Hidden Magic. escrita por Graah_Caah


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas ai está outro.... cheio de surpresas!



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Capítulo II

Ambos já estavam desjejuando, Alitzah não olhava na cara de seu irmão, mantinha seus olhos fixos em seu alimento.

Peretz às vezes a olhava pelo canto dos olhos, com um “desculpe” entalado na garganta.

Ariadinna, que já estava com as poucas moedas guardadas, esperava Alitzah e Peretz terminarem o café para irem à feira medieval.

Rapidamente, os gêmeos acabaram o café, ainda não falando nada.

― Ótimo, acabaram! – disse Ariadinna. – Venham comigo.

― E o Príncipe? – perguntou Alitzah em voz baixa. – Tenho que...

― Não agora, coloquem suas capas, pois temos que ir ao mercado. – disse Ariadinna.

Os dois assentiram sem dizer mais nada, vestiram suas capas e saíram de casa.

Como sempre a feira estava lotada, pessoas circulando em várias direções e os murmúrios de várias conversas distantes.

Alitzah já estava acostumada com aquela multidão, mas algo dentro dela dizia que não era como qualquer dia comum.

Ariadinna parou em uma das barracas e negociava com o comerciante, enquanto Peretz conversava com um dos muitos servos reais.

A multidão parecia se abrir em certo momento, o que atraiu a atenção de Alitzah que olhava aquele vazio com a mente longe.

A multidão se silenciou, Alitzah certamente estava confusa, por um momento piscou os olhos e balançou a cabeça tentando voltar ao normal.

Mas nada aconteceu, seus olhos abertos novamente olharam fixo para uma das formas em comum.

Um garotinho, encapuzado de negro, se separava da multidão ganhando total atenção da garota.

Seus cabelos negros que desciam ao seu rosto, seus olhos pratas e seu capuz cobrindo a maioria dos detalhes, como se não quisesse ser reconhecido

“Olá Alitzah” – uma pequena e suave voz cobriu o silêncio, uma voz familiar ao rosto e ao tamanho do garotinho.

Caleb.

Alitzah ficou boquiaberta, enquanto o garotinho sorri de leve para ela.

Mas algo o distrai e ele sai da visão de Alitzah, os murmúrios e a multidão voltam novamente.

― Peretz. – A garota eufórica, cutuca o irmão, mas este não lhe dá atenção.

Alitzah preocupada em não ver novamente o garoto, corre atrás dele, a multidão dificulta um pouco, mas ela consegue o vê correndo.

Ele olhou para trás, seus olhos assustados fazem a garota se lembrar dos seus sonhos.

Quando enfim ela o alcançou em um beco escuro, o garoto havia sumido.

― Caleb? – Alitzah chamou, as lágrimas já querendo sair de seus olhos.

Ninguém respondeu, como esperado por ela.

Será que estava ficando louca? Só podia ser, para ver seu pequeno irmão caminhando pela feira, ouvindo sua voz e vendo novamente seu olhar...

Ah! E seu olhar! Parecia estar com raiva, raiva direcionada a ela.

Alitzah decepcionada, voltou para lado de Peretz. Ariadinna já estava em outra barraca, comprando outra coisa. O que era bom, já que se ela visse Alitzah chorando, iria interrogá-la.

Peretz viu as lágrimas nos olhos de Alitzah, e sua tristeza.

― Irmã? O que aconteceu? – o garoto pergunta, preocupado.

― Não é nada, sério. – ela respondeu, enxugando as lágrimas. Peretz preocupado, a puxou pelo braço a afastando da multidão.

― O que aconteceu? A verdade!

― Eu o vi! Eu vi Caleb. – o garoto revirou os olhos, e bufou.

― O que eu disse sobre esse nome. Ele está...

― Não está! Ele falou comigo, eu o vi. Eu não estou ficando louca.

Ela disse isso como se implorasse por uma resposta do irmão, uma resposta otimista.

― Pelo jeito que falas, está à apenas um passo para a insanidade. – disse Peretz.

Alitzah se enfureceu.

― E por que você não consegue deixar de ser tão cético e acreditar em um milagre? – perguntou ela.

