Hidden Magic. escrita por Graah_Caah


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Nossas sinceras desculpas, meus amores!!! Demoramos a postar, mas aqui está o mais novo capítulo. Esperamos que gostem, meus amores!!!



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Capítulo III

O sol transpassava a janela do quarto dos gêmeos, anunciando um novo dia. Mais um dia de trabalho.

Alitzah bocejou e atirou as cobertas para o lado, indo imediatamente se arrumar, esquentou a água para tomar seu banho, arrumou o cabelo e começou a procurar algo para se vestir.

Peretz ainda não tinha levantado quando ela saiu de seu banho e procurava um vestido, optando por um azul claro, delicado e simples.

A garota revirou os olhos para o irmão, e o acordou.

— Vamos, Peretz. - disse. - Levante-se e vá se vestir, do contrário, estaremos atrasados.

O garoto murmurou palavras desconexas e não se moveu.

— Peretz! - gritou Alitzah. - Vamos, meu irmão! Acorde, depressa.

Peretz bufou, mas afastou as cobertas de si, erguendo-se da cama em seguida. Seus cabelos negros estavam desgrenhados, e seus olhos acostumavam-se com a claridade.

— Certo. - disse ele.

Alitzah riu de sua cara sonolenta, mas ralhou:

— Seja breve. Não podemos nos demorar...

— Já estão prontas crianças? – perguntou Ariadinna, entrando no quarto.

— Eu estou! – Alitzah exclamou, animada.

— Eu não. – disse Peretz, com a voz embarcada no sono, enquanto tirava sua camisa.

— Bem, enquanto se arrumam vou esquentar o café.

— E eu vou esquentar a água, para o banho do Peretz. – disse Alitzah, revirando os olhos para o irmão.

— Assim fico feliz. – Peretz exclamou, mas as duas já haviam saído do quarto para fazerem suas tarefas.

Logo, Alitzah já havia esquentado a água e a despejado na bacia. Peretz já havia tomado seu banho e se vestido.

Ambos já estavam sentados na mesa, iniciando sua manhã com um belo café.

— Vou ser sincera, você não dormiu bem não é? - disse ela, olhando para o irmão e avaliando sua expressão cansada.

— Bem, se você acha que acordar no meio da noite, porque teve um pesadelo horrível, é a causa de não ter um bom sono, então sim, pode-se dizer que não dormi nada bem.  – Peretz, disse bocejando.

— Você sonhou com o que? – perguntou Alitzah, curiosa.

— Com a mamãe... – falou o garoto, com um sorriso, que não chegou a seus olhos.

— E desde quando sonhar com a mamãe é um pesadelo?

— Desde que o... – o garoto pigarreou. – Esqueça.

Alitzah não perguntou mais, apenas tomou outro gole do café enquanto observava seu irmão pensativa.

— Você sonhou com o... Caleb? – Peretz olhou para ela, ainda chateado.

— É. – o garoto disse, rapidamente.

Alitzah suspirou, nunca entendia o porquê daquela raiva com o irmão caçula.

A garota, logo que terminou seu café da manhã correu até o castelo, onde teria mais tarefas.

Ao chegar, foi direto ao quarto do Príncipe David, abriu a porta e logo depois as cortinas. Os raios de sol encheram o quarto.

Ela sentiu-se tímida, lembrando-se do ocorrido tarde passada e de como ela saíra correndo. Sua face estava corada e seus pensamentos a mil, sentindo novamente, a textura dos lábios de David.

Ele se revirou na cama murmurando palavras indecifráveis.

— Meu senhor? – Alitzah correu em direção ao armário, para separar algumas roupas.

Ela também queria não ter que olhar para David, não sabia como iria agir.

— Já disse que pode me chamar de David. – o Príncipe acordou, sorrindo por ter Alitzah como companhia.

Mas, logo, o sorriso se desfez. O Príncipe lembrou-se do que havia acontecido ontem, e do modo como ela correu.

A menina virou em sua direção, com as roupas nas mãos, porém, não conseguia olhar nos olhos dele.

— E você, com certeza pode me chamar pelo nome, depois de ontem... - ele começou o assunto, por mais que não queria fazê-lo.

Alitzah corou, com mais intensidade e pigarreou.

