Hidden Magic. escrita por Graah_Caah


Capítulo 5
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Oiie pessoinhas lindas dos nossos corações!!! Desculpinhas mesmo pela demora, mas aqi está mais um cap. pra vses curtirem!!! Nos vemos lá embaixo. Enjoy.



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Capítulo IV

— Tens certeza? - perguntou a mulher.

— Absoluta. - respondeu o garoto. - Eu vi com meus próprios olhos, ela, realmente está apaixonada por ele, do contrário...

— Então, impeça-a! - gritou ela, enfurecida. Todos os seus planos poderiam ser esquecidos, se aquela união se concretizasse.

— Já estou trabalhando nisso, e, não grite comigo! - dessa vez foi ele que gritou. - Sei o que faço, e você não tem que dar nenhuma dica, não preciso de você.

O rosto da mulher esquentou de raiva. Ora, que diabos! Um garoto gritando com ela daquela forma! Mas, ela não poderia retrucar ao garoto, ele era seu maior trunfo.

— Desculpe. - respondeu, simplesmente, tentando dar um sorriso afável, que mais pareceu um esgar de dentes.

— Assim está melhor. - falou o garoto, sorrindo também. - Mas, lembre-se: você não é nada sem mim, portanto, não me questione mais!

A mulher assentiu, nada satisfeita com a situação, mas por hora, teria que aceitá-la.

O garoto colocou seu capuz e sorriu de leve, com as imagens que veio em sua mente.

― Ela está acordando e vai falar com ele em poucos minutos. – disse ele com um toque de satisfação na voz.

― Você não pode deixar que nada além da relação entre serva e senhor aconteça! – a mulher exclamou.

― Pode deixar comigo. – novamente um sorriso esvaiu de seus lábios, com um brilho de prazer nos olhos.

***

— Vamos, David! Acorde! - disse Alitzah, abrindo as cortinas.

O Príncipe abriu os olhos, nada contente em ter que acordar, mas logo, seu rosto abriu-se em um sorriso, afinal, a pessoa de seus sonhos estava em sua frente.

 — Ora, fico até satisfeito de acordar! Também, vendo uma donzela tão magnífica em minha frente, quem não gostaria? - a pergunta era retórica.

— “Ora” digo eu! Deixe de ser tão galanteador, David! - Alitzah revirou os olhos, o momento do beijo anterior ainda fresco em sua mente.

— Só quando aceitares os meus galanteios! - ele piscou.

Alitzah bufou, mas desviou o olhar.

— Deves levantar-se agora e se arrumar. Hoje é domingo, portanto, tens missa. - lembrou ela, para mudar de assunto.

Desta vez, quem bufou foi o Príncipe.

— Infelizmente.

— É pecado... - ia dizendo ela.

— Poupe-me, até porque, peco, mas tenho um anjo da redenção para me salvar. - estava implícito que Alitzah era o anjo.

— Não diga bobagens, apenas se apresse. - novamente, ela mudou de assunto.

— Vais me acompanhar na missa? - perguntou ele, já indo se trocar com a muda de roupa posta no chão.

— Se saberes se comportar... - disse a menina, sendo incapaz de não sorrir.

— Ah, eu sempre me comporto! - David exclamou. - E quero meu anjo comigo.

— Certo, eu irei. - disse.

— Ótimo! - pela sua voz, ele também sorria.

Alitzah arrumava a cama, então, não sentiu sua chegada por trás. David a agarrou pela cintura e a virou de frente para ele.

— Ótimo. - repetiu. - Porque, eu realmente quero meu anjo comigo.

— Eu estarei com você... - ela também sussurrou.

Os dois inclinaram-se um para o outro. As mãos de David continuaram em sua cintura e as mãos dela foram para a nuca dele. Os lábios roçavam-se levemente, em um beijo doce como mel, que lhes faziam flutuar na doçura.

Com certa resistência, ela o empurrou para trás e desvencilhou-se do abraço dele, constrangida, já que pensou que nunca mais o beijaria e nem mais tocaria no assunto do primeiro beijo.

— Nós dissemos que não íamos mais tocar no assunto... - ela sussurrou.

— E nós não falamos no assunto. Beijamos-nos. - cortou David, astuto.

— David...

— Shhh... Temos que ir. - ele sorriu para ela. - Vamos, meu anjo da redenção.

— Mas, você nem tomou seu desejum... - ela disse.

— E nem preciso. Seus lábios já me energizaram, acredite.

Ela corou, mas assentiu.

— Então vamos. Mas, eu realmente, não quero que isso se repita novamente. - Alitzah avisou, mas sua voz não era forte e não tinha força de vontade nenhuma.

