Capítulo 15

Segunda-Feira, 11 de Outubro de 2011, 22h03

Eu estava sentada no muro ao lado da árvore, escondida por sua folhagem. Quando vi a sombra daquele corpo escultural se aproximando, desci do muro e esperei-o.

- Você veio! – falou abraçando-me.

- Sempre – respondi.

Nos beijamos calmamente. Não foi tão necessitado e selvagem quanto o outro, mas era tão bom quanto aquele. Seus lábios se afastaram dos meus e fiquei com cara de “quero mais”.

- Venha, – falou pegando minha mão. – quero te mostrar um lugar.

Entramos no palácio, sem, medo. Ele parecia não se importar se alguém nos visse, queria apenas estar comigo. Era tudo tão... humano!

Paramos em frente a uma porta. Uma suave melodia vinha de dentro do cômodo.

- Espere aqui um segundo, My Lady.

Corei. Ele bateu na porta.

- Willy, posso entrar?

A música parou e pude ouvir um leve suspiro de dentro do quarto.

- Entra, Jake – falou uma voz suave.

Ele abriu a porta e entrou no quarto. Não me esforcei para tentar ouvir a conversa dos dois, estava tão “em outra”. Mal percebi quando ele saiu do quarto de “Willy”.

- Vamos? – perguntou, pegando minha mão. – Willy vai nos dar cobertura. Ele entende o que eu sinto por você.

- Tenho que agradecê-lo depois.

- Nem precisa. Ele me devia – ele pegou em minha mão. – Venha, confie em mim.

Ri e coloquei minha cabeça em seu ombro. Seus lábios se aproximaram dos meus e nos beijamos. Seguimos pelos corredores para um parte do palácio ainda desconhecida por mim.

- Para onde estamos indo? Se é que posso perguntar...

- Você verá – falou entre duas risadas. – Já andou de moto antes?

- Já, eu...

Foi então que eu me lembrei. Joe... Era a primeira vez que eu lembrava dele depois da missão. Flashbacks vieram em minha mente. Todas as vezes que havia fugido com ele, todas as “coisas” que havíamos feito durante os últimos anos...

- Ness, tudo bem? – perguntou.

- Tudo, só me lembrei de um pequeno acidente que tive uma vez.

- Há algum problema em andar comigo?

“Que fofo!”, pensei.

- Com você, eu me sinto segura.

Chegamos no fim do corredor e ele abriu uma porta. Era uma garagem. Percorri meus olhos pelo local e logo avistei algumas motos.

- Uau – falei.

Ele riu.

- Escolha uma. Qual delas você gostaria de andar?

Sorri. Meus olhos vagaram lentamente passando de moto em moto até que uma me chamou a atenção.

- Aquela – falei apontando.

A moto era de cinza chumbo brilhante. Tinha alguns detalhes em um vermelho puxado para o marrom, quase um bordô. Era linda.

- Boa escolha. Uma Harley 1986. Andei trabalhando nela nos últimos meses.

- Espero que tenha feito um bom trabalho.

Nós rimos. Ele foi até uma estante, pegou a chave e dois capacetes. Entregou-me um vermelho e subiu na moto.

- Vamos? – ele sorriu.

- Claro! – respondi segurando a mão dele e subindo.