Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 17
Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse ficou um pouco curto, mas só vou saber quando vir o contador de palavras. De qualquer jeito, espero que gostem...



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            - Onde estamos indo? – Perguntou Hermione – Quero dizer, qual é o plano?

            Ela sabia que aquilo era a única coisa que podiam fazer. Tinham que salvar Thalia e Artemis. Mas mesmo assim, não haviam pensado em nada. Não tinham idéia nem sequer de onde a Deusa estava, ou para onde as Caçadoras estavam indo. Como achariam o caminho certo?

            - Plano? – perguntou Percy – Isso é com Annabeth aqui – e apontou para a garota ao seu lado com um largo sorriso – Ela pensa. Eu sou o cara da ação.

            Hermione olhou para Annabeth, esperando que ela tivesse alguma idéia – qualquer uma – do que fazer. A garota, todavia, pareceu constrangida. Apenas deu de ombros.

            - Não tive tempo de pensar em nada – disse ela – Isso tudo foi muito rápido.

            - Certo, mas para onde estamos indo? – Perguntou Harry.

            Os quatro estavam sentados numa pequena praça de Nova Iorque, pela primeira vez, podiam pensar em quão suicida aquela missão parecia.

            - Vamos pensar – começou Annabeth –, as caçadoras estavam no Texas quando Artemis foi seqüestrada. Cronos e Voldemort poderiam ter armado essa emboscada em qualquer lugar do mundo, por que justamente no Texas?

            Todos deram de ombros. Ninguém tinha idéia.

            - Para onde podem ter levado Artemis? – continuou Annabeth – Vamos lá, gente, me ajudem a pensar.

            - Acho que a pergunta primordial é: por que seqüestraram Artemis? – disse Hermione.

            Todos ficaram em silêncio. Nenhum deles havia pensado no assunto, mas parecia pouco provável que Voldemort tivesse acordado naquela manhã com vontade de capturar a Deusa da Caça. Provavelmente existia um motivo por trás de tudo isso.

            - Terrorismo? – sugeriu Percy – Vocês sabem, colocar medo nos campistas.

            - Talvez – concordou Annabeth – mas, acho que ainda tem algo a mais. Algo que estamos nos esquecendo.

            Seria possível que... Harry quase comentou o assunto, mas depois mudou de idéia. Desde que saíra de Hogwarts nunca mais ouvira aquela voz sinistra. Provavelmente não tinha nada haver com o assunto. Devia ser apenas Pirraça, o fantasma da Sonserina, pregando uma peça nos alunos da Grifinória novamente.

            - Eu tenho tido sonhos – falou Percy.

            - Sonhos? – Perguntou Hermione incrédula. Ela não acreditava que o garoto realmente quisesse falar sobre o que tinha sonhado num momento tão serio como aquele.

            Annabeth viu a interrogação nos olhos da amiga e respondeu a pergunta que não fora verbalizada.

            - Sonhos de semideuses são sonhos especiais – disse ela – Algumas vezes nos revelam o futuro, ou nos dizem coisas que ignoramos sobre o presente, entende?

            Harry e Hermione assentiram.

            - E sobre o que você sonhou, Percy? – Perguntou Annabeth.

            - Bom, não ficou claro ainda. Mas eu tenho tido esse sonho com bastante freqüência ultimamente... A cada noite eu consigo um pedaço maior do sonho, sabem? Chego mais longe...

            O garoto pareceu perdido em seus próprios pensamentos. Todos esperaram que ele estivesse pronto para continuar.

            - O meu sonho começa comigo numa rua deserta, à noite. Eu não sei onde estou. A rua é comprida. Eu começo a andar, embora não saiba exatamente para onde estou indo, passo em frente a uma livraria, uma farmácia e uma loja de comida chamada Foods 4U.  Enquanto caminho, eu começo a ouvir uma voz. Uma voz fria e fraca.

            Harry gelou. E se fosse a mesma voz que ele ouvira em Hogwarts? Pouco provável, novamente o garoto não comentou nada. Percy continuou a narrativa de seu sonho.

