Capítulo 11 – Emoções e... Maggie.

Esme estava no antigo quarto de Bella a ajudando com o vestido, precisava amarrar as fitas e abotoar os botões na parte de trás da belíssima peça.

Carmem as avisou e, acompanhada por Esme correram escada a baixo para se juntarem com os outros convidados, Carlisle a estava esperando no pé da escada. Bella havia suspendido sua respiração, finalmente todo o nervosismo, inquietação todos os sentimentos que estava reprimindo fortemente desde que o casamento começou a ser preparado se chocaram contra ela a petrificando completamente.

Simplesmente não respirava desde que o dia raiou, usava menos oxigênio possível, na verdade a primeira palavra que saiu de seus lábios firmemente pressionados foi o “sim” que sem querer respondera à Carmem.

Ainda com a respiração suspensa, se levantou do pequeno banquinho onde Esme arrumava seu cabelo, e o tecido leve do vestido balançou suavemente em volta de suas pernas. Nem se atreveu a olhar no espelho.

Em um passo humano, desceu as escadas em caracol e ergueu a cabeça, lá estava seu criador e seu pai, Carlisle Cullen, o homem a quem devia tudo. O loiro usava um belo terno risca de giz, a gravata cor de marfim e uma bela rosa branca presa ao paletó, exibindo um sorriso que dizia tudo.

Orgulho, felicidade...

-Está maravilhosa – sussurrou a abraçando.

Ainda incapaz de falar, apenas sorriu.

Entrelaçou os braços e se viraram para as portas duplas.

A minúscula vampira, amiga de Bella estava como dama de honra. Seu vestido era de cetim de seda cor de lavanda com um belo laço marfim logo abaixo dos seios, o laço era amarrado atrás e seguia até tocar levemente no chão, diferente do vestido cujo comprimento era até um pouco antes do tornozelo. Era de alça, um pouco ousado para a época, mas não menos belo.

Bella e Edward optaram por não ter padrinhos, portanto os únicos que estavam no altar juntamente com o padre era o próprio Edward. Usando um terno preto com gravata marfim, ele estava a imagem da perfeição aos olhos de Bella

Os convidados ofegaram ao avistarem a noiva.

Esme sorriu.

Não havia palavras para descrever o vestido de Bella. Com um belo corte que mostrava perfeitamente a firme cintura, a cauda longa se arrastava atrás dela.

(N/A – link do vestido: http://www.weddingdressesfactory.co.uk/1031-1820-large/hot-sell-sexy-sweetheart-neckline-organza-a-line-bridal-gowns-with-empire-bodice-and-lace-embroider-lace-up-back-and-chapel-train-wd-0048.jpg - sem o franzido da saia)

Irina estava tocando no piano.

Todos os amigos que Carlisle e Bella fizeram em todos os seus anos estavam presentes.

Bella, que nunca sentira a necessidade de nada disso, não podia estar mais feliz.

Seu cabelo por incrível que pareça, estava preso, sua franja, que no geral balançava livremente na frente de seus olhos, arrumada e organizada em um belo cacho e preso atrás de sua relha por um grampo marfim com pequenas pedras de safira.

O véu preso abaixo do elegante coque.

(N/A – link do véu: http://pic.silktm.com/barato-de-de-com-de-qualidade-de-feitos-m%C3%A3o-muito-v%C3%A9us-noiva-noiva-materiais-alta-v%C3%A9u-noiva-%C3%A0-242736.jpeg      imagem do coque: http://2.bp.blogspot.com/-ALk0HXvBiZg/TgIywnhglxI/AAAAAAAABJs/CLtBzQR0gMA/s1600/foto-coques-para-noivas-10.jpg )

Edward estava sem palavras, nem havia soltado qualquer uma o dia todo, portanto não era agora que podia vê-la que ia soltar.

Paralisado, teve de se controlar para que sua mão não tremesse quando Carlisle pegou a de Bella e a colocou sobre a sua.

A cerimônia parecia uma eternidade, ao mesmo tempo em que foi apenas segundos para os dois.

Com a voz firme, porém baixo e soprano, os “sim” foram proferidos com uma alegria quase incontida.

A primeira coisa que conseguiram ouvir com clareza, e não parecendo que algo tampava seus ouvidos, foi a salva de palmas quase ensurdecedora.

Bem na hora do crepúsculo, as três irmãs Denali começaram a tocar uma bela música, a primeira dos recém casados.

A recepção foi feita e agora estavam todos no complexo do lado de fora, a plataforma foi ocupada por vários instrumentos, agora sendo tocado pelas três louras.