― Porque milagres não existem. – respondeu, simplesmente.

― Tu és um estúpido, Peretz. – gritou ela.

― Tu que és uma boba, ficas acreditando em insanidades. – respondeu.

Alitzah estava a ponto de batê-lo.

― Não retires minhas esperanças. – ela disse, vermelha de raiva.

― Pois não devia tê-las. – o irmão também começava a ficar com raiva.

Caleb aparecer, para ele, era impossível, inacreditável. Peretz estava certo de que o irmão mais novo morrera nas mãos dos guardas, queimado igual a mãe. Sim, ele era cético, não acreditava em milagres, muito menos em um milagre desta grandeza. Havia perdido sua fé desde a morte de sua mãe.

 ― Chega, estou farta de ti. – Alitzah disse, e saiu andando.

As lágrimas desciam de seus olhos como uma torrente.

Ela passava pela multidão despercebida. Como se não existisse.

“Não chores” - a voz ecoava por sua cabeça, mas Alitzah não deu atenção, pois mesmo tendo fé, aquilo era impossível.

“Por favor” - novamente a voz suplicava em sua mente.

Alitzah abriu a porta de sua casa com tudo, correndo para seu quarto, enterrando seu rosto em seu travesseiro, as lágrimas escorrendo sem parar.

Não demorou muito para que Alitzah pegasse no sono, já que a noite passada não foi tão reconfortante.

A garota, com seu rosto úmido, acorda com as chamadas de Peretz.

― Irmã, eu preciso falar com você. – Alitzah acordou desnorteada, levou um tempo para que ela voltasse ao normal.

― O que quer?

― Bom, eu tenho uma notícia boa e uma ruim! – Peretz disse, um pouco ansioso e eufórico.

― Então me fale. – Alitzah se sentou na cama, e seu irmão se sentou ao seu lado.

― A boa é que eu consegui! Eu usei Magia. – os olhos da garota se arregalaram, de curiosidade.

― Como?

― Ariadinna estava distraída, e derrubou a cesta com os alimentos, mas antes que eles encontrassem o chão, eu os parei. – falou, animado. – Foi incrível. Nunca me senti tão bem, e forte.

Um pequeno e leve sorriso saiu dos lábios de Alitzah, mas não chegou a seus olhos, pois ela ainda não esquecera a raiva do irmão.

― Como o parou?

― Não sei ao certo, só não queria que caíssem e se sujassem, e felizmente a cesta parou no ar, e eu a apanhei rápido para que ninguém visse, mas eu sou um feiticeiro, não é incrível?! – Peretz disse, se levantando da cama, pulando de alegria.

― Sim! É incrível, mas qual é a outra notícia?

― O Príncipe estava te procurando, já que não a viu o dia todo.

Com um salto, Alitzah correu até seu espelho, arrumou o cabelo que havia sido bagunçado com seu cochilo, e bateu de leve nas pontas de seu vestido, o ajeitando.

― Se arrumando tanto, Alitzah... Posso saber por quê? – perguntou Peretz, sorrindo.

A garota deu lhe um olhar enviesado e não respondeu, saiu de sua casa, seguindo para o castelo.

Rapidamente chegou, já indo para o aposento de David. Antes de entrar, bateu na porta.

― Entre. – disse a voz do Príncipe.

― Com licença. – disse Alitzah em voz baixa, entrando no quarto.

― Alitzah! Ora, não a vi a manhã inteira...

― Perdão. Fui à feira medieval com meu irmão e com Ariadinna. – falou.

David assentiu. Seu olhar brilhando para a menina de dezesseis anos, que havia conquistado seu coração.

― Ah, tudo bem... – o que importava para David, era que ele já estava em sua companhia.

O Príncipe sorriu para a menina, e ela correspondeu, sem conseguir evitar, corou e rapidamente olhou para o chão.

Alitzah também gostava do Príncipe, mas não admitia isso para si mesma. Ela devia odiar a família real, pelo o que fizera à sua família, devia odiar aquele jovem mimado, mas não conseguia. Ela gostava dele, e sabia que ele não era só aquele mimadinho irritante, era uma boa pessoa por dentro.

