A Different Point Of View escrita por Justine e Mari


Capítulo 12
O Tempo Passa




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Capítulo 12 – O Tempo Passa.

Nem um ano depois, Carlisle pediu Esme em casamento. Nem de longe foi tão minuciosamente detalhado como o de Bella, mas não foi menos belo ou emocionante. Edward e Bella sabiam que esse momento chegaria, por isso optaram por sair de lua de mel um pouco mais tardiamente. E assim como o de Bella, a maioria dos amigos da família Cullen estava presente.

Sendo levada por Edward até o altar, foi o dia mais querido e especial dia para Esme.

Vários brincaram que se não fossem os Cullen provavelmente a existência deles seria um tanto tediosa.

Os dois passaram quase oito anos longe um do outro. Bella já havia conversado sobre isso com Siobhan, a amiga mais próxima que tem um parceiro. Não ia perguntar nada a nenhuma das Denali, ela ainda possuía saúde mental e a prezava demais para isso.

Mas aparentemente, quando se encontra um parceiro e começa a ter envolvimento físico com ele, o desejo começa a ser constante e insaciável, literalmente.

Com o estado imutável dos vampiros, era impossível ter um orgasmo. O mesmo não se pôde dizer do desejo.

Os sentidos já são extremamente aguçados, e no momento do ato, completamente desenfreados, é impossível imaginar esse tipo de sentimento sem que o tenha experimentado.

Insaciável.

Simplesmente você não consegue... parar.

Durante um bom tempo, é quase impossível se separar do parceiro. Após alguns anos essa atração, finalmente, começa a se saciar e, assim, os dois conseguem desfrutar verdadeiramente dos corpos um do outro, sem que aquela nuvem de prazer inunde seus olhos e nuble sua mente. E com mais alguns anos, conseguem satisfazê-los. É claro que as sensações nunca vão ser menos intensas.

Edward e Bella levaram quase uma década para satisfazerem-se o suficiente e conseguirem ir a público novamente.

Então, quando conseguiram controlar, voltaram para Carlisle e Esme.

Os dois também tiveram algumas dificuldades de se separar, mas diferente dos filhos, conseguiram se controlar o bastante depois de quase 5 anos e meio.

Era quase engraçado e Edward tinha certeza de que rolaria de tanto rir se não considerasse aquelas duas pessoas, os seus pais.

Os quatro viajaram para vários locais antes do reencontro. Algumas florestas da África, Rússia, Inglaterra, Alemanha e alguma cidade da Ásia se Edward não se engana, claro que na hora não se importava e agora menos ainda.

Foi em 1930, que a família Cullen estava completa novamente, na pequena cidade de Albany, em Nova Iorque, com uma media inferior a 160 dias nublados por ano, não era adequada para os Cullen, 2000 habitantes tampouco era propício. Uma vez que agora eram quatro.

Então decidiram se fixar em Rochester, ainda no estado de Nova York.

Quase 15 mil habitantes e uma média superior a 210 dias nublados anuais, era perfeita para os Cullen.

Nunca haviam se fixado naquela cidade, motivo ao qual não possuíam uma casa naquela região. Esme, que encontra uma nova paixão estava louca para reformar uma antiga mansão nos limites da cidade.

Alguns anos atrás, quando ainda estava sem a companhia dos filhos, ela ajudou Tanya a reformar uma nova casa, um pouco mais afastada da cidade do Alaska em que viviam, estava se desenvolvendo e ampliando bastante desde a última década, o centro ficando perigosamente perto da residência dos Denali. Então resolveram se mudar para um local mais afastado.

Esme, desde aquele dia, se afeiçoou tanto à reforma de casa antigas, que tomou isso como um hobbie. Enquanto não se reuniam com os filhos, Esme e Carlisle aproveitaram para fazer o que gostavam. Carlisle voltou a trabalhar nos hospitais e Esme iniciou uma faculdade em arquitetura, formando-se com louvor.

Animou-se ainda mais ao ver a casa em que ficariam.

(N/A - http://www.catenaecastro.com.br/mansao-punta-del-este-a-venda%20%283%29.jpg)

Era bem grade, vários quartos e apesar de possuir apenas dois andares era bem extensa. A mansão ficava mais afastada do que o normal. Quase no campo, mas Esme adorara tanto a casa que ninguém a contradisse.

O caminho do portão levava até um complexo onde seriam guardadas as mais novas paixões de Edward: carros. Não fora apenas Esme que descobrira novos hobbies no período em que ficaram com os parceiros.

Já haviam sido produzidos esses veículos, no entanto não foi antes de 1929, quando Edward topou com um Cadillac, que Bella quase teve de lhe dar um tapa para que saísse do transe.

(N/A - http://www.bid123sold.com/Portals/0/Cadillac/1929%20Cadillac%20341B%20Dual%20Cowl%20Phaeton%205554.JPG).

Imediatamente, Edward adquiriu um desses preto. E logo depois fez faculdade de engenharia mecânica, mas também pretendia fazer uma de medicina, a convivência com Carlisle o estava influenciando, dizia a si mesmo com humor.

