A semana passou tranquilamente para Aisling, a garota mais odiada e humilhada do colégio agora estava em paz, mas quanto tempo duraria aquela trégua? É claro que todos souberam da atitude de Miguel em defende-la de Jane, até mesmo Aisling estava impressionada, talvez fosse esse o motivo de todos tê-la deixado de lado, ou quem sabe apenas estavam quietos planejando a vingança. Essa ultima hipótese fez a pobrezinha estremecer. Ela caminhou de seu dormitório até o pátio da escola que por sinal estava muito movimentado. Ainda não tinha coragem de levantar a cabeça e andar confiante, o medo que sentira ainda estava ali oculto em algum lugar, como se a qualquer momento alguém fosse acertá-la por trás, empurrá-la ou machuca-la. Por isso sempre olhava bem para os lados e mantinha os olhos baixos, então uma mão forte segurou seu braço fazendo-a arrepiar-se dos pés a cabeça e seu estômago gelar. Lentamente virou-se para trás e encontrou os olhos de Miguel fixos nos dela, ele ainda estava bem machucado, mas havia algo diferente em sua expressão... Se ela não o conhecesse tão bem poderia jurar que ele estava sendo simpático.

-Bom dia – Ele disse com uma voz monótona, mas com um leve sorriso brotando nos lábios, se Aisling não tivesse sofrido tanto nas mãos dele, poderia achá-lo um garoto muito bonito..

-Bom... Bom dia – Ela respondeu um tanto confusa, olhando assustada para os lados, tentando ver se não havia nenhum dos amigos dele por ali, ou até mesmo Jane, mas não havia ninguém.

-Está indo para o pátio? Parece que eles têm um aviso para nós. – O garoto comentou em um tom de voz um pouco menos monótono, e tentando parecer interessado. Aisling reviraria os olhos, se não estivesse tão confusa, e com um pouco de medo.

-E desde quando se importa com os assuntos da escola Miguel? – Ela questionou, mas arrependeu-se imediatamente pela primeira vez ele estava sendo gentil e ela provocando.

-Desde que descobri que não quero mais a vida que eu levava – Ele respondeu sorrindo ao invés de quebrar a cara dela como de costume. Aisling havia piscado forte esperando o tapa que não veio, ela suspirou e sentiu a mão dele apertando seu braço, mas não de uma maneira violenta, se não o conhecesse diria que estava sendo gentil.

-Será que você poderia... Soltar meu braço? – ela perguntou em um suspiro, aquele aperto gentil, poderia se transformar em algo pior, e ela sabia disso, a pergunta foi ao mesmo tempo um teste para ver se não havia nenhum plano para machuca-la, também foi um pedido sincero, era estranho ter o garoto tão próximo dela.

-Ah, claro já ia me esquecendo. Desculpe. – Miguel disse sorrindo, e soltando o braço dela imediatamente.  Aquilo só podia ser um sonho, em que mundo Miguel Santore pediria desculpas a ela e atenderia a um pedido? O inferno deveria estar congelando, era a única explicação para tal ato. Ela teve de sorrir com o pensamento.

-           Que foi? – Ele perguntou cruzando os braços e olhando serio, não pode evitar notar que o sorriso dela, era tão lindo, e mesmo o rosto da loira estando marcado, aquele sorriso a deixava ainda mais perfeita.

-Nada só pensando em algumas coisas. – Ela respondeu evitando o olhar dele, e olhando para os pés, o garoto suspirou, sorrindo de canto sem que ela percebesse. Apesar de achar irritante a submissão e o medo da garota.

-Posso ir com você para o pátio? – a pergunta soou no ouvido de Aisling de um jeito natural, estranhou a pergunta, e quase engoliu em seco, mas ele estava sendo tão gentil, talvez só quisesse companhia.

-Pode. – Ela respondeu o olhando por alguns segundos e depois desviando o olhar, por um momento Aisling sentiu segurança, e depois medo, ele poderia muito bem estar planejado algo contra ela. Aisling rezou para que não fosse isso.

