POV Bella:

Primeiro dia em Harvard. Alice havia escolhido as roupas mais “exclusivas” e chamativas que ela tinha achado. Sem contar que ela havia comprado um Porshe amarelo que pode se ver a quilômetros de distancia humano ou não.

Eu não podia me deixar de me sentir abalada com o primeiro dia de aula. Embora borradas, minhas lembranças de Forks eram as mais claras de toda minha vida humana.  Mas eu continuava tentando não ficar chateada afinal Alice já estava sofrendo muito. Mas ela me conhecia bem e provavelmente às vezes notava um lampejo de sofrimento em meus olhos. Quando se quebra algo, você pode até tentar concertar, mas nunca continuara o mesmo.

Alice abriu a porta do carro animação estampada em seu rosto. Eu admirava Alice por isto mesmo que ela estivesse morta por dentro ela sempre continuava conseguindo ser radiante e animada. Era algo que eu tentava fazer. Mas não tinha tanto sucesso.

-Vamos – me chamou Alice. Eu me levantei me lembrando de agir com uma humana normal. Se eu me distraísse acabaria andando rápido demais.

-Vamos – eu concordei. Ainda estava perdida em pensamentos. Fomos andando pelos corredores por onde passávamos atraímos olhares. Podíamos ouvir pessoas cochichando umas com as outras sem ter ideia de que podíamos ouvir cada palavra.

-Nossas aulas são todas juntas – falou Alice sorrindo – Vamos temos Artes agora. Desenhar modelos, etc...

Eu fiz uma careta.  Eu não desenhava mal... Mas não entendia lá muitas coisas de moda. Sentamos-nos uma do lado da outra enquanto o professor ficava discursando sobre o modo de avaliação de suas provas, regras em geral.

Jogaram uma bolinha de papel a peguei por reflexo e desamassei para ver o que estava escrito. Alice revirou os olhos provavelmente prevendo o que estava escrito.

Olá, Aluna nova. Seja Bem vinda, quer se sentar com a gente?

Não, obrigada. Dispenso – Escrevi e joguei em direção da onde tinha recebido o papel. Vi as caras arrogantes desmancharem.

Alice soltou um risinho. E eu acompanhei. Depois de várias aulas acabei descobrindo que moda não era tão ruim assim. Só não era meu assunto preferido, com certeza eu preferiria literatura, e eu saber desenha bem (Pelo menos é o que Alice diz) me ajuda muito. Alice entra com a criatividade e eu desenho. Não parece tão ruim assim.

Quando o intervalo finalmente começou nos sentamos numa mesa afastada, olhares novamente.  Acabei por fim revirando os olhos, isto era tão ridículo.  Eles estavam em Harvard e a maioria ficava se preocupando com fofoquinhas, tão infantil.

-Oi, posso se sentar com vocês? – perguntou Mel. Nós havíamos conhecido Mel na aula de Moda geral, ela era parecia uma ótima pessoa. Aparentava ser simpática. Eu e Alice assentimos em sinal positivo, ela se sentou.

-Devo confessar que adorei ver a cara arrogante deles diminuir significativamente – falou Mel sorrindo.

-Eles fazem moda? – perguntou Alice descrente.

-Não – respondeu Mel rindo – Só perderam uma aposta. Além de futebol terão que fazer algumas aulas de moda.  Vocês são calouras então não devem entender.

-Eles se acham – eu adivinhei. Era tão obvio.

-Muito – concordou ela com raiva. Parecia ressentida com algo.

-Está tudo bem? – perguntou Alice preocupada antes que eu falasse alguma coisa.

-Ela não parece querer tocar no assunto Alice – eu a repreendi ao notar a cara de Mel que estava meio estranha.

-Não, tudo bem. Mas mudando de assunto soube que vocês estão no comitê – disse ela sem animação na voz.

-Sim – Alice falou animadamente.

-Se eu fosse você não ficaria tão animada. Estes bailes para calouros geralmente são horríveis. Ninguém da realmente muita atenção porque nunca fazem algo que preste. Trilha sonora horrível, lugar horrível enfim detestável.

- Isso vai ser diferente – falou Alice radiante – Eu sou Alice.

Eu revirei os olhos.

-Eu deveria ter medo? – perguntou Mel.

