Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 18
A Biblioteca de Nova York


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, eu pretendia postar esse capítulo ontem, mas com toda aquela coisa de manutenção, eu não consegui. Espero que curtam o capítulo.



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A garota andava com passos firmes, ela sabia onde deveria ir e por que deveria ir. Apenas a alguns passos atrás dela, vinham Percy, Harry e Hermione, se perguntando onde Annabeth estava indo. Quando enfim terminaram a luta com o Minotauro, ela apenas dissera que sabia como encontrar a rua dos sonhos de Percy e saíra andando por aí.

            - Annabeth – disse Harry cautelosamente – Não é que eu queira parecer chato nem nada, mas... Onde estamos indo?

            - Ao único lugar onde temos uma chance de encontrar a rua, na biblioteca!

            Percy viu os olhos de Hermione brilharem com a simples menção da palavra. Annabeth estava de costas para ele, mas conhecendo-a como ele conhecia, sabia que ela também estava entusiasmada com aquela passagem pelo berço dos livros e do conhecimento. Esse era um sentimento que ele – e provavelmente Harry – jamais entenderia.

            - E qual é o objetivo de ir à biblioteca? – indagou Harry – Digo, nós não vamos encontrar um livro intitulado “Ei, Oito Escolhidos, eu sei onde Artemis está aprisionada”.

            Hermione parou de andar e olhou para Harry espumando. Seus olhos pareciam soltar faíscas.

            - Nunca duvide da biblioteca! – disse ela séria – E nunca, nunquinha mesmo, ouse fazer pouco caso dela enquanto eu estiver perto dela. Fui clara, Harry Potter?!

            A entonação com que ela falara o nome do garoto, não assustara apenas ele, mas a Percy e Annabeth também.

            - Err... – Harry parecia constrangido com a súbita explosão de sua amiga – Tudo bem... Sem duvidar da biblioteca... Nunca mais...

            - Ótimo – respondeu ela enquanto se virava e continuava a andar

            O pequeno grupo seguiu alguns minutos em silêncio até que finalmente chegassem a Biblioteca Pública de Nova York, uma das maiores e mais completas bibliotecas do mundo. Eram quase quatro andares com livros, computadores, jornais, periódicos e revistas para todos aqueles que se dispusessem a lê-los e desvendar seus segredos.

            Percy e Harry ficaram em silêncio enquanto Annabeth e Hermione deliciavam seus olhos com tudo aquilo.

- Hermione – brincou Harry – feche a boca, está babando.

A garota fulminou-o com o olhar. Ok, pensou Harry, pro futuro, me lembrar que nada de brincadeiras que envolvam de qualquer forma livros ou conhecimento. Percy e Annabeth apenas deram risada.

            - Vamos – falou Percy – Annabeth, qual é o seu plano? Por que viemos aqui?

            Ele não perguntara antes, mas confiava em Annabeth. Ela sabia o que estava fazendo.

            - Venham – ela lançou um sorriso sarcástico para todos – olhem e aprendam.

            Eles entraram na biblioteca. Annabeth foi até a recepcionista e perguntou se poderia usar um dos computadores. A mulher, que aparentava ter meia idade, alguns poucos fios de cabelos brancos escorriam por seus ombros, disse que não havia problema algum. Quarto andar.

E assim, os quatro começaram a subir as escadas para tentar encontrar os computadores.

            - Ai, meu deus! – gritou Annabeth – Eles têm uma seção inteira sobre arquitetura aqui! Eu acho que vou desmaiar. Percy, me segure.

            A garota foi repreendida por um monte de “Shhh” irritados. Compreensível, eles estavam numa biblioteca, deveriam manter um nível máximo de barulho. Infelizmente, depois de Annabeth, foi a vez de Hermione.

            - Não acredito! – gritou ela – Olhem isso! Uma seção inteira sobre magias trouxas. Provavelmente é apenas uma enganação, é claro. Mas, é interessante mesmo assim.

            Novamente, foram repreendidos por “Shhh”, dessa vez, mais irritados ainda.

            - Gente – começou Percy em tom baixo, para não serem repreendidos novamente –, não é que eu queira estragar o prazer de vocês duas, sei que vocês devem estar amando isso tudo, mas nós temos uma missão, lembram-se?

            Hermione e Annabeth pareceram se recuperar do transe que a biblioteca causava nelas.

            - Sim, você está certo – respondeu a semideusa – vamos.