Os dois caminharam a uma distancia considerável. Aisling estava sem graça em tê-lo tão perto, na verdade era muito estranho e de certa forma desconfortável. Não era nada comparado a Tiago, ele lhe dava paz e segurança enquanto Miguel era totalmente o oposto. Uma enorme conglomeração de alunos se formava no pátio uma das professoras estava em cima de um mini palco improvisado com um megafone na mão tentando inutilmente fazer com que os alunos se calassem. Miguel a observou e gargalhou enquanto a coitada gritava para que lhes dessem atenção e ninguém sequer a olhava.

-Esses professores são mesmo uns idiotas – Miguel disse revirando os olhos, e praticamente bufando, com os olhos brilhando de divertimento. Aisling ia responder alguma coisa, mas ele saiu empurrando algumas pessoas que estavam na frente até chegar na professora, subiu no mini palco e tomou o megafone de suas mãos. -Pessoal – Ele gritou com uma voz tão assustadora que Aisling sentiu seus pelos se arrepiarem – Dá pra ouvir, ou será que terei que quebrar a cara de um por um?

No mesmo instante como se fosse mágica todos os alunos pararam a algazarra e olharam assustados para o palco. Miguel olhou para Aisling dando de ombros e sorrindo triunfante, entregou o megafone a professora que estava boquiaberta e totalmente surpresa. Ele desceu do palco e caminhou de volta para seu lugar junto a loira esperando que a professora iniciasse o que ia dizer.

-Bom gente – Ela disse ainda surpresa – Hoje teremos uma atividade diferente, vamos quebrar um pouco a rotina e realizar um trabalho externo. Iremos até uma reserva florestal fazer uma pesquisa ecológica para o trabalho de biologia de todas as classes, como será cobrada a nota máxima não darei outras avaliações, sendo assim todos vocês serão obrigados a participar. Os ônibus já estão lá fora e peço que vão até os dormitórios e peguem somente o necessário para sua higiene pessoal o resto será dado no acampamento. Pensem nisso como uma folga desse internato. Vocês têm dez minutos, podem ir.

            A multidão se desfez, cada um indo para seu quarto. Havia alguns empolgados e outros totalmente entediados que saíram xingando a professora. Aisling virava-se para sair um tanto ansiosa, com medo, e animada, quando sentiu Miguel segurá-la novamente, dessa vez com mais delicadeza.

-O que foi? – Ela perguntou sem olhá-lo, voltando novamente o olhar para o chão.

-Nada – Ele retirou a mão e balançou a cabeça, ela ainda estava com medo, precisava de tempo – Vejo você depois.

 E saiu apressado para o outro lado. Aisling deu de ombros e caminhou até seu dormitório. Pegou suas coisas colocando em uma mochila rosa e saiu do quarto voltando para o prédio a maioria dos alunos fazia o mesmo. Correu os olhos pelo imenso campus procurando Tiago, mas não o encontrou o que era estranho já que ele era o primeiro que ela via assim que acordava.

A professora conduzia os alunos para dentro dos ônibus, Aisling juntou-se a fila indiana que se formava na porta e rapidamente entrou. Só então percebeu que estava totalmente sozinha. Um gelo subiu sua espinha fazendo-a estremecer.

-Vai ficar ai o dia todo, idiota? Anda logo – Alguém gritou fazendo-a dar alguns passos, e sentir um tremor tomar seu corpo.

“Não estão te encarando, tudo vai dar certo” Ela tentou dizer a si mesma, mas era em vão todos os olhares dos alunos dentro do ônibus estava sobre ela. A vontade que sentiu era de descer e ir correndo para o dormitório, se encolher em sua cama e chorar. Para completar seu azar todas as cadeiras estavam ocupadas só havia duas com uma vaga, a de Jane e de Miguel. Como escolher entre dois demônios? Era impossível! Engoliu em seco tentando escolher, por um lado Miguel a havia defendido, mas não podia ter certeza se aquele era só mais um de seus truques para machucá-la, talvez estivesse fingindo. Por outro lado Jane jamais demonstrara qualquer compaixão por ela... É Aisling estava mesmo ferrada.

