Walk On escrita por B_M_P_C


Capítulo 15
Perdidos, e um beijo proibido...


Notas iniciais do capítulo

Pessoal lembrem dos créditos a linda da LilyX *--* kk'
E eu esqueci de agradecer a quem comentou no último cap, mas vou fazer isso agora :D
Agradeço aos comentários no capítulo "Brigas e confissões" de:
thatuxinha
Gavusca
Cami1801
Lay_Cullen
milena_bol
mitty
LilyX
Arii1414
E agradeço a:
thatuxinha
cherry1
Gavusca
Lay_Cullen
LilyX
pelos lindos reviews no último cap ;D
Espero que gostem *--*
Boa leitura;D



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            A noite terminou e pela manhã os alunos se separaram para explorar a mata nas trilhas. Cada dupla iria para um lugar da mata com um kit de primeiros socorros e um mapa. Miguel e Aisling permaneciam calados ao longo do caminho apenas anotavam as observações sobre a flora e alguma coisa quando via alguns animais. Caminharam quase a tarde inteira até perceber que algo na trilha estava diferente ao voltar.

-Miguel – Ela chamou baixinho um pouco assustada, lembrando que o caminho não era daquele jeito. A ideia de se perder era terrível para Aisling, ainda mais com quem estava.

-O que? – Ele respondeu analisando o mapa, um pouco nervoso, também havia notado que algo estava errado, mas não havia falado nada para ela, com medo de assustá-la.

-Acho que desviamos o caminho – ela sussurrou olhando para os pés com medo da reação dele.

-É – Ele coçou a cabeça, mordendo o lábio, e franzindo o cenho – Acho que estamos perdidos - Está anoitecendo e logo irá chover, é melhor procurarmos um abrigo – ele comentou olhando para as nuvens que se formavam no céu, ao mesmo tempo em que o crepúsculo chegava ao fim.

-Não podemos passar a noite no meio do mato – Aisling sussurrou engolindo em seco, e dando um passo para trás., o garoto virou o olhar para ela.

-Não ouviu o que eu disse? Não é a toa que você é loira. Estamos no meio do nada e logo ira escurecer quanto mais entramos na mata mais iremos nos perder – Ele falou irritado com a garota, tratando-a como tratava todas as garotas que ele transava - É melhor ficarmos por aqui. Quando notarem minha falta virão procurar.

-Sua falta – Ela repetiu respirando fundo talvez ninguém sentisse a falta dela, pelo menos não as pessoas que eram amigas dele, mas Tiago, e seus irmãos sentiriam sua falta, ela não estava mais sozinha, e foi por isso que tomou coragem para responde-lo – Se acha mesmo o centro das atenções.

-Como é que é? – ele perguntou assustado e a olhando por um momento havia pensando que ela era Jane, que concordaria com ele, ou como sempre só abaixaria o olhar, e começaria a chorar.

-Isso mesmo Santore. Estou farta de sua arrogância! – ela falou com a voz mais alta quase que um grito. Aisling se surpreendeu em falar tudo aquilo. Mas, estava muito nervosa, afinal estava no meio do mato com um demônio. Como poderia ficar calma... Se Miguel a torturava na escola na frente de todo mundo o que faria ali no meio do nada? A ideia a fez dar mais uns passos para trás.

-Vamos passar a noite aqui eu já disse – Ele falou se aproximando dela, mas parando assim que a viu dar mais um passo para trás.

-Você não tem o direito de decidir por mim! Eu quero voltar agora! – ela falou cruzando os braços, e falando com um resquício de raiva na voz.

-Esteja á vontade – Ele sorriu tirando a mochila das costas, e a colocando no chão. O garoto duvidava que ela fizesse alguma coisa, Aisling deveria estar com medo com ele, mas teria mais medo longe, bem, pelo menor era o que ele pensava.

-Você... – ela iria falar alguma coisa, mas Miguel a olhou rapidamente, e bufando de raiva.

-Olha, também não estou feliz com a situação ta legal? Mas, não vou caminhar por ai à noite. Se você quiser ir que vá só! – ele gritou com ela, Aisling sentiu um tremor percorrer seu corpo, ela não podia ficar ali, e sabia disso. Ela engoliu em seco respirando fundo.