— O que ocorreu ontem, foi um erro sem precedentes. - disse ela. - Não posso ter qualquer envolvimento com você.

— Alitzah, já disse que o que os outros pensam não me afeta. - falou o Príncipe, magoado com ela.

— Não são eles. - disse. - Como já tinha dito anteriormente, foi um erro. Erro, que não vai ser cometido novamente e, peço-lhe que não digas mais nada sobre o assunto, por favor. É a única coisa que lhe peço.

— Não gostou? - perguntou-lhe David.

Alitzah mordeu o beiço. Lógico que ela tinha gostado, mas ainda assim era errado.

— Isso não é revelante. - disse. - Por favor, lhe imploro, não fale mais sobre o assunto.

Ela estava exasperada.

— E por quê? Por que, simplesmente não fica comigo?

— Peço-lhe. Não fale mais no assunto. - os olhos de Alitzah encheram-se de água.

Ora, o porquê estava claro. Caleb.

— Alitzah... - ele foi aproximando dela.

— Por favor. - sussurrou a garota, dando mais passos para trás.

Com um suspiro, ele desistiu. Por hora.

— Certo, por agora. - avisou ele. - Retomaremos o assunto mais a tardar.

Ela assentiu, afinal, estava livre por agora e mais tarde poderia arranjar outra desculpa. Respirou fundo, recompondo-se e lembrando que a muda de roupas limpas de David ainda estava com ela.

— Vais querer tomar o banho ou o café primeiro? – Alitzah perguntou, enquanto colocava as roupas em uma cadeira do lado do armário.

 — O banho e depois o café. – ele disse, sorrindo.

— Tudo bem então.

— Ah! Mais uma coisa, querida. – Alitzah se virou para ele. – Avise seu irmão que ele terá que lavar meu cavalo, escová-lo, tratá-lo, polir minha armadura, afiar minha espada, minha lança, limpar minhas botas, limpar minha sela e... – ele parou para pensar. – Ah! E não se esqueça de avisá-lo para estar pronto para meu treinamento, pois terei um torneio hoje à tarde.

Ela sorriu. Peretz, que ontem não tinha nada a fazer, teria muitas tarefas hoje.

— Pois não. - ele fez uma mesura. - Primeiro vou pegar água para o seu banho.

A garota saiu do quarto e depois de várias viagens à banheira, já estava cheia de água quente.

— Bom, a água já esta perfeita. – David se apressou e já estava atrás do trocador, tirando suas vestes. Alitzah saiu do quarto e correu para dar o recado a Peretz, além de pegar o café de David.

Ela correu até o estábulo, onde viu seu irmão separando feno para dar aos cavalos.

— Peretz? – a garota entrou, chamando atenção dos outros servos que ali trabalhavam.

— Sim?

— Trago tarefas de Vossa Majestade, o Príncipe David. – Peretz revirou os olhos, sorrindo.

— Se for para alimentar o cavalo dele, isso eu já fiz, como toda santa manhã.

Alitzah riu da careta do irmão.

— Bem, não é isso. Ele quer que você lave o cavalo dele, escove-o e o trate. E também você precisa afiar a espada e a lança do Príncipe, como também polir a armadura dele, lavar a sela de montaria, limpar as botas dele e se preparar para o treinamento, assim que ele acabar o café. – o sorriso de Peretz havia desaparecido.

— Ah não! Vou ser o alvo outra vez e ter que aquentar aquelas bordoadas dele de novo! – Alitzah sorriu.

— É! Essa é a ideia. Bem, preciso correr para pegar o café do Príncipe. – a garota se despediu do irmão, e correu até a cozinha, pegou o café do Príncipe depois de ter cumprimentado as cozinheiras, as quais ela já conhecia e se dava bem.

Chegando ao quarto do Príncipe, ele já estava vestido e sentado na mesa, a esperando.

— Desculpe meu atraso. – ela corou e colocou a bandeja em cima da mesa.

— Está tudo bem, perdoada. – David já começou a se servir.

— Peretz já está fazendo o que eu mandei?

— Sim. – Alitzah já havia começado a arrumar a cama de David.

­— Muito bem. – disse ele, já terminando de comer.

— Alitzah, hoje apenas arrume meus aposentos e costure algumas roupas minhas e já basta, pois quero vê-la no torneio, torcendo por mim. – falou ele, com um grande sorriso.

