Sirius Black me olhava com compaixão, mas olhava para o Reg com muita raiva - não chegava a ser ódio, mas tinha muita raiva no olhar dele – como se o Reggie fosse culpado pelo que aconteceu. Sabe, não tem como fazer um bebê sozinho. Ok, tem sim. Tem inseminação artificial e estupro – que pode acabar em gravidez -, mas não foi esse o caso.

― O que eu acabei de ouvir é serio? Você ta grávida? ― Sirius me olhou, mas a compaixão estava sendo substituída pela dor. O que, sinceramente, não faz sentido já que não é ele que esta grávido ou com alguma garota que ele comeu grávida.

― Eu não tenho certeza, ok? ― falei olhando de um para o outro. ― Pode ser só uma indigestão.

― Então vamos até a Enfermaria! ― Sirius disse como se fosse a coisa mais urgente em se fazer. ― Você tem que fazer um exame!

Mas, pela primeira vez na vida, eu não estava preocupada com o que o Sirius estava dizendo. Eu estava mais preocupada com a reação do Reg, mas ele não mostrava nenhuma, ficava apenas olhando para o nada com uma cara de bobo.

― Reggie? ― chamei com um pouco de medo. ― Você ta bem? ― ele não parecia ter ouvido o que eu estava falando. ― Reggie? Reg?? PORRA, REGULUS, EU SEI QUE É CHOCANTE.MAS EU TO TENTANDO FALAR COM VOCÊ E VOCÊ FICA AÍ COM ESSA CARA DE BUNDA!

Agora sim eu consegui chamar a atenção dele, não do jeito que eu queria, já que ele e o Sirius me olharam como se eu estivesse verde com bolinhas roxas.

― Ok, agora você esta me ouvindo? ― perguntei realmente irritada. Não exatamente com ele, mas com as minhas mudanças de humor. Não que eu não tivesse isso antes, mas agora é diferente. Eu não consigo fingir que estou de bom humor quando não estou. A pergunta foi dirigida ao Regulus, mas os dois irmãos assentiram. ― Eu não tenho certeza, mas pelas minhas contas eu estou de um mês e duas semanas. E não, Sirius, eu não posso ir até a AH porque o teste não daria 100% de certeza eu quero esperar um pouco mais...

― Peraí! ― o Sirius falou com uma cara confusa. ― Como vocês fizeram esse bebê?

Deus!! Eu não ouvi isso! Ele não disse isso! Damn! Ele disse! Mas isso não vai passar, ah não vai passar mesmo!

― Ok, Black, sabe eu não queria estragar os sonhos de uma criança, mas os bebês não vêem da cegonha, sabe? ― doce, ironia, como eu te amo. ― É preciso um homem e uma mulher, eles tem...

― Eu sei como se fazem bebês, Helena! ― ele falou se irritando com toda a ironia na minha voz. ― O que eu não entendo é como vocês tiveram esse tipo de relação.

Serio, o Six pode ser lento, mas a lerdeza dele esta chegando ao nível Danny Jones! (N/MiKa: Sorry, quem gosta do Danny (Lu), mas eu não pude evitar. ;D)

― Foi no dia que a gente se conheceu. ― a voz do Reg não deixava transparecer nenhuma emoção e isso estava me matando.

― Então quer dizer que vocês se conhecem e já vão transando? No estilo “Hey, meu nome é Helena.” “Hey, o meu é Regulus. Vamos ali pra eu te comer?”!

Foi impressão ou ele me chamou de puta?

― Não foi assim, ok? ― Regulus disse antes que eu pudesse desfigurar aquela carinha linda do Black mais velho. ― A gente bebeu de mais.

― Pra começo de conversa, eu estou falando com a Helena. ― Helena? Desde quando eu sou Helena para ele? ― E segundo: O que você tinha na cabeça pra ficar por ai em um bar que você mal conhece e bebendo com um desconhecido?!

― Mas eu conheço o Reggie. ― falei tentando me fazer de inocente. Acho que não deu certo já que ele me olhou com mais raiva ainda, alem da dor.

― Não se faça de tonta, Helena. Você pode conhecê-lo agora, mas naquele dia vocês eram completos estranhos! E outra, nós estamos em guerra, sabia? Você não pode ficar de dando ao luxo de sair por aí sozinha e ainda ficar bêbada!

― Ok, Chega! ― eu não vou ficar ouvindo esporro dele não! ― Primeiro: pare de me chamar de Helena. Segundo: não é da sua conta se eu conhecia ou não o Regulus na época, aconteceu e não tem como voltar atrás. E terceiro: eu sei que estamos em guerra. Eu mais do que ninguém sei que não posso me dar ao luxo de sair sozinha e ficar bêbada, mas eu não pensei, ok? Eu estava cheia de coisas na cabeça e precisava de uma bebida mais forte que a Cerveja Amanteigada. ­― falei tudo de uma vez olhando para ele com o meu melhor olhar “a culpa é minha e eu a coloco em quem eu quiser”, mas logo meu olhar virou para o Regulus que me olhou meio amedrontado. Momento confissão: Adoro botar medo nos outros. ― E você, Baby Boy, se você se quer pensar em sugerir um aborto eu juro que arranco a unhadas o que você tem de mais precioso. ― falei entre dentes e no final olhei para “os documentos” dele, se você me entende, o que fez com que ele se encolhesse, mas o que me surpreendeu foi o olhar determinado dele.

― Você tá louca? ― what? Como assim? ― Porque só pode tá louca pra achar que eu iria sugerir um aborto! Eu posso ser sonserino, mas não tenho sangue de barata, ok? Eu sei que eu errei e eu tenho que assumir meu erro!

― Mesmo? ― eu já disse que odeio essas mudanças de humor constantes? Se eu não disse eu digo agora e se já disse repito: eu odeio as minhas mudanças de humor! Por que eu estou falando isso? Simples. Porque meus olhos começaram a marejar e minha voz saiu embargada por causa disso. ― Você promete?

― Prometo! Eu não vou te deixar sozinha nessa!

― Mesmo que eu fique insuportável e gorda igual à um botijão de gás?

― Sim, Pumms, eu prometo, mesmo achando que você não vá ficar insuportável nem gorda. ― Reg disse em meio à gargalhadas o que fez com que eu cruzasse os braços e fizesse um bico imenso.

― Eu discordo. ― Sirius falou com a cara mais seria do mundo o que me deixou indignada. ― Não que você vá ficar gorda, Lena, na minha humilde opinião você será a grávida mais linda do mundo. ― OMG! ― Eu discordo da parte de que você não vai ficar insuportável. ― What? ― Porque, sem ofensa, mas você já é meio esquentada com o humor no lugar. ― eu tenho o humor no lugar? Não sabia dessa. ― Imagine grávida!