do género. Já estava pouca gente na rua. Era hora de jantar, por isso não era de admirar. O céu foi escurecendo com o passar das horas. Voltei a tirar a fotografia do meu pai do bolso e admirei-a. Tinha que o encontrar. Não podia ser muito difícil encontrá-lo numa cidade tão pequena. Deitei-me no banco o mais confortável que consegui e mesmo antes de adormecer, lembrei-me que dia era hoje. Parabéns, Alice. Acabaste de fazer dezassete anos. Fechei os olhos e acabei por adormecer, agarrada à fotografia dele com a esperança de o encontrar o mais depressa possível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mais um capitulo desta fic! (: Espero que estejam a gostar! Quero agradecer imensoo à Mamita, ela tem estado a ajudar-me imenso a continuar a escrever! Muito obrigada mesmo! E obrigada pela recomendação! Amei-a *.* Fico à espera dos vossos comentários e quem sabes de recomendações! :p ahah
Beijinhos
S2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "New Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.