— Claro. Estarei lá. – Alitzah fez uma referência e David se foi.

Com a cama arrumada, e logo depois de ter varrido o quarto e limpado os móveis. Alitzah pegou as roupas para costurá-las.

Fez tudo com calma e sem pressa, assim que terminou, correu até à arena para ver seu Príncipe competir.

Como esperado, todos - ou quase todos - do Reino tinham ido ao torneio do Príncipe, ver o próprio competir. Já eram costume esses torneios reais, a cada período de - mais por menos - três meses, havia um.

David, como de praxe, lutaria com os guardas mais requisitados do Reino. Não era tarefa fácil, mas ele saía-se singelamente bem, nas competições.

 Sua armadura estava polida, assim como sua espada afiada. Peretz havia feito um bom trabalho, mesmo reclamando aos montes, de sua tarefa designada.

O Príncipe não mataria ninguém, é claro, mas eventuais machucados poderiam - e iriam - ocorrer. Ele não gostava de ferir os adversários, porém, outros faziam, outros matavam.

Ao chegar à arena, Alitzah escolheu um bom lugar para poder assistir ao torneio.

A primeira partida já havia começado, David contra um cavaleiro grandalhão. E como o esperado o Príncipe havia ganhado.

Alitzah vibrava entre a multidão, a cada vitória de seu Príncipe, mas também estava angustiada com uma possível perda.

As outras batalhas foram se prosseguindo, assim como o número de competidores diminuindo.

Logo todas haviam acabado e finalmente a última estava se iniciando.

A batalha final foi entre David e Alvar, um cavaleiro que veio de terras distantes.

Ambos se cumprimentaram, ao iniciar da luta e logo já começaram a se golpearem entre si.

As espadas batiam uma na outra, produzindo um som agudo que ecoava na cabeça.

David já havia golpeado Alvar várias vezes, mas o cavaleiro havia conseguido se defender com seu escudo.

Os golpes eram rápidos.

Alitzah observava todos os movimentos com atenção, temendo por qualquer descuido do Príncipe.

Os minutos se passaram e a batalha ainda se prosseguia, sem nenhum vencedor, ainda.

Alvar golpeou com força, tanta que David caiu no chão.

Alitzah entrou em pânico, apenas podendo observar.

A espada do cavaleiro tinha o peito do Príncipe na mira, e como todas as leis do torneio, apenas um poderia sair vivo. Todos matavam os adversários, apenas aqueles que lutavam contra David saíam vivos.

Um nó surgiu na garganta da jovem, e por um instante lhe faltou ar.

Ela fechou os olhos, desejando mais que tudo que David saísse vivo, de alguma maneira.

As v0zes, murmúrios e gritos de todos haviam sumido, como se a garota houvesse ficado surda, de repente.

A única coisa que ela podia escutar, era seu coração. Batendo rápido pelo desespero.

Ela ainda mantinha seus olhos fechados, desejando que Alvar caísse ou se distraísse com qualquer coisa, para que David pudesse levantar e vencer.

“Faça” – uma voz aveludada e doce ecoou em sua cabeça, um sussurro que soou como uma ordem.

Alitzah abriu os olhos respirando fundo.

Todos os sons e vozes voltaram a encher sua cabeça. Tudo voltou ao normal.

De repente, Alvar perdeu o equilíbrio e sem explicação, caiu no chão. David rapidamente se levantou e apanhou sua espada, apontando-a para Alvar.

Mas em vez de matá-lo, o Príncipe apenas estendeu a mão e o ajudou a levantar.

David tinha um bom coração, e não era um cretino como o pai.

O Príncipe havia ganhado, e Alvar ainda o agradecia, por não ter lhe tirado a vida.

Todos se alegraram, pois o Príncipe havia ganhado como todos queriam.

O Rei não se cabia de orgulho, sorrindo.

Mas quem estava surpresa, feliz e aliviada, era Alitzah, que ainda não havia entendido bem o que aconteceu.

Ela havia usado magia, isso era notável. Ela havia desejado no fundo de sua alma aquilo, e havia acontecido.

Ela sorriu sozinha, orgulhosa de si mesma, não acreditando no que havia feito.

