Herdeiros escrita por Queen of Hearts


Capítulo 3
Escrofulária X Seleção


Notas iniciais do capítulo

Gente, mais outro capítulo para vocês curtirem. Agora eu gostaria de pedir que comentem. Estou precisando me motivar, mas não vou deixar de escrever a fic, até porque mal comecei.



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Uma Maria-Fumaça enorme e vermelha circulava calmamente pelas belas paisagens do campo, a caminho de Hogwarts, deixando um rastro de fumaça branca por onde quer que passasse. Dentro da enorme cobra vermelha, podia-se ver vários adolescentes conversando, se reencontrando ou até mesmo criando novas amizades, mas apenas dois adolescentes em especial não estavam se encaixando nessa história. Esses eram Alvo e Rose.

Os dois estavam praticamente perdidos no corredor do trem e provavelmente eram os únicos que estavam de pé, andando de um lado para o outro atrás de uma cabine onde pudessem se sentar. Sua querida família, – Tiago, Fred e Lino – os haviam expulsado de dentro da sua cabine, alegando que os grandes desordeiros de Hogwarts não poderiam ficar na mesma cabine que dois calouros inúteis, sem o menor talento para confusão.

E lá estavam Rose e Alvo, cada um bufando de raiva; com uma expressão furiosa no rosto e irritados por terem sido expulsos da cabine de sua adorável família. Contudo, após alguns minutos, Rose segurou o braço de Alvo e os dois pararam para olhar uma cabine incomum. Nela, havia uma garota loira, com um chapéu extremamente estranho, mexendo em uma planta avermelhada que soltava uma gosma verde e viscosa. Junto dela, estava um garoto de cabelos pretos e olhos castanhos, sentado em frente à garota. Ele olhava assustado para a gosma que descia da planta e não pareceu notar quando os dois primos adentraram a cabine.

— Lara! — Rose gritou.

— Rose! — respondeu a loira.

— Que bom ver você, te procurei na plataforma mais não a vi — abraçou-a Rose.

— Eu e mamãe paramos no meio do caminho para King's Cross e fomos ver os zomzóbulos.

— Lara, zomzóbulos não existem!

— Claro que existem, eles são bichinhos que entram pelo seu ouvido e embaralham seu cérebro.

— Pois então esse garoto está cheio de zomzóbulos — apontou Alvo para o menino de cabelos pretos. — porque ele não está se mexendo. — e cutucou-lhe o braço enquanto o mesmo permanecia parado, olhando para a planta.

Rose se aproximou devagar do garoto, cutucando-o de leve no braço, mas não houve reação. No fim, resolveu chamá-lo.

— Garoto. Ei, garoto! Está me ouvindo? GAROTO!

Novamente não houve reação e a ruiva colocou a mão na frente de seu rosto, balançando-a. Depois de estalar os dedos duas vezes e cutucá-lo infinita vezes, desistiu.

— Acho que ele morreu — concluiu Alvo.

— Ora, deixe de ser pessimista Alvo! — chateou-se a ruiva. — O que será que ele está olhando?

— Acho que deve ser minha escrofulária — disse Lara.

— A sua o quê? — perguntou Alvo, olhando por cima do ombro da amiga para a planta avermelhada atrás dela.

— A minha escrofulária. Seu nome é Scourgies e veja como é bonita! — exclamou a loira, erguendo a planta avermelhada e viscosa com uns tentáculos verdes; de onde saia uma gosma da mesma cor.

Alvo ao olhar para a planta, colocou a mão na boca e fez uns ruídos estranhos como se estivesse prestes a vomitar. Rose por sua vez, ficou estática e o resto de cor que havia em seu rosto sumiu pouco a pouco, como se estivesse virando um fantasma. Já Lara que não parecia ter percebido as expressões dos amigos, sorriu normalmente e olhou orgulhosa para sua planta.

— Legal, não é? — falou sorridente.

— Hum... Sim, ela é linda — respondeu Alvo, mas sua expressão dizia o contrário. — Alguém poderia me arranjar um saquinho? — perguntou.

Rose o ignorou.

— Lara, isso é o que eu estou pensando? — perguntou a ruiva temerosa, olhando assustada para a planta.

— Hum, não sei. Em que você está pensando?

— Hã...

— É sério, alguém aí tem um saquinho?

