Dear Diary: I Am Going To Sweden escrita por Rocket_Queen


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Emma deu um pulo de susto e afastou Peter quando viu Isabel olhando mortalmente para eles. Peter virou-se ao ver a face assustada de Emma e só então notou que Isabel estava ali. Ele foi o primeiro a reagir, se levantou colocando-se entre as duas, Emma seguiu o seu exemplo, mesmo sem saber o que fazer naquela situação. Seu coração pulsava forte.

- Eu sabia! QUE DORGA! EU SABIA! – o lábio inferior dela tremia, seu rosto assumia em tom de vermelho.

- Isabel, espera...

- ESPERAR O QUÊ? VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO COM ESSA...

- MUITO cuidado com o que vai falar dela! - Emma ouviu com surpresa Peter defendendo-a. Sabia que não era o momento, mas se sentiu bem com isso.

- Você ainda a defende?

- Ela é uma pessoa que você jamais será!

- Ainda bem! – riu com escárnio, Emma sentiu seu sangue ferver com aquilo. Quem ela pensava que era para falar assim dela?

- Ainda bem mesmo! Peter, me avise se algum dia eu virar uma perua egoísta como ela. – assumiu a frente impedindo Peter de ficar entre elas. Se ela queria briga, teria briga.

- Como ousa falar isso, sua vadia!? – perguntou indignada.

Isabel ergueu a mão, pronta para lhe dar um tapa. Emma se retraiu, pronta para recebê-lo, fechou os olhos reagindo instintivamente. Mas não sentiu nada. Absolutamente nada. Abriu os olhos devagar tentando entender o que aconteceu e viu Peter segurando o braço de Isabel com força. Seu rosto era uma máscara de fúria.

- Não pense que eu vou te deixar encostar um dedo nela. – nunca havia o visto com tanta raiva antes.

- Por que a defende Peter? – lágrimas se formaram em seus olhos. Emma sentiu-se mal ao vê-la daquele jeito. Ela era a errada nessa história, mesmo que não gostasse da Isabel não estava orgulhosa com o que fazia com ela.

- Porque eu a amo! – o coração de Emma deu um solavanco ao ouvir isso, era a primeira vez que ele dizia que a amava.

- Você a ama? – Isabel riu com amargura. – Você pode até “amá-la”, mas a partir de agora ela não mora mais aqui!

Como é que é?

- Você não pode fazer isso. Ela fica! – Peter olhava para ela estupefato.

- Nessa casa ela não fica! – Isabel estava mais descontrolada do que nunca, não queria ver Emma mais na sua frente.

- Pois então eu também não moro aqui! – Peter disse saindo pela porta. Emma olhou para ele espantada, ele não podia fazer aquilo! Isabel lançou-lhe um olhar de ódio antes de sair atrás de Peter.

Emma estava tonta com aquela situação, tudo tão rápido. Em menos de dez minutos Peter aparece em seu quarto, a beija, Isabel aparece, descobre tudo, eles brigam, ela fica sem lugar para morar, Peter também... Respirou fundo e foi atrás deles. Teria tempo para avaliar tudo mais tarde. Peter caminhava furioso pelo corredor até entrar no quarto de Rick com Isabel gritando em seu encalço.

Quando conseguiu alcançá-los, viu Peter segurando Rick no colo e falando em tom suave com ele.

- O que pensa que está fazendo? – Isabel gritou com voz estridente.

- Rick vai comigo.

- Você não vai levá-lo!

- Não vou? Tente me impedir.

- Você não pode fazer isso. Eu sou a mãe dele!

- Uma mãe não trata o próprio filho do jeito que você o trata.

- Mas isso não muda o fato! Peter pense em nós!

- Há muito tempo não existe mais “nós” e você sabe disso.

- Não o leve! – Isabel agarrou o seu braço impedindo-lhe de fazer algum movimento, seu tom era suplicante. Emma via tudo em silêncio, sentia-se culpada. – Eu me importo com ele!