— Você sabe que quer. - provocou David. - E sabe que se repetirá, com certeza.

— Mas...

— “Mas” nada. Vamos. - ele estendeu o braço para ela e puxou-lhe a mão gentilmente.

Ela suspirou, mas rendeu-se ao Príncipe. Ora, por nada neste mundo conseguiria se separar de David, não queria e não conseguiria.

Então, eles saíram pela porta, nem percebendo uma pequena sombra na janela.

***

O garoto logo já estava no chão, longe dos olhos dos outros.

Temia que ainda o reconhecessem, como há muito tempo o procuravam.

O Rei poderia ter desistido dele, mas ele não havia desistido do Rei. Sua sede de vingança era maior que qualquer coisa, até maior que seu orgulho ou força de vontade.

Ele arrumou seu capuz para que cobrisse seu rosto inteiro, seus cabelos negros caiam em seus olhos o ajudando se esconder mais.

E como ele odiava aquilo, ter que manter em segredo sua própria vida, simplesmente por nascer como era. Algo que ele não tinha culpa alguma, mas mesmo assim tinha que sofrê-la.

Quando finalmente chegou à pequena capela que o Reino tinha, não demorou muito para encontrar Alitzah, que tinha os braços de David em sua cintura.

O garoto apenas trincou os dentes.

“Maldito!” – pensou consigo mesmo, mas Alitzah olhou para trás procurando em volta.

David apertou mais Alitzah contra seu corpo, beijando seu pescoço.

“Desgraçado” – pensou novamente, dessa vez Alitzah se separou do Príncipe com as bochechas coradas.

O garoto apenas sorriu de leve.

Assim que eles entraram na igreja, uma mulher, alta, morena e muito bonita saiu das sombras.

Seus olhos pratas iguais a do garoto cintilavam com a luz o sol.

― Não vai entrar? – ela perguntou, tirando o capuz.

― Não e coloque isso de volta. – ele disse, ríspido.

― Não preciso me esconder, não sabem quem eu sou. O máximo que vão pensar é que sou apenas uma passageira, que logo vai embora. – o garoto deu de ombros.

― Adoraria matar aquele desgraçado agora mesmo! – as palavras saíram como um sussurro.

― Espere meu amor, se fizer isso agora vai estragar tudo. E sabe que a garota está no meio, não sabe?

― Não vai metê-la no meio! – ele gritou.

― Mas terá! Se quiser que isso dê certo. – ela colocou seu capuz novamente e entrou nas sombras. – Agora vamos, não vou me demorar nesse lugar miserável.

O garoto nada disse, apenas obedeceu e foi com a mulher. Mas seus pensamentos estavam longe e era difícil controlá-los.

Não podia meter a irmã no meio. Ele a amava demais para tal fim.

Então, o que poderia fazer?! Teria que pensar e repensar seu plano, junto com aquela mulher miserável, que nem merecia a graça de sua presença. Pensou que nunca iria se juntar com alguém como ela, e bem, estava aqui.

O destino, realmente prega peças.

Cenas passavam em sua cabeça, o incomodando. Ele sabia o que ia acontecer, e estava tentando impedir.

Havia pequenos obstáculos em seu caminho, o caminho para vingança.

Sua irmã era um deles, na verdade o amor de David era. Teria que impedir, e isso não seria nada fácil.

Voltou para a casa com sua tia, a mulher insuportável que pensava que podia mandar nele. Ah, mas ninguém manda nele, e lógico que não aceitava as ordens de uma velha mesquinha e hipócrita, um fardo a carregar.

Quando chegou ao seu destino - um lugar bem mais afastado do Reino, onde podia ficar em segurança, com sua Magia -, foi em direção ao seu quarto, e lá ficou por horas, apenas pensando, e eventualmente praticando sua mágica.

As horas passaram e a noite chegou, lembrando-lhe que era hora de voltar. Voltar para o Reino, para sua irmã e para seu plano.

***

Alitzah arrumava a cama de David, enquanto o mesmo tomava banho.

Depois que eles chegaram da igreja, ela lhe deu uma boa bronca. Ora, no que ele estava pensando quando ficou mais próximo a ela? Quando lhe fez carícias e lhe beijou o pescoço?! David só podia estar louco, com certeza. O que iriam dizer os nobres e o povo do Reino? O que diria seu pai?

Lógico. Ele ignorou suas palavras, e deu-lhe um sorriso astuto, depois de beijar-lhe os lábios, docemente. Beijo que ela não pôde deixar de corresponder.