— Fique quieto, Alvo!

— Mas...

— Isso...Isso é... — falou pela primeira vez o garoto de cabelos preto. — Uma escrofulária, não é?

— O que? — Rose perguntou.

— Essa planta, é uma escrofulária venenosa! — respondeu o garoto apontando para a montanha de gosma.

— Lara, isso é verdade?

— Não sei, foi meu pai quem comprou, então não posso dizer se é ou não. Apesar de que se soubesse, não acho que lembraria.

— Ai, meu Merlim! — se afastou Rose, indo em direção à porta da cabine.

— Acho que essa planta está ficando vermelha — comentou Alvo, depois que os amigos se calaram.

Ele parecia querer correr para a porta, mas Rose estava empatando. Então só lhe restou olhar novamente para a escrofulária que estava fazendo seu estômago revirar. Em falar na montanha de gosma, o garoto percebeu que ela tinha virado uma espécie de bola e seus tentáculos estavam em volta do corpo. Rose e os outros também haviam percebido e ouviram a planta fazer um barulho estranho e soltar algo viscoso. Quando ela começou a inchar, o garoto de cabelos pretos falou:

— Eu acho que ela vai...

— Explodir! — todos gritaram.

— Joga pela janela! — berrou Rose.

— Não! Ela é minha escrofulária! — gritou Lara.

— Se ela explodir vai voar gosma venenosa para todo lado. Eu não quero ser atingido por ela — brigou o garoto, colocando as mãos sobre o rosto.

— Joga pela janela! — berrou Rose mais uma vez.

— Eu já disse que não! — falou Lara, a loira parecia estar prestes a chorar.

— Sinto muito Lara, mas ou é Scourgie ou nós! Vingardium Leviosa! — pronunciou Alvo, fazendo com que a planta avermelhada flutuasse janela a fora.

— Não!

— Desculpe.

E Scourgie caiu no chão, para fora do trem, porém Rose ainda não parecia satisfeita.

— Fecha a janela, rápido! — gritou.

O garoto de cabelos pretos obedeceu. Ele saiu correndo de onde estava e fechou o vão. Assim que ouviram o barulho da fechadura, uma onda de gosma voou do lado de fora e atingiu em cheio a janela, fazendo com que a visão ficasse extremamente embaçada.

— Urgh! Que coisa mais nojenta! — falou Alvo, com uma expressão de nojo.

— Cara, nós matamos uma planta?! — perguntou o outro.

— Melhor do que se fosse ao contrário — concluiu Rose.

— Mas tinha que ser a minha planta? — perguntou Lara.

— Hum, e tinha outra? — rebateu Alvo, recebendo um safanão de Rose.

— Desculpe Lara — disse a ruiva. —, mas aquela não era uma planta normal. Você sabe o que teria acontecido se continuássemos com ela.

— A Rose está certa, ficaríamos com uns furúnculos enormes em cantos onde você nem possa imaginar — falou o garoto de cabelos pretos.

— Eca! Eu não quero ficar com esses furúnculos — reclamou Alvo.

— Arg! Pare de reclamar, Alvo — brigou Rose.

— Por que?!

— Porque Lara não está bem.

— Não me diga que ela ficou chateada por...

— Aquilo?! — perguntaram os dois garotos, e Alvo olhou surpreso para o outro.

A ruiva os encarou, mas antes que pudessem falar qualquer coisa, os dois garotos se viraram e passaram a conversar sobre um assunto aleatório. Rose suspirou. Quando alguns minutos haviam passados e tudo já estava de volta ao normal, Alvo voltou a perguntar:

— Afinal, qual o seu nome? Já havia até me esquecido de perguntar.

— Me chamo Hélio Houston.

— Prazer Hélio, sou Rose Weasley — falou a ruiva.

— Sou Alvo Potter — e estendeu a mão para o garoto.

— Sou Lara Lovegood — sorriu a loira.

— Prazer, mas esperem. Eu conheço vocês.

— Tenho certeza que sim, mas procure esquecer isso, está bem? — falou Alvo, um tanto incomodado.

— Hum, ok — sorriu o outro.