            E assim, subiram as escadas e chegaram ao quarto andar. Não havia tantos computadores quanto haviam pensado. Mas, tinha o suficiente. Eles estavam localizados em um pequeno canto do andar, um pouco afastados das estantes de livros. O local não estava cheio, mas também não estava vazio. Havia algumas poucas pessoas circulando, lendo algum livro ou simplesmente navegando na internet.

            Annabeth se sentou em um computador.

            - Certo. O meu plano é o seguinte: vamos encontrar os locais que Percy viu no sonho dele. Percy – e virou-se para o garoto -, como era mesmo o nome do restaurante que você viu?

Ele pareceu pensar por um minuto, como se estivesse tentando acessar a memória.

- Foods 4U – respondeu ele por fim.

            - Certo, então digitamos isso aqui no Google e vamos ver o que conseguimos encontrar.

            Ela fez como disse. Imediatamente a internet trouxe os resultados para a pesquisa.

            - Olhem isso. Aparentemente, essa franquia do Foods 4U está em expansão. Mas, para nossa sorte, ela é relativamente nova. No momento, existem apenas três restaurantes dessa franquia nos Estados Unidos. Só temos que ir vê-los e você, Percy, pode nos dizer qual das três ruas é a correta.

            Todos estavam boquiabertos. O plano era simples, mas inteligente.

            - Certo – falou Hermione – E onde estão localizadas essas três franquias?

- Bom, deixe-me ver – a garota rolou o mouse e clicou em algumas páginas, procurando por endereços – Aqui está. Uau, deve ser nosso dia de sorte. Eu poderia dizer que os deuses estão do nosso lado, mas eles não têm idéia do que fazemos... De qualquer forma, os três restaurantes ficam em Los Angeles, na Califórnia.

            - Os três em uma cidade só! – comentou Harry – Realmente é muita sorte. Só temos que ir para Los Angeles então.

            Todos se calaram percebendo o enorme problema em que isso implicava. Harry apenas verbalizou aquilo que todos já estavam pensando.        

- Como chegaremos lá? – foi o que o garoto perguntou.

            - Podemos pegar um avião – sugeriu Hermione.

            Annabeth balançou a cabeça negativamente.

            - Zeus não gosta de Percy, acabaríamos eletrocutados.

            - Então vamos de navio – disse Harry – Não tem como Poseidon não gostar de Percy.

            Hermione deu um tapa de leve na cabeça do garoto.

            - A viagem te deixou burrinho, foi? De navio? Até a Califórnia? Estamos em Nova Iorque, você não pode estar sugerindo para darmos a volta por todo o continente americano para chegar lá.

            Harry percebeu que tinha bobeado.

            - Então como? – perguntou ele.

            - E aqueles pégasus? – perguntou Hermione – Sabem? Aqueles que nós usamos para chegar ao Acampamento.

Agora foi a vez de Percy balançar a cabeça negativamente.

- Os deixamos no Acampamento quando saímos com pressa. Só se voltarmos para buscá-los e Quíron não vai gostar disso. Além do mais, temos que ajudar Thalia logo. Talvez não tenhamos tempo.

            - Hermione – falou Harry –, podemos aparatar.

Aquilo foi como um choque para Hermione. É claro que podiam aparatar, eram bruxos! Ela sorriu, depois se lembrou da dura verdade...

            - Aparatação é uma matéria do sexto ano, Harry – disse ela. Estava tão feliz com a idéia de poder aparatar que esquecera que não sabia como – Saímos de Hogwarts antes de aprender isso, lembra? Nada de aparatação para nós.

            - Mas... – teimou Harry – Hermione, eu conheço você, sei que você deve ao menos ter uma idéia de como aparatar. Você sabe até o conteúdo do sétimo ano! Não é possível...

           - Bom, eu até “sei” aparatar... Mas nunca treinei isso, é claro. Pode ser muito perigoso sem treinamento. Vamos acabar todos estrunchados.

            - Desculpem-me – interrompeu Annabeth -, apa o quê? Do que demônios vocês estão falando.

Os dois bruxos se lembraram que Percy e Annabeth não tinham idéia do que aparatar significava. Eles estavam sendo mal educados em discutir um assunto que seus dois outros amigos não conseguiam entender.

            - Aparatar é um tipo de “transporte instantâneo bruxo”, entendem? – Hermione começou sua explicação – O Mundo Bruxo possui diversos meios de locomoção: podemos usar vassouras voadoras, hipogrifos, pó de flu, dentre outros. O problema é que, bem não temos nem uma vassoura mágica, nem um hipogrifo e nem um pouco de pó de flu conosco.