Bella quer começar faculdade em história da arte, dizia que durante tanto tempo pintava mais e mais quadros, mas nunca se importou o suficiente para obter qualquer informação a mais sobre o assunto. Depois, pretendia freqüentar uma de literatura, sua paixão por leitura não era menos abrasadora do que pelas pinturas, só era mais discreta.

E seriam essas as ocupações dos Cullen no período em que se estabeleceriam nessa cidade.

–Vamos indo? – Carlisle viu os benefícios de possuir um meio de transporte e adquirira para si, outro Cadillac, mas de cor que se assemelhava ao bege (foto).

Bella estava estudando na mesma faculdade que Edward cursava medicina, portanto os dois iam juntos no carro, já Carlisle despediu-se de Esme e entrou no seu próprio tomando o caminho para o hospital da cidade.

Era bem irritante.

Seria a primeira vez que Edward enfrentaria uma sala de aula com mulheres também, sabia quais seriam as reações e não estava nem um pouco animado. Também não ajudava a presença masculina nas aulas de Bella.

–Está tudo bem – murmurou a parceira.

–Diga por você – resmungou meio mal humorado. A vários quilômetros do edifício da faculdade, já conseguia ouvir algumas conversinhas irritantes.

Bella suspirou, quando seu marido estudou engenharia mecânica, só havia homens em sua sala. Alias, só havia homens na instituição inteira. Perguntou-se como ele reagiria se estivessem indo para um lugar assim. Com certeza ele não sairia de seu lado.

Não que não apreciasse a companhia de Edward, bem longe disso, contudo, sabia que teria de aturar seu mau humor pelo resto da semana.

Sentia certo impulso de pular em direção à jugular das crianças que dispensavam uma atenção um tanto extrema na direção de seu marido, mas pelo menos se controlava o bastante para não começar uma chacina e quando se encontrava com Edward, já estava controlada o bastante para ser simpática.

Já Edward... nem se dava ao trabalho de tentar.

Suspirou novamente quando este estacionou em uma vaga do estacionamento da instituição. Já estavam com todos os olhos sobre si, não era muito comum alguém possuir um carro, mesmo com a crise de 29 ainda em vigor.

Ao saírem, os cochichos aumentaram tanto, que mesmo se fossem humanos, seriam capazes de ouvir.

–Quem são eles?

–Como são lindos...

–Quem é a mulher? – nessa hora Edward quase rosnou. “Mulher” quanta falta de respeito. “Quem é a senhorita”, a dama, mas “mulher”?

–O homem é um deleite – Bella simplesmente revirou os olhos e reprimiu fuzilar a dita cuja. Depois quase riu... “deleite”?

Foram em direção à secretaria. A moça, aparentando ter um, no máximo dois anos a mais do que Edward, arregalou os olhos pretos ao avistá-lo no fim do corredor que levaria a sua mesa e tentou arrumar discretamente os fios igualmente negros que estavam meio soltos do coque e tentou formar um sorriso sedutor. Nessa hora Edward conseguiu reprimir uma risada.

–Ahm... er... eu.

–Bom dia... – sua voz era baixa intencionalmente, pensava que assim a garota à sua frente realizaria seu serviço rapidamente e então poderia seguir com Bella. Não deu certo.

Teve o efeito contrário. A moça, que Edward descobriu se chamar Valerie, começou a ofegar.

Bella perdendo a paciência, disse bem rápido e baixo para Edward deixá-la fazer isso. Estava esperando na curva do corredor, fora dos olhos da secretaria afobada.

Assim que Edward saiu do corredor, e conseqüentemente da vista de Valerie, Bella entrou. A tal secretária não entendia a súbita saída do homem, mas estava com a garganta estranhamente comprimida.

Dessa vez a reação da moça foi diferente. Estreitou os olhos em desafio e arrumou a postura arrogantemente, mas quanto mais Bella se aproximava mais medo invadia os olhos negros da mulher. No final, estava encolhida em sua própria cadeira, se distanciando da mesa o máximo que a parede atrás de si permitia.

Bella conseguia ouvir a risada do companheiro no mesmo local que, anteriormente, o estava esperando.

–Bom dia – disse em tom baixo e educado.

–B-b-bom dia – murmurou em resposta.

–Meu marido há alguns minutos atrás veio pegar nossos horários, no entanto ele disse-me que a secretaria que o estava atendendo começou, de repente, a passar mal. Ele foi até o bebedouro que vimos ao entrarmos aqui para lhe buscar um copo d’água enquanto estou aqui para pegar os horários.

Não demonstrou, mas teve um pequeno prazer ao ver a moça arregalar os olhos e abrir a boca em descrença e indignação.

Tinha até um leve constrangimento e ofensa, ao que Bella levantou uma sobrancelha perfeitamente delineada e apoiou a mão esquerda na mesa. A mão em que mostrava claramente o anel de diamantes no dedo anelar.

Valerie teve certa dificuldade em tirar os olhos da maior pedra preciosa que já vira.

