POV Bella:

Antes que pensasse em abrir a porta do Volvo, Edward abriu e eu sai sem dizer nada em velocidade vampiresca também.  Adentramos no castelo Volturi,como não estava com a mínima vontade de dar explicações e contar mentiras pelo suposto “plano” de Alice, fui direto ao meu quarto e Edward me seguiu em silêncio.

Não reclamei, estava cansada (até para uma vampira) para dizer alguma coisa.  Antes de me sentar peguei um livro qualquer.  Li a capa e me animei ao ver o nome, um de meus autores favoritos. Shakespeare.

Olhei pelo canto dos olhos e vi Edward me observar em frente à porta.  Ignorei isto e abri o livro.  Algumas vezes eu adentrava totalmente no conteúdo e outra me distraia perdida em pensamentos.

Meus olhos fitaram com carinho as próximas palavras, era como se Shakespeare soubesse o que eu sentia agora.  Quase suspirei mas fui interrompida por Edward que falou pela primeira vez desde que chegamos. Olhei para o relógio havia perdido noção de tempo e já haviam passado algumas horas.

-O que está lendo? – perguntou ele.  Revirei os olhos.

-Você consegue ver muito bem de onde está – disse fria.  Eu odiava agir assim mas era só uma mascara. Uma mascara que me protegia contra o que eu sentia.  Por dentro eu me via a cada dia morrendo por dentro.

-Só queria ouvir você falar – disse ele.  Depois de alguns segundos a vontade de falar se sobressaiu e deixei minha sanidade de lado. Resolvi ser sincera.

-Shakespeare e agora acabo de ler uma frase que me identifico muito – sussurrei quase perdendo a coragem. Tarde demais, ele me olhou curioso. 

-“Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama…”

Ele não disse nada. O silêncio presente naquele lugar estava me dando nos nervos e sendo ainda uma recém criada praticamente, meu humor não era lá tão bom assim.  Disse o que pensava. Estava fazendo isto muito ultimamente:

-Não irá dizer nada ? – perguntei desesperada por ouvir sua voz, estava acostumada com ele tentando me convencer de suas mentiras e não queria que ele parasse.  Não parece fazer sentido, mas bem nada mais faz mesmo.  Para minha felicidade depois de segundos dolorosamente lentos ele me respondeu.

-Dizer o que, mais palavras pelas quais você não irá acreditar? Eu já lhe disse errei e fui um tolo.  O que mais posso fazer?

-Eu não ligo que você minta. Por mais que doa muito suas mentiras, sua ausência doe mais. Acredite – falei desesperada.  

-Tem sido um esforço inútil. Mas eu não vou desistir embora não consiga a compreender. Você tem medo de mim? – falou ele se aproximando. Não liguei para isto.

-Não. Tenho medo de não fazer o que é certo.

-Certo? – perguntou confuso com minha frase.

-Em meus pensamentos tenho duas verdades.  A primeira chora silenciosamente e implora para que eu acredite em você. Essa verdade se chama amor.  E minha segunda verdade implora pela lógica pela razão.    Implora para que eu pense em mim e em quanto vou sofrer quando você me deixar de novo.

-A primeira verdade está certa – ele disse convicto.

-Isto é o que você diz.  Isto é o que você também dizia antes de levar uma parte de mim com você – falei triste.

-Talvez o tempo prove – falou pensativo.

-Não estou pronta para te perdoar ainda Edward. Você pode me esperar?  Eu sei que sou fraca, mas estou com medo de sofrer novamente. Você não faz idéia de como doeu – sussurrei.

-Vou esperar, Bella.  Por toda eternidade se for preciso - ele disse se afastando e logo vi uma baixinha animada entrar com Jasper ao seu lado.   Pensei que sua cara seria de total tédio mas pelo contrário estava feliz. Como se algo de muito bom tivesse acontecido.

Prestei mais atenção em Alice, nem no dia do baile de Harvard ela estava tão recuperada.  Parecia novamente Alice, e eles estavam de mãos dadas? Não pode ser.   Edward tirou minhas duvidas ao falar:

-Isto é ótimo.  Talvez possamos seguir o exemplo deles – falou ele sorrindo torto mas eu podia ver pela sua expressão que ele seria paciente comigo.

-Quem sabe – disse quase sorrindo.  Edward me fazia sentir segura e não sabia se era só a verdade do amor me enganando novamente.  

-Mas não era esta a novidade que iria lhe contar. É quase tão fantástico quanto isto – Alice falou saltitando.     Alto até demais.     Vi os olhos de Jasper e Edward se arregalarem juntos.  E Alice? Onde está minha amiga. Ela sumiu.

Se tele transportou para marte?   Fugiu decepcionada com alguma coisa? O que eu fiz? O que eu fiz? Já estava tendo uma crise de nervos quando vejo o som da parede do teto quebrando e Alice se colocando em pé no chão.   Ela havia quebrado... o teto?

-Que som é este? – perguntou Alec se colocando no quarto.   Ele olhou para mim e para Edward, ele era meu amigo, podia saber.

-Ah, Alec... Não estamos... – fui falar sobre o “plano” de Alice e nosso fingimento mas Edward se interrompeu.

-Não estamos preocupados com o teto certo? Carlisle pagará o teto – disse Edward mudando de assunto.  Ele realmente estava com ciúmes? Ele não queria que Alec ficasse perto de mim, certo? Ele me amava.    Os meus pensamentos foram imaginando diversas possibilidades, atordoada me segurei na parede e vi olhos dourados e um par de olhos escarlate me olharem preocupados.

-Estou bem – respondi simplesmente – Quais são as novidades Alice?

-Além de eu e Jasper termos voltado, eu e você iremos estrear como as irmãs Brandon se apresentando aqui na Itália e tudo num concurso. E não ouse negar o premio é uma Ferrari incrível e eu já nos previ andando nela.     NÃO DIGA NÃO ISABELLA BRANDON – gritou Alice desesperada. Tal era sua expressão que não pude negar.

-Ok, participo – disse mas minha voz soou apavorada com a idéia.

-Então eu vou indo. Está-se tudo bem... É realmente uma pena Bella – disse Alec se referindo a mim e Edward termos voltado sem saber que era só um “plano”.  Edward rosnou com seu comentário.

-Depois escolhemos uma música – disse Alice saindo com Jasper. Logo estávamos sozinhos novamente e antes que pudesse voltar atenção ao meu livro.  Resolvi questionar a atitude de Edward.

-Não entendo porque não posso contar a Alec sobre nosso “plano”. Alias de Alice – retruquei. Ele parecia irritado e disse sombrio:

-Ele não é confiável.

Não falei mais nada depois disto e comecei a ler novamente.   Embora as palavras não conseguissem mais me chamar atenção.   Estava perdida em pensamentos.  Nos meus pensamentos e felizmente ninguém poderia ler o medo que se passava em mim.      Ao menos Edward entendia.      Eu espero.