Ela suspirou e piscou, voltando ao presente, e terminando rapidamente o que estava por fazer, antes que o Príncipe voltasse de seu banho.

Quando acabou de fazer a cama, juntou as roupas que tinham que serem limpas, além de dar uma rápida arrumada no quarto, que por sinal, estava bagunçado.

David a surpreendeu, surgindo por trás e a agarrando pela cintura. Alitzah respondeu se afastando dele, indo para o outro lado do quarto, perto da porta. Aquilo não mais podia acontecer, ela tinha que ficar mais atenta ao seu redor.

— O que está fazendo? - perguntou ela, arfando de surpresa.

— O que acha que estou fazendo? Abraçando-te. - ele respondeu.

— E eu já disse que não o quero perto de mim, não deste jeito. - ela ralhou.

— E eu sei que tu não dizes a verdade. Sei que me queres, exatamente do jeito que te desejo. - a voz aveludada do Príncipe, a embalava.

— Não será possível para nós ficarmos juntos, eu esperava que já soubésseis disso, e que entendestes. - sussurrou Alitzah.

— Sinceramente, eu esperava que tu entendesses que não me interessa mais nada, além de você, Alitzah.

— David... - ela ia dizendo, mas o Príncipe veio até ela e a silenciou, colocando o dedo indicador nos lábios dela, selando-os.

— Não lutes mais contra o que sentimos. Estamos apaixonados, então... Vivamos esse amor.

Com essa fala, ele inclinou-se para ela, e encostou os lábios levemente nos delas.

Novamente, ela não resistiu. Retribuiu o beijo, apaixonadamente.

E foi ai que aconteceu. Os vidros explodiram, ao mesmo tempo em que um grito de ódio sobressaia-se na noite silenciosa.

David e Alitzah se separaram imediatamente. Os olhos atentos do Príncipe puseram-se a examinar, todo o perímetro do quarto.

— O que foi isto? - perguntou ela, preocupada.

— Não sei. Aliás, só não sei quem fez isto, porque esse ato precisou de Magia. - ele respondeu, ainda atento.

Ao longe, podia-se ouvir que guardas estavam se encaminhando para o castelo. Alitzah temia que soubesse quem fez isso, e quais seriam suas consequências.

— Tem certeza, David? Obra feita com Magia? - sua voz estava rouca.

— Sim, e qual outro modo que existe de se explodir todos os vidros? Foi um mago que fez isto, tenho certeza.

Ela engoliu em seco, com um ruído. Vendo que ela estava nervosa, o Príncipe tentou acalmá-la, mas não surtiu efeito.

 — Não se preocupe. Vamos encontrá-lo e ele terá o fim que merece.

A voz dele gelou Alitzah. Céus! Caleb não podia ter nada a ver com aquilo, ou então, sua sentença estava dada.

A essa altura, os guardas já tinham chegado e já questionavam os dois. Alitzah foi liberada, e saiu apressada do aposento. Teria que encontrá-lo. Caleb. Além, de achar uma maneira para tirá-lo do Reino. E teria que fazer isso sozinha, já que nem com o apoio do irmão gêmeo contava.

Ela apressou o passo, sabendo que David já dava as ordens para revistar cada canto do Reino, em busca de qualquer pista do feiticeiro.

“Caleb.” - chamou mentalmente, não sabendo se seria ouvida.  - “Caleb, onde está você?!”

As pessoas passavam por ela, sem notá-la. Todos estavam com pressa, o Reino inteiro estava sob alerta.

“Caleb!” - chamou, novamente.

“Você não podia tê-lo beijado, Alitzah.” - a voz do irmão repreendeu.

“Então, foi você mesmo, não?!” - ela não precisava de uma confirmação. - “Mas porque, diabos, fez aquilo?! Não teme ser descoberto?”

A voz dele riu. - “Ora, Alitzah! Estás louca, cara irmã! Eu nunca vou ser descoberto, não se preocupe!”

“Caleb...” - ia dizendo a garota.

“Já disse para não preocupastes.” - ele repetiu.

“Certo, mas posso vê-lo?! Ainda tenho alguns assuntos para esclarecer com você, e fico desconfortável falando... ahn... mentalmente.” - pediu ela.

“Tudo bem, mas teremos que ser rápidos. Encontre-me no mesmo lugar de antes.” - e com estas palavras, ele deixou a mente dela.

Rapidamente, a menina se encaminhou até o beco escuro, onde antes tinham se encontrado. Passou despercebida pelas poucas pessoas, que ainda estavam fora de suas casas, e achou o beco, com facilidade.

— Caleb? - chamou.