Ela balançou a cabeça e pigarreou.

― O que quer que faça hoje? – perguntou.

― Apenas que me dê a graça de sua companhia. – falou ele, sorrindo, docemente.

― Se assim desejas... – ela falou, olhando distraidamente para o chão, não querendo encontrar o olhar do Príncipe.

O Príncipe se aproximou um pouco mais.

― Sim, é de meu desejo. – ele sussurrou.

A repentina proximidade fez Alitzah sentir uma descarga elétrica no seu corpo. Ela mordeu o beiço e deu alguns passos para trás, tentando pensar em alguma coisa para dizer.

― E o que vais fazer hoje? – perguntou ela.

― Não tenho nenhum plano, mas podemos passear. – disse ele.

Ela assentiu.

― Tudo bem então... Antes de sairmos vou arrumar sua cama.

― Já está arrumada. – disse.

Ela arqueou suas sobrancelhas.

― Você a arrumou? – perguntou, cética.

― Está assim tão surpresa por quê? Pensas que não sei arrumar uma cama? – perguntou o Príncipe, divertido.

― Claro que não... É que... Que... - ela se atrapalhou com as palavras. – Esqueças. E... Obrigada. Era minha função...

― Tudo bem. – ele a cortou.

Ela corou e sorriu.

― Vou pegar minha capa... Vamos passear pelo Reino, mesmo? Ou vamos sair novamente? – perguntou, com medo de novos ataques.

 ― Sim, pelo Reino. Não vou sair tão cedo depois do que aconteceu. – ele sorriu.

Ela fez uma mesura e saiu do quarto. Alitzah correu até sua casa para buscar sua capa, assim que chegou a vestiu rapidamente.

Peretz estava lá também, deitado.

― Não vai fazer nada mesmo, hoje? – perguntou a menina, vendo seu irmão relaxando na cama.

― Não, até que essa paixonite sua pelo Príncipe o mantêm ocupado, então ele não me deixa trabalho.

Alitzah revirou os olhos, mas sorriu discretamente.

― Vou sair com ele, adeus. – disse ela e correu para porta.

― Adeus. – gritou o irmão.

Assim, ela correu de volta para o castelo, onde David já a aguardava.

Alitzah montou em seu cavalo e logo já começaram seu passeio.

Os dois se dirigiram para a grande fonte no qual reabastecia o reino de água.

Era linda, feita de mármore com pequenas estátuas a decorando.

Ambos desceram dos cavalos e sentaram a beira da fonte.

O vento bagunçava o cabelo loiro do Príncipe e mandava o de Alitzah para seu rosto, que mandava ele para trás constantemente, não obtendo sucesso. O príncipe riu.

― Deixe-me tentar... – falou.

David se aproximou dela e, suavemente, arrumou seu cabelo, pondo-o atrás da orelha.

― Pronto... – sussurrou.

Sua mão ainda tocou a lateral do rosto de Alitzah, das têmporas ao queixo, deixando um rastro quente na pele da garota.

― Obrigada. – sussurrou ela, sorrindo constrangedoramente.

― Sua pele é tão delicada, delicada como uma pétala de rosa, aveludada, macia... – disse o príncipe.

― Ora, que isso, Vossa... David. – disse ela, lembrando de sua ordem no dia anterior, ordem que já fora repetidas tantas vezes...

Ele sorriu, seus olhos castanhos brilhavam. Olhos que transmitiam à Alitzah tanto calor.

― É a verdade, minha querida Alitzah. – ele ainda não havia se afastado, continuava próximo.

― Obrigada. – falou ela.

Sua face estava corada.

― Ah, Alitzah. Não tens porque ficar com vergonha, minha cara. – disse ele, percebendo. – Tu sabes o que sinto por você...

“Alitzah. Não.” – sussurrou uma voz em sua cabeça. A voz que mais cedo se apresentara, também.  A voz do seu irmão.

Ela arfou e levantou-se, assustada, olhando em volta.

― O que foi? – perguntou o Príncipe, esquecendo-se do assunto que antes falava. – O que está vendo?