            “A aparatação, por outro lado, é uma espécie de teletransporte. Não precisaríamos de nada para fazer isso, apenas magia. Mas, esse é um conteúdo ensinado no Sexto Ano da Escola de Magia e Bruxaria, eu e Harry estamos no Sexto, mas fugimos de Hogwarts antes de aprender a magia. Logo, não sabemos usar.”

            Percy respirou fundo.

            - Mas, você disse que sabe os conceitos básicos sobre essa magia, não podemos tentar? – perguntou ele.

            - Bem... – continuou Hermione – Até podemos tentar... Mas, sem o treinamento adequado isso pode acabar sendo um desastre. Podemos ir parar em Los Angeles, e eu por acaso deixar algum de nossos membros aqui em Nova Iorque. Acho que ninguém quer perder um braço ou uma perna.

            - Mais do que isso – interveio Harry – Poderíamos acabar sem um órgão importante como um coração ou um fígado. Também não seria legal.

            Hermione assentiu.

            - Por isso, até podemos tentar aparatar, mas eu não aconselharia tal medida. Acho melhor guardarmos ela apenas para situações de emergência, não é? É melhor descobrirmos outro jeito de ir a Los Angeles.

            Todos assentiram. Aquilo fazia muito sentido.

            E então, o desastre começou.

            A primeira coisa que se ouviu, foi o estalido das janelas se quebrando. Todas as janelas da construção se desfizeram em milhares de pequenos cacos. A segunda coisa que ouviram foi:

            - Fogo!

            Os gritos desesperados vinham do andar debaixo. Aquilo não era nada bom. Se os primeiros andares estivessem pegando fogo, eles estariam presos sem ter como descer do quarto andar.

            Percy olhou para Annabeth, esperando que ela tivesse um plano, qualquer um. A garota apenas desviou o olhar. Ela também não tinha idéia do que deveriam fazer. Os mortais-trouxas ao redor começaram a correr desesperadamente para a escada. Era um show de gritos, logo o fogo estaria no andar deles. Nada daquilo, todavia, explicava as janelas se quebrando.

            - Vamos! – falou Hermione – Temos que sair daqui.

            Os quatro começaram a correr tardiamente para a escada. Naquela hora, todos que estavam no andar já haviam descido, não haviam saído ainda, mas já não estavam mais no quarto andar. Eles estavam sozinhos.

            Foi então que Percy viu. Dois vultos negros passaram voando, entrando no andar pelas janelas quebradas. Eram meio esfumaçados, como se deixassem uma quantidade de gás negro por onde passassem, mas rapidamente a fumaça atrás deles se desfazia. Aquilo, sim, quebrara as janelas. Os vultos pousaram no centro do andar, os garotos não podiam ver o que eram, pois eles haviam pousado no meio das estantes de livros.

            - Comensais da Morte – sussurrou Hermione – São servos do Lorde das Trevas. Provavelmente, eles são os responsáveis por toda essa confusão. Estão atrás de nós. Temos que sair daqui o mais rápido possível.

            - Mas tão cedo, Srta. Granger? – a voz do era familiar e petulante.

            Os passos dos Comensais da Morte ressoavam no andar, apesar dos gritos que vinham debaixo. Harry reconheceu um deles quando este finalmente saiu de trás das estantes.

            - Lúcio – disse o garoto –, o que está fazendo aqui?

            Lúcio Malfoy pareceu indignado com a pergunta.

            - Vamos perguntar o óbvio agora? – disse ele, aparentemente se divertindo com toda aquela situação – Eu vim aqui jogar xadrez com vocês. O que vocês acham que vim fazer aqui?! Vou capturar Percy e eliminar o resto de vocês – Depois ele se recompôs e manteve um nível formal – Mas não nos apressemos. Ainda podemos nos divertir aqui, não é mesmo? Por favor, permitam-me apresentar meu companheiro – e indicou o Comensal ao seu lado – Este aqui é o Sr. Yaxley. Mas não fará diferença saberem disso, com a exceção de Percy e Harry, nenhum de vocês saíra daqui com vida. Avada Kedavra!

            O feitiço visava acertar Hermione.

            - Protego! – gritou Harry, se interpondo entre o feitiço e sua amiga.

            Houve um momento de silêncio após isso, então a luta começou. Harry começou a lançar muitas azarações para os Comensais, que se defendiam e lançavam Maldições nos garotos.