-E é o que vou fazer - Ela respondeu e então correu para o meio da floresta. O céu trovejou e as primeiras gotas de chuva começavam a cair do céu. Aisling chorava descontroladamente, queria encontrar Tiago e se encolher em seus braços. Não podia ficar sozinha com Miguel... Ela não queria ficar sozinha com ele, mas por que? Ela não fazia ideia de onde estava, olhou para todos os lados, mas não conseguia identificar. Começou a correr novamente e então tropeçou em um tronco jogado no chão. Sua cabeça girou quando bateu com força no chão e sentiu uma dor imensa na perna. Um grito agudo saiu de sua garganta enquanto a chuva aumentava.

-Aisling... Aisling cadê você? – Ela ouviu a voz de Miguel, parecia preocupada, em outra situação ela teria sentindo um tremor de medo, mas ele tinha vindo procura-la, tinha deixado sua segurança de lado, talvez estivesse mesmo preocupado com ela.

-Estou aqui – Ela gritou o máximo que pôde.  De repente ele apareceu no meio das arvores e correu até ela. Ajoelhou-se e tomou sua cabeça entre as mãos.

-Sua idiota por que saiu correndo desse jeito? – o rosto dele estava preocupada, e o xingamento não foi para fazer com que a garota se sentisse mal, foi só o nervosismo que o fez falar daquele jeito, e a força do hábito de xingar a todos.

-Ainda pergunta? – a garota falou com a voz fraca, e desviando o olhar, olhando para o chão, as lágrimas ainda escorriam eu seu rosto.

-Eu não falei sério quando te mandei ir. – Ele falou arrependido do que dissera para ela, de tudo, estava sendo o mesmo monstro que sempre foi, e queria mudar, mas era difícil.

-Eu estava com raiva. – ela sussurrou limpando as lágrimas com a blusa que estava encharcada.

-Não deveria ser tão impulsiva, poderia ter morrido! Tem muitos animais por ai sabia? Você poderia ter saído da zona da reserva e entrado em uma mata de verdade! – ele falou preocupado e um tanto bravo, Aisling mordeu o lábio, e soltou um gemido involuntário de dor.

-Está... Está doendo – ela sussurrou engolindo em seco, e sentindo o tornozelo arder.

-Aonde? – o garoto perguntou preocupado, olhando para os olhos azuis da garota que estavam brilhando, mas pareciam cansados, e temerosos.

-No pé – sua voz não passou de um sussurro, como ela queria Tiago ali, queria se encolher em seus braços, e esquecer de que estava perdida no meio de uma floresta. Miguel foi até ela e analisou o pé, tocando cuidadosamente, a área que ela disse estar doendo.

-Torceu o tornozelo. Precisamos sair daqui - Ele a pegou no colo e saiu daquele lugar. Aisling chorava, a dor era muito forte. Miguel parecia não se esforçar para carregá-la, estavam completamente molhados. Caminharam por um tempo até encontrarem uma cabana pequena de madeira. Miguel chutou a porta e entrou com Aisling. Estava tudo abandonado pelo visto. Havia um sofá velho e uma mesa pequena no centro. Ele a deitou lá e procurou algum interruptor. Logo uma luz fraca acendeu -Vou procurar um analgésico para você – Ele disse pegando a caixinha de primeiros socorros.

-Que lugar é este? – a loira perguntou olhando em volta para a cabana, com os olhos curiosos, estava tentando se distrair para espantar a dor.

-Deve ser alguma cabana de guarda florestal. Mas, parece estar desativada – Miguel falou despreocupadamente, tentando achar o remédio.

-Isso está doendo demais! – Aisling arfou, segurando o pé, e mordendo o lábio com força para não gritar.

-Aqui está – Ele disse entregando um comprimido – Mas, não temos água... Espere ai isso vai ser nojento, mas é o único jeito.