Todos lhe olharam agradecidos, já que era óbvio o motivo de Hélio saber quem eram. Tentando afastar o assunto Antiga Geração, os garotos logo iniciaram uma conversa e descobriram algumas poucas coisas em comum. Quando estavam próximos de Hogwarts, ouviram um apito e viram quando todos os alunos correram para fora. Eles estavam indo ao encontro de um meio-gigante; que chamava todos para o lado de fora. A maioria dos primeiranistas ficou impressionada com o tamanho de Hagrid, até mesmo Hélio ficou chocado com o que viu. Os únicos que pareciam normais ali eram Alvo, Rose e Scorpius, que estava ao lado de Jonh.

— Alunos do primeiro ano, por aqui, por favor! — chamou Hagrid, fazendo com que os calouros se aproximassem vagarosamente.

— Ei, Hagrid! — chamou Alvo, correndo e acenando para o meio-gigante. — Como vai?

— Alvo, meu garoto! — exclamou Hagrid, sorrindo largamente e dando-lhe um abraço de quebrar as costelas. — Como vai seu pai?

— Normal — deu de ombros. — Na verdade, ele anda trabalhando um pouquinho demais e mamãe não está gostando muito. — sussurrou.

— Mais que ótimo!

— É? — se confundiu o garoto.

— Sinal de que ele está gostando do trabalho, não? — sussurrou o meio-gigante de volta.

— Hum... Talvez — murmurou Alvo.

— Ei!

Alguém chamou e encontraram um loiro parado, olhando para eles. O garoto não parecia muito satisfeito e menos ainda, o moreno ao seu lado. Quando Hagrid e Alvo se deram conta do que estava acontecendo, viram um círculo de primeiranistas surgir atrás dele. O loiro falou.

— Me desculpe, mas não era você quem iria levar-nos até o castelo? Ou o Potter é mais importante? — perguntou.

Alvo notou que os garotos atrás dele também estavam incomodados e suas orelhas começaram a ficar vermelhas. Vale lembrar que eles também estavam cansados de esperar e que o motivo da espera era... ele! Alvo se virou novamente para o loiro. Contudo, ele não o olhava mais e encarava agora alguém da multidão. Sua expressão se fechou. Mas que diabos...? Rose o encarava de volta, a ruiva não havia gostado do rosto arrogante de Scorpius. Mas antes que qualquer um dos três pudesse dizer alguma coisa, Hagrid interrompeu.

— É melhor irmos andando para o salão principal ou a professora McGonagall não ficará muito satisfeita — disse, lançando um olhar de esguelha para Scorpius.

Todos concordaram e Hagrid começou a andar em direção a um dos barcos na beira do lago negro. O grupo dos calouros o seguiu. No entanto, cochichos iniciaram a respeito de Rose, Alvo e Scorpius e muitas conversas rolavam sobre eles. O loiro parecia indiferente a elas e Jonh o olhava admirado, seu amigo era mais parecido com Draco Malfoy do que ele imaginava. Já do outro lado do grupo, Alvo andava rapidamente bufando a cada passo que dava, e Rose estava séria. Lara e Hélio que estavam ao seu lado, continuaram calados por todo o caminho.

Ao chegarem no castelo, todos ficaram impressionados com o que viram. Hogwarts era realmente a melhor escola de magia e bruxaria do mundo. Depois de deixar os alunos olharem um pouco os quadros e as paredes do saguão de entrada, Hagrid pigarreou e logo todos olharam pra ele.

— Bom, chegou a vez de vocês. Agora todos irão entrar por essa porta — ele apontou para uma enorme porta marrom. — e vão ser recebidos pela professora McGonagall e pelos os outros alunos. Por último, irão ser selecionados para a casa escolhida pelo chapéu seletor e irão se juntar aos monitores. Estão prontos? — perguntou Hagrid.

Metade fizeram que não com a cabeça e muitos já estavam até ficando vermelhos. Hagrid conseguiu conter uma gargalhada e logo os grandes portões do salão principal estavam se abrindo para que eles entrassem. Quando isto aconteceu, muitos se atrapalharam, uns tropeçaram nos pés dos outros e outros bateram de encontro no colega da frente. Porém, depois de se recomporem, continuaram andando normalmente até o banquinho onde um velho e desfiado chapéu estava esperando por eles. Neste momento, viram uma mulher alta e imponente com um coque de dar inveja se levantar da enorme mesa dos professores e lhes dá os cumprimentos, alguns hesitaram.