Ela ainda sorrindo olhou para o lado, onde Peretz se encontrava.

A expressão do garoto era de surpresa.

― Você fez isso, não é? – ele perguntou.

― Sim, eu acho, mas tenho certeza, porque desejei muito que acontecesse. – o garoto sorriu, também.

― Vamos para casa, precisamos fazer uma coisa. – Peretz se levantou, logo em seguida e a puxou pelo braço entre a multidão.

― Ah! Não, espera, quero parabenizar David antes. Ele ganhou o torneio!

― Você o vê todo santo dia, fale com ele depois, isso é mais importante. – ele a puxou, até em casa.

― Ariadinna? – Peretz a chamou, logo entrando.

― Sim? – a pequena mulher logo surgiu, de um cômodo da casa, e logo ela estava na frente dos dois irmãos.

― Eu disse a você, nós dois podemos usar magia! – Peretz disse animado, mas o rosto de Ariadinna se desfez em horror.

― Não acredito! Vocês dois também... – Ariadinna balançou a cabeça querendo se esquecer de alguma coisa e mudou de assunto. – Tomem cuidado, sabem mais do que eu, que se fizerem isso em público o Rei saberá, e não deixará barato.

Alitzah a olhava desconfiada, com a mudança repentina.

― Como assim “vocês também”? – ela perguntou, curiosa.

― Ah! Você sabe, meu bem, havia muitos feiticeiros em nossa antiga aldeia... E bem você sabe... Eu jamais esperava que vocês dois também seriam... Pois depois de tudo. – ela se atropelou nas palavras, tentando disfarçar, mas Alitzah não se aquietou.

― Ariadinna, a verdade! – ela disse, séria. A pequena mulher olhou perdida para Peretz. que logo se desfez em raiva e saiu do cômodo.

― Ariadinna? – ela perguntou novamente, se espantando com a mudança de humor do irmão.

― Sente-se querida. - ela disse já puxando uma cadeira para ela, logo ambas estavam sentadas, Ariadinna estava pensativa, tentando achar palavras certas para explicar. – Bem, você sabe que sua mãe morreu tentando protegê-los, não é?

― Sim, mas... Não foi certo, porque nenhum de nós era feiticeiro, naquela época.

― Bem... Sua mãe, você e Peretz não, mas... Caleb era. – as palavras saíram, como um sussurro.

Alitzah se levantou da cadeira, surpresa e confusa.

― O quê? – Alitzah gritou.

― Olhe, meu bem... Caleb sempre foi diferente, desde que nasceu. Antes mesmo de falar levantava os objetos por puro desejo e sem tocá-los. – Alitzah permanecia quieta, tentando absorver tudo aquilo. – Sua mãe foi criando ele assim, o escondendo de você, e do Peretz por pura segurança, mas como ela ficava sozinha, enquanto você e Peretz faziam suas tarefas, ela pedia minha ajuda, pois não sabia o que fazer, já que Caleb era... Especial.

Alitzah meneou com a cabeça, ainda boquiaberta.

― Mas em um dia infeliz, quando ela, Caleb e Peretz foram até a feira do reino, Caleb usou magia em público... Não foi por querer... Ele não controlava! Logo, as pessoas que viram deduraram ao Rei, que logo mandou guardas e mais guardas atrás dele. Mas sua mãe já havia voltado, e ninguém a viu sair e as buscas ficaram calmas, mas foi apenas por um tempo. O Rei ainda não havia se conformado e mandou as buscas para fora do reino, demorou, mas enfim acharam nossa aldeia. Por ordens do Rei, todos deveriam morrer, pois também eram suspeitos por bruxaria e magia... – Ariadinna suspirou, mas continuou.

― Sua mãe morreu, mas não porque era acusada a bruxaria e sim, por esconder Caleb e o proteger. Antes de ser queimada ela me suplicou para que cuidasse de vocês, e que nada de ruim acontecesse, mas Caleb sumiu, e até hoje sinto que cumpri a minha promessa pela metade. – os olhos de Ariadinna estavam vermelhos e cheios d’água.

Alitzah ainda estava inconformada, jamais teria imaginado aquilo. Isso explicava o porquê das habilidades de Caleb e como estava vivo até hoje. As lágrimas desciam de seus olhos como uma torrente. Ela correu até seu quarto e bateu a porta com tudo, ainda não acreditando.

