http://www.youtube.com/watch?v=nklvuocGCAQ

( A musica é importante e descreve um pouco do cap* Escutem)

P.D.V de Bella

“Sonhos são para serem sonhados, pesadelos para serem vividos”       

                                  ~~~***~~~                                                                                                                                 

Como poderia descrever tudo que estou presenciando no momento?

Eu realmente não sei. Isso é um pesadelo. Essa é a única explicação.

No momento estou no meio de toda uma destruição. Corpos decapitados e sem vida estão espalhados para todos os lados e estou sem reação vendo tudo isso.

A única coisa que escuto no momento é o barulho do vento sussurrando no meu ouvido palavras de terror. Estou com medo, e no momento ele me consome, não dando espaço para nenhum outro sentimento; isso até eu escutar uma série de gritos e lamurias dolorosas que chegavam como adagas no meu ouvido, paralisando meu corpo por completo.

Eu pressentia que logo à frente eu encontraria uma cena que ficaria gravada na minha mente durante muito tempo; mas mesmo assim não consegui me refrear indo adiante.

Segui os sons grotescos escutando meus passos na areia coberto por folhas secas e o rastejar de meu vestido branco encardido. Olhei para cima; meus olhos azuis se arregalaram a ver aquele céu tão morto e tão melancólico. Um cinza pálido sem vida com alguns corvos voando em seu caminho silencioso. Voltei a olhar para frente quando os gritos se tornaram mais evidentes.

E nada do que eu tenha vivido me preparou para aquilo.

Eu sabia que aquilo era um pesadelo, meu cérebro me transmitia isso.  Mas não era por isso que sabia que estava fora da realidade e sim porque bem na minha frente eu via uma cópia macabra de mim. E se não fosse pelas asas negras enormes que se desenrolavam por suas costas; ou seus olhos negros como os corvos que rondavam o céu pálido transmitindo um desejo de matar desenfreado, destruindo tudo que vinha a sua frente; arrancando asas brancas e límpidas dos anjos com pele de querubim e lhes tirando um grito de dor e angustia.

Eu presenciava um verdadeiro massacre em que, onde todos que atravessavam seu caminho tinham os membros decapitados e suas asas que transmitia um brilho pálido arrancadas sem dó e nem piedade.

Eu via um monstro e essa percepção me fez soltar um grito de horror e desejar acordar daquele pesadelo enorme. E de repente uma sensação de deja vu apareceu, como se toda aquela cena grotesca tivesse mesmo acontecido e uma coisa muito importante estava para acontecer naquele exato momento.

Senti uma presença forte e conhecida se apoderar de meu ser, e o monstro das asas negras virou-se para trás com um sorriso cínico de arrepiar até os piores dos demônios.

  Minha visão foi ofuscada por uma luz que iluminou todo o cenário de horror em que me encontrava. E o ultimo vislumbre que eu tive foram de asas enormes que se arrastavam no chão de tão grandes que eram, com um formato singular e ao mesmo tempo familiar, irradiando brilho e uma luz dourada que me hipnotizou e encantou apagando instantaneamente o medo que me possuía.

Então, estava de volta sentada na minha cama respirando aos arquejos e suada com os cabelos revoltos colados a minha testa tentando dissipar o sonho estranho. Mas ao olhar em volta me perguntei se ainda não estava dentro daquele cenário de horror, pois tudo a minha volta estava destruído como se uma explosão tivesse acontecido.

As janelas estavam todas espatifadas, vasos de flores quebrados, as gavetas do meu guarda-roupa todas abertas e a luz de meu abajur que se encontrava no chão piscando para logo em seguida apagar definitivamente me deixando na penumbra e no silencio da angústia.

Olhava tudo aquilo com olhos saltados de pavor.

- Mas que merda ta acontecendo aqui? – balbuciei horrorizada e petrificada.

Obriguei a meu corpo entorpecido de medo se mexer e sair dali agora.

Quando cheguei ao correr dos quartos das meninas – já que o corredor dos dormitórios dos meninos ficava do outro lado – percebi que eu não era a única a sair; todas as meninas estavam de pijama se entre olhando curiosas. Foi ai que percebi que o internato inteiro estava sem luz. Tudo estava mergulhado numa completa escuridão.

Meu coração disparou ao ver Alice me olhando de um modo curioso. Desviei os olhos sem graça.

Ela veio ate mim com passos dignos de uma bailarina.

- Hey, como você esta? – perguntou-me amavelmente.

- Eu... Eu estou ótima, o... Obrigada – gaguejei com medo de ela ver a bagunça que estava no meu quarto.

- Sobre hoje de manhã... Desculpe-me por aquilo. – olhei para ela confusa – A briga com os Volturis. – me explicou tranqüilamente.