- Por que agora você se importa? Já se esqueceu de quatro anos atrás quando eu tinha que vigiá-la constantemente, porque você queria abortar o meu filho? Eu não podia desviar a atenção um minuto sequer de você, pois tinha medo que você fugisse e fizesse alguma besteira. Já esqueceu? E ainda você tem a cara de pau de dizer que se importa com ele? Você só se importa com você mesma. Não quer que ninguém saiba que a grande Isabel foi abandonada!

- Peter... – ela agora chorava abertamente.

- Me largue! Estamos indo. Para sempre.

Emma sentiu que não aguentaria ver aquela cena por muito tempo, caminhou com passos largos até o seu quarto e trancou-se lá dentro. Aquela briga havia sido desencadeada por sua culpa, não conseguia para de pensar nisso. Única e exclusivamente sua culpa.

Pegou sua mala de viagem e colocou-a em cima da cama, não pensava que iria precisar dela tão cedo. Não sabia o que iria fazer ou para onde iria, só sabia que precisava sair dali.

Quinta-feira, 7 de abril, 15h40min

Querido Diário

Esse então parece ser o fim da minha viagem. Minhas malas já estão prontas, mas falta-me coragem para sair de dentro deste quarto, o refúgio que eu criei e onde me isolei. Ainda não sei ao certo o que vou fazer, eu deveria voltar para a Inglaterra, mas a simples de sair daqui já me deprime. Acho que irei ficar em Estocolmo, arrumarei um emprego e um lugar para morar. Mas até lá eu não sei o que farei.

Me sinto tão pateticamente estúpida! Estúpida por ter cometido um erro tão grande, por ter me envolvido, por amá-lo tanto... Eu sou a culpada por tudo! Não gosto da Isabel, mas não posso ignorar o fato que sou a culpada pelo o que mais temia, aquela briga marcou o fim do casamento deles e ela só começou pela minha enorme culpa!

Mas não consigo me imaginar sem ele. Eu preciso de Peter, mas estou tão confusa!

Emma saiu do apartamento aliviada por não ter cruzado o caminho de ninguém no seu trajeto até o elevador. Lá dentro pôde respirar já mais calma depois de tudo o que acontecera. Como uma vida pode mudar tanto em tão pouco tempo? Lembrou-se de ter pensado a mesma coisa quando chegou à Suécia. Parecia que isso havia acontecido há anos e não há semanas.

Quando o elevador chegou ao térreo encontrou Peter e Rick com várias bagagens espalhadas pelo saguão. Sabia porque os seus instintos a levaram até ali, precisavam ter uma conversa. Dessa vez só eles.

- Emma! – a doce voz de Rick a fez sorrir pela primeira vez depois de muito tempo. Abaixou-se e abraçou o garoto que veio correndo em sua direção. – O papai me disse que você é minha nova mãe!

Emma estremeceu e olhou confusa para Peter. Ele havia dito aquilo mesmo? Depois de tudo o que ela havia feito? Ele a olhava de um jeito que não sabia explicar, tão frágil. Pegou Rick no colo e levantou-se para ficar de frente para ele.

- Só se você ainda me quiser. – a voz dele cortou o seu coração. Era possível amar tanto assim uma pessoa? Emma podia sentir as lágrimas querendo descer pelo seu rosto.

- Peter... É claro que sim, eu te amo!

- Então vamos, só nós três, podemos ter uma vida inteira juntos. Emma...

- É tudo o que eu mais quero. Mas eu preciso de um tempo. Sozinha. Preciso pensar, tirar essa culpa que está me consumindo. – ela abaixou-se para colocar Rick no chão e tocou levemente a mão dele. Odiava fazer isso com Peter, via dor em sua face, mas precisa de um tempo antes de qualquer coisa.

- Emma... Por favor!

- É só isso que lhe peço. Um tempo, depois teremos a vida inteira juntos.

Peter apenas assentiu, conformado, e aproximou-se dela beijando-lhe levemente. Emma sentiu seu coração se apertar, o beijo da despedida, pelo menos por enquanto.

- Apenas não se esqueça que eu a amo.

Ele pegou todas as suas malas e Rick e entrou no elevador em direção à garagem do prédio, deixando-a sozinha. Sozinha durante o tempo que havia pedido. Talvez um dia, uma semana, um mês... Talvez tempo demais.


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Notas finais do capítulo

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