Loucura Divina

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http://www.youtube.com/watch?v=QRzbwFdu1rc

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P.D.V de Bella

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”Todos os meus sonhos São apenas Ilusões! Todos os meus sonhos São as minhas Realidades! Todos os meus sonhos São tão Vivos! Todos os meus sonhos são incrivelmente Reais! Ilusórios! E vivos! Todos os meus sonhos São tão assim... Que chegam a virar Pesadelos!”

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– Eu conheço você – repeti mais alto.

Mas que merda ta acontecendo comigo?

– Desculpe, mas não entendi. – Sua expressão era de confusão, mas podia ver no fundo dos seus olhos o temor, agora o que ele temia, eu não sabia.

– Eu... Eu – Olhei para os lados nervosamente sem saber o que fazer, por que como explicar a um estranho que teve vislumbre de cenas passadas com ele? Além de ser constrangedor ele iria querer me internar. – Deixa pra lá, acho que te confundi com alguém. – Dando um sorrisinho sem graça, desviei os olhos novamente.

– É, o escuro não ajuda muito – compreendeu.

Escutei passos apressados do meu lado, mas não pude enxergar direito quem era devido a visão precária.

– Hey Dean, onde você estava? Já fazia um tempo que estava te procurando... – Um moço diferente e ao mesmo tempo parecido com o tal de Dean apareceu falando desenbestadamente. Mas sua voz morreu ao me encarar, uma estranha compreensão tomando seu rosto.

– Hmm, Olá – murmurei, sem graça com sua analise.

Sua expressão se fechou na hora me deixando confusa.

– Oi – murmurou a contra gosto. Olhando melhor vi que a única semelhança com o loiro a minha frente era a beleza. Sem duvidas ele era muito bonito. Seu cabelo castanho muito parecido com o meu, lisos e meio jogado de lado, a pele bronzeada e os olhos castanhos que me sondavam incansavelmente me fez abaixar a cabeça.

– Eu vou para o hall, onde o pessoal deve estar. – disse, virando-me.

– Hum, toma cuidado Bella, andar no escuro não é muito seguro – Dean disse de forma sombria.

Somente balancei a cabeça em concordância e virei às costas rumando onde o barulho de vozes era mais pronunciado.

Mas a imagem a minha frente não me agradou nem um pouco. Dentro do refeitório, alguns metros a minha frente, estava Edward com Tanya pendurada em seu pescoço. As mãos pálidas e grandes de Edward estavam posicionadas em sua cintura enquanto eles se encaravam intensamente.

Não sei qual foi o motivo da dor que se apoderou de meu coração, mas nunca experimentei tal sentimento. Uma mágoa misturada com raiva e a impotência da minha falta de ação.

Naquele momento eu os odiava, e quando o sentimento negativo começou a se apoderar de todo o meu ser, vi os vidros da janela trincarem, por isso tentei me controlar. Alguma coisa me avisava inconscientemente que se eu continuasse com isso as coisas sairiam do controle e não ia ser nada bom.

As coisas saiam mais e mais do meu controle, sem eu saber o que se passava comigo. Os Cullen’s e os Volturis se mostravam menos humanos conforme esse processo progredia.

Sonhos, vozes, habilidades e situações cada vez mais bizarras, que a cada dia eu me convencia mais de estarem ligadas, mas foi o momento seguinte que me levou a uma dimensão paralela que se confundia com o inferno e o céu.

Tanya, percebendo que eu os observava, inclinou a cabeça ao mesmo tempo em que segurava o cabelo de Edward o puxando para si, dando-lhe um beijo intenso. Edward fez uma expressão confusa e tentou se afastar, mas me avistando parada no meio do refeitório correspondeu o beijo com fúria, puxando o corpo de Tanya mais para si.

Isso me rasgou por dentro, e eu ofeguei com a sensação de ser dilacerada e massacrada como se uma mão algoz esmagasse todos os meus órgãos internos. Fechei os olhos para conter a ânsia de colocar meu jantar para fora. Com uma tontura abri os olhos tentando me recompor para não desmaiar ali e fazer uma cena vergonhosa na frente dos meus inimigos. Sim, eu os considerava meus inimigos, por causarem aquela dor que nem eu mesma sabia o motivo.

Quando abri os olhos eu estava no céu, nos braços de Edward Cullen, literalmente voando.