-Creio que nunca houve uma reunião com tantos vampiros maduros – comentou Eleazar com Maggie, a pequenina vampira que foi a dama de honra. Esta sorriu e balançou a cabeça, os cachos vermelhos e muito brilhantes na altura dos ombros saltitaram.

-Está esquecendo-se dos Volturi – sua voz era como sua aparência, pequenina e delicada, tinha um leve, porém perceptivo sotaque irlandês.

Eleazar revirou os olhos.

-Claro, a respeito... soube que Carlisle os convidou também – disse franzindo as sobrancelhas, não que desrespeitasse os Volturi, mas não sabia que Carlisle queria arriscar seus talentosos filhos aos olhos cobiçosos de Aro.

-Aro, Marcus e principalmente Caius não se dariam ao trabalho de vir até aqui, Carlisle sabe que expondo Bella e Edward, estaria se atrevendo demais, no entanto... – dessa vez a preocupação estava clara em suas feições pequenas – o encontro é inevitável, mas Carlisle é inteligente, ele sabe que convidando os Volturi, Aro pensaria que não havia nada demais fazerem uma visitinha na mente dos novos membros Cullen, Aro sabe que Carlisle conhece sua... digamos, atração quanto a vampiros talentosos.

-Assim, Aro irá achar que os novos membros não possuem nada em excepcional – concluiu o outro.

Maggie assentiu. A expressão ainda preocupada, mas tinha um sorrisinho nos lábios.

-De fato, fico impressionado com a senhorita, Maggie.

Esta revirou os olhos.

-Antes de partir com Siobhan, passei um bom tempo com Bella e Carlisle, acho que não existe ninguém mais perceptivo do que ela. Peguei uma ou duas de suas características ao longo do tempo, afinal foram três décadas.

Maggie foi transformada em 1847, aos 15 anos por Siobhan, no entanto não partiu imediatamente com ela, Siobhan viu como Maggie estava tendo dificuldades em aperfeiçoar o autocontrole, então a deixou com Carlisle, com a opção de continuar com ele ou partir com ela quando já tivesse um bom autocontrole.

(N/A – aqui começa a história da Maggie, quem não tiver interesse pode pular até meu próximo comentário, tá tudo em letra maiúscula para ser fácil de achar =*). 

Na época, Bella já havia sido transformada há 32 anos e ficara animada com a idéia de ter alguém quase de sua “idade” para conversar, as duas tinham bastante em comum. Maggie podia sentir quando alguém mentia, a mentira causava desconforto e por vezes dor física na garota, com o tempo conseguiu controlar melhor, agora já não sentia tanto desconforto, apesar de ficar meio inquieta quando mentem.

Sendo Bella, Carlisle, Siobhan e Liam, parceiro de Siobhan, pessoas que não sentem necessidade nenhuma de mentir, para Maggie, era fácil a convivência com eles.

Vendo aquela pequenina garota de 1m57, sorrindo facilmente, era difícil imaginar o passado duro que teve.

A hipocrisia que sempre esteve enraizada em qualquer comunidade, era completamente estranha para Maggie, mesmo quando humana.

Se uma pessoa dizia algo que não era correspondente ao seu sentimento, Maggie se sentia compelida a falar, ela sentia um impulso, totalmente incontrolável de apontar a falsidade. É claro que essas situações, geralmente terminavam em punição, por vezes severas, mas Maggie não conseguia controlar.

Em 1840, houve a Grande Fome, a família de Maggie, como todos aqueles que tinham condição, foram para a America, mas não tinham dinheiro o bastante para levar todos, os que foram deixados para trás foram os avós e a própria Maggie.

O pretexto fora que Maggie era a mais indicada para cuidar dos avós, já velhos, doentes e pobres. Mas a garota, naturalmente, sabia da verdade. Sempre foi vista pelos pais como um fardo, que esporadicamente, se perguntavam se as habilidades da filha não proviam do diabo, não a amavam tanto como os outros filhos e assim fora sacrificada. Ela tinha 8 anos.

7 anos depois, ela foi encontrada por Siobhan e Liam, na estrada que levava para Cork, quase morta de fome, delirando, os acusou de não serem humanos, Siobhan implorou a Liam que dessem uma chance a Maggie e, mesmo contrariado, temendo a ira dos Volturi, concordou.

Siobhan convidou Maggie a se juntar a eles, a prometera que nunca mais iria sentir fome, esta, vendo que ela falava a verdade e sentindo que não lhe fariam mal, concordou.

Ambos gostaram muito mais do que esperavam a presença de Maggie, Siobhan tem um relacionamento tão próxima com ela quanto teve com a própria mãe e Liam com o tempo a viu como uma irmãzinha.

Depois de três décadas com os dois Cullen, Siobhan retornou e Maggie quis seguir com ela, afinal, apesar de estar grata aos Cullen por acolhe-la e instruí-la nunca se esqueceu o que Siobhan fez por ela.