            - A voz, em todo sonho, diz “venha pegá-la. Ela corre perigo, sabe disso. Ela precisa de ajuda...” nesse momento, eu começo a ouvir gritos distantes. A voz de quem grita é feminina. Ela não diz nada, apenas grita. Em geral, quando dou um passo depois disso, eu acordo. Apesar de que nas últimas noites eu tenho conseguido ir mais longe, dando alguns passos.

            O garoto parou de falar.

            - Percy – perguntou Annabeth -, esse é aquele sonho do qual você comentou outro dia, quando ainda estávamos em Hogwarts?

            O garoto assentiu

            - Sim, era esse. Mas, na época, não tinha grito nenhum. Era apenas eu em uma rua deserta. Não entendi muito bem o que aquilo queria dizer, mas agora acho que entendo. Artemis. Ela é quem está gritando. Cronos e Voldemort devem estar torturando-a, embora eu nem imagine por quê... Não falei com Quíron sobre o assunto porque só agora percebo que os Gritos podem ser de Artemis.

            - Bom – disse Annabeth indecisa – Pelo menos agora temos uma pista, embora seja bem pequena. Mas, primeiro, por que Cronos estaria lhe mostrando isso tudo? Sabe? Por que ele está fazendo com que você tenha esses sonhos?

            -Talvez não esteja fazendo – falou Percy – talvez seja apenas coincidência, quem sabe?

            - Ou, talvez seja uma emboscada – terminou Annabeth séria.

            Percy sorriu. Annabeth, como sempre, tinha pensamento rápido.

            - Talvez – continuou a garota – Cronos esteja apenas nos atraindo. E, quando chegarmos lá estaremos cercados de monstros... Ele deve estar tentando se livrar de nós o quanto antes...

            - Certo – disse Hermione balançando a cabeça – Mas, por que ele iria querer se livrar de nós? Quero dizer, ele nem sequer sabe da Profecia – ou pelo menos, acho que não – Não há motivo para ele tentar eliminar os Oito.

            Todos se calaram. Aquilo fazia sentido. Mas, então, o que Cronos queria com aqueles sonhos?

            - E se – começou Harry – ele não estivesse atrás de nós? Mas de outras pessoas? 

            - Como quem? – perguntou Annabeth.

            - As Caçadoras! – gritou Percy num átimo, ele havia acabado de compreender onde Harry queria chegar – Cronos quer as Caçadoras. Provavelmente Thalia está tendo os mesmos sonhos que eu. Por isso ela saiu correndo para salvar Artemis, sabe que a Deusa está em perigo.

            - Mas, Percy – falou Annabeth -, se você também está tendo esse sonho, significa que Cronos também está querendo você...

            O garoto assentiu, já havia entendido essa parte. No fundo, ele não se importava com isso. Sua amiga Thalia podia correr sérios perigos nesse exato momento. Se Cronos ou Voldemort conseguissem outra emboscada... Artemis não estaria lá para se sacrificar por suas Caçadoras novamente...

            - Nós temos que ir – disse Percy por fim.

            Verdade seja dita, no fundo, Percy se culpava pela fuga de Thalia. Ela chegara ao Acampamento desamparada, sem sua Deusa, mais o garoto estava ocupado demais pensando na Profecia e nos Oito. Ele nem sequer percebera o estado de sua amiga. Se tivesse ao menos conversado com ela... Ele talvez tivesse descoberto dos sonhos e Quíron poderia ajudá-los. Thalia estaria segura com eles agora. Ele se culpava por isso. Sem perceber, abandonara uma de suas melhores amigas e agora ela poderia estar correndo perigo. Ele não se importava que Cronos ou um bruxo das trevas estivessem atrás dele também. Sua amiga precisava de ajuda e ele iria ajudá-la.

            - Tudo bem – disse Hermione – O problema é que isso apenas significa que temos agir rapidamente. Artemis está em perigo. As Caçadoras sabiam disso, por isso partiram e agora também podem estar correndo perigo. Mas, no seu sonho, você realmente não tem idéia alguma de onde está?