–Ahm... Valerie – leu Bella na plaquinha à mesa – poderia dar-me os nossos horários?

–Como?

Dessa vez, ela juntou as sobrancelhas e encenou uma expressão preocupada. Ela deve estar me achando uma retardada.

Edward riu mais alto, tinha de se controlar, se não daqui a pouco Valerie iria ouvir. A secretaria não estava de tão errada nessa suposição.

–Os nossos horários – repetiu Bella devagar, com uma clara expressão que se indagava a condição mental da pessoa à sua frente.

–Sim, nomes, por favor? – Valerie não ia aturar essas desfeitas por mais tempo. Sabia que estava sendo infantil, sabia que a mulher na sua frente tinha razão em agir assim. Pelo menos no contexto que ela conhecia. Mas pouco se importava, afinal, aquela mulher, no mínimo dois anos mais nova que ela, havia conseguido um marido extremamente rico e bonito e...

–Edward e Bella Cullen.

Congelou. Esses eram os Cullen. Em uma cidade tão grande quanto Rochester, não era comum alguém conhecer outra pessoa por nome, mas não pôde evitar. Seu pai era um dos médicos do hospital mais próximo e lá, os Cullen eram conhecidos. Todos os médicos, enfermeiras e até alguns pacientes sabiam dessa excêntrica família.

A família Cullen, Edward, irmão mais novo de Esme, que era casada com Carlisle, há pouco mais de um ano casou-se com Bella.

Os pais de Esme e Edward morreram quando o mais novo não tinha nem 13 anos. Esme, já com 19 anos e casada com Carlisle assumiram toda a responsabilidade por ele, o tratando quase como filho, já que esta não podia conceber.

Alguns anos mais tarde, ele conheceu Bella, e os dois se casaram. A pedido de Esme e Carlisle, os quatro moram juntos.

Ainda de boca aberta, secretaria encarava Bella meio hipnotizada. Edward escolheu esse momento para aparecer com o copo de água, que nem tinha intenção de trazer, mas queria ver a reação da secretária.

Com uma expressão meio preocupada, Edward colocou o copo na mesa.

–Hmmm, querida? Já pegou os horários? – virou-se para Bella.

–Só um momento, Valerie já vai pegá-los – e os dois se viraram para a moça ainda petrificada.

–O QUE?! Ah, desculpe, sim os horários – mexeu furiosamente na gaveta de sua mesa por fim tirou duas pastas de metal – aqui estão, Sra. Cullen, Sr Cullen. Qualquer pergunta é só virem diretamente a mim – demorou o olhar um pouco mais do que o necessário em Edward. Ao que Bella respondeu com outra expressão preocupada.

–Bem, obrigada. E não se preocupe, não é somente a senhorita que passa por isso. Minha prima também sofre de DDA*

*Déficit de Atenção.

–Até logo – Edward e Bella responderam. No caso de Edward, balbuciou enquanto tentava fingir que o riso era uma tosse.

–Não achas que exagerou?

–Não! – Bella tinha um pequeno biquinho nos lábios.

Edward sorriu e se não estivessem sendo observados por vários curiosos cochichadores, como ele mesmo os denomina, teria lhe beijado para desfazê-lo.

Foi um certo sacrifício para este deixar sua amada na porta da sala já com alguns alunos... homens.

Com uma careta, beijou-lhe a testa e seguiu para sua sala.

Era nessas horas que a bipolaridade de Edward atuava.

Com o seu dom, ele consegue observar sua esposa naturalmente. O contorno dos lábios, os olhos dourados e grandes. A parte ruim... é que é da mente dos outros.

Se era feminina. A inveja, ciúmes...

Mas se era masculino. O desejo e cenas obscenas...

Em qualquer caso era ruim, mas era preferível à ter de ficar sem a imagem de seu rosto durante 4 horas.

Suspirou. O horário das aulas no período da manhã das 8 até as 12h, então havia o período de almoço, até as 13:30. A volta das aulas, com duração de 14h até 18h.

No total teriam de ficar naquele prédio cinza e monótono, e para Edward, irritante, por oito horas diárias. Fins de semana, graças a Deus, estavam livres.

Sentou-se no fundo da sala, assim como Bella, pelo menos isso evitava que as pessoas os olhassem tão insistentemente.

Suspirou novamente quando sintonizou na mente que mais parecia dar atenção à sua esposa.

Elliot Stevens. 18 anos, ligeiramente mais baixo que Edward. Loiro de olhos azuis e “belas” covinhas, bem popular nessa faculdade. Os pais eram do ramo têxtil, e pelo visto ele fazia parte de uma das famílias mais ricas da cidade, perdendo somente para uma família nobre, os King. Parecia até uma piada. “King”. Narcisistas ou Deus estava fazendo um tipo de comédia pessoal.

Edward revirou os olhos quando uma garota ruiva o olhou com um sorriso, o que coincidiu com o momento em que Elliot cumprimentou sua esposa.

Reprimiu bufar. Ia ser um longo dia, mas o tempo passa. Pelo menos era o que esperava.


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