-Venha se sentar comigo irmãzinha – Jane falou com uma voz sombria, seu rosto estava coberto por uma grossa camada de maquiagem para esconder os machucados, o que só a deixava mais parecida com um demônio – Farei questão de jogá-la pela janela com o ônibus em movimento.

            Em seguida deu uma gargalhada tão alta que todos se espantaram. Miguel levantou de seu lugar e caminhou até Aisling puxando-a pela mão. Olhou para Jane ameaçador e então fez com que a pequena se sentasse.

-Pronto – Ele disse sentando-se também – Não precisava ter tanto receio. – Ele falou um tanto frustrado e analisando a garota com um olhar profundo.

-Eu...Eu... – Aisling não sabia o que responder, estava com tanto medo, queria Tiago ali de seu lado, queria estar em seus braços, esquecer todos os problemas, ela queria estar em qualquer lugar menos ali. Ela abaixou o olhar novamente, analisando o chão do ônibus, e contendo as lágrimas que quase se formavam em seus olhos. Miguel suspirou, e tirou o olhar de cima dela.

-Ás vezes sua atitude me irrita Aisling – Ele disse encarando o teto – Sempre tão submissa, de cabeça baixa. Talvez por isso as pessoas adorem humilhá-la – Aisling suspirou, queria poder andar com a cabeça erguida, e não ser submissa, mas tinha medo..

-Falou o senhor da razão – ela respondeu, tirando a coragem de algum lugar desconhecido de dentro de si.

-Nossa – Ele sorriu falando em um tom brincalhão – Está me respondendo? Retiro o que disse, até que é corajosa. Aisling respirou fundo e apertou as mãos em punhos fortes, o tom dele poderia ser extrovertido, mas quantas vezes nesse mesmo tom ele havia a machucado? Inúmeras vezes. -Relaxa – Miguel disse se arrependendo da brincadeira e em um tom um pouco cansado – Não vou fazer mais nada com você menina eu já disse.- Ela não respondeu apenas relaxou as mãos antes que se cortasse com as próprias unhas. O ônibus ficou cheio e logo a professora entrou com uma prancheta na mão contando os alunos, então Tiago entrou no ônibus correndo e indo até ela, seu coração disparou imediatamente, e ela parou de sentir medo.

-           Aisling – Ele disse recuperando o fôlego – Pensei que não a encontraria. Vamos para o outro ônibus você poderá sentar comigo – a proposta para ela era um alívio, estaria longe da irmã, e em paz, com o seu anjo. Ela estava prestes a dizer sim quando foram interrompidos.

-Senhor Santore? – A professora disse caminhado até ele, Tiago e Miguel olharam para ela, é claro que a professora falava com Tiago, mas era força do hábito Miguel olhar, porque afinal de contas, ele e o irmão ainda tinham o mesmo sobrenome – Pode se retirar por favor?

-           Já estou indo e a Aisling vai comigo. – Tiago falou olhando para a professora com um rosto um pouco mais sério, e em um tom mais polido, e depois olhando para a sua garota, com um sorriso no rosto, que a fez sentir vontade de o abraçar, e ficar em seus braços para sempre.

-Já fiz a contagem. Então não será possível. Além do mais, é bom para Aisling ficar com um garoto mais velho, ela é inteligente, e poderá aprender muitas coisas – a professora falou com um sorriso no rosto, e com os olhos sérios;

-Mas... – Tiago estava tentando formular alguma coisa, não podia deixar Aisling com Miguel? Ou podia?

-Sem mas, não me faça suspendê-lo.- a professora o olhou séria, e Aisling o encarou preocupada, não podia deixar a garota mais preocupada, e nem abandona-la naquele acampamento cheio de monstros.

-Tudo bem – Ele suspirou, não poderiam machucar a sua garota, não na frente dos professores, ela estaria segura, e no acampamento, ele a protegeria – Aisling você vai ficar bem?