Ele foi até o lado de fora da cabana e abiu a boca olhando para o céu. Esperou alguns minutos e voltou até ela. Aisling entendeu o que ele queria fazer, seria até engraçado se ela não estivesse com tanta dor. Nojo era uma coisa totalmente dispensável naquela situação. Ela colocou o comprimido na língua e abriu a boca. Miguel se abaixou, fechou os olhos e depositou a água que juntara. Aisling engoliu e o encarou, Miguel segurava o riso.

-Parecemos dois passarinhos – Ela disse com um sorriso, seguido por uma careta de dor.

-Como assim passarinhos? – o garoto perguntou levantando tentando achar alguma coisa para cobrir a garota, ela logo iria sentir frio, e talvez pudesse ficar com febre.

-É... As mamães fazem isso com a comida para os filhotes. Eles não podem mastigar então ela mastiga por eles – ela sussurrou respondendo simplesmente.

-Ah – Ele sorriu e olhou para ela, não havia achado nada – Então não achou nojento?

-Um pouco – ela respondeu dando ombros e fazendo uma careta de dor.

-Logo a dor vai passar ok? – ele falava com ela como se fosse uma criança, mas precisava acalmá-la de algum jeito. A culpa de ela ter torcido o tornozelo era dele, e Miguel sabia disso. Não deveria ter sido um grosso com Aisling.

-Ta – Ela assentiu. Aisling sentiu o corpo inteiro tremer. Estava muito frio e as roupas molhadas. Miguel percebeu e suspirou sabendo que não poderia fazer nada, não havia nem toalhas naquela cabana.

-Estou com tanto frio – Ela disse batendo os dentes e abraçando-se, tentando espantar o frio, Miguel suspirou, tinha que ter um jeito de fazer aquele frio passar, antes que a sua pequena morresse de hipotermia.

-Não sei se isso vai funcionar, mas podemos tentar. - Ele caminhou até ela e deitou-se ao seu lado. Abraçou-a enterrando a cabeleira loura em seu peito. Aisling ficou sem ar e corou instantaneamente. Mas, Miguel levantou novamente e balançou a cabeça.-Não vai funcionar assim. Precisamos fazer uma coisa Aisling.

-O...O que? – ela perguntou tremendo e o olhando ainda corada com o abraço.

-Precisamos tirar a blusa - Ele disse mordendo o lábio. Não havia más intenções, realmente queria poder ajudá-la.

-Tud...Tudo bem – a garota respondeu, querendo que o frio parasse, mas não podendo evitar corar.

-Ok. – ele falou sorrindo um pouco nervoso, mas não podendo não admirar como Aisling era linda corada, e sorrindo mesmo que envergonhada.

Miguel tirou a blusa molhada e jogou em um canto. Aisling observou por um momento. Não devia fazer aquilo, mas não pôde tirar os olhos do corpo forte e dos músculos bem definidos. Desviou os olhos quando Miguel percebeu.

-Sua vez – Ele disse bagunçando os cabelos e a olhando, Aisling corou, e olhou para o chão.

-Tá, mas poderia apagar a luz? – ela sussurrou, Miguel assentiu. É claro que ela pediria aquilo, na verdade ele ia mesmo fazer aquilo, só não tinha lembrado. Caminhou até o interruptor e logo a escuridão tomou conta do lugar.

-Pron...Pronto – Ela disse. Miguel respirou fundo e caminhou até ela. Tropeçou em alguma coisa e xingou arrancando um sorriso de Aisling. Deitou-se ao lado dela e a abraçou. Os corpos gelados colados, ela usava um sutiã de renda branco, mas ele não se atreveria a mandá-la tirar. Tentou concentrar toda sua energia em mantê-la aquecida. Seu coração pulsava rapidamente em seu peito e ele respirava com dificuldade. Pela primeira vez estaria com uma mulher assim tão perto e não faria nada, pois não tinha a menor intenção de transar com ela... Ele só queria protege-la. -Ti...Tiago vai...Vai te matar quando descobrir o que... O que propôs.

-Ou me agradecer por evitar que você morra de hipotermia.- Os dois sorriram e logo ficaram sérios. Aisling estava nervosa, de um jeito que jamais imaginaria ficar.

-Aisling... – Ele sussurrou o hálito gelado soprando em seu rosto a fez ter um arrepio, mas não era de medo, e nem de frio.