“- Eu vou descer e não vou voltar mais – chorava nos ombros largos que tanto amava”

“- Escute meu anjo, – ele ergueu meu queixo obrigando-me a encarar seus olhos verdes abrasara dores – você vai voltar ok? Eu vou te amar por toda a eternidade e irei te esperar para sempre – prometeu.”

“- Mas como irá me achar se não sabemos nem em que século voltarei? – Minha voz era agoniada e a angustia me cobria por inteiro.”

“- Não se preocupe com isso anjo, Alice nos ajudara. Aquela coisinha minúscula sempre tem uma solução. – Ele tentava me consolar inutilmente.

“– Eu te amo, e não interessa o que acontecer daqui pra frente, isso – pus minha mão pálida e pequena em seu coração que batia acelerado – é eterno.”

Um trovão em meio a tempestade de nuvens que nos cobria anunciou que era minha hora.

O soluço interrompeu meus pulmões e me agarrei mais a ele. Com lagrimas nos olhos ele se inclinou e, como duas peças de quebra cabeça que se encaixam perfeitamente, seus lábios carnudos e vermelhos encostram-se aos meus, que os esperavam ansiosos para seu ultimo beijo. No momento em que nossas bocas se encontraram uma explosão interna aconteceu entre nossos corpos. Eu o puxei pelo cabelo para mais perto, e seu aperto em minha cintura se intensificou, nossas línguas se encontraram para sua ultima batalha e ficamos assim por um bom tempo, mordi seu lábio inferior com desespero sentindo que nossa despedida estava se acabando. Como se compartilhasse o mesmo pensamento, Edward sugou minha língua avidamente para logo em seguida dar leves mordidas nos meus lábios e com um ultimo selinho longo e significativo encostamos nossas testas arfantes.

“- Eu vou te esperar eternamente – meu amor disse com a voz embargada. – Isso não termina aqui meu anjinho” – ele prometeu usando seu apelido carinhoso.

Olhando em seus olhos verdes e intensos acreditei em suas palavras. Pois seus olhos nunca mentiam, principalmente para mim.

“– Bells esta na hora. – Ouvi a voz de Castiel ao longe.”

“Com o coração quebrado fitei uma ultima vez seu rosto de querubim – Eu vou te amar sempre, não importa o quanto isso pode demorar, e mesmo que eu me esqueça no futuro, meu coração será eternamente seu. Adeus meu Edward”

Relutantemente nos soltamos e quando dei um passo para trás uma fumaça densa e branca me cobriu, ocultando assim o rosto perfeito do meu amado.

Meus olhos se abriram, e confusa olhei em volta tentando entender o inexplicável. Eu estava acostumada a conviver com as bizarrices que sempre aconteciam comigo, mas sonhar acordada com Edward Cullen de alguma forma foi diferente. Foi mais intenso, mais forte. Como se eu encontrasse todas as minhas respostas.

Levantei a cabeça divagar com medo do que poderia encontrar. Mas Edward e Tanya não estavam mais se beijando. Os dois me olhavam com uma expectativa nauseante. E não era só eles. Algumas pessoas do lugar me olhavam meio torto como se esperasse alguma coisa, e pela expressão de alivio e decepção de alguns, uma coisa que não veio.

Exausta emocionalmente me afastei e virei para meu quarto. Ainda não tinha me esquecido da voz macabra que me chamou algum momento atrás, mas nada era pior do que ver Edward abraçado a outra pessoa.

Ainda tentava entender essa fixação que eu vinha desenvolvendo por Edward Cullen. Desde que ele chegou ao internato senti uma ligação estranha e complexa, como se a seu lado tivesse encontrado meu lugar no mundo. Depois veio a atração quase insuportável. Meu corpo inteiro formigava quando estava no mesmo ambiente que ele.

Mas deixei de prestar atenção nessas situações esquisitas por que ele mesmo não desperdiçou um olhar na minha direção e, por mais que isso me machucasse, achei melhor. Não queria me envolver com ninguém, e nem que ninguém se envolvesse com meus momentos “excêntricos”. Eu afastava até Jacob que conhecia desde sempre, não seria diferente com pessoas de fora.

Cheguei ao quarto e dei um suspiro desanimado. Sentia alguém me observando de longe, e ainda estando escuro só piorava minha situação. Nervosa e sem outra opção me enrolei nos cobertores, cobrindo-me até a cabeça e me encolhi o maximo possível, tentando desaparecer dos olhos seja lá de que criatura ficasse a espreita me observando.