Ela questionava-se. Talvez, ela verdadeiramente estivesse ficando louca. Talvez...

― Nada. – respondeu, prontamente, ainda olhando em volta, em busca de seu irmão.

Nada encontrou.

“Caleb? Onde está você?!” – ela gritou mentalmente.

“Céus, estou por ficar insana...” – pensou e balançou a cabeça, quando nenhuma resposta chegou até ela.

― Ora, mas você se afastou tão rápido e pôs-se a olhar em volta... – visivelmente, David estava magoado.

― Não é certo. – disse ela. – Não podemos ficar tão próximos em público, sou só a sua serva, o que os outros burgueses e nobres diriam, se nos vissem?

Alitzah falou a primeira coisa que lhe veio à mente, mas não era uma mentira. Era verdade, ninguém podia vê-los, afinal, ela era somente uma plebeia.

― Ora, não ligo para o que dizem de mim. – ele franziu a testa.

― Liga sim. Não vai querer ficar mal falado no reino, David. – disse ela, mais uma vez, disse a verdade.

David bufou.

― O que me importa os outros? Não poderão falar nada, irei fazer o que quiser. – ele ralhou e tentou outra aproximação.

Alitzah não cedeu. Afastou-se mais, indo para em direção ao seu cavalo branco.

― Melhor irmos, não? – ela perguntou, corada.

David suspirou, mas assentiu.

O coração da garota estava magoado também. Ela ansiava pela proximidade do Príncipe há muito tempo. Queria sentir seus lábios nos seus, o coração de David contra sua mão...

Mas não podia. Não era certo.

Ele era um Príncipe e ela sua serva. Nunca daria certo, eram diferentes demais.

Voltaram para o castelo, seguindo para o aposento de David. Ao chegarem lá, o Príncipe fechou a porta, virando-se para olhar para Alitzah.

― Sinceramente, eu não ligo para o que as pessoas dizem. – ele retomou o assunto.

― Liga sim, e se você não liga, seu pai liga. – disse Alitzah.

O Príncipe exalou um suspiro alto.

― Não ligo para ele, nem para ninguém, só para você, e já é assim há um bom tempo. – disse ele.

Alitzah corou.

― Desde que você chegou aqui. – complementou David.

― David... – ela tentou dizer, mas ele a cortou.

― E você? O que sentes por mim?

― Eu... Er... Eu... – ela pigarreou. – Não sinto nada por você.

― Mentes. Sei que você ama-me também. Posso ver em seus olhos.

― Então estás cego. Ou insano. – disse a garota.

Mas ela mentia, e sabia que ele percebia isso.

― Não. – disse o Príncipe. – Estou apaixonado por você.

― Mas eu...

Ela não teve tempo para completar a sentença, David veio até ela e puxou-lhe para perto pela cintura.

Ele inclinou a cabeça, indo em direção aos lábios vermelhos de Alitzah. Se ela quisesse, poderia o empurrar para trás, evitando assim, o beijo. Mas, ela queria. E aconteceu.

Os lábios dos dois se encontraram, em um beijo apaixonado. Suas línguas trançaram-se na boca dos dois.

As mãos de Alitzah foram para a nuca de David, e ele a puxou mais ainda para si, os corpos se unindo em um só...

Foi ai que aconteceu.

“Não!” – gritou uma voz na mente de Alitzah. Novamente, a voz de Caleb.

A menina libertou-se do abraço de David e correu para a porta, saindo e batendo a porta atrás de si.

Ela correu até sua humilde casa e foi para seu quarto. Ariadinna e Peretz a questionaram com o olhar, mas nada perguntaram, deixando a menina sozinha, em sua cama, até anoitecer.    

Depois de algumas horas, ela levantou-se. As lágrimas que chorara mais cedo, já haviam secado. Lágrimas de confusão. Por que ela não poderia ficar perto de David? Por que Caleb...

Decidiu fazer as tarefas que tinham a ser feitas, como arrumar a mesa. Todos já estavam em suas camas, e assim, ela podia ficar só consigo mesmo, mais tranquila com seus pensamentos.