— Aqui. - a voz de seu irmão respondeu, vindo detrás dela.

Ela virou-se abruptamente, respiração apressadamente, por causa do susto.

Seu irmão estava com o capuz abaixado, deixando visível sua pele alva, os cabelos negros e seus belos - e especiais - olhos pratas. Bem, seu irmão era especial, em seu todo.

— Ah, Caleb! - ela exclamou, abraçando o garoto com força.

— Não se preocupe, Alitzah. Não serei pego. - ele murmurou, enterrando seu rosto nos cabelos escuros da irmã.

— Mas, por que fez aquilo, meu irmão?! - perguntou ela.

— Já disse, Alitzah. Não quero a ver perto do Príncipe! - ele respondeu, afastando-se dela e postando-se à sua frente.

— E por quê? Por que não posso ficar perto de David?! - ela estava exasperada, em busca de respostas.

— Porque você está se apaixonando por ele! E isso não pode acontecer! - os olhos dele se estreitaram em fendas.

Alitzah percebeu que eles mudaram de cor, mas foi apenas por um insignificante momento, apenas alguns segundos, que a deixaram pensando que estava vendo coisas.

— Caleb, não estou me apaixonando por ele. Eu já estou apaixonada! Além do mais, qual é o problema?

— O problema? - perguntou ele, retoricamente, com raiva. - O problema é que tu vais estragar tudo! Vais ficar na frente de tudo, e isso não será bom para nenhum de nós dois, Alitzah!

— Ficar na frente do que, Caleb?! - perguntou, preocupada e confusa.

— Não é preciso saber de nada, por enquanto. Apenas, mantenha-se longe dele, cumpra com o seu dever, mas não mais do que isso. Por favor, Alitzah. Estou te pedindo, minha irmã. Preciso da sua ajuda, e você tem que me ajudar! - ele sussurrou.

— Eu o ajudarei, Caleb. Com tudo o que precisar, mas não me peça para ficar longe de David, porque não conseguirei fazer isso. Já me abstive de coisas demais, para desistir dele! Não posso mais desistir de ninguém em minha vida! - lágrimas caiam dos olhos dela.

Realmente, Alitzah pensava que não seria capaz de se separar de David. Mesmo o achando um tolo, mimado e rico. Mesmo sabendo que ele era o filho do homem que acabara com a vida deles, ela não podia - e não queria - se separar do único homem que já amou em sua vida, tão sofrida.

— Então, você não me ama, Alitzah?! - gritou Caleb, com lágrimas em seus olhos também, porém elas não caiam.

— Mas, é claro que o amo! Como tu podes me fazer uma pergunta dessas, Caleb?! Devias saber que o amo mais que tudo! - ela também gritou.

— Aparentemente, não tanto quanto ama David! - ele rebateu.

— São amores completamente diferentes!

— Bem, Alitzah. Terás que escolher de que lado estás! Porque, logo a hora chegará! E espero que estejas do meu lado, do lado que, no final ganhará! O lado da Magia! - Caleb gritou.

— Você sempre utilizou Magia. - ela lembrou-se. - Desde pequeno e...

— Sim, e por minha causa, mamãe virou cinzas. Mas, vou vingá-la. Vou vingá-la desse povo estúpido, que tenta eliminar nossa Magia! - as lágrimas agora escorriam pelo rosto do garoto.

— O que quer dizer, Caleb?! - Alitzah estava nervosa, imaginando cenas que não deveriam acontecer. - Pretende matar a todos?!

— Já falei que logo tu vais saber. Por enquanto, é só se manter longe do Príncipe e de seus cortejos. - Caleb disse, secando as lágrimas. - Fará isso, Alitzah? Por mim?

Ela não sabia de que lado iria ficar. Claro, amava seu irmão, sem precedentes, mas... Mas, e se o que ele estiver planejando envolver mortes? Mortes de pessoas queridas? Morte do seu David?

Caleb esperava, com os olhos semisserrados. Esperava, que a resposta de sua irmã o concedesse a possibilidade de por em prática seu plano, com mais facilidade.

E a resposta de Alitzah, foi exatamente o que ele desejava.

— Vou ficar longe de David. - disse ela, com a voz fraca e com lágrimas descendo em uma torrente, de seus olhos. - Farei o possível, mas... Caleb, não quero nem pensar, nele sendo machucado. Está entendido?!

O menininho sorriu. Era fácil se esquivar dessa promessa.

— Certo. Não o machucarei. - ele disse. - Juro. Mas, agora, tenho que ir. Até mais ver, Alitzah. E obrigado, minha irmã.