-Vou sim- Ela lhe deu um sorriso fraco, sentindo a sua segurança desmoronar, e o medo quase que retornar imediatamente.

-Ótimo – Ele olhou para Miguel sério, ele podia ser mais velho, e mais forte do que ele, mas se machucasse a sua garota, Tiago daria um jeito nele – Se fizer alguma coisa com ela eu juro que...

-Relaxa irmãozinho. Não farei nada e tenho até dó de quem tentar. – O sorriso de cumplicidade entre os irmãos brotou nos lábios do mais velho, e Tiago suspirou aliviado.

-Acho bom. - Tiago falou, e saiu do ônibus decepcionado. A professora encarou Miguel por um tempo e depois saiu indo para o outro ônibus. Logo saíram da escola em direção a reserva florestal.

  A viagem da escola até a reserva era de mais ou menos duas horas. Miguel permanecia calado observando a paisagem pela janela. Todo mundo olhava para eles, Aisling odiava aquilo, mas ele parecia não se importar. Então a voz preocupada dele quebrou o silencio do momento.

-Fiquei pensando muito ontem á noite, na verdade a semana inteira – Miguel falou com a voz baixa, mas ainda sim forte, e de um jeito que não deixava a garota com medo.

-Pensando em que? – Aisling perguntou curiosa, mas ao mesmo tempo temerosa, talvez ele fosse começar a falar coisas ruins para ela.

-Acho que fui duro demais com você. – Ele falou claramente, mas como se as palavras de que estava admitindo um erro fossem difíceis de serem pronunciadas.

-É, e você foi. – Aisling respondeu com uma voz natural, mas que aos ouvidos do garoto, pareciam totalmente acusadoras, apesar de serem a mais pura verdade.

-Você sente... Nojo de mim? – Ele a olhou nos olhos com uma expressão agoniada. Ela suspirou, mesmo que sentisse medo, ela não sentia nojo dele.

-Não – ela respondeu calmamente, e simplesmente, ele á olhou curioso, como a garota conseguia ser tão compressiva com todas as idiotices que ele fez?

-Como você pode ser tão compreensiva assim? – ela quase sorriu com a pergunta um tanto indignada dele, e desviou o olhar, olhando para baixo, e mordendo o lábio inferior;

-Sei lá – Ela deu de ombros, e voltou a olhar para ele – Talvez seja um dom.

-Um dom – Ele repetiu para si mesmo, e olhou para ela sorrindo naturalmente – Deve ser mesmo. Se fossemos para Hogwarts certamente você e Tiago iria para Grifinória e eu sem dúvidas iria para Sonserina.

-Tem razão – Ela sorriu respondendo sem lembrar com quem estava falando, não parecia ser Miguel Santore, parecia ser outra pessoa, ele estava mostrando a ela, um lado que há muito tempo ninguém via – Eu até penso que Voldemort e Draco Malfoy te seguem no twitter.

-Puxa o Malfoy? Ele é um frouxo. – o garoto reclamou sorrindo, e fazendo uma careta engraçada, e ao mesmo tempo fofa... Espera aí? Fofa? Certo, aquele realmente era um Miguel Santore que ela não conhecia.

-Mas é bem idiota e arrogante – Aisling calou-se e engoliu em seco, havia acabado de ofender Miguel, estava mesmo ficando louca, mas aquilo saiu tão natural, quase como se estivesse falando com um amigo. Ela fechou os punhos, tentando espantar o medo que atingiu o seu coração, porém a gargalhada descontraída dele mostrou que estava tudo bem, e ela relaxou imediatamente.

-Até que você é engraçada pequena – o garoto falou sinceramente, e sorrindo para ela, que não pode evitar corar novamente com o apelido que ele havia lhe dado.

-E eu não fazia ideia que você gostava de Harry Potter. – ela respondeu tentando disfarçar o vermelho que tingia suas faces.

-Tá brincando? São as melhores obras literárias de todos os tempos! – Miguel falou sorrindo, e notando a face ruborizada da garota.