- Huum sem problema, mas gostaria que me explicasse o porquê daquela confusão. – Eu não compreendia a reação deles, já que eu nem troquei mais de duas palavras com eles – tirando Jake é claro.

- Bella, nós somos muito amigos de Jacob e ele realmente se preocupa com você. – ela falava baixo, mirando minhas reações. – Os Volturis realmente são perigosos, não se deve confiar neles em hipótese alguma. Deve se afastar de todos eles, incluindo as Denalis.

O modo como ela dizia aquilo, fazia-me acreditar que a contenda deles iam muito além do que uma simples disputinha entre dois grupos populares e tão distintos.

- Alice, não sou idiota. – disse irritada - Sei que vocês escondem alguma coisa. Mas isso não faz diferença pra mim, não me importo. Portanto que não mude nada da minha vida – dei de ombros de forma debochada. – Tanto faz.

Rolei os olhos entediada. Mas isso só era fachada, porque por dentro estava me corroendo de raiva por eles me acharem idiota. Isso era o que eles pensavam.

Mas tudo bem, eu sobreviveria a isso também; pensei com escárnio.

Alice estreitou os olhos como se lesse meus pensamentos ficando em silencio por alguns segundos. Por fim fez uma careta virando de costas para mim.

- Que bom que não se importa Bella, é o melhor para você. – e começou a andar pelo corredor abarrotado de adolescentes, encontrando no caminho Rosalie e Renesmee.

Bufei e fui rumo a meu aposento. Chegando La e me deparando com toda aquela desordem meu quarto não pareceu tão seguro como julgava. O que faria agora? Voltasse a dormir? Não, estava com medo de ter pesadelos aterrorizantes como o ultimo. Mas que inferno, nem dormir em paz poderia agora.

Praguejando palavras obscenas e decidi vestir meu hobby e fazer companhia as outras jovens que se encontrava no corredor ao lado. Depois lidaria com a bagunça de meu quarto sem as inspetoras desconfiarem – minha fama de desequilibrada já estava em alta o suficiente, não precisava de mais um indicio contra mim.

Após apanhar o hobby de seda preto, e cobrir-me o pijama indecentemente curto, sai as pressas do quarto só para deparar-se contra um corredor vazio inquietantemente silencioso. Era possível ouvir-se até os barulhos feitos pelos corvos e numa hora totalmente inapropriada já que me encontrava num caminho vazio e mudo lembrou-me de meu pesadelo de minutos atrás fazendo com que um arrepio desagradável subisse a espinha.

Esta tão silencioso aqui que até escuto as batidas do meu coração

E como se não estivesse perturbada a suficiente uma voz baixa e sussurrada clamou-me meu nome:

- Isabella... – em minha mente ouvia meu nome com uma caricia indecente.

Mas algo me alertava que isso não era bom, e como estivesse sendo induzida a aceitar o contrario a voz perturbante chamou-me de novo.

- Venha Isabella – o sussurro cálido da criatura fez com que outro arrepio me subisse a espinha novamente, mas dessa vez uma ãncia desconhecida e enjoativa fez com que meu passos fossem até a janela sem meu comando. Sem me preocupar com a penumbra pela falta de luz, fitei a arvores inquietante a minha frente, quando um corvo pousa em um galho a minha frente me sondando atentamente.

“ Um cinza pálido sem vida com alguns corvos voando em seu caminho silencioso.”

Com o suor a percorrer meu pescoço virei-me e corri tateando as cegas o escuro fazendo um esforço subumano para não tropeçar e sair dali o mais depressa possível deixando as lembranças aterradoras de meu pesadelo para trás.

Chegando ao andar debaixo percebi tardiamente que a falta de luz estava em toda a residência. Continuei meu caminho desvairada até trombar com um corpo forte.

Quando ergui meus olhos, minha voz sumiu por alguns instantes e fleches estranho me cercaram.

“Um homem alto e musculoso com os olhos esverdeados me fitava com uma expressão de puro ódio e ressentimento.”

- Hey, esta me ouvindo? – a voz do homem chamou minha atenção por breves segundos, para logo a mesma voz aparecer na minha mente, mas dessa vez na forma de uma lembrança – fria e apagada.

“- Minha irmã é Isabella, e não esse monstro que você se transformou. – o rapaz a minha frente falava com palavras carregadas de rancor. – Você acabou com minha família. Mas o que se pode esperar de um demônio como você? – perguntou retoricamente – Ou melhor, um anjo negro – acrescentou com escárnio.

- Desculpe meu irmão – sorrio cruelmente - Minha mente é povoada de demônios. Sou vítima de minha insanidade.

Pisquei os olhos voltando ao presente e com a mente conturbada sussurrei languidamente:

- Eu conheço você.