            - Harry! – gritou Hermione – O que houve com o “somos menores de idade, não podemos usar magia”?

            - Creio que o Ministério tem uma regra que permite usar magia em caso de vida ou morte, Hermione – disse ele entre uma magia e outra.

            - Mas...

            - Hermione! – gritou Harry – Isso aqui é um caso de vida ou morte, não tente falar outra coisa.

            A garota não gostava de quebrar as regras. Mesmo assim sacou sua varinha e entrou no meio da luta, para auxiliar Harry. Não havia nenhum trouxa no andar mesmo, todos já haviam evacuado a área.

            Então veio o pior, o prédio começou a tremer. Na realidade essas vibrações vinham de passos. Cada batida de pé, ritmada, fazia com que o chão tremesse. Havia um monstro no prédio, e devia ser dos grandes.

            Ele finalmente apareceu na escada. A luta cessou por alguns momentos.

            - Assim – disse Lúcio sarcástico – Eu me esqueci de avisar, também chamei outro amigo meu para participar da luta, vocês não se importam, não é?

            Hermione perdeu a respiração quando olhou o monstro. Não tinha como deter aquilo. Harry não demonstrou, mas por dentro também não estava muito confiante de que poderia derrotar aquilo.

            A criatura era grande. Possuía três cabeças: uma de cabra, uma de leão e uma de dragão. Suas patas dianteiras pareciam ser de leão, mas seu corpo era majoritariamente de touro. E ele possuía enormes asas draconianas. Era a Quimera, um dos monstros mais temidos em toda a Mitologia Grega.

            A besta olhou ao redor. Por fim, inspirou e soltou uma enorme baforada. Ele lançou fogo pela boca. Então, fora a Quimera quem começara o incêndio e agora ela estava no quarto andar também. O fogo rapidamente pegou nos livros e em questões de segundos o andar inteiro estava em chamas.

            - Harry! – gritou Percy – Cuide dos bruxos, eu cuidarei da Quimera.

            Ele destampou Contracorrente. Não estava tão intimidado como seus amigos bruxos, ele já havia lutado contra coisas parecidas antes. Annabeth se juntou a ele, sacando sua pequena adaga.

            - Annabeth... – disse Percy. Ele não queria que ela se machucasse. Já bastava ser a causa da fuga de Thalia, se Annabeth se machucasse durante essa missão, ele nunca se perdoaria.

            - Não tente dizer nada, Percy – falou a garota – Não vou deixar você lutar sozinho com essa fera. Não importa o que diga.

            E, ao terminar de dizer isso, partiu para o ataque. A luta começou.

            - Estupore! – gritou Harry mirando em Yaxley. O bruxo, todavia, defendeu-se do golpe com um simples movimento de varinha.

            - Avada Kedavra! – novamente Lucio tentou acertar Hermione, mas a garota também sabia lutar.

            Ela se defendeu do ataque e rapidamente lançou um contra-feitiço. A luta consistia basicamente em raios de magias sendo lançados dos dois lados. Hermione e Harry se defendiam, depois atacavam. Após isso Lucio e Yaxley se defendiam e o ciclo se reiniciava. Tudo isso em pouquíssimos segundos, é claro.

            - Expelliarmus!  - tentou Harry, mas sua magia também foi bloqueada pelos Comensais da Morte.

            O fogo já havia consumido todas as prateleiras e agora se espalhava pelo chão. Estavam cercados. Não podiam fugir, pois as escadas e os andares mais abaixo já estavam tomados pelas chamas. E a janela também não era um opção, visto que estavam no quarto andar e haveriam trouxas lá embaixo. Caso Hermione usasse um feitiço para evitar a queda, como Aresto Momentum, todos os trouxas veriam e ai sim o Ministério iria ficar irritar.

            - Reducto! – lançou Hermione.

            - Protego! – defendeu-se Yaxley – É só isso que você tem, garotinha? Esperava mais de você, ouvi tantas coisas ao seu respeito sobre você ser uma ótima bruxa, pelo visto, me enganei. Crucius!

            Hermione não teve tempo de se defender. Caiu no chão gritando em agonia. Era como se seus ossos, seus músculos e órgãos estivessem queimando em seu interior. Ela nunca sentira tanta dor na vida. Gritava desesperadamente.

            - Hermione! – gritou Harry indo ao encontro de sua amiga, tentar ajudá-la.

            - Não tão rápido – Lucio apontou sua varinha para Harry – De mais um passo e sua amiga morre. Você vem comigo, sem mais conversa.