E foi assim com o coração aos saltos consegui dormir sem outros pesadelos.

Levantei cedo demais e andando até minha janela de formato redondo, fiquei um bom tempo pensando na minha vida observando os corvos que rondavam os céu em cima da minha janela.

O que eu faria quando completasse 21 anos e pudesse sair do internato? Será que minha vida continuaria essa merda que estava? Será que sempre seria assim? Será que estava condenada a solidão pelas coisas estranhas que acontecia comigo? Eu sinceramente esperava que não.

Sabia que sempre estaria à espreita de algum mal invisível, mas acreditava que tivesse força e coragem o suficiente para que pudesse afugentar o mal invisível que eu sentia sempre respirar no meu cangote.

Olhando pela minha janela, visualizei Jake e Renesmee abraçados nos jardins com flores sem vida do colégio. Senti um aperto no peito, pois reconheci que estava perdendo a única pessoa com que podia contar na vida, pelo menos a parte normal dela.

Jacob era perdidamente apaixonado por Nessie, como era conhecida pelos mais íntimos – que não era o meu caso –, desde que o conheci quando ainda éramos pirralhos. Mas desde que eles começaram o namoro decidi me afastar. Não por não gostar dela, ou ir contra o namoro dos dois, mas porque apesar de achá-la mimada e pra lá de “certinha” como todos os outros Cullen’s, ela amava Jacob e o fazia feliz. E isso era o suficiente para mim. Mas ter outras pessoas envolvidos com meus problemas – problemas esses que nem eu sabia explicar –, estava além da minha capacidade de aceitar. Por isso preferi afastar-me e deixar que Jacob fosse feliz fora de problemas e esquisitices.

Mas agora eu pagava o preço por ser tão altruísta. Eu ainda podia contar com Mary, a irmã mais velha do internato, mas ainda sim não seria a mesma coisa.

Soltei um suspiro conformado e me preparei para começar um dia que eu sentia que seria muito difícil. Assim que sai do quarto me deparei com Dean, o moço que encontrei ontem no apagão.

– Isabella – me cumprimentou. Demorei um pouco para devolver seu comprimento tentando descobrir a origem da sensação familiar que me assolava quando conversava com ele.

– Oi Dean – acenei com a cabeça depois de um tempo o observando.

– Viu que a força voltou? – Perguntou como se quisesse manter um diálogo comigo, mesmo que forçado.

– Não reparei. – Rui curta. Ficar ao seu lado me dava o efeito de estar num lugar fechado e quente. Uma sensação sufocante. Precisava respirar.

– Carlisle foi rápido em chamar eletricistas. Não queria perdas de aulas. – Deu um sorriso leve como se estivesse compartilhando de uma piada interna.

– Ótimo. – Lhe dei um sorriso forçado – Vou descer. Como você mesmo disse, o diretor não gosta que percamos aula, por isso melhor eu mesma não me dar a esse “luxo”. Adeus Dean.

Quando disse isso uma expressão de dor cruzou seu rosto, mas em questão de segundos desapareceu dando lugar a uma expressão levemente divertida. Mas que me parecia forçada e entalhada.

Dei-lhe as costas e desci as intermináveis escadas cinza e de aparência extremamente antiga do internato. Cheguei ao refeitório que mais parecia um salão enorme de festa, com inúmeras mesas redondas e com varias cadeiras estofadas pretas e cinzas em torno de cada mesa.

Fui em direção ao balcão que continha pães de inúmeras formas, sucos de vários sabores, fruta de todas as espécies e torradas acompanhada de geléias e requeijão fresco. Meu estomago roncou e então me dei conta da fome que estava sentindo. Depois de reunir todos os itens agradáveis a meu paladar como os croissants de presunto e queijo, fui me sentar ao meu lugar de costume. Mas qual foi a grande surpresa do dia ao chegar à mesa polida e encontrar todos os Cullen’s com suas posturas tensas como se ainda estivessem pesando suas ações. Virei-me e dei de cara com Jake com um sorriso hesitante na minha direção. Isso não foi uma surpresa.

Pressentia que minha intuição poderia ser uma coisa anormal e isso não me amedrontavam mais. Por incrível que pareça eu já me acostumava com as coisas que antes me atemorizavam.

Como previ o dia seria no mínimo complicado; pensei enquanto fitava o novo “espaço” dos Cullen’s.