— Nessa maravilhosa noite — começou McGonagall —, estamos começando mais um ano letivo e em como todo ano, estamos recebendo novos alunos que irão se juntar a nós. Espero que os veteranos possam recebê-los de acordo com suas expectativas e que comece a seleção!

E voltou a sentar em sua cadeira. Um homem de pequeno porte saiu de trás da mesa dos dela com uma lista na mão, se colocando sobre um pódio atrás do banquinho. Começou a chamar os alunos para a seleção.

— Natasha Naught

Uma garota de cabelos muito pretos saiu de dentro do amontoado dos alunos novatos e foi andando vagarosamente em direção ao banquinho. Chegando lá, o homenzinho retirou o chapéu seletor e o colocou sobre sua cabeça. Depois de uns minutos pensando, o chapéu finalmente falou:

— Lufa-Lufa!

A mesa da Lufa-Lufa explodiu em aplausos e logo a garota já estava correndo para lá. No decorrer da seleção, todos foram sendo chamados de modo igual e pouco a pouco a vez de Alvo foi se aproximando até o momento em que o chapéu chamou seu nome:

— Alvo Potter!

Alvo chegou a se arrepiar ao lado de Rose. Ele estava apavorado, morria de medo de ir para a sonserina e não queria de jeito nenhum parar lá. Mesmo depois do que o seu pai falou, ele ainda sim não queria ir para a sonserina. E foi tropeçando nos próprios pés que ele chegou até o banquinho e se sentou. O homem baixinho colocou o chapéu seletor sobre sua cabeça e o mesmo desandou a falar:

— Tem bastante fibra, é corajoso, tem muita personalidade e não desiste de um bom desafio. É também ousado, um pouco sarcástico e sabe ser uma boa pessoa. Interessante...Acho que vou colocá-lo na... — Alvo juntou as mãos como se estivesse rezando. — Grifinória!

A mesa da grifinória explodiu em gritos de alegria, provavelmente era a mesa mais animada de todo o salão. Alvo saiu correndo do banquinho em que estava e foi direto para a mesa da grifinória, cumprimentou a todos e logo o silêncio pairava novamente no ar. Depois de um tempo, a maioria dos alunos já haviam sido selecionadas e apenas três permaneciam esperando. Esses eram Rose, Jonh e Scorpius e o primeiro a ser chamado foi Jonh. Scorpius logo tratou de ficar ao lado de Rose, mas ao vê-lo a ruiva empinou o narizinho e virou o rosto para o outro lado como se o loiro não estivesse ali. Ao ver a reação de Rose, um pequeno sorriso se formou em sua boca. Rose era marrenta e ele gostava disso – gostava de implicar com isso. Chegou mais perto da garota e lhe falou baixo:

— Não precisa virar de costas para mim, não estou interessado em ruivas cabeça de fósforo.

Ao ouvir a voz de Scorpius, Rose tomou um susto e lhe sorriu sarcástica. Em seguida, rebateu a ofensa.

— E eu não ligo, tenho certeza que você sabe.

Depois se virou para o banquinho e andou normalmente para lá como se nada tivesse acontecido. A verdade é que seu coração estava acelerado, mas ela não sabia se era pela seleção ou pelo loiro arrogante que ficou para trás. Quando finalmente se sentou, olhou para frente e ouviu quando o chapéu disse:

— Grifinória!

Ela deu um pulo do banquinho e correu em direção à mesa da grifinória. Cumprimentou todo mundo, mas não conseguiu se segurar e olhou de esguelha para Scorpius que estava em pé, esperando ser selecionado. Ele estava sorrindo e seu sorriso era bonito, mas era frio e bastante arrogante também. Depois de uns minutos, o seu nome foi chamado e logo o garoto foi andando desleixadamente em direção ao banquinho como se não ligasse a mínima para a seleção. A verdade: ele estava sim preocupado e após se sentar, o chapéu seletor foi colocado em sua cabeça. Não passou nem dez segundos e logo ouviram o grito do chapéu:

— Sonserina!

A mesa da sonserina, assim como todas as outras, explodiu em aplausos, principalmente dos veteranos. Todos apertaram a mão de Scorpius e o cumprimentaram, logo ele já estava familiarizado o suficiente para se manter por lá o resto da sua vida em Hogwrtas.


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