POV Bella:

As coisas caminhavam extremamente bem em Volterra. O vazio que Edward deixou ao partir estava quase curado.   Quase.     Eu ainda me sentia muito insegura em relação ao amor de Edward.     Mas não era só disto que eu me referia ao mencionar que estava “bem”.   Victória não havia nos incomodado mais, porém Alice previra que era só uma questão de tempo para ela chegar.

-Pode ser que não seja ela Bella. Minhas visões não estão muito claras e você sabe disto – comentou Alice um dia destes.

-Eu sei que é ela – retruquei.

Ela ficou em silêncio sabendo que eu não iria ceder, sussurrou algo como “teimosa” revirei os olhos.   Treinávamos quase todos os dias e, diga-se de passagem, eu não era uma lutadora tão ruim assim.   A única pessoa que conseguia ganhar de mim um dia sim um dia não era Jasper.    Edward... bom sobre Edward não sei porque ele se recusa a lutar comigo. Entendo seu ponto de vista, eu não conseguiria lutar com ele também. 

Eu estava debruçada sobre a cama lendo um livro.  Edward sentou ao meu lado me observando como de costume com o seu sempre sorriso torto, murmurou um “oi”. Eu acenei de volta.

-Alice tem razão você não sai deste lugar – ele disse calmo.

-Eu...

-Só para lutar ou caçar – ele completou antes que eu tentasse me justificar. Ele estava certo.

-O livro é muito bom – desconversei.

-E você já leu 50 vezes – declarou Edward rindo.

-Não exagere Edward – falei e ele me fitou sério – 51 vezes na verdade.

Nós gargalhamos. 

-Tenho uma surpresa para você – falou Edward e eu me sentei curiosa.  Só esperava que não envolvesse carros velozes ou coisas do tipo.

-Eu também – falei tímida e recebi um olhar surpreso em volta – Eu bem... Bem eu fiz uma poesia com algumas frases que eu escrevia sem pensar quando estava triste, Alice disse que estava ótima.

-Leve o violão então para cantar lá – declarou ele a voz agora curiosa para escutar minha música.  1 X 1 pensei.

-Para onde?

-Vamos dar uma passada em Paris.

Eu engasguei. Uma passada em Paris com a velocidade que ele levaria provavelmente seria mesmo uma “passada em Paris”.      Assenti e peguei um vestido que Alice havia comprado. Sussurrando um “Já volto” fui até o banheiro, me troquei e passei um gloss.

-Vamos?

-Er... Claro – ele gaguejou, Emmett gargalhou passando pelo corredor com Rosalie. Edward retribuiu lançando lhe um olhar mortal.

Paris:

-A cidade da luz – sussurrou Edward parando na frente da Torre Eiffel – Alice me contou que vocês não chegaram a visitar este ponto turístico, Droit?  (Certo em Francês)

-Sim. Uma visita casual na Torre Eiffel – Bella disse sorrindo do seu trocadilho. É claro que não era normal, mas era parte de sua vida, e agora com sua existência ao seu lado (mesmo que não completamente) não tinha o que reclamar.

Logo eles estavam de frente à paisagem magnifica da França.  A cidade da luz como Edward havia comentado.    Sentiu o papel pesar no bolso, nada se compararia a surpresa de Edward, ela tinha que confessar ele era ótimo com surpresas.

-Gostou? – sussurrou ele ao meu lado.

-Amei. Sinto-me culpada minha surpresa são só algumas palavras... – tentei falar, mas ele me interrompeu.

-Primeiro tenho certeza que vão ser perfeitas as suas palavras porque vem de uma pessoa perfeita. Uma nova definição de perfeição no dicionário: Bella.  E segundo minha surpresa não acabou ainda.

-Não? – exclamei exaltada. Ele apontou para um lado do céu onde um avião passava lentamente, se fosse humana seu coração saltaria pela boca.   Uma faixa enorme o avião carregava, escrito em uma letra impecável:

Je t'aime. Pardonnez-moi d'être si stupide Bella? 

(Eu te amo. Perdoa eu ser tão idiota Bella?)

-O que achou? – perguntou Edward nervoso pelo meu repentino silêncio.  Em resposta me inclinei em sua direção o beijando.    Minhas memórias não faziam jus a quando Edward me beijou pela ultima vez.   Não chegavam nem perto.  O abracei por trás e ele dando um sorriso enorme respondeu:

-Então isto é um sim?

-Preciso mesmo dizer? – perguntei franzindo o cenho. Ele assentiu – Eu te amo Edward Cullen, e isto nunca mudou e nem mudara.  Por isto, sim eu te perdoo.

Logo me lembrei da poesia.  E tirei o papel amassado de meu bolso e pegando levemente o violão.   

-Agora é minha vez – sussurrei antes de começar a cantar:

A cada segundo que consegui vencer a dor,

Você ainda estava aqui.

As memorias fracas continuavam vivas,

Mas não faziam jus a tudo que sentia.

E de onde tiraste a insana ideia de que algum dia eu te esqueceria?

Talvez por memorias cansadas, sim eu suportaria.

Mas o coração, Oh grande inimigo, ele nunca esquece.

E quando se tira uma parte dele, ele nunca será mais o mesmo.

Eu não posso fingir que não dói,

Porque eu mesma não me permitiria.

Minha respiração é fraca, embora eu não precise dela.

Minhas memorias borradas me perseguem

E meu coração que já mais não pulsa ainda continua gritando.

E não, não sou fraca.

Não julgueis sem conhecer,

Imagine viver, imagine viver sua vida,

Arranque uma parte de você a cada dia

E multiplique por mim é isto que sentia a cada segundo.

E agora tenho certeza que posso vencer o mundo,

Mas não eu mesma.  Não o que eu sinto.

-É linda – disse ele me beijando. Sorri para o gesto.   O vazio sumiu completamente do peito.  De nada eu precisava mais e a melodia silenciosa do amor que eu e Edward sentíamos preenchia completamente o silêncio.  Preenchia tudo.  Preocupações e tristezas agora podiam ser completamente ignoradas, não que elas não existiam, mas Edward me dava à força que eu tinha perdido para enfrenta-las.

POV Alice:

-Não me leve a mal Alice... – começou Jasper não querendo que brigássemos, ele tinha horror agora a qualquer discussão. Eu também.   Não aguentaria viver mais nem um segundo longe dele.    Logo previ o que ele iria dizer.

-Não vou bater e quebrar o teto de novo saltitando, Jasper – eu falei e ouvi Emmett gargalhar.   Bufei.

-O que aconteceu? – perguntou Rose.

-Bella e Edward voltaram – eu declarei feliz – Sei disto porque ela baixou o escudo para ele ler seus pensamentos.

-Que bom! – declarou minha irmã loira animada recebendo vários olhares incrédulos em troca – Eu não sou nem um tipo de bruxa pessoal... Eu testemunhei o sofrimento de meu irmão Edward e sei que o seu lado é o de Bella agora.

Emmett a abraçou por trás a reconfortando.

-Desculpe Rose, só ficamos surpresos – declarei saltitando com cuidado.