            Harry estava estático no lugar. Não sabia o que fazer.

            - Harry, não! – gritou Hermione entre seus berros de dor – Não vá com ele!

            Percy e Annabeth também não estavam tendo melhor sorte em sua luta. Percy inicialmente tentara atacar o corpo da Quimera, mas sua espada nem sequer havia conseguido um arranhão. Era como se a pele do monstro fosse feita de metal. O garoto não conseguia perfurá-la.

            Annabeth também tentava acertar a criatura, mas sua lâmina não estava tendo melhor sorte que a de Percy. A besta atacava com suas três cabeças, o que tornava a luta bastante complicada. Quando a garota não estava sendo atacada pela boca de um leão, uma cabeça de dragão a ameaçava. Era difícil se aproximar da fera.

            - Percy – gritou ela -, temos que cortar essas cabeças. O corpo dele é muito resistente!

            - E o que te faz pensar que os pescoços são frágeis? – perguntou ele, desviando das patadas do bicho e tentando furá-lo com Contracorrente.

            - Nada me faz pensar isso! Mas temos que tentar. Talvez seja nossa única chance.

            - Certo – disse ele. Confiava em Annabeth.

            O garoto saltou para frente do monstro. Este por sua vez, soltou outra baforada de fogo pelas bocas. Percy saltou para trás, mas o fogo pegou em seu braço.    

            - Ahr! – gritou o garoto soltando, por instinto, Contracorrente e levando sua mão direita ao seu braço esquerdo. Estava queimado.

            Um segundo depois, percebeu o que tinha feito. Soltara sua espada. A regra número um de toda e qualquer luta é “não abandone sua arma” e ele havia quebrado-a.

Ele estendeu seu braço direito para agarrar Contracorrente, mas a besta pareceu entender o gesto. Com uma patada, a Quimera empurrou a espada de Percy para dentro do fogo.

            - Desgraçado! – gritou Percy. Não tinha como recuperar sua espada agora.

            As chamas se aproximavam cada vez mais deles. O espaço para lutar estava ficando perigosamente pequeno. Eles tinham que acabar com aquilo rápido.

            Harry ainda pensava nas possibilidades. Ele não queria e não deixaria Hermione sofrer.

            - E então? – indagou Lucio – O que vai ser? O Lorde das Trevas não vai esperar para sempre. Você vem por bem ou eu terei que matar a garota?

            Não houve resposta.

            - Muito bem, se é o que você quer... – Lucio ergueu sua varinha – Avada...

            Essa era a brecha que Harry esperava. Antes que o Comensal tivesse tempo de terminar o feitiço, o garoto gritou:

            - Expelliarmus!

            Um jato vermelho saiu de sua varinha e atingiu Lucio. Este, como estava no meio de uma magia, não teve como se defender. A varinha do Comensal saiu voando de sua mão caindo há alguns metros, no chão, próximo ao fogo.

            - Estupore! – disse Harry em seqüência, dessa vez mirando em Yaxley.

            Novamente, o bruxo das trevas estava conjurando uma magia, Crucius,  e não teve como se defender. O Comensal soltou um grito quando o feitiço o atingiu e o empurrou para as chamas. Ele novamente se transformou no vulto negro e saiu voando pela janela. O covarde fugira.

            Certo, um já foi. Faltava somente Lucio agora.

            Hermione se levantou lentamente. Seus músculos ainda doíam da magia, mas a dor era tolerável agora. Lucio estava imóvel, não podia correr para pegar sua varinha porque Harry o atacaria se o fizesse.

            - Agora é a sua vez de ficar parado, Lucio – disse o garoto apontando a varinha para o rosto do Comensal.

            Hermione, a essa altura, já percebera o que se passava ao seu lado, na luta de Percy e Annabeth.

            - Percy – gritou ela –, pegue sua espada. Aquamenti!

            Um pequeno jato de água saiu da varinha de Hermione. Não estava nem perto de ser o suficiente para apagar o incêndio, mas serviu para apagar uma pequena parte do fogo, onde Contracorrente caíra.

            Sem hesitar, Percy pulou na brecha aberta por Hermione e pegou sua espada. Seu braço esquerdo ardia. Ele queria gritar de tanta dor, mas não tinha tempo para isso. Precisava acabar com a luta agora. Enquanto pegava sua espada, Annabeth se desviava dos golpes da besta.