(N/A – AQUI TERMINA A HISTÓRIA DA MAGGIE, A HISTÓRIA CONTINUA NORMALMENTE).

Bella de fato lamentou a partida da primeira amiga imortal que fez.

Maggie, observando a amiga dançar com o novo marido, ficou feliz.

-Gosta bastante dela, não?

-Bella é... em muitos aspectos, uma irmã para mim. Ela nunca admitiria, mas o passado dela a causou mais sofrimento do que pode imaginar.

-Pensei que tinha dito que a convivência com Bella era fácil, pois ela não se sentia necessidade de mentir.

-Eu sei que parece que eu mesma estou fazendo algo de errado, mas mentir e ocultar são coisas diferentes. Ao ocultar, apenas não revelamos o que nos aflige, não falamos nada, mentir já requere um pouco mais de coragem. Afinal você está distorcendo os fatos ao seu favor.

“Bella sempre foi mestra em ocultar principalmente sentimentos negativos, apesar de eu saber quando ela fazia isso, eu não me sentia nem um pouco inclinada em pressionar o assunto, você a conhece, as únicas vezes que ela oculta qualquer coisa é para não preocupar a mais ninguém”.

“No meu caso, eu sempre soube dos sentimentos horríveis que meus pais tinham por mim, mas Bella, quando humana, fora inocente e ingênua, apesar de observadora. Ela sempre acreditou que o pai, a família dela não sentia nada por ela, nem mesmo ódio. Por muitas vezes a frieza é pior do que o ódio. Então... quando viu o que a morte dela causou à família, ela ficou confusa”.

“A lembrança da frieza da família e a lembrança da reação dela na morte de Bella, ficaram se confrontando uma com a outra durante quase meio século dentro do coração dela. Deve ter sido doloroso”.

“É impossível dizer o que é pior: a certeza de que sua família só nutre sentimentos negativos por você, ou essa batalha dentro da própria mente entre essas duas lembranças” – Maggie riu – “com certeza daria dor de cabeça”.

Eleazar acompanhou a risada. Sabia da história de Maggie, pois a próprio contou a ele quando o visitaram, Siobhan já havia dito a Carlisle o dom de Maggie, mas este a levou até Eleazar para que ele pudesse ajudá-la melhor.

Os dois voltaram à atenção para o casal da noite, quando Edward começou a dançar com Esme e Carlisle pegou na mão de Bella.

-Como sente sendo uma mulher casada? – o loiro perguntou à filha, divertido.

-Não sei nem dizer.

Este riu.

-Nunca havia lhe imaginado como noiva – admitiu depois de rodá-la uma vez.

-Nem eu.

Kate e Carmem, que estava em uma mesa mais próxima, riram.

Assim que a música terminou, vários casais foram entrando na pista.

Edward começou a rir dos humanos encolhidos em um das mesas. Preservava as suas vidas, mas aqueles com quem já convivera, pouco fizeram para conquistar sua simpatia.

Estavam intimidados com a presença de tantos seres sobrenaturalmente belos e perigosos, o próprio padre teve de se esforçar para que sua voz não tremesse ao falar alto e na frente de tantos daqueles seres. Edward revirou os olhos, e mesmo assim, nenhum deles percebeu nada.

Mas logo tudo isso foi varrido da sua mente ao ver sua esposa correndo, em velocidade humana, até ele.

-Olá – saudou ainda abraçada a ele.

-Olá.

Nunca iria se cansar de inalar o cheiro de Bella. Frésias e leve toque de morango, doce.

Os humanos na festa saíram logo que o sol começou a se por, ou seja, nem uma hora depois de iniciada a festa de recepção. As faces pálidas e belas eram ainda mais assustadoras sem a luz do dia, felizmente o sol não se mostrou, pois seria nesse caso que os humanos morreriam, mais pelo susto do que pelo segredo.

A festa ia continuar, mesmo sem Bella e Edward que logo partiriam para a Lua de Mel, afinal, não eram todos os dias que uma reunião dessas acontecia.

Dezesseis vampiros maduros reunidos em um só local.

Além dos Denali, que já possuíam cinco membros, havia a pequena Maggie com o clã Irlandês, Siobhan e Liam, metade do clã Egípcio, Tia e Benjamim, uma nômade americana, Mary, os quatro Cullen e, para a surpresa dos últimos, Alistair. Um nômade europeu extremamente desconfiado e recluso.   

Todos ali com uma história, algumas bem dolorosas é verdade, mas felizes e satisfeitos com sua condição. O bastante para promover uma bela festa, que durou, sem que percebessem, vários dias.