Eles se abraçaram mais uma vez, antes que ele tomasse o caminho oposto a ela.

Caleb, de fato, não machucaria David. Ele o iria matar.

O caçula sorriu, cruzando os portões do Reino, voltando para a casa que dividia com sua tia, a velha que ele odiava e a que tinha nas mãos.

— Tudo está concertado. - ele falou, entrando em sua casa, que estava escondida na floresta. Na mesma floresta em que, ele foi separado de seus irmãos.

— Então, ela não nos causará mais problemas? - perguntou sua tia, cética.

— Não. Tenho certeza que não irá. - ele respondeu.

— E como podes ter tanta certeza disso?

— Acredite, eu tenho, e por favor, não me questiones mais. - Caleb falou, com raiva. - Tudo o que temos de fazer agora, é ir para a segunda parte de minha vingança.

— Da nossa vingança. - disse a mulher, tomando as dores de todos os seus entes queridos, que foram mortos, junto com sua irmã mais nova.

Caleb deu de ombros. A vingança era mais dele do que de qualquer outro, mas precisava de fantoches para manipular, para conseguir destruir tudo o que tomou sua vida.

— Mas, tens certeza que quer fazer mesmo isso? Matá-lo? - sua tia arqueou a sobrancelha.

— Sim, é tudo o que eu mais quero por agora. Matá-lo. - ele respondeu, cerrando os olhos. - Alitzah ficará mais forte sem ele, de qualquer forma.

— Sim, de fato, facilitará um pouco a nossa vida. - com essas palavras, a mulher deixa a sala, indo em direção à cozinha.

— E a sua logo acabará. - murmurou Caleb.

Um sorriso despontava, de seus lábios vermelhos carnudos.

***

A conversa com Caleb realmente a deixara arrasada.

Alitzah chegara em casa chorando. Por sorte, ninguém estava no recinto. Ficou confusa, afinal onde estavam todos? Mas, não ligou para isso, indo para seu quarto e deitando-se.

As lágrimas não paravam de escorrer por seu rosto.

Só de pensar em tratar David com frieza, magoava-lhe. Mas, teria que fazer isso. Afinal, seu irmão pedira para ela se afastar, e ele teria uma razão para isso. Felizmente, Caleb também prometera que não iria machucá-lo.

E ela esperava, fielmente, que ele cumprisse a promessa...

A porta batendo a assustou, fazendo com que secasse rapidamente os olhos marejados e descesse da cama, indo para a sala.

Peretz e Ariadinna acabavam de entrar, os rostos pálidos.

— O que aconteceu? - perguntou Alitzah.

— Foi mesmo obra de Magia. - resmungou Peretz. - E eles acharam quem fez.

— O quê? - gritou Alitzah. Não, Caleb dissera que ele não iria ser pego...

— Foi uma mulher pouco conhecida aqui. - disse Ariadinna. - Ela veio com a feira, encoberta. Ninguém poderia imaginar que ela fosse uma feiticeira, parecia uma dócil senhora, que vendia frutas! Mas, revistando sua casa temporária, foram descobertos vários itens de Magia...

— Negra. - completou Peretz. - Magia Negra. Ela, realmente queria matar o Rei, e confessou isso em público, mas disse que não faria nada precipitado, como quebrar os vidros, aliás, isso, não mataria ninguém.

— Claro, os guardas têm certeza que foi ela. - falou Ariadinna.

— Mas, ela confessou? Confessou que queria matar o Rei?! - perguntou Alitzah, confusa. Quem iria confessar?

— Ora, ela seria morta mesmo se negasse. As provas estavam na casa dela! - exclamou Peretz.

— Quando? - perguntou a menina, abalada, pensando que se a descobrissem, também iriam a matar.

— Amanhã. Ela será queimada viva amanhã. - respondeu Peretz, entendo tanto a pergunta da irmã, quanto seu sentimento.

Os dois trocaram olhares significativos.

— Temos que tomar cuidado. - falou o irmão.

— Sim. Não podemos mais praticar Magia. - Alitzah concordou.

Mas, será que isso será possível? Afinal, os irmãos fazem parte da Magia, ela os escolhera, então, deviam ter algum destino.

Ambos questionavam-se isso, mas afirmavam que, com ou sem destino, não perderiam mais ninguém. Não por causa da Magia.

Bem, eles estavam errados. Uma morte abalaria a família. Mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

E ai, meus amores??? Curtiram mesmo o cap.???
Deishem suas criticas, opiniões, e quem quiser dar ideia, pd dar.
Bem. ashamos que é só issu. Os aguardamos nos reviews.
Bjinhoos de mel.