Ela meneava a cabeça, enquanto soluços altos escapavam de sua garganta.

A garota olhou para trás e encontrou os olhos de Peretz, também vermelhos.

― Agora sabe o porquê o odeio tanto! – sua voz era de pura raiva. – Ele matou a mamãe e o resto de todos nós! – Alitzah ainda meneava com a cabeça, Peretz enfim levantou, e a abraçou.

Assim eles ficaram, Alitzah não conseguia parar de chorar, e o silêncio entre os dois não ajudava.

Agora estava tudo claro, perguntas respondidas e dúvidas tiradas, ela sentia um pouco de raiva, mas não tanta quanto a de Peretz.

Caleb não teve culpa.

Mas aquilo não era nada. A maior prova ainda estava por vir. Prova que seria capaz de acabar com toda a vida dos irmãos de uma vez.

***

— Parabéns, David! - Alitzah sorria para o Príncipe. Era difícil tentar não se lembrar do que ocorrera mais cedo, e era difícil não deixar as lágrimas transbordarem de seus olhos. Porém, ela tentava fazer isso, tentava sorrir.

E o príncipe correspondia esse sorriso.

— Obrigado, minha querida. Temo que sua presença lá me deu boa sorte. - ele disse, galanteador como sempre. Alitzah corou e desviou o olhar, sua mente estava no torneio e em como ela protegera seu Príncipe, da morte certa que o aguardava.

— Você é muito bom. - ela o elogiou. - Luta bravamente.

— Tenho que ser assim, não é? Pois, um dia, herdarei todo esse Reino. - falou, os olhos sonhadores.

— Tens razão, meu senhor!

— David... - ele disse e ela riu.

— Certo, David. - as bochechas da menina estava coradas. - E queres mais alguma coisa por hoje, ou posso me recolher?

— Não, não preciso de mais nada. Mas, adoraria que você ficasse comigo. - ele sorriu.

— Isso não é possível. - falou Alitzah.

David suspirou.

— Sei que não, ao menos, não por agora.

Sem mais delongas, ela fez uma pequena mesura e foi-se em direção à porta.

— Ah, só mais uma coisa, Alitzah. - disse o Príncipe, sussurrando no ouvido da menina, que se virou abruptamente, não percebendo que David estava tão próximo. Muito próximo.

— Sim? - ela sussurrou também, com problemas para respirar normalmente.

— Tenha uma boa noite. - disse ele, sorrindo e inclinou-se em direção ao rosto dela, dando-lhe um beijo rápido, afastando-se logo depois.

Alitzah tocou os lábios, a face corada, porém, aberta em um pequeno sorriso.

— Boa noite. - ela respondeu, baixinho e saiu do quarto.

Oh, Céus! - ela pensava, enquanto ia para seu casebre. - Acho que estou apaixonada...

Bem, se amor, ou paixão, significar batimentos cardíacos acelerados, uma sensação estranha no estômago, um formigamento na pele, onde era tocada e ficar corada em todos os instantes, sim era amor.

Mas, o amor dos dois não poderia existir. Era proibido, e não só por serem de castas diferentes.

Havia muito mais. E tudo estava envolto em uma única pessoa. Uma pessoa a quem Alitzah nunca poderia abandonar, uma pessoa a quem ela sempre ajudaria.

Caleb.

E ela nunca saberia disso. Ou talvez soubesse, quando seu irmão caçula fizesse a vingança que prometeu a si mesmo e à sua mãe, há alguns anos atrás.

Ele queria isso mais do que tudo no mundo e, sabia que no final, de um jeito ou de outro conseguiria.

Mesmo que a irmã estivesse apaixonada por um dos alvos dessa vingança. Ele a tiraria do caminho.

Não, ele não mataria a menina, era impossível, ele a amava. Mas, tinham outros meios além da morte.

E ele acharia um.

Pensando nisso, Caleb, que se ocultava nas sombras, sempre vigilante, com os olhos na irmã, colocou o capuz de sua capa e foi embora, lentamente, sem fazer qualquer ruído.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Esperamos que siim.. e aguardamos vocês nos reviews, okays?! Bjinhoos e até os reviews.