-Muito – eu falei sem esconder o como eu estava assustada.

-Eu estou cheia de ideias – começou tagarelar Alice – Já escolhi as melhores músicas. Já aluguei o melhor salão que é bem perto daqui e contratei a melhor banda do ano.

-Os amantes do Jazz? – falou Mel e parecia se lembrar de algo. Eu ri e ela me olhou séria. Agora entendi bem o que ela disse sobre trilha sonora horrível. Credo.

-Não – falou Alice assustada – Paramore.

-PARAMORE – nós gritamos se levantando. Detalhe todo refeitório nos olhou e nos sentamos lentamente envergonhadas. Fitamos o chão até todos esquecerem o escândalo. 

-Você contratou Paramore? – eu sussurrei, porém num tom  audível aos ouvidos de Mel.

-Ainda não. Nós vamos contratar – falou Alice fazendo uma cara que planejava algo.

-O que vocês duas vão fazer? – perguntou Mel, animadíssima. Eu estava ficando nervosa, iria ficar frente a frente com a Hayley Williams?

-Eles estão num Hotel cinco estrelas de Férias. Mas acho que podem abrir uma excessão para nós – falou Alice discando um número de telefone – Olá quero falar com a Hayley Williams... Alice Cullen... Alô? Alô?

-Falta de educação – falou Mel, mal-humorada.

-Não faz mal – falou Alice.

-Não? – perguntamos juntas.

-Nem um pouco. Hoje mas tarde vamos dar um jeito de entrar no Hotel cinco estrelas para falar com eles e a super Alice irá fazer...

-Não – eu falei com medo.

-Sim – discordou Alice.

-Não.

-Sim.

-Não.

-Sim... A carinha fofa.

-AAAAAAAAAAAAAAAA – eu gritei.

-Isto mesmo – falou Alice.

-Vocês estão exagerando – falou Mel revirando os olhos.

-Isto é porque você não conhece a carinha fofa – eu falei espantada – A cara de cachorrinho que acabou de ser atropelado e cortado em pedacinhos e jogado no rio e...

Elas me olhavam espantadas.

-Não liga não Mel.  Bella é muito desastrada e acaba matando o cachorrinho dela sem querer – falou Alice.

-Eu nunca tive um cachorrinho – eu reclamei.

-Era porque Renée era sensata – disse Mel. Eu as encarei com raiva, elas riram.

-Não era porque ela tinha alergia.

-Isso foi o que ela disse – falaram juntas.

O sinal tocou. Despedimo-nos de Mel indo em direção para nossa aula. Depois que acabaram as ultimas aulas fomos em direção ao estacionamento. Alice tagarelando sobre planos malucos de como entrar no Hotel cinco estrelas e eu sabia que não era brincadeira. Ela estava falando sério mesmo.

Quando Alice tem uma ideia na cabeça, ela não desiste nunca. Eu sei disto porque conheço minha amiga. Nós estávamos entrando no Porshe quando escuto meu nome ser chamado.

-Bella, né? – falou alguém atrás de mim. Eu me virei e ele arfou. Era o do bilhete. 

-Sim – eu falei indiferente.

-A que gritou “Paramore” - falou ele.

-É eu acho que gosto desta banda – eu disse e não pude deixar de rir. Ele riu também.

-Então... Bella – ele começou.

-Eu tenho que ir – eu disse sem o deixar terminar. Já sabia onde terminava isto.  E não estava a fim de ficar recusando e ele ficar insistindo por arrogância. Entrei no carro ao lado de Alice e deixei-o sem responder nada.

-Que crueldade – falou Alice olhando para o pequeno espelho que fica do lado do Volante e acelerando.

-Alice, vocês escutou muito bem a conversa deles no refeitório. É só orgulho ferido porque somos duas calouras que não estamos nem ai para eles – eu disse irritada.

-E muito lindas por sinal – falou Alice colocando um óculos roxo com strass.

-Eu sei que temos que ter um pouco de auto-estima, mas não vamos virar egocêntricas também né? – eu falei assustada.

-Tem razão sem exageros, agora vamos ir para o Hotel Cinco Estrelas e fazer a carinha fofa para a Hayley – disse Alice aumentando mais ainda a velocidade.

-É – eu disse irônica – Nem um pouco exagerado. Nossa eternidade vai ser muito normal...