            Percy balançou a cabeça negativamente.

            - Desculpe – disse ele – Não tenho idéia.

            - E voltamos para a estava zero – disse Harry – para onde vamos?

            Todos pensaram por mais alguns segundos.

            Tronc.

            Percy ergueu a cabeça.

            - Vocês ouviram isso? – perguntou ele.

            - Isso o quê? – indagou Annabeth.

            Tronc.

            - Eu ouvi – disse Hermione alarmada.

            O barulho se repetiu. Dessa vez, Harry e Annabeth ouviram também.

            - O que é isso? – perguntou Harry

            Percy engoliu em seco. Ele já havia ouvido aquele barulho antes.

            - Se eu estiver certo – disse ele – É um velho conhecido meu...

            O barulho era ritmado e foi ficando cada vez mais alto. O que quer que fosse estava chegando cada vez mais perto. Finalmente, o monstro virou a esquina, saindo das sombras de um enorme edifício. Percy, Annabeth, Harry e Hermione puderam vê-lo.

            Era enorme. Tinha dois chifres desproporcionais a sua cabeça. Corpo de touro, mas bípede. Nos braços, ele carregava um machado de dois gumes absurdamente grande. As machas de sangue ressecado na lâmina do machado mostravam que a criatura não teria medo de usá-lo numa luta. Era o minotauro.

            O grande monstro-touro-bípede olhou ao redor. Farejou o ar e sentiu o cheiro que procurava. Sim, sua vítima estava ali. Ele avistou Percy no centro da praça e começou a caminhar em direção ao garoto. Os barulhos Tronc vinham a cada vez que os pés pesados do monstro tocavam o chão. Harry e Hermione estavam paralisados, boquiabertos sem saber o que fazer ou dizer. Nunca em sua vida eles haviam visto algo assim, e olha que eles já haviam lutado com Aranhas Gigantes, Basiliscos e Dragões.

Por mais óbvia que fosse a presença do minotauro na praça, todavia, as pessoas normais que estavam ao redor, todavia, pareciam ignorá-la. O enorme bicho encarou Percy, como se quisesse uma espécie de revanche pela ultima luta que eles tiveram.

            - Por que ninguém percebe o minotauro? – sussurrou Harry para Annabeth.

            - É uma coisa chamada Névoa – disse ela sem tirar os olhos do minotauro, e sem fazer nenhum tipo de movimentos bruscos – Impede que os mortais vejam coisas do mundo Grego. Provavelmente, as pessoas encaram o minotauro como alguma criança fantasiada de touro, ou algo assim.

            Harry assentiu e se preparou para a luta. O monstro atacaria a qualquer momento. O garoto sacou sua varinha. Estava feliz que finalmente poderia usar magia e não precisava mais fingir ser um campista.

            - Harry, eu não acho que isso seja uma boa idéia – disse Hermione segurando o braço do garoto - Com Névoa ou sem Névoa, os trouxas ainda conseguem ver magia. Não me parece uma boa idéia. E além disso, ainda somos menores de idade. Não sei se a regra de não poder usar magia fora de Hogwarts no sexto ano ainda se aplica a nós, mas acho melhor não usar. Pelo menos, não ainda.

            - Droga! – falou Harry guardando a varinha – Com o que eu luto?

            - Você não luta. Pelo menos não ainda. Temos que pensar sobre isso mais tarde – respondeu Annabeth.

            - Deixem-no comigo – falou Percy – Já lutei contra ele antes e venci. Posso fazer de novo. Além disso, ele quer a mim, não há motivo para vocês se arriscarem.

            - Mas... – tentou intervir Harry. Ele não estava acostumado a deixar que os outros lutassem por ele.

            Nunca teve a chance de terminar a frase. Naquele momento o minotauro saltou sobre Percy. O garoto rapidamente destampou Contracorrente, revelando a espada. Ele conteve o ataque do minotauro com ela.

            O enorme monstro ergueu seu machado acima da cabeça e preparou para descê-lo em cima de Percy. O garoto, contudo, foi mais rápido e bloqueou o ataque colocando sua espada acima de sua cabeça. O golpe foi pesado e Percy deu um passo para trás, tentando se reequilibrar.