-Verdade... Miguel, por... Por que fazia aquilo? – Ela perguntou temerosa, não queria estragar aquele clima descontraído, mas precisava saber o porque faziam aquilo com ela.

-Por que eu era um idiota – Havia muita coisa além daquilo, e Miguel não sabia nem como se explicar o porquê ainda mais, explicar para a garota que quase matou, ele suspirou, e a olhou bem no fundo de seu olhar - Aisling, eu queria muito que não chorasse mais... Por nada.

  Aquilo era irônico, o maior causador das lágrimas da pobre garota dizendo-lhe para não chorar mais. A vida realmente é uma caixinha de surpresas. Logo a viagem terminou e a professora entrou no ônibus segurando um cartaz.

-Bom, chegamos garotos! Precisamos distribuí-los em duplas. Pensei em vários modos para fazer isso, mas todos tomariam muito tempo. Portanto olhe para a pessoa que está ao seu lado e aperte sua mão, pois vocês serão uma dupla nesses dois dias – a professora falou alegremente para todos, e fez uma loira ficar de olhos arregalados.

A palavra “dupla” soou como um estrondo nos ouvidos de Aisling, ela realmente teria que fazer aquilo com Miguel? Só podia ser castigo divino. Todos desceram do ônibus e logo receberam as barracas para montar.

Tiago ajudou Aisling montar a dela no lado das meninas e Miguel montou a dele afastado de quase todo mundo, não queria ter que encarar o irmão, e também não estava a fim de ficar perto dos outros garotos idiotas que baterem em sua pequena.

 No final do dia quando as regras foram explicadas e souberam que teriam que fazer uma trilha pela manhã os alunos jantaram e então se juntaram em uma imensa roda em volta de uma fogueira. Várias histórias de terror foram contadas enquanto assavam algumas guloseimas.

-Está se divertindo? – Tiago perguntou a Aisling abraçando-a, os dois estavam rindo das coisas, e a sensação de amor que pairava entre os dois acalmava Aisling, ela sorriu com a pergunta, e piscou para o namorado.

-Sim e você? – respondeu calma e sinceramente, Tiago parou um pouco para admirá-la, seu rosto ainda estava cheio de hematomas, mas conseguia ficar perfeita quando sorria, e ele não era o único Santore que achava isso, e nem o único que se sentia culpado e agoniado quando olhava para os hematomas no rosto da garota.

-Estou bem – ele respondeu, estava se divertindo, mas estava preocupado com ela então, não poderia afirmar que estava achando tudo incrível, sem mentir, e ele não queria mentir para ela - Ele fez alguma coisa com você no ônibus? – Ele gesticulou para Miguel que estava fora da roda deitado no gramado perto da barraca, olhando para o céu.

-Não – Aisling respondeu também olhando e mordendo o lábio, a conversa entre os dois que ocorrera no ônibus ainda soava em sua mente – Ele não fez nada.

-Então, infelizmente teremos que nos separar amanhã.- Tiago falou pesaroso, mas ainda assim com um sorriso no rosto, desviando o assunto do irmão.

-Pois é. – ela respondeu dando ombros, a expectativa do dia seguinte ainda lhe causava medo - Com quem fará dupla?

-Com a Vicci – ele respondeu revirando os olhos, e olhando para Aisling, que mordeu o lábio, e desviou o olhar dele, ela estava com ciúmes, com muito ciúmes, e ficava linda daquele jeito.

-Hmm – foi só o que ela conseguiu comentar, não tinha o que falar, mas sabia que como que estava sentindo, mataria aquela tal de Vicci, esquecendo de tudo o que já sofrerá.

-Ela fala o tempo todo. Já até preparei meus ouvidos – Tiago falou beijando o pescoço de Aisling, e a fazendo olhar para seus olhos – Além do mais, você fica linda quando está com ciúmes!

-Bobo – Aisling sorriu e o abraçou com força. Tiago deu uma risada melodiosa, e a aninhou em seus braços, ela sorria e se sentia segura por estar ali, e queria que aquele momento não acabasse nunca.