            - É só isso, Harry? – perguntou Lucio – Você me tem aqui. Poderia me matar. Mesmo assim, é fraco de mais para isso.

            - Acha mesmo que é inteligente me provocar? – perguntou Harry – Eu ainda posso te matar.

            - Mas não o fará – retrucou Lucio – Você é fraco demais para isso. Fraco como seus pais foram.

            - Meus pais foram pessoas muito melhores do que você jamais será! Não ouse falar qualquer coisa sobre eles! - gritou Harry agora tomado pela raiva - Sectumsempra!

            Lucio saltou, desviando do feitiço e caindo próximo a sua varinha. Ele a pegou.

            - Avada Kedavra!

            - Estupore!

            As duas magias colidiram. As chamas se aproximavam. Estavam quase tocando os pés de Harry agora. Eles só tinham mais alguns minutos para terminar aquilo e fugirem.

            Harry manteve seu feitiço. Agora era um duelo de poder mágico. Lucio empurrava seu Avada Kedavra para Harry, que por sua vez empurrava seu Estupore para Lucio.

           Percy saltou na frente de Annabeth, defendo-a, com sua espada, de uma grande patada que a garota receberia.

            A Quimera manteve a patada e começou a aplicar mais força. Percy, por sua vez, tentou se defender com mais força, mas a besta era poderosa demais. Quando Annabeth saiu do alcance do golpe, ele rolou para o lado, fazendo com a perna da criatura colidisse com o chão.

           O garoto saltou sobre um dos pescoços da fera, brandindo Contracorrente acima de uma das cabeças da besta. Quando a baixou, no meio do salto, percebeu que havia acertado o golpe. A cabeça de cabra da Quimera pendeu por um segundo, e depois finalmente caiu no chão, se desfazendo em pó.

            A Quimera gritou em agonia. Percy caiu de seu salto no chão e já se preparava para desferir outro golpe, quando percebeu que tinha outro problema. O fogo finalmente chegara. Não tinham mais espaço suficiente par a lutar.

            - Hermione – gritou Harry, ainda sustentando seu confronto de feitiços. Lucio estava vencendo – Não temos outra escolha. Temos que aparatar.

            - Mas, Harry! – falou Hermione – É perigoso demais! Podemos acabar mortos se eu fizer isso errado!

            - E se você não fizer isso, nós vamos acabar mortos! – retrucou Harry. Agora ele estava definitivamente perdendo. Não conseguia mais manter seu Estupore. Mais alguns segundos e o Avada Kedavra de Lucio o atingiria.

            Hermione hesitava. Não queria ser responsável pela morte de seus amigos, caso aparatasse errado... Mas que escolha tinha?

            A Quimera, aparentemente, tinha resistência ao fogo que ela própria lançara. As chamas chegaram aos seus pés, mas ela parecia não se importar. O que tornava as coisas muito mais difíceis para Percy e Annabeth. As chamas estavam quase encostando neles, e eles não tinham mais como atacar o monstro, visto que este já estava no fogo.

            A Quimera, por outro lado, usava seu longo pescoço de dragão para atingir Percy e Annabeth à distância. O garoto se defendia dos dentes da cabeça de dragão da Quimera com Contracorrente, mas não sabia quanto tempo conseguiria. Só podia andar para trás, e há apenas alguns passos a suas costas, Harry travava sua própria luta com Lucio. Não tinha saída.

            - Percy, Annabeth! – Gritou Hermione – Venham aqui. Rápido.

            - Hermione... – tentou Annabeth – Eu não sei se você notou, mas temos nossos próprios problemas no momento...

            - Não temos tempo. Venham!

            Percy e Annabeth resolveram confiar em sua nova amiga. Ela devia saber o que fazia. O garoto soltou Contracorrente, pela segunda vez naquele dia, deixando que a Quimera a mordesse, pensando que havia conseguido alguma coisa. Com isso, ele conseguiu o segundo que precisava para que ele e Annabeth chegassem até Hermione sem que a besta os matasse.

            O Avada Kedavra estava muito próximo de Harry agora. Quando Percy e Annabeth ficaram aos alcances de seu braço, Hermione agarrou os dois com uma das mãos e com a outra agarrou Harry pelas costas. E então, tudo ficou negro.

            Hermione havia aparatado junto com seus três amigos.


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Notas finais do capítulo

Comentem! Digam o que vocês acharam da história, o que não acharam, como melhorá-la, como não piorá-la, ou pelo menos digam um "oi" (da última vez funcionou xD).