            O minotauro pareceu perceber isso. Rapidamente assumiu a posição de ataque novamente, dessa vez virando seu machado de dois gumes para os lados, tentaria acertar Percy nas costelas e acabaria com a luta assim. Seria um final sangrento.

            O monstro foi rápido e o garoto não teve tempo de se defender. Saltou para o lado e rolou no chão, evitando levar a machadada. Percy, ainda no chão, ergueu sua espada e fez um corte – mesmo que não muito profundo – ao longo da perna do minotauro.

            As pessoas ao redor estavam achando estranha uma brincadeira de lutinha entre um garoto e uma criança fantasiada de touro, mas como não tinham nada com aquilo, resolveram deixá-los para lá. Talvez os pais daqueles dois garotos aparecessem e os impedisse de lutar.

            O minotauro urrou de dor quando Percy fez o corte em sua perna. Agora o monstro estava irritado. Começou a balançar seu enorme machado para todos os lados, tentando acertar Percy em um deles. O garoto se defendia da melhor forma que podia, mas não ganharia a luta somente se defendendo. A situação estava ficando crítica. Ele não se lembrava do minotauro ser tão poderoso assim. Algo estava errado...

            Harry atirou uma pedra que pegara no chão na cabeça do minotauro.

            - O seu bicho feio, vem me pegar! – gritou ele.

            O monstro, pela primeira vez, parecia ter notado a existência do menino com a cicatriz. Deixou Percy de lado e foi atrás daquele que havia atirado a pedra. Para a sorte de todos, esse descuido do monstro fez com que ele ficasse de costas para Percy. E, o garoto que empunhava Contracorrente não perderia essa oportunidade de dar um fim à luta, é claro.

            - Seu oponente sou eu – gritou o garoto enquanto atravessava Contracorrente pelo coração do enorme monstro – Já se esqueceu?

            O minotauro soltou um grunhido de dor enquanto se desfazia em pó. O grito do monstro era grave, Harry se surpreendeu – mesmo já sabendo da história da Névoa – que nenhum trouxa pudesse ouvi-lo. Percy respirou fundo, havia ganhado. Dessa vez, com uma pequena ajuda, mas ainda assim, tinha ganhado.

            - Isso não é um bom sinal – falou Hermione – Se já temos monstros atrás de nós, significa que Cronos, de alguma forma, já sabe sobre o que pretendemos. Ele deve querer capturar Percy e levá-lo sozinho.

            - Ou talvez queira nos eliminar – sugeriu Harry – Sem mim, você e Annabeth, Percy teria que seguir o caminho até sabem os Deuses aonde sozinho.

            - Ou talvez seja apenas uma coincidência – sugeriu Percy esperançoso. Não tinha gostado de nenhuma das idéias em particular.

            - Pouco provável – falou Annabeth – Acho que Hermione está certa. Temos que nos apressar e achar logo Artemis.

- Para onde vamos então? – perguntou Harry

            Ele olhou para Annabeth, mas a garota parecia perdida em seu próprio mundo.

            - Conheço esse olhar – falou Percy desconfiado. Ele conseguia decifrar o que Annabeth sentia apenas com o olhar dela – no que você está pensando?

            - Percy, nesse seu sonho que você comentou – começou ela calmamente - Como era a rua que você estava mesmo?

            - Era grande, parecia que não tinha fim – respondeu ele sem saber onde isso os levaria – E deserta.

            - Sim, sim. Mas, você falou outra coisa alem disso, se lembra? O que era mesmo?

            - Uma livraria, uma farmácia e uma loja de comidas?

            Annabeth sorriu.

            - Sim, é exatamente disso que estou falando. Já sei como poderemos encontrar essa rua. Venham, me sigam.

            E todos foram.


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Notas finais do capítulo

E então...? Comentários? Recomendações? Críticas? Sugestões? Mesmo que você não tenha nada para dizer, diga alguma coisa xD. Nem que seja um oi, só para eu saber que você leu.