A noite estava calada naquele dia, sem o relinchar dos cavalos ou as respirações das pessoas em suas casas.

A única coisa que era perceptível, era o uivo do vento que batia nos cabelos de Alitzah.

A garota estava batendo sua toalha de mesa, na janela, jogando fora qualquer migalha que houvesse nela.

“Alitzah!” – a voz novamente ecoou em sua cabeça.

Ela balançou a cabeça, estava mais do que escutando coisas, já que não havia nenhuma alma ali.

“Não me deixe aqui” – ela fechou os olhos respirando fundo.

“Por favor” – a imagem de seu irmãozinho caído no chão veio em sua mente.

“Alitzah!” – a voz agora gritava em sua mente, Alitzah não se conteve. Colocou a toalha em seu devido lugar e saiu de casa sem fazer um mínimo barulho para não ser seguida.

“Irmã?” – aquela voz aveludada no qual ela não escutava há anos. Dois anos, ela podia ter certeza. Caleb, se estivesse vivo, estaria com treze anos, a idade notavelmente certa do garotinho que ela havia visto na feira.

A voz a guiou até um beco escuro, o mesmo beco no qual o havia perdido de vista.

Alitzah forçou a vista, e teve êxito, uma forma humana se distinguia das outras sombras.

A sombra correu até ela e a abraçou forte, entrelaçando seus braços em sua cintura e enterrando o rosto em seu peito.

“É bom te ver novamente” – Alitzah não resistiu de não o abraçar também, a garota o beijou várias vezes em sua cabeça, mesmo ainda não tendo olhado em seu rosto.

― Não acredito, você está vivo. – ela se separou do garoto e tirou seu capuz, as feições de seu irmão não mudaram, era ele mesmo. As lágrimas desceram de seus olhos.

A garota acariciava seu rosto e seus cabelos, enquanto ele sorria.

― Caleb, é bom ver você novamente. Onde esteve? Por que não voltou? – ela não sabia qual pergunta fazia primeiro, já que havia tantas.

“Não há tempo para isso” – Caleb ficou sério. – “Não vim aqui para ficar”

Alitzah desmanchou o sorriso de sua face, meneando com a cabeça.

― Por que não falas comigo? Você tem que ficar, somos sua família.

O garoto meneou com a cabeça.

“Apenas você, e mais ninguém.”

― Caleb, pare de falar em minha mente, converse comigo. – as lágrimas haviam voltado a escorrer em sua face.

― Tudo bem. – sua voz fez com que um sorriso saísse dos lábios de Alitzah, mas a felicidade não chegou a seus olhos.

― Como consegue fazer isso? – a menina estava surpresa.

― Do mesmo jeito que consegue fazer com que árvores caiam. – Alitzah ficou mais confusa ainda, como ele sabia daquilo?

― Ah! E não volte a ver o Príncipe de novo. – Caleb disse sério.

― Por que não? – as lágrimas ainda desciam de seus olhos.

― Porque é errado e não quero que chore mais tarde.

― O que?

Caleb apenas meneou com a cabeça, colocando seu capuz novamente no lugar.

“Tenho que ir.”

― Por que não ficas?

― Por que você mora com alguém que não suporta ouvir meu nome.

A mente de Alitzah correu até Peretz, mas como ele sabia disso se havia sumido há dois anos?

― Alitzah? – a voz de Peretz interrompeu o silêncio.

Alitzah se virou para trás confirmando que seu irmão estava a procurando, mas quando voltou a olhar para frente, Caleb havia sumido.

“Não conte a ele que estive aqui” – a voz de Caleb foi clara e rígida.

― Mas que diabos está fazendo aqui, querida irmã? – Peretz estava confuso.

― Nada. – Peretz notou as lágrimas, que ainda estavam em seu rosto.

― Vamos para casa, Ariadinna quase teve um infarto com sua fuga repentina.

Os dois se foram, Alitzah ainda estava confusa, se perguntando como seu irmãozinho conseguia conversar em sua mente e sumir daquele jeito, enquanto Caleb estava mais perto do que ela poderia imaginar.


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Notas finais do capítulo

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