-O que? – Ela perguntou quase sem voz, olhando para o garoto, que parecia estar com uma expressão triste no rosto, uma dor no peito invadiu o coração de Miguel, e também o de Aisling.

-Você é tão linda e... E eu me arrependo muito do que fiz. – ele sussurrou a abraçando mais forte, e beijando-lhe os cabelos loiros.

-Está tudo bem... – Aisling sussurrou em resposta, sentindo as bochechas esquentarem, e seu coração disparar.

-Não, não está! Fiz coisas horríveis minha vida inteira e juro que se pudesse mudar tudo eu mudaria. Aisling eu não mereço seu perdão, mas preciso muito dele... – ele sussurrou sem saber exatamente o que dizer.

-Eu te perdoo Miguel, na verdade já te perdoei – Ela disse sentindo o coração se acelerar ainda mais, as suas palavras eram sinceras e Miguel sabia disso.

-Aisling eu... Eu... - Ele não terminou a frase, apenas inclinou os lábios e tocou os dela. Lentamente Miguel começou a beijá-la com delicadeza e com carinho. Jamais em toda vida ele se sentira tão feliz, ela sabia que era errado... Que havia Tiago, que não podia traí-lo, mas sua mente estava confusa, seu tornozelo doía e havia Miguel em toda parte, aquecendo-a... Mexendo com seus sentimentos. Logo correspondeu ao beijo dele, era diferente do de Tiago... Era perigoso, proibido era confuso... Mas, além de tudo era bom, fazia-a sentir fogo no corpo inteiro, e ser tomada por um extinto estranho, era um desejo que ela nunca havia sentindo antes.

Quando o beijo finalmente cessou ela se deu conta do que havia feito e escondeu o rosto no peito dele. Miguel apenas suspirou e a abraçou ainda mais forte, também se sentia culpado, ao mesmo tempo em que anestesiado pelo beijo de Aisling. Ele não podia estragar a pureza dela, e nem trair o irmão, mas ele a amava tanto... .

-Durma minha pequena... Apenas durma – Ele sussurrou alisando seus cabelos tentando não fazer com que ela começasse a chorar com o peso da culpa. Logo Aisling se entregou sucumbiu a escuridão e se entregou ao sono. Muita coisa havia acontecido naquela noite e apenas em seus sonhos poderia se esconder de tudo.

Miguel a observou dormir por um longo tempo, e então começou a chorar, poderia ser um fraco, mas ele estava com uma dor no peito, ele havia machucado a garota, gritado com ela, e a feito trair o namorado. Ele não a merecia, mas porque a queria tanto? Ele chorou perguntando o porquê Deus fizera aquilo com ele? E porque não poderiam ser as coisas mais fáceis? Miguel se acalmou e logo se entregou ao sono, sentindo uma dor em seu peito, a culpa de ter feito Aisling trair o irmão, mas ao mesmo tempo a dor de não poder tê-la.

            A manhã logo chegou, Miguel acordou Aisling e mandou-a vestir a blusa. Ele estava estranho, ela podia jurar que ele havia chorado. Mas, permaneceu calada. Logo a patrulha os encontrou e os levaram de volta ao acampamento. O tornozelo dela foi cuidado e puderam trocar a roupa. A Excursão foi cancelada e eles voltariam para a escola.

 Tiago andava apoiando Aisling em seu ombro levando-a para o ônibus. Como ela poderia olhar em seus olhos depois do que aconteceu? Ela conversaria com ele, mas não naquele momento. Os dois entraram no ônibus e Aisling sentou-se perto da janela. Tiago sentou-se ao seu lado e segurou sua mão, ela deu um sorriso fraco para ele e então olhou para a janela. O outro ônibus estava estacionado ao lado... Miguel estava lá olhando para ela pela outra janela. Seus olhos eram tristes e agonizados, ela ficou o encarando por uns segundos até que ele desviou os olhos e ela finalmente notou que estava chorando.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Eu adorei *--* B
em, então, quero seus lindos e maravilhosos reviews para o próximo sair ;D
Vcs jah sabem, quatro reviews, e ele vem *--